Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

AS FESTAS DO ZENRIK

29 fevereiro 2004

Nestes quase dois anos de CJUB pude vivenciar situações inesquecíveis, sempre na companhia destes amigos eternos que são os meus confrades cejubianos. Nossos concertos no Epitácio e no Mistura, as reuniões na casa do Bene-X, o encontro em um domingo chuvoso na casa do Mau Nah onde compilamos nosso primeiro CD, nossos tradicionais almoços de sexta e os mais variados shows e festivais que acompanhamos juntos nestes últimos tempos. Mas sem dúvida que as festas na casa do nosso confrade Zénrik são um capítulo a parte. Já fui á três delas e tive o privilégio de registrar em vídeo praticamente tudo o que aconteceu por lá. Porém, mesmo que alguém assista a todas as quase 12 horas de material filmado, será impossível compreender o que é estar ali, presenciando alguns de nossos melhores músicos se apresentando quase que ininterruptamente por horas e horas. Gente bonita, pessoas interessantes, bebida e comida da melhor qualidade e um anfitrião que te faz sentir em casa. Este é o cenário das festas do Zé.

Na primeira festa que eu fui o Zé estava comemorando o seu aniversário. Demos a ele dois livros de música cubana que ele adora e entende muito. Seus convidados formavam um simpático grupo onde o bom papo estava presente em cada roda. Os músicos estavam ali não como profissionais, estavam como amigos e exatamente por isso que o clima era totalmente descontraído. Logo um ia chegando e começava a tocar alguma coisa, em seguida outro pegava seu instrumento e assim ia. Na hora escolhiam músicas, trocavam parceiros e iam construindo uma tarde memorável. Vários instrumentos de percussão espalhados pela casa convidavam os presentes a participarem da festa. Foi nesta primeira festa que pude conhecer pessoalmente o pianista Hamleto Stamato, que lideraria o concerto produzido por mim meses depois. Aliás, muito mais do que conhecer os músicos as festas do Zé fazem com que eles nos conheçam e possam entender melhor o significado do nosso trabalho.

Na segunda festa, já mais descontraído e conhecendo melhor os convidados, pude conversar melhor com várias pessoas, dentre elas com a simpaticíssima Claudia Zur, que com sua beleza, alegria e alto astral representa perfeitamente o clima reinante nas festas do nosso amigo. Pude ver também o fenomenal músico cubano Orlando Maraca que deixou todos boquiabertos com sua flauta mágica. Seu virtuosismo só não é maior que sua extrema simpatia e poder assistir a uma apresentação sua, quase que particular, e depois poder conversar com ele sobre música brasileira e cubana realmente não tem preço.

A cerca de um mês atrás estive na terceira festa, na companhia dos confrades Marcelón, que foi eleito clone do Hamleto, do sempre animado Goltinho e do presidente Mau Nah que veio com o nosso embaixador JoFlavio, que aliás fez o serviço diplomático do CJUB e distribuiu CDs a praticamente todos os presentes. Como de costume a festa foi sensacional, com destaque para a belíssima apresentação do trio de saxofones liderado pelo Nivaldo Ornelas, que será a próxima atração do CJL. Outro grande destaque foi o pianista David Feldman, jovem que certamente será um dos grandes nomes da música instrumental brasileira muito brevemente e que deixou o Mau Nah de queixo caído. E o que dizer do Chiquinho Chagas? Com seu acordeom ele inflamou os presentes, sendo ovacionado como nunca tinha visto antes. Tocando temas genuinamente brasileiros como “Asa Branca” e “Brasileirinho” e temas genuinamente de jazz como “Giant Steps”, Chiquinho provou que o saber tocar é o que importa.

Vi muitos músicos nestas festas. Para citar alguns, além dos já citados: Luiz Avellar, Philippe Baden, Franklin da Flauta, André Tandeta, Wilson Meirelles, Kleberson Caetano, Marcelo Mariano, Bom Bom, Nei Conceição, Bidinho, Delia Fischer, Augusto Matoso, Widor Santiago, Afonso Cláudio, Eduardo Neves, Paulo Levy, P.C. Castilho, Adriano Trindade, Fabio Luna, Renato Massa, Norton, André Negão, Ricardo Leão, Henrique Band, dentre outros.

É claro que este pequeno relato não traduz tudo o que aconteceu nestas festas e que para cada presente determinados momentos são mais interessantes que outros. Estas festas porém já estão arquivadas nos meus melhores momentos destes últimos anos.

Abraços,

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