O violonista Marcos Pereira entrou em seguida e tocou sozinho por uns dez minutos, tempo suficiente para dar uma acalmada no público. A magnífica Leny Andrade entrou triunfal no palco, sendo aplaudida por longos minutos. Com total domínio de palco e com sua voz inigualável, Leny emocionou o público presente com uma interpretação magistral de “As Rosas Não Falam”. Após tecer diversos elogios a Cartola, o homenageado da noite, Leny apresentou o clarinetista Paulo Moura, que entrou acompanhado de Marco Susano no pandeiro. Os quatro interpretaram então várias canções de Cartola e de sambas-exaltação da Mangueira. “A Mangueira chegou ô ôô...” foi a deixa para as cortinas se abrirem apresentando a Velha Guarda da Verde Rosa, que mais uma vez fez a platéia ficar de pé.
Finalmente, às 21h 25min, o tão esperado encontro da Brass Band com a bateria da Mangueira aconteceu. Todos entraram no palco e tentaram fazer um número juntos. Não funcionou muito bem. Os gringos estavam meio perdidos e não sabiam muito bem o que fazer, até porque a bateria abafava por completo os instrumentos de sopro da banda. O ótimo trompetista Kenneth Terry até tentou cantar alguma coisa, repetindo desengonçadamente o refrão “mulata ensaboa”. Não durou muito a confraternização e cinco minutos depois a New Birth Brass Band estava sozinha, e muito mais á vontade, no palco. Repetindo basicamente o repertório que apresentaram em Ipanema no último domingo, os caras mais uma vez contagiaram o público com uma vibrante empolgação, embalada pelos solos ininterruptos e intercalados do trompete, saxofone e trombone e principalmente pelos refrões simples e alegres das músicas, que faziam com que a platéia interagisse com a banda. Bastaram duas músicas para que todos ficassem de pé dançando entre as cadeiras. Aproveitei e dei uma olhada no teatro que percebi que estava bem cheio, quase lotado. Vi novamente o Thomas André, desta vez com um amplo sorriso e feliz da vida com a empolgação do público. As 22h os integrantes da banda desceram do palco e tocaram nos corredores do teatro, convidando a todos para tocarem do lado de fora. A fila logo se formou e começou o desfile rumo a Praça Tiradentes. No saguão do teatro, procurei pelo CD deles (D-Boy de 1997), mas não havia. Fui então para rua e vi que estavam no largo em frente ao Real Gabinete Português de Leitura. Lá, rodeados pelo público, imprensa e meninos de rua, fizeram um show á parte que durou uns dez minutos, terminando é claro, com a clássica “When The Saints Go Marching In”. O público adorou.
No final ainda consegui falar algumas palavras com o trombonista Glenn Andrews. Disse-lhe que tinha visto o desfile em Ipanema e falei do nosso blog, dando-lhe inclusive o cartão do CJUB. Falei também com o trompetista Kenneth Terry, mas este estava mais interessado numa loira que pedia seu autógrafo em sua camiseta suada. Ao emprestar minha caneta, vi que era uma das francesas que estavam ao meu lado no teatro.
Foi uma noite bem eclética e animada, o encontro do jazz da Brass Band com o samba da Mangueira não funcionou como o esperado, mas separadamente os shows foram interessantes e agradaram ao público que, sem dúvida, saiu muito satisfeito.
O festival continua até sábado no Bar do Tom e no domingo no Hotel Sofitel.
Marcelink
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