Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

ALFIE, DE SONNY ROLLINS

29 agosto 2003

A relação jazz & cinema tornou-se definitiva em 1966. Dois diretores conceituados, o italiano Michelangelo Antonioni e o inglês Lewis Gilbert, chamaram na época jazzistas de ponta para compor as trilhas. Ambos filmados na Inglaterra, “Blow-Up” e “Alfie” receberam temas de Herbie Hancock (1940, Chicago) e Sonny Rollins (1930, New York), respectivamente. Coincidência ou não, o primeiro ganhou a Palma de Ouro em Cannes (67) e o segundo, o Prêmio Especial do Júri, também em Cannes (66). Hoje, sem vínculo com o filme, o trabalho de Rollins, relançado em CD pela Impulse, permanece como um dos mais criativos e inspirados momentos de sua enigmática carreira.
“Alfie” é um album indispensável. Apesar do compromisso formal com o filme, Rollins aproveita a pequena banda (ten-piece band) e os arranjos sempre oportunos do saudoso Oliver Nelson para improvisar livremente sobre temas essencialmente jazzísticos. A base, composta por um quarteto entrosado, teve o estupendo pianista Roger Kellaway, o contrabaixista Walter Booker, o guitarrista Kenny Burrell e a bateria sempre contagiante de Frankie Dunlop (vide Monk). Todos participam em igualdade de importância. A faixa de abertura, “Alfie’s Theme”, com quase 10 minutos, valeria sozinha o disco. Há quem diga que o CD é uma aula de jazz sob todos os aspectos, desde o sentido de improvisação à concepção de arranjos para uma pequena banda. Não há exagero nessa avaliação.
Já em 66, muitos diretores chamavam compositores pop de sucesso para escrever uma única canção, com letra, e marcar o filme – expediente até hoje utilizado. Quase sempre o tema era apresentado no final, misturado aos créditos. No caso de “Alfie”, Burt Bacharach e Hal David foram os escolhidos. Acabaram compondo uma de suas mais inspiradas músicas, talvez em respeito pela presença do grande saxofonista na trilha original. Os menos avisados ligam essa canção ao filme, como se o trabalho inteiro fosse do Bacharach. Os mais jazzófilos sabem que “Alfie” é de Sonny Rollins.
PS. De pato prá ganso, há rumores de que nossa queridíssima Diana Krall teria aceitado um convite para participar no Rio dos primeiros capítulos da nova novela do Gilberto Braga (Globo). Será que não sobraria tempo para uma canja básica?

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