Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

D. FERREIRA, CJUB-CHIVAS JAZZ LOUNGE, 25/6/2003, EPITÁCIO, 2º set @@@@; "3º set" @@@@½

02 julho 2003

Discípulo confesso de Mingus, Dôdo voltou para o 2º set com "Dizzy Moods", variação do legendário baixista sobre "Woody 'N You", de Birks, alternando ternário e quaternário desde a exposição do tema, e fazendo a temperatura subir até o crescendo arrebatador, no final.

A clássica "Moon Indigo" teve preservado o andamento do famoso registro de 1957 (Ellington, "Indigos", Columbia, CK-44444), o líder tomando o arco para a introdução do tema e retornando ao pizzicato vigoroso que novamente remeteu ao som impressive de Ray Brown, num chorus inspirado e inspirador de mais um elegante solo de Garcia.

A sessão evoluiu com outras duas composições de Dôdo, "O Berna e a Bela", com elementos "bossa", "Mon Rêve Blues", este com participação especial do baterista João Cortez, verdadeiro Shelly Manne brasileiro, tal a maestria com que domina os pratos, como que, entretanto, genialmente abandonados - à exceção do contratempo, com o pé - no afro-samba "Consolação" (B. Powell). Ali, a marcação "de pandeiro", usando quase que só a caixa, era a de Edison Machado, o inventor da bateria no samba. Cortez é um mestre indisputável do instrumento, hoje à altura, entre nós, somente de Duduka da Fonseca, Robertinho Silva e Márcio Bahia.

Brilhou, então, o verniz religioso do traditional "Danny Boy", no primeiro momento realmente introspectivo da noite.

Três originais, "Um Blues para o Seu Izeu", também com roupagem mingusiana, "Incrível Hulk", em memória de um jovem aluno e amigo (a quem rendeu a platéia silêncio quase absoluto), e "Dinamite Blues", originalíssima "brincadeira", cada instrumento começando num ritmo diferente, precederam o final apoteótico, com a indefectível - nos shows de Dôdo - e febril "Better Git it in Your Soul", que contou com a subida ao palco do gaitista Flávio Guimarães, dividindo os solos com todos os demais.

Outras "feras", como Franklin da Flauta e Sheila Zaguri, aderiram ao longo "bis", premiando a entusiasmada platéia com a pop-soul-r&b "A Pequena Letícia Quebrou o Rádio" (D. Ferreira), "How High the Moon", "Só por Amor", "Blue Monk" e "All the Things You Are".

Mas para quem costuma levar ao pé da letra a expressão "JAM", "Jazz After Midnight", a madrugada ainda reservaria um bissexto "3º set", em que os pianistas Marco Tommaso, Sheila Zaguri e Hamleto Stamato alternaram-se em formações a quatro, cinco e seis mãos, selando a noite com leituras especialíssimas dos clássicos de Miles Davis "All Blues" e "So What".

Tão especiais, vale dizer, quanto a arte de Dôdo Ferreira, dignamente coroada no 2º CJUB-Chivas Jazz Lounge.

Bene-X

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