Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

DÔDO FERREIRA E MARCO TOMASO - UM APERITIVO

28 maio 2003

No último sábado, dia 24, estive, a convite do nosso mestre Raffaelli, na Igreja Presbiteriana de Botafogo, da qual ele faz parte, para participar do Encontro das Artes promovido pela comunidade local. Fui com a Suzana, minha mulher, que gosta muito deste tipo de evento. Lá chegando encontrei, ainda na calçada, com o mestre e o baixista Dôdo Ferreira, próxima atração do Chivas Jazz Lounge. Conversamos um pouco e depois nos dirigimos ao salão de festas da igreja. Fomos muito bem recebidos, principalmente quando souberam que éramos convidados do Raffaelli. Nos deram a melhor mesa e ficamos aguardando o evento começar. Crianças tocando violino, coral da Igreja, jovens cantando Djavan, canto lírico, poesias... Várias apresentações, curtas, mas muito bem realizadas se sucediam e encantavam a platéia. No final um membro da Igreja chama o Raffaelli para apresentar a próxima atração, antes porém, diz à todos que nosso confrade é uma das maiores autoridades sobre jazz em nosso país. Raffaelli então apresenta o Dôdo e o Marco Tomaso, que se parece com tudo menos com um pianista, e diz que eles estão ali de graça, apenas pela vontade de tocar uma boa música em companhia do amigo. Eles tomam seus lugares e o Dôdo, com sua simpatia peculiar, diz à platéia que selecionaram um repertório de "spirituals" para ficar mais no clima da festa. Didaticamente ele explica que esses hinos religiosos foram decisivos para a formação do jazz. Dôdo e Tomaso começam a tocar de uma forma vibrante e que emociona logo de inicio a platéia. Dôdo solta sua voz de barítono e começa a entoar os cântigos e a platéia respondeu fazendo um coro muito bonito. Tomaso simplesmente arrasa no piano, numa técnica ímpar difícil de se encontrar por aí. Seu jeito meio calado, as vezes até tímido, esconde um verdadeiro mestre. Dôdo ja havia conquistado a platéia, principalmente as velhinhas, com suas histórias sobre as músicas apresentadas, sua simpatia e seu inegável talento. Com o arco deu ao ambiente uma atmosfera de pura emoção onde presenciamos olhos marejados por toda parte. Deram um bis e depois do lanche servido voltaram para um novo set de meia hora, onde senhoras do coral e canto lírico juntamente com jovens que antes cantavam música pop, juntaram-se ao duo e promoveram o ápice do evento, onde todos participavam, inclusive a platéia. Me senti nas igrejas protestantes americanas com suas músicas características e pelo clima total de cordialidade, felicidade e fraternidade. Dôdo terminou o show com um "spiritual fake" de Oscar Peterson completamente tomado pelo suor e Tomaso com um largo sorriso no rosto. Todos vieram cumprimentá-los, principalmente as velhinhas. Foi uma tarde magnífica e surpreendente. Os dois são excepcionais músicos e Dôdo um verdadeiro showman. Tocaram um repertório que não estão acostumados e deram um verdadeiro show. Imagino o que nos aguarda no mês que vem, quando em quarteto, eles se apresentarão pra valer! Agradeço ao mestre Raffaelli por ter nos dado a oportunidade de compartilhar este momento tão emocionante.
Ah! Está tudo gravado em DV...

Abraços,

Marcelink

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