Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

4 - THE BLUES WALK (Chris Woods)

12 março 2003

Quando era criança uma de minhas brincadeiras favoritas era me imaginar como um super-herói. Podia voar, ficar invisível e dos meus punhos cerrados saíam raios azuis. Depois, lá pelos doze anos, comecei a sonhar em ser jogador de futebol e é claro que ser o Zico era o sonho de qualquer garoto da minha idade no início dos anos 80, mas como minha técnica futebolística nunca foi lá grandes coisas me contentava em ser o Raul, nosso grande goleiro. Fiquei um pouco mais velho e quando entrei para o segundo grau o meu sonho era ser um político revolucionário que conseguisse levar o país à uma posição de liderança mundial.
Bem, o tempo foi passando, os anos foram se sucedendo e os sonhos foram deixados de lado. Casamento, filhos, responsabilidades... Não havia mais espaço para fantasias, sonhos ou devaneios.
Um dia comprei o CD "Clifford Brown and Max Roach"
e coloquei na minha loja para ouvir. Quando tocou "The Blues Walk" fiquei estático. Já conhecia a música com o Dexter, mas dessa vez era diferente. O vigor e a energia de Brown, a bateria hipnotizante de Roach, os solos de Harold Land, e o "diálogo" do trompete de Brown com o sax de Land me fizeram ouvir seguidamente, para espanto de alguns clientes presentes, por quase quarenta minutos esta faixa. Lá pela quarta ou quinta audição eu já não era apenas um ouvinte, eu era um músico, ora com um sax, ora com um trompete. Estava eu em meus sonhos, com um terno bem cortado, num pequeno clube onde as pessoas envoltas em fumaças nos ouviam atentamente.
Muitos anos depois conseguia sonhar novamente.

Abraços,

Marcelink

The Blues Walk (Chris Woods) - Clifford Brown And Max Roach - Verve - 1955

Nenhum comentário: