Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

Duas Delícias

18 setembro 2002

Duas aquisições recentes se tornaram como que bálsamos musicais para mim, em vista de seus climas elegantes e apaziguadores, para audição em qualquer horário, sem contra-indicações. Ambas trazem os líderes nos sopros e coadjuvantes de um excepcional quilate. Ambas são recheadas de temas mais tranqüilos, sem muitas pirotecnias por conta acredito, do clima geral à época das gravações, 1958 e 60. Falo, respectivamente do "In Orbit", de Clark Terry (Riverside) e do encontro de J.J.Johnson com Kai Winding, em relançamento de 1997 (Impulse).

O disco de Terry apresenta-o debutando no flugelhorn, trazendo como sideman de luxo nada menos que Thelonious Monk, em sua única presença como acompanhante sob esse selo. Foi essa também a única vez em que Monk gravou junto com o grande baterista Philly Joe Jones. E no baixo, o ótimo Sam Jones completa o time. É um disco que se apropria de nossos ouvidos e almas a ponto de, quando menos se espera, sairmos assobiando um dos temas com entusiasmo, mesmo que das 10 faixas, nenhuma seja amplamente conhecida senão pelos terryófilos de primeira hora, sendo 6 temas de Terry, 1 de Monk e os outros 3 de autores diversos, o que torna ainda mais notável a capacidade de Terry em transformá-los nesses hits mentais. Sob minha ótica, um belo @@@@.

O outro CD, onde se dá o encontro de dois ases do trombone, Johnson e Winding com o auxílio luxuoso de Bill Evans e as alternadas participações do extraordinário Paul Chambers e de Tommy Williams no contrabaixo e de Roy Haynes e Arthur Taylor na bateria, permanece na memória de qualquer aficcionado por bom jazz como uma experiência alegre e sensual, fruto da execução melíflua dos dois líderes que ora se complementam, ora se contrapõem numa sinergia que impregna o resto do grupo. A faixa de abertura This Could Be the Start of Something New é exemplar para o entendimento do que se pretendeu ali. A atuação de Bill costura, como aliás por todo o restante do disco, os curtos mas envolventes solos dos líderes (a faixa mais longa, Trixie, tem 5:06, apenas). Georgia on My Mind, faixa seguinte, reafirma o clima de sensualidade, a meu ver característica marcante da sonoridade do trombone slide.
Como o disco de Terry, é algo para se ouvir a qualquer hora, o ano todo. A record for all seasons. Pela raridade, pela sonoridade e pela reunião de estrelas, um ótimo @@@@.


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