TRABALHO DE PESQUISA DE NOSSO EDITOR NELSON REIS
1 – FASES DO INSTRUMENTISTA E
PREDILEÇÕES
Assim como a escultura e a
pintura, a música – mesmo dentro de um estilo ou modalidade – sofre mutações de
épocas e, portanto, na maneira de tocar um instrumento. Existe uma certa
imutabilidade quanto a obras clássicas, que não sofre transformação na
composição. Todavia, podendo ocorrer nas suas interpretações.
Se nos propusermos a analisar
“fases instrumentais”,ou mesmo “fases de um músico” ou “as fases de seu
estilo”, certamente que não podemos traçar comparativos, perguntando:
- “Quem foi ou é mais
conceituado, ou melhor, neste ou naquele instrumento ou, neste ou naquele estilo
de jazz ?”
Certamente que a resposta poderá
ser equívoca, pelo fato de que a música, como a arte em geral, afeta a
sensibilidade do ser humano de forma individual. Mesmo ocorrendo a existência
de “ícones” como: Bix, Parker, Gillespie e outros, ou nos clássicos eruditos
como Bach, Mozart ou Beethoven. Tudo é uma questão de predileção.
Em assim sendo, não há como
argüir se “Big Sid” Cattled foi ou não melhor que Joe Jones ou se Max Roach
melhor ou não que Kenny Clark. Estes comparativos simplesmente inexistem e
“caem por terra” por força dos fatores de: empatia, sensibilidade do ouvinte, o
momento do instrumentista, identificação, época, etc....
Tal fato pode ocorrer até de uma
forma individualizada, com um único músico. Um exemplo disso, é o do célebre
trompetista Miles Davis. A despeito do fato da sua genialidade, teve ele uma
“fase bop” (com Charlie Parker) uma “fase cool” (Quarteto, Quinteto e com Gil
Evans) e depois a chamada “fase eletrônica”. Há jazzófilos que só o aceitam na
sua “fase cool”, por acharem “uma réplica de Gillespie” na “fase bop” e,
ser “meramente inaudível “ na “fase eletrônica”.
2- A “ARTIMANHA” DAS GRAVAÇÕES
Foi-se o tempo em que um
baterista, como o finado Ohana (Tamba Trio), que“entrava em estúdio” numa 5ª
feira as 14:00 hs e “ficava internado no estúdio” até o domingo seguinte, só saindo
às duas da manhã. Atualmente, a tecnologia permite gravar o interprete vocal
num dia, daqui a uma semana as cordas e, depois, a mais quinze dias “a
cozinha”(piano, baixo e bateria). Graças a uma mesa de gravação de mais de 60
canais e “uma ilha de edição”, o estúdio “fabrica qualquer coisa”.
De certa feita, presenciamos a um
fato interessante ocorrido com um grande instrumentista de sopro. Acompanhava
ele, com certa habitualidade, a uma famosa intérprete e, ouvindo pela primeira
vez um CD de uma sua gravação conjunta, depois que já ocorrera o recém-lançamento
com disco e já à venda nas lojas (o disco lançado estava sendo ouvido por ele,
pela primeira vez). E, a certa altura,
numa determinada faixa, disse ele:
- “Atentem, que vai ser agora a
parte do meu solo e, que me lembro,
“ficou legal”. Aí ocorre a “surpresa”:
-
“Hi !!!!, cortaram o meu solo!”. Disse ele, e
prossegue:
-
“Eu, somente agora, estou sabendo e ouvindo. Porque não
pude acompanhar o lançamento quando foi feito na ocasião, no estúdio”
Eis uma das razões pelo qual encontramos, muitas vezes em
um CD de jazz, com gravações de um mesmo tema com “Takes 1, 2, 3, 4” numa mesma
seção de tomada de estúdio. Às vezes, esses “takes” extra-originais poderão vir
a sair em uma edição muito tempo após o artista/músico já haver falecido.
3 comentários:
Estimado Nelson deletei o comentário expúrio do português, sobre a política luso-espanhola(que idéia maluca do cara!!!). Tomei a liberdade de também exluir sua resposta, boa por sinal, mas que ficaria "solta" aqui e ninguém entenderia nada.ok?
Abração
Estimado NELSON:
Prossegue a série, agora com boas ilustrações humoradas das situações de estúdio.
Já foi para o arquivo e aguardamos a "XII".
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