Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

COLUNA DO LOC

30 maio 2011

JB, Caderno B, 29 de maio
por Luiz Orlando Carneiro

Um mestre discreto canta heróis esquecidos

Só agora tive a oportunidade de ouvir o primeiro volume de Unsung heroes, o álbum digital de Brian Lynch, lançado pelo seu “selo” Hollistic MusicWorks, no fim do ano passado. O notável trompetista de 54 anos – que já merece também o título dessa coleção de tributos a sete pistonistas que elegeu como mestres – é mais conhecido por suas viagens ao território do Latin jazz, sobretudo em razão do Grammy da categoria, conquistado, em 2007, com o CD Simpático: The Brian Lynch/Eddie Palmieri project (Artistsha - re). Em 2000, ele gravara, em quarteto, um belo Tribute to the trumpet masters (Sharp Nine), dedicado a Kenny Dorham, Lee Morgan, Thad Jones, Woody Shaw, Freddie Hubbard, Blue Mitchell, Booker Little, Charles Tolliver e Tom Harrell.
O volume 1 da nova produção de Lynch não tem nada a ver com os ritmos caribenhos, embora as congas apareçam discretamente em duas das nove faixas. E é ele mesmo quem destaca, com simplicidade, o caráter mainstream do projeto: “Os múltiplos temas desta coleção de jazz despretensioso, straight ahead e – espero – aceitável são artistas sem os quais a tradição do trompete no jazz teria sido muito empobrecida, embora a impressão que se tenha é a de que eles voaram fora do alcance do radar de muitos jazzófilos.
Além disso, são instrumentistas e compositores que tocaram minha alma, e me influenciaram nas duas disciplinas”. Esses jazzmen são: os saudosos Tommy Turrentine (1928-97), Joe Gordon (1928-63) e Idrees Sulieman (1923-2002); os veteranos Charles Tolliver, 69anos, e Charles Sullivan (também conhecido como Kamau Adilifu), 67; Louis Smith, que se aposentou aos 74 anos, em 2005, vítima de um derrame; o carioca-novaiorquino Claudio Roditi que comemora hoje 65 anos, cada vez mais admirado pelos jazzófilos e pela crítica especializada. Brian Lynch lidera, em cinco faixas, um sexteto integrado por músicos à altura de sua maestria: Vincent Herring (sax alto) e Rob Schneiderman (piano), que dispensam adjetivos; os new stars Da - vid Wong (baixo), Alex Hoffman (sax tenor) e Pete Van Nostrand (bateria).
O conguero Johnny Rivero atua em duas peças assinadas pelo líder, Further arrivals (9m50), dedicada a Sullivan, e Roditi samba (7m). Esta última, tocada no flugelhorn, é uma cartas@jb.com.br envolvente homenagem a Claudio que, segundo Lynch, o encorajou, arranjou seus primeiros gigs em Nova York e “enriqueceu meu conhecimento do instrumento, com o seu inestimável entendimento da mecânica dos pistões”. Os outros três temas desenvolvidos em sexteto – na linha dos lendários álbuns de hard bop do selo Blue Note – são Terra Firma Irma (8m10), de Joe Gordon, de um LP de 1961 da Contemporary; “Saturday afternoon at four” (8m), de Idrees Sulieman, que foi sideman de Thelonious Monk em 1947 (Cf. Genius of modern music, Vol.1, Blue Note); Wetu (7m15), de Louis Smith (Cf. Reedições dos LPs Blue lights, Blue Note, 1958, com Kenny Burrell, Junior Cook, Tina Brooks, Art Blakey & Cia., capa desenhada por Andy Warhol). As faixas restantes são duas em quinteto e duas em quarteto. Lynch e a seção rítmica interpretam Unsung blues (7m10), de sua autoria, e I could never forget you (7m30), de Turrentine. O quinteto tem o sax tenor de Hoffman em Big Red (5m35), também de Turretine, e o sax alto de Herring em Household of Daud (7m30), de Tolliver.

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