Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

COLUNA DO LOC

14 junho 2010

Caderno B, JB, 13 de junho
por Luiz Orlando Carneiro

No início de 2007 o pianista Keith Jarrett foi convidado a atuar, como entrevistado, num documentário sobre o contrabaixista Charlie Haden intitulado Rambling boy. Os dois grandes músicos aproveitaram a oportunidade para tocar um pouco juntos, relembrando os tempos (década de 70) em que o primeiro era patrão do segundo naquele memorável American Quartet, também integrado por Dewey Redman (sax tenor) e Paul Motion (bateria). Jarrett gostou tanto do reencontro que propôs a Haden que ele fosse à sua casa para a gravação de um álbum, em duo, o que ocorreu durante quatro dias em março daquele ano.
O CD, intitulado Jasmine – só agora lançado pela ECM, por ocasião dos 65 aniversário de Jarrett – é assim apresentado pelo pianista, no livreto da edição :
“Esta gravação foi feita no meu pequeno estúdio. É, portanto, direta e sem retoques. Preferi usar o Steinway americano que, embora não esteja em condições ideais, é o instrumento com o qual tenho uma estranha conexão, e que melhor se adapta a esse tipo de musica informal, com um leve toque de funkiness. Com uma escolha tão boa de temas, era difícil que não houvesse um engajamento imediato.”
Os oito temas do disco, desenvolvidos em pouco mais de uma hora, são standards bem conhecidos, como o supremo Body & Soul, For all we know, Goodbye, Where can I go without you? (Peggy Lee/Victor Young), One Day I’ll fly away (Joe sample, que Nicole Kidman cantou no musical Moulin Rouge) e Don’t ever leave me (Jerome Kern).
“São grandes canções de amor interpretadas por músicos que tentam, acima de tudo, manter intacta a sua mensagem” - explica Jarrett, descartando qualquer expectativa de improvisações “abertas”, de textura harmônica complexa que caracterizam as “performances” do trio Standards (Gary Peacock, baixo; Jack DeJohnette, bateria), quase sempre registradas ao vivo.
Jasmine é o primeiro CD gravado em estúdio pelo pianista nos últimos 12 anos. Seu mais recente álbum (duplo) com seus deslumbrantes e virtuosísticos solo concerts (Testament, ECM) contém duas horas e 40 minutos dos recitais de novembro de 2008, em Paris (Salle Pleyel) e em Londres (Royal Festival Hall). Jasmine, muito pelo contrário, não tem nada de concertístico. São meditações musicais a partir de temática acessível, expressas nas teclas do piano e nas cordas do contrabaixo por dois magníficos jazzmen que nada mais precisam provar. A não ser que também são eloqüentes na arte do less is more.
A sublime faixa da coleção, For all we know (9m48), dá o tom contemplativo dominante. No moon at all (4m40), em tempo médio, tem uma delicada trama em contraponto. Body & Soul (11m10), também em moderatto cantábile, é o apogeu de Jasmine.

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