Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

POSSIBILIDADES

25 março 2007


Venho percebendo uma estranha e perigosa depressão eufórica dos que comandam a nossa informação, seja ela via jornal, rádio, TV, etc. Um ufanismo do nada. Não é por acaso que o nosso presidente destinou mais 100 milhões não programados para os tais jogos pan-americanos, um torneio de terceiro nível, sem a mínima expressão técnica. O dinheiro foi arrancado de projetos de saneamento, saúde e educação. Sim, há chances de sermos os campeões em medalhas. Os efeitos “eleitoreiros” trariam o retorno. A informação musical também segue essa linha. Ninguém abre a boca diante da mediocridade em vigor. Somos os melhores. Até no jazz.
Aqui mesmo no blog leio coisas como “Kurt Elling é um enganador”. Ou que tal instrumentista é mediano. Os criticados jamais são brasileiros - eles nunca saberão que estão sendo malhados por jazzófilos tupiniquins. O samba é nosso. O jazz, não. Que eu saiba, nunca vi aqui (nem acolá) algum tipo de comentário mais áspero sobre qualquer atuação de um jazzista brasileiro. Todos são craques absolutos.
Esse post foi motivado por um DVD que acabei de ver: “Possibilities” (bastidores), Herbie Hancock. Só não se emociona quem não nasceu para ouvir música. O CD, de mesmo título, foi massacrado por vários cejubianos. Era evidente que seria. Afinal, entre os participantes estão John Mayer, Christina Aguilera, Carlos Santana, Trey Anastasio, Paul Simon, Sting, Annie Lennox, Raul Midon e outros “pop stars”. Nada mais repelente para um jazzista de raiz. O DVD mostra com riqueza de detalhes, musicais principalmente, a intenção do trabalho. Hancock até comenta:”Se eu quisesse agradar meu fãs, faria outro álbum de jazz tradicional”. O DVD é uma aula de jazz, sob uma concepção livre, criativa, em cima do que a música pop consciente faz hoje. Jazz não é só passado. E nem deve ser. Muitas possibilidades surgirão para explorá-lo de forma honesta. No final, Hancock confessa:”Estou cansado dos idiotas”. Eu me achei um deles, envergonhado.
PS. Paul Simon disse durante as gravações:"Herbie avisou que não iria fazer um álbum de jazz. Ele vai fazer sim, mas sem os mesmos e velhos clichês".

Nenhum comentário: