Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

HISTÓRIAS DO JAZZ, 11: "NASCE UM MC"

14 outubro 2006

Essa aconteceu no longínquo ano de 1960 e para minha surpresa apresentava os primeiros sintomas de uma rivalidade boba e inconsequente. Sabendo das dificuldades que o Jazz sempre encontrou nos veículos de comunicação, principalmente rádio, jamais alimentei qualquer desejo de rivalizar com quem quer que seja, muito pelo contrário. A tal ponto que em dezembro de 1959, quando "O Assunto é Jazz" completava seu primeiro aniversário, reuni em um coquetel comemorativo, nos estúdios da Rádio Difusora Fluminense, todos os disc-jockeys que tinham programas em outras emissoras. Lá estavam Paulo Santos (Rádio MEC), Estevam Herman (Rádio Globo), Rocha
Mello (Rádio Eldorado), Leonardo Lenine de Aquino (Rádio Roquete Pinto) e Flávio de Macedo Soares (Rádio Rio de Janeiro).
Foi um programa sensacional em que todos os colegas participaram, quebrando de certa forma um rígido preceito que ainda hoje parece que existe,de não oferecer o microfone a colegas de outras emissoras.

Nosso programa caminhava para o segundo ano de existência e começava a reunir ouvintes interessados que muitas vezes compareciam para assistir à audição. Houve uma espécie de propaganda "boca a boca" e a correspondência começou a crescer. Um relativo sucesso, tendo em vista o pouco alcance da emissora. Muitos anos depois, vim a saber pelo radialista Jerônimo Chagas que, nos dias de programa, um grupo de amigos, moradores dos subúrbios do Rio de Janeiro, vinham em seus carros até o Sacopã, onde a rádio entrava "estourando", só para ouvir "O Assunto é Jazz".

Por isso, estranhei quando alguns amigos me informaram que haveria uma "Jam Session" no Clube Central, em um domingo à tarde, às 15:30 hrs, trazendo entre outros convidados o trio de acompanhamento da cantora Lena Horne, então cumprindo temporada no Copacabana Palace (28, 29 e 30 de Junho). Estranhei porque a promoção era do "Diretório Acadêmico Otávio Catanhede" da Escola Fluminense de Engenharia e do programa "Vesperal do Jazz" (apresentado na Rádio Rio de Janeiro por Robert Celerier)que não me procuraram sequer para divulgar o evento e consequentemente não fui convidado.

Amigos meus (Carlos Tibau e Luiz Fernando de Pinho), ao saberem que eu não iria, logo trataram de arranjar um convite e depois de muito insistirem acabei concordando e fomos incorporados para o Clube Central.

Confesso que dos integrantes do trio de Lena Horne eu só conhecia o baterista Frankie Dunlop pelo seu trabalho com Thelonius Monk. O pianista Benny Aronov e o baixista Stuart Wheeler ainda não tinham seus nomes constando da "Encyclopedia of Jazz" de Leonard Feather, que era a minha principal fonte de consulta.

A "Jam" começou com um ligeiro atraso, logo compensado pela generosidade do trio na interpretação de uma dúzia de temas, bem desenvolvidos e mostrando um perfeito entrosamento entre seus integrantes. Lembro-me da interpretação de "Well You Needn't", onde Dunlop mostrou serviço. Termina o set e é anunciado um pequeno intervalo.

Aí aconteceu o que eu não esperava. Timidamente Robert Celerier e Sérgio Mendes (sempre ele) vieram até mim e explicaram que iriam levar os músicos de Lena Horne para o Copacabana Palace e não tinham quem apresentasse a segunda parte da "Jam Session". Minha primeira resposta foi mais ou menos assim: "E o que é que eu tenho com isso? Estou aqui porque amigos me deram um convite, a organização do evento sequer cogitou de me comunicar sua realização e agora vocês pedem minha colaboraçao?"

Celerier, diplomático como sempre, pediu desculpas pela omissão e insistiu para que eu aceitasse o encargo, afinal de contas "Tudo pelo Jazz!".

Meio constrangido, fui para o palco onde fui apresentado oficialmente por Celerier e foi esse o meu batismo como MC.

Para quem quiser anotar, relaciono os musicos que me lembro terem participado da "Jam Session" :

Benny Aronov, Stuart Wheeler, Frankie Dunlop, Maurício Einhorn, Luiz Carlos Vinhas, Bebeto, Sérgio Mendes, Bill Horne, Oswaldo Oliveira Castro, Genaro, Domingos Sodré e alguns outros.
Local do evento - Clube Central de Niterói
Data - 29 de Junho de 1960

Por enquanto é só. Depois tem mais!

llulla

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