Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

SAI A ESCALAÇÃO DO FESTIVAL DE OURO PRETO

23 março 2006

Mestre Luiz Orlando, sempre antenado e informado, dá hoje em sua coluna no JB a escalação do Festival "Tudo É Jazz", que, no mês de setembro vindouro, na cidade mineira de Ouro Preto, completará sua 5a. edição. As palavras do Mestre, com destaques nossos:

"No festival de Ouro Preto

O Festival Tudo é Jazz, em Ouro Preto, consolidou o seu prestígio em termos de qualidade e audácia ano passado, ao apresentar conjuntos e músicos consagrados lá fora ou jovens jazzmen de crescente reputação internacional, todos praticamente desconhecidos no Brasil. Graças à visão e ao gosto apurado da curadora do festival, Maria Alice Martins, jazzófilos de todo o país passaram um fim de semana memorável na cidade-jóia do barroco, e lá "descobriram" grupos extraordinários, como o duo dos garotos Taylor Eigsti (piano) e Julian Lage (guitarra); o eletrizante e semi-elétrico trio que atende pelo nome de Jacob Fred Jazz Odissey; o trio do pianista sueco Esbjörn Svensson (o EST), cada vez mais out em matéria de concepção.

O Festival de Ouro Preto vai celebrar o quinto aniversário nos dias 21, 22 e 23 de setembro, e os organizadores querem manter o alto nível do encontro musical. Os convidados já confirmados, como não podia deixar de ser, refletem a própria denominação do festival. Na verdade, nem tudo será jazz em Ouro Preto, pelo menos para os cultores desse tipo de expressão musical, que preferem considerar beneath - e não beyond - a fusão da linguagem forjada por gênios como Armstrong, Ellington e Charlie Parker com certos dialetos rítmico-sonoros da música pop planetária.

O jazz propriamente dito (straightahead, de vanguarda ou com temperos populares latinos) estará muito bem representado por seis conjuntos de primeira categoria:
- o quarteto do saxofonista alto italiano Francesco Cafiso, um prodígio de 17 anos;
- o Bandwagon do sensacional pianista Jason Moran;
The Coffee Achievers, um quarteto em grande parte plugado, liderado pelo violinista Zach Brock;
- o trio do emergente pianista Aaron Goldberg;
- o Tangaria Quartet do imbatível acordeonista Richard Galliano, com a participação do brasileiro Hamilton de Holanda, virtuose do bandolim;
- o Trio da Paz, formado por Romero Lubambo (guitarra), Nilson Matta (baixo) e Duduka da Fonseca, notáveis músicos brasileiros há muito radicados em Nova York.

O toque retrô do festival ficará por conta da Preservation Hall Jazz Band, de Nova Orleans, que vai tocar ao ar livre, em plena Praça Tiradentes.

O sax de Francesco Cafiso e o grupo de Jason Moran são as principais atrações do Festival Tudo é Jazz. Muitos italianos falam do garoto como uma "reencarnação de Charlie Parker". De fato, Cafiso é fenomenal em matéria de técnica e inventividade. Aos 15 anos, quando gravou o CD duplo Concerto for Michael Petrucciani (Philology 719), já demonstrava ser capaz de "desencadear um fluxo contínuo de idéias bem além de exibições prodigiosas de técnica, a revelar percepção e maturidade" (John Kreicbergs, Down Beat, março de 2005). Ele tem a articulação de um Phil Woods e a sonoridade pura do Art Pepper da década de 50. E foi o primeiro jazzman europeu convidado por Wynton Marsalis para se apresentar no Dizzy's Club, no "santuário" do Lincoln Center.

Jason Moran causou grande impacto no Chivas Jazz Festival de 2003. Vem ao Brasil novamente com os fiéis Nasheet Watts (bateria) e Tarus Mateen (bateria), mais o guitarrista Marvin Sewell. Ou seja, à frente do quarteto que gravou, em 2004, o CD Same mother (Blue Note 71780) - um álbum vanguardista que revisita as raízes bem bluesy do jazz."

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