Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

1. Sole Mio, Aldo Romano Quartet, Canzoni - solista Paolo Fresu

30 janeiro 2003

Não raro as melhores músicas de nossas vidas estão associadas a eventos muito prazerosos, onde companhia, ambiente, comida e o estado alterado e descontraído a que chegamos após os alguns drinks, contribuem decisivamente. Foi numa noite de verão que, acompanhado da Sílvia e do Enrico, estava eu na Locanda della Mimosa, a caminho de Itaipava, no Estado do Rio, avançando em uma incomensurável "polenta ai funghi" que só o Danio Braga executa com tanta maestria, quando meu velho e treinado ouvido captou ao fundo, quase imperceptível no meio das conversas de um salão cheio, um solo de trompete sobre um tema vagamente familiar mas indecifrável nas circunstâncias. Pedi silêncio à mesa, como maneira de eliminar por alguns segundos os sons mais próximos, para tentar captar melhor a música. Ante o olhar pasmo de minha mulher e meu filho que me olhavam como a um alienígena, fui concatenando as notas e aos poucos o mosaico foi tomando forma. Era sem dúvida o Sole Mio, clássico da música italiana de Capurro e De Capua (não, não é uma dupla caipira bolonhesa) mas interpretado de forma moderna, jazzificada, por um magistral solista, que imprimia um ritmo elegantíssimo a essa composição costumeiramente interpretada com tons de ópera.
Levantei-me da mesa e parti para o balcão onde imaginei estar o caixa e o equipamento de som, onde deparei-me com uma moça que gentilmente localizou e me mostrou a capa do CD. Aldo Romano Quartet, Canzoni. Confirmei: faixa 6 no equipamento, e na contracapa estava: Sole Mio. Anotei tudo num papel e voltei à mesa.
Para encurtar um história longa, foram dois anos procurando na internet e em lojas de jazz por um pistonista chamado Aldo Romano, sem sucesso. Pudera, Romano era o baterista e líder do conjunto. Quando finalmente achei o CD na Amazon e o recebi, lá constava, como pistonista, Paolo Fresu, esse grande mago italiano do sopro, discípulo do Enrico Rava.
Há no disco outras belas músicas, em sua maioria standards italianos, em interpretações jazzísticas. Mas como esse Sole Mio, não há nada parecido. É, sem duvida, uma das minhas 10 mais queridas.

Ficha técnica: Aldo Romano Quartet - Canzoni -1997. Paolo Fresu, tp; Franco d'Andrea, p; Furio di Castri, b; Aldo Romano, dr. Enja 9102

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