Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

26 março 2017


Série   “PIANISTAS  DE  JAZZ
Algumas Poucas Linhas Sobre o Piano e os Pianistas
32ª Parte
(32)   MARY LOU WILLIAMS    “Instituição” Indispensável, Eclética, Seminal

No JAZZ, mundo em que via-de-regra os instrumentistas-homens comandam o sucesso e as notícias, poucas instrumentistas mulheres de trajetórias brilhantes puderam demonstrar seu talento, suas categoria e criatividade. Entre essas e com absoluto destaque impera a pianista, compositora e arranjadora MARY LOU WILLIAMS, conhecida como “The First Lady Of Jazz” e com certeza a mais importante, elogiada e respeitada por músicos do nível de Duke Ellington, Thelonius Monk, Benny Goodman, Dizzy Gillespie, Charlie Parker, Tadd Dameron e Bud Powell, somente como exemplos de admiração e de respeito e entre tantos e tantos outros músicos.
Ressalte-se que a grande maioria das mulheres que marcaram seu trabalho no JAZZ foram “cantoras” (Billie Holiday, Sarah Vaughan, Ella Fitzgerald, Carmen McRae, Dinah Washington, Bessie Smith e as demais “Smith’s”, como exemplos), com exceção de algumas “instrumentistas”.
MARY LOU WILLIAMS foi autora de centenas de temas de JAZZ e sacros, entre os quais citamos “Camel Hop” e “Roll’Em” tornadas sucessos por Benny Goodman, “Trumpets no End” – derivada de “Blue Skies” - e gravada por Duke Ellington, “Froffy Bottom”, “Little Joe From Chicago”, “Zodiac Suite” lançada em première no Carnegie Hall em 1945 com a Philarmonica de New York, “In the Land of Oo-Bla-Dee” gravada por Dizzy Gillespie e “Pretty Eye Baby”, como exemplos marcantes, sempre afirmando pautar sua vida e sua carreira pelos amores a Deus e ao JAZZ, do qual “vivenciou” todos os estilos e sempre um pouco adiante deles, com incrível capacidade de adaptação, sem copias. 
MARY nasceu em Atlanta, no dia 08 de maio de 1910 com o nome de Mary Elfrieda Scruggs - Atlanta é a capital do estado sulino da Geórgia (banhado a oeste pelo Atlântico e que abriga 172 cidades, situando-se horizontalmente entre os estados de Alabama e South Carolina, tendo ao norte os de Tennessee e North Carolina e ao sul o da Flórida ). 
Desde cedo revelou-se criança prodígio em Pittsburgh, onde viveu a partir dos 04 anos de idade e por algum tempo, onde estudou e aprendeu a tocar piano.
Iniciou suas apresentações em público muito jovem, com 06 anos, como “Little Piano Girl”, adotando o nome de “M.L.Burleigh” (teve outros nomes, entre os quais “Mary Lou Winn”, “Mary Lou Burley”), transitando por espetáculos musicais desde os 10 anos.
Entre suas amizades, pessoais e musicais em Pittsburgh, destaque para o grande Earl Hines, 05 anos mais velho, assim como Ma Raney que sempre comparecia às suas apresentações e, ainda, a pianista Lovie Austin.
À época proliferavam os espetáculos de “vaudeville”, revistas e encenações teatrais que incluíam músicos, bailarinos, cantores, atores e cômicos, dai ser bastante natural que MARY integrasse um dos grupos participantes, “The Hottentots”, em que substitiu o pianista até então titular.
Em 1924 e aos 14 anos (sic) MARY apresentou-se no “Orpheum Circuit”.
Deixou os estudos e conseguiu entrar para o grupo “Buzzin’ Harris And Arletta”, onde conheceu o saxofonista alto e barítono John Williams, com quem MARY relacionou-se e veio a casar-se “mais tarde” (1927), divorciando-se dele anos depois. 
Em 1925 MARY participou até as 03 horas da madrugada de uma “jam” no “Harlem’s Rhythm Club” com os então famosos “McKinney’s Cotton Pickers”, ocasião em que Louis Armstrong ouviu-a com admiração. 
Ainda em 1925 chegou a tocar com o grupo “Washingtonians” de Duke Ellington. 
MARY uniu-se a John Williams e ambos passaram a fazer parte do grupo de vaudeville “Seymour And Jeannette James” (a formação musical do grupo chegou a gravar 08 faixas em Chicago para o selo “Paramount / Gennett”).   Seymour faleceu, após o que o casal deslocou-se para apresentação em Cleveland, onde o então marido liderou o grupo “The Syncopators”, de lá rumando para Memphis, no Tennessee, onde Williams montou nova banda, desta vez com MARY ao piano. O casal passou a integrar a banda de Terrence Holder em 1929, banda que passou à direção de Andy Kirk, dai MARY engrenar sua carreira profissional como pianista, compositora e arranjadora dos famosos “12 Clouds Of Joy” de Kirk = estávamos na transição dos anos 1920 para os de 1930, com nossa pianista tocando “blues” e “boogie woogie”, então estilos muito populares. 
Para Andy Kirk MARY criou "Walkin' And Swingin'", "Twinklin'", "Cloudy'" e "Little Joe From Chicago", entre outros temas. 
Nesse ano de 1929 MARY gravou seu primeiro tema, “Mess-a-stomp” e, em 1930 e em Chicago, gravou os solos "Drag 'Em" e "Night Life". 
Por sugestão de Jack Kapp do selo “Brunswick” MARY adotou o nome comercial de “Mary Lou”. 
Desde cedo MARY citava como sua grande influência Lovie Austin (Cora Calhoun, 19/setembro/1887 em Chattanooga/Tennessee a 10/julho/1972 em Chicago/Illinois, pianista e líder de orquestra), mas são muito evidentes as influências de James P. Johnson e de “Fats” Waller, cujas gravações MARY ouviu à saciedade. 
Embora ainda sem prender-se a um estilo em particular, ela marcou significativamente sua carreira no JAZZ, alcançando um status bem acima das demais instrumentistas que atuaram na música dos músicos. 
Sobre seu estilo, ela declarou: “Na verdade, eu mudei de estilo experimentando vários caminhos até encontrar o que buscava”.
MARY produziu composições para Louis Armstrong, Jimmie Lunceford, Earl Hines, Tommy Dorsey, Benny Goodman e outros. Foi de 1937 seu tema “Camel Hop” para Goodman (sucesso no programa patrocinado pelo cigarro “Camel”), podendo afirmar-se que sua produção de compositora foi bastante prolífica gerando as obras primas “Roll’Em” que, gravada pelo mesmo Benny Goodman, contribuiu para tornar-se uma espécie de hino oficial do estilo “swing”, alcançando enorme sucesso; outro tema seu muito popular entre os dançarinos dos "ballrooms" foi o já citado “Walkin’ And Swingin’”, cuja introdução foi aproveitada por Thelonious Monk em sua conhecida “Rhythm-a-Ning”. 
Deixando a orquestra de Andy Kirk nos anos 1940 e já com mais de 30 anos MARY foi para New York, onde a música fervilhava e as orquestras de JAZZ proliferavam. 
Segundo o depoimento de MARY para o livro de Dizzy Gillespie “To Be Or Not To Bop” (Dizzy Gillespie e Wilmot Alfred Fraser, versão de 2009 da Global Rhythm, 541 páginas), quando ela chegou a New York em 1941 atuou no “Kelly Stables”, morou no “Dewey Square Hotel” e ia sempre ao “Minton’s”, onde conheceu Dizzy Gillespie; este sabia que ela tinha dificuldade em encontrar trabalho e porisso repassava-lhe algumas apresentações, mesmo sem aval do Sindicato; em um deles, na Rua 149, teve que substituir Gillespie em um baile, atuando ao lado de Illinois Jacquet, Oscar Pettiford e Kenny Clarke. 
Nesse ano em que MARY desligou-se do grupo de Andy Kirk, ela divorciou-se de John Williams, teve passagem por New York (onde foi “apadrinhada” por Dizzy Gillespie como já citado anterior-mente) e retornou a Pittsburgh, formou um sexteto liderado pelo trumpetista Harold “Shorty” Baker e que incluiu Art Blakey à bateria; após apresentações em Cleveland, Baker desfez o sexteto e uniu-se à banda de Duke Ellington.
Logo após e em New York MARY também filiou-se ao grupo do “Duke” e participou de temporada em Baltimore, ocasião em que casou-se pela segunda vez, então com “Shorty” Baker.       O casal passou a integrar a banda de Duke Ellington, para a qual MARY escreveu diversos arranjos, entre eles e em 1946 uma adaptação do tema “Blues Skies”, tornada famosa como “Trumpet No End”.
Mais adiante na “Big Apple” ela liderou seu próprio conjunto que tocou muito tempo no conhecido clube “Café Society”, contribuindo para ela ser conhecida no meio musical, a tal ponto que seu nto de encontro dos músicos de JAZZ, alguns deles reconhecendo seu real talento e passando a tocar suas composições. 
Simultaneamente MARY comandou programa radiofônico semanal na “WNEW” (“Mary Lou Williams's Piano Workshop”). 
MARY a essa altura trabalhava cada vez mais com brilho próprio, chegando a apresentar antes de 1946 (1945) sua “Zodiac Suite” no “Town Hall” com orquestra sinfônica.
Montou orquestra exclusivamente de “mulheres-músicas”, voltou a compor para Benny Goodman, apresentou-se na Califórnia, em 1949 e em New York tocou no “Village Vanguard” e passou a “terçar armas” com os então “jovens” músicos do “bebop”, entre os quais Thelonius Monk, Bud Powell, Dizzy Gillespie e Tadd Dameron - para eles e ainda em 1949 escreveu o arranjo do clássico “In The Land Of Oo-Bla Dee”.
Seu vasto talento de compositora e arranjadora firmava-se sempre mais a cada dia e alguns críticos exaltavam suas qualidades, mas, ao mesmo tempo, ela foi invejada por alguns músicos. Talvez porisso MARY tenha aceitado oferta e realizado temporada europeia de 1952 a 1954, mas na segunda metade dos anos 50 ela retirou-se da música. 
Em 1955 ela passou a frequentar a “Abyssinian Baptist Church” após ouvir pregações nas ruas do Harlem, mas logo aderiu à igreja católica romana passando a frequentar a “Our Lady Of Lourdes”, também no Harlem e na “142nd Street”. Dois padres indicados por Dizzy Gillespie foram muito influentes nessa conversão: Reverendo John Crowley e Frei Anthony S. Woods que a batizou em 07/maio/1957. 
Convertida à religião católica a ela dedicou-se a partir de 1956, assim como a obras de caridade; durante três anos apegou-se com afinco à religião católica e converteu para a mesma vários músicos que passaram a freqüentar sua igreja. 
Em 1957 Dizzy Gillespie convenceu-a a tocar com sua orquestra no “Newport Jazz Festival”. 
Em 1958 MARY estava presente na famosa foto que gerou o documentário “A Great Day In Harlem”, ao lado da grande Marian McPartland. 
MARY criou seu próprio selo discográfico, fundou o “Pittsburgh Jazz Festival” e foi destaque em diversos programas de televisão
MARY foi autora de muita música de inspiração religiosa, com destaque para a bela “Black Christ Of The Andes” de 1963, mais 03 missas, sendo que a terceira “Mary Lou’s Mass” de 1970 gerou coreografia de Alvin Ailey.
Em 1960 o Padre Jesuita Peter O’Brien e já seu amigo, tornou-se seu empresário; como até 1969 MARY dividia seu tempo entre a música e a igreja, O’Brien convenceu-a a retornar aos clubes de JAZZ (“Embers”, “Hickory House”, “Cookery”) e a apresentar-se em diversos festivais, mas sempre compondo música religiosa, incluindo a peça “Missa”, que ela tocou na famosa “Saint Patrick Catedral” de New York, em 1975.
No final dos anos 1960 e durante os de 1970 MARY também foi arranjadora para as bandas de Duke Ellington, Woody Herman, Benny Goodman e Count Basie e, com frequência, atuou ao lado de seus “velhos camaradas” Ben Webster e John Lewis.
Anteriormente e em 1971 ela havia retornado com sucesso ao “Monterey Jazz Festival”. 
Em 1977 ela apresentou-se em duo de piano com Cecil Taylor e em 1978 ela passou a lecionar JAZZ (“História do Jazz”) ao lado do Padre O’Brien e a ser “artista-residente” na “Duke University” da Carolina do Norte, onde formou um conjunto com 18 estudantes. 
Em 1978 MARY apresentou-se na “Casa Branca”, sendo fotografada ao lado do então Presidente Jimmy Carter, mesmo ano em que participou do quadragésimo aniversário do concerto de 1938 de Benny Goodman no “Carnegie Hall”.
Sua gravação final foi “Solo Recital” registrada no “Montreux Jazz Festival” de 1978, em que ela desfilou “spirituals”, “ragtime”, “blues” e “swing”, cm releituras de clássicos, temas seus e de outros: "Tea for Two", "Honeysuckle Rose", "Little Joe From Chicago", "What's Your Story Morning Glory", "Medley: The Lord Is Heavy e Old Fashion Blues”, "Over the Rainbow", "Offertory Meditation", "Concerto Alone at Montreux" e "The Man I Love".
MARY LOU WILLIAMS marcou presença no II Festival de Jazz de São Paulo (1980), vindo acompanhada pelo Padre Jesuita Peter O’Brien, seu amigo e empresário.    Embora na ocasião estivesse em condição precária de saúde, foi de distinção e simpatia ímpares com os espectadores e a imprensa. 
Faleceu vítima de câncer em 28/maio/1981, na cidade de Durham, estado da Carolina do Norte. 
MARY foi pianista brilhante, perfeita no estilo “stride”, evoluiu permanentemente acompanhando as sucessivas escolas e estéticas do JAZZ, arranjadora “top” e, mesmo com os avanços de estilos a cada década, seu pianismo vinculou-se às origens do “blues”. Como professora teve alunos do nível de Horace Parlan, Hilton Ruiz e Herbie Nichols ! ! ! 
Recebeu e ainda recebe diversas importantes honrarias, a saber e como destaques entre tantas outras:
- Membro do “Guggenheim Fellowships”, 1972 e 1977 
- Indicada em 1971 para o "Grammy Awards", melhor album de JAZZ, “Giants” (com Dizzy Gillespie e Bobby Hackett) 
- Grau Honorário em 1973 pela "Fordham University", New York 
- Fundação em 1980 da "Mary Lou Williams Foundation"  
- Homenageada com o “Duke’s Trinity Award” em 1981 pela “Duke University
- Criação(1983) pela “Duke University” do "Mary Lou Williams Center Forw Black Culture
- Realização anual em Washington desde 1996 do “Mary Lou Williams Women” dentro do "Jazz Festival"  no "The Kennedy Center"  
- O “Institute Of Jazz Studies” da “Rutgers University” (Newark) preserva desde 2000 acervo com o trabalho de MARY 
A seguir sugerimos uma pequena “DISCOGRAFIA” (dentro da imensa quantidade com alta qualidade que MARIAN nos legou).
1.  THE CHRONOLOGICAL MARY LOU WILLIAMS, 1927-1940 (Classics 630, 1992)
2.  THE HISTORY OF JAZZ: KANSAS CITY AND THE SOUTH WEST (Disky, 1994), MARY em solos e acompanhando os “Andy Kirk's Twelve Clouds”, 1929- 1930-1936-1940
3. KANSAS CITY HOT JAZZ (ABC, 1990). MARY com “Andy Kirk and His Twelve Clouds of Joy”, George E. Lee and His Orchestra, “Bennie Moten's Kansas City Orchestra” e “Walter Page's Blue Devils”, 1930
4. MARY'S IDEA (GRP Records, 1993), reprensagem das gravações para o selo Decca dos “Andy Kirk and Twelve Clouds of Joy”, março/1936 e janeiro/1941
5. HANDFUL OF KEYS (Living Era, CD, 1990), MARY LOU WILLIAMS em março/1936 e setembro/1938 mostrando (“interpretando”) diversos pianistas = Earl Hines, Duke Ellington, Teddy Wilson, Meade Lux Lewis, Albert Ammons, Count Basie, Fats Waller, Joe Sullivan, Art Tatum, Billy Kyle e Jess Stacy
6. THE CHRONOLOGICAL MARY LOU WILLIAMS, 1944-1945 (Classics, 1998)
7. MARY LOU WILLIAMS e orquestra com os “Signs Of The Zodiac”, 1944/1955 
8. THE ZODIAC SUITE (Jazz Classics, 1996), “The Complete Town Hall Concert” de 31 de dezembro de 1945, com MARY LOU WILLIAMS, sua “big band” e orquestra sinfônica
9. AMERICAN IN PARIS: MARY LOU WILLIAMS AND GERRY WIGGINS "ON VOGUE" (Vogue, 1992), MARY acompanhada por Don Byas em Paris, 1953
10. MARY LOU WILLIAMS PRESENTS BLACK CHRIST OF THE ANDES (Mary Records, 1963), gravação dedicada a St. Martin de Porres por ocasião de sua canonização, 1963
11. FREE SPIRITS (SteepleChase, 1987), 1975, faixas com MARY e o baterista Mickey Roker
12. MARY LOU WILIAMS LIVE AT THE COOKERY (Chiaroscuro, CD, 1990), 1975, com o contrabaixista Brian Torff
13. BENNY GOODMAN 40th ANNIVERSARY CONCERT (London), LP duplo reeditado em CD duplo, com o 40º aniversário do concerto de 1938 no Carnegie Hall, 1978
O “CD” MARY LOU’S IDEA (CD MJCD 1141 anexo à revista italiana “MUSICA JAZZ” de junho de 2001) é gravação de alta qualidade que nos presenteia com 23 faixas a cargo de MARY LOU WILLIAMS (solos, big bands, combos), das quais 17 da autoria dessa soberba pianista; todas as faixas estão perfeitamente identificadas com local de cada gravação, integrantes, datas etc. Anexado à revista e além do CD temos um encarte sobre MARY, com excelente histórico de sua carreira e obra, tendo como comentário o fato de que MARY LOU WILLIAMS foi “grande pianista e compositrice, alto esempio dell’apporto femminile al JAZZ, há lasciato un’impronta indelebile seguendo con genialitá l’intero corso storico dal ragtime al bebop”.
Dentro da coleção espanhola “Maestros Del Jazz & Blues” destaque para MARY no fascículo “34” (1995, 10 páginas, excelente histórico), que veio acompanhado de “CD” com 12 faixas (06 das quais da autoria de MARY) em 44 minutos para o trio com a pianista, baixo de Wendell Marsh e bateria de Osie Johnson - uma aula de piano ! ! ! 
MARY LOU WILLIAMS também está devidamente focada no estojo “The History Piano Jazz, 1906-1952” (Le Chant Du Monde, 2003, 10 CD’s), com 03 faixas: “Night Life” (CD 3, solo, autoria de MARY, 1930), “Margie” (CD 5, solo, autoria de Irving Berlin, 1939) e “All God’s Chillun’ Got Rhythm” (CD 7, dos autores Kahn / Kaper / Jurmann, com MARY em trio, 1946).
Sylvio Lago em seu excelente livro “Arte do Piano – Compositores e Intérpretes” (2007, 751 páginas, Algol Editora, 1ª edição), reserva generoso espaço e comentários (seus e de outros  Autores) para MARY LOU WILLLIAMS, principalmente nas páginas 603/604 e dentro do capítulo “As Grandes Damas do Jazz”. 
Retornaremos nos próximos dias

Um comentário:

MARIO JORGE JACQUES disse...

Mary Lou uma personalidade extraordinária para o jazz. òtima resenha.