Série “PIANISTAS DE JAZZ”
Algumas Poucas Linhas Sobre o Piano e os Pianistas
26ª Parte
(26)
KENNY
BARRON Premiado como poucos (Resenha curta, revisão)
Kenneth
Barron, KENNY BARRON, pianista e
compositor norte-americano, nasceu no dia 09 de junho de 1943 na Filadélfia,
estado da Pensilvânia (estado do Leste norte-americano e cuja capital é
Harrisburgh, contando com 342 cidades,
sendo as mais conhecidas Newport. Pittsburgh, Carlisle, Gettysburgh, Hermitage
e Indiana, cidade homônima do estado de Indiana, localizado mais a Oeste da
Pensilvânia e entre Ohio e Illinois).
BARRON
é irmão mais novo do saxofonista tenor e soprano, compositor e professor de
música Bill Barron (27 de março de 1927
a 21 de setembro de 1989) e iniciou suas lições de piano aos 12 anos com o
irmão do grande pianista Ray Bryant (Raphael Hommer Bryant, também da
Filadélfia e nascido em 24 de dezembro de 1931)
Com
mais 02 anos de lições, muita prática e contando 14 anos em 1957, BARRON experimenta sua primeira
participação profissional na banda de Mel Melvin, por indicação do irmão que já
tocava no grupo de Melvin.
Seguidamente
atuou nas formações de Philly Joe Jones e de Yusef Lateef, para depois mudar-se
para New York com o irmão, ambos trabalhando juntos com Ted Curson (nascido em 03
de junho de 1935, trumpete, flugelhorn e composição), da terra natal de ambos,
mais novo que Jimmy Barron e mais velho que KENNY BARRON.
Logo
após BARRON colabora com James
Moody, com Lee Morgan e com Lou Donaldson - estamos em 1961, BARRON havia
completado nada mais que 18 anos e já podíamos considerá-lo um “veterano”, em
função daqueles com quem havia tocado.
Em
1962 BARRON toca com Roy Haynes
para, por recomendação de James Moody, substituir Lalo Schiffrin no quinteto de
Dizzy Gillespie; nesse grupo a exposição de BARRON para o público e a crítica é bem
mais evidente, carreando-lhe prestígio.
KENNY BARRON
participou do documentário “Dizzy Gillespie” (U.S.A., 1965, 22 minutos,
dirigido por Les Blank), em que Gillespie fala sobre sua trajetória e
apresenta-se em quinteto com James Moody / sax.tenor, KENNY BARRON / piano, Chris White / baixo e Rudy Collins /
bateria; a apresentação ocorreu em
Hermosa Beach, paraíso dos “Lighthouse”
Ainda
assim e em 1966 BARRON deixa
Gillespie para tocar seguidamente com Freddie Hubbard, Jimmy Owens e Stanley
Turrentine.
Nessas
décadas (1960 / 1970), ainda que com marcadas e seletivas diferenças estilísticas, é que BARRON vai despontar ao lado de uma
geração de diversos outros pianistas: Randy Weston, Joanne Bracken, Jaki Byard,
Monty Alexander, Roger Kellaway e Dollar Brand.
Em
março de 1970 BARRON passa a fazer
parte do quarteto de Yusef Lateef, para depois atuar com Milt Jackson, com
Jimmy Heath e, no período de 1974 a 1975, com Stan Getz.
Em
1972 BARRON, então com apenas 29
anos, já dava aulas de piano no “Jazzmobile Workshop” e, desde 1973, ministrava
aulas práticas e de teoria musical na “Rutgers University”, magistério que se
prolongou por 25 anos !
Também
ministrou aulas e palestras no “Juilliard School Of Music” (alguns de seus mais
destacados alunos foram Aaron Parks, Earl MacDonald, Harry Pickens e Noah
Baerman).
Em
1975 o baixista Ron Carter criou um quarteto com BARRON, outro contrabaixista, Buster Williams, e o baterista Ben Riley (BARRON
integrou a banda de Buddy Rich em curta permanência no início de 1976, mas a
união com Ron Carter foi bastante duradoura, até 1980).
Nesse intervalo ele graduou-se em 1978 como “Bacharel
em Artes” pelo “Metropolitan Center” de New York.
Nos anos 1980 BARRON
gravou em duo com o grande Tommy Flanagan (Together”)
Em
1981 BARRON foi co-fundador ao lado
de Charlie Rouse do grupo “Sphere”, destinado a difundir e a perpetuar a obra
do grande Thelonius “Sphere” Monk; o
grupo permaneceu o mesmo e íntegro até sua dissolução.
Também
foi integrante do então denominado “Classical Jazz Quartet”.
Ainda
assim e em 1984 BARRON trabalhou com
e vibrafonista Bobby Hutcherson, além de acompanhar a muitos outros músicos,
tal como Stan Getz na temporada européia do verão de 1987. Também com Stan Getz BARRON gravou inúmeros álbuns no período de 1987 até 1991, voltados
para a “bossa nova”, podendo citar-se como mais destacados “The Lost Sessions”
e “Serenity” (gravado ao vivo em 06 de julho de 1987 no “Café Montmartre” em
Copenhaguem para o selo “EmArcy”, em que ao lado de Rufus Reid e Victor Lewis
os dois desfilam magníficas pérolas como “On Green Dolphin Street” e “I Remember You”,
além de mais 03 faixas).
A
discografia de KENNY BARRON é mais
que alentada, contando com mais de 70 gravações tanto como acompanhante (de 1961 e
até 1987) e, ainda e a partir de 1973, como líder.
O
estilo e a trajetória de BARRON
mantém, com as devidas proporções, certo paralelismo com as de Hank Jones e de
Tommy Flanagan, já que acompanhou a dezenas de músicos, foi capaz de adaptar-se
aos diferentes contextos com eficiência e eficácia, sem jamais
“personalizar-se” ante esses músicos acompanhados.
Basta
que o ouçamos acompanhar Freddie Hubbard “a la Herbie Hancock”, assim como
apoiar o mesmo Hubbard e a Joe Henderson “a la McCoy Tyner” ou, ainda, a Ray
Anderson “a la Oscar Peterson” e, principalmente, mostrar-se “monkiano” ao lado
de Charlie Rouse / sax.tenor, Buster Williams / contrabaixo e Ben Riley /
bateria no clássico de Thelonius Monk “Trinkle Tinkle” gravado em Perugia /
Itália em 14 de julho e 1986, quando desfila ao longo de 11’16” toda a sintaxe
de Monk. Com tudo isso é bem capaz de
mostrar-nos sua “descendência” de Dizzy Gillespie enquanto “bopper”.
A
partir do início da década de 1980 BARRON,
em certa medida, converteu-se para a crítica e o público em depositário da já
atingida “tradição” do piano-jazz moderno, na “mainstream” do JAZZ, dedicando-se de maneira clara à
sonoridade, ao desenvolvimento harmônico refinado com exploração de aspectos
rítmicos pouco visitados por seus pares, mas sem jamais desprender-se do mais
acentuado “swing”.
As
premiações recebidas por KENNY BARRON
ao longo de sua trajetória são testemunho evidente do reconhecimento do
público, da crítica e de organismos da mais alta importância, principalmente a
partir dos seus mais de 30 anos de carreira:
foi indicado em 09 ocasiões para o “Grammy Awards” na década de 1990,
foi indicado para o “American Jazz Hall Of Fame”, tornou-se em 1999 o vencedor
da enquete entre os críticos promovida pela revista”Down Beat” na categoria de
“melhor pianista” (47º “Annual Critics Poll”), foi considerado o melhor pianista
no “Jazz Awards” nesse mesmo ano (votado por centenas de críticos e jornalistas de JAZZ, músicos e figuras da indústria do
JAZZ), foi nomeado “Fellow” para a
“American Academy Of Arts And Sciences”, para citar alguns exemplos.
Entre
as principais gravações de KENNY BARRON
como líder, além das já citadas anteriormente e restringido-nos a umas poucas (já que sua discografia é extensa),
indicamos:
- “Sunset To Dawn”,
selo “Muse Records”, 1973
- “Innoncence”, selo “Wolf”, 1978
- “Green Chimneys”, selo
“Criss Cross’, 1983
- “Scratch”, selo “Enja”,
1985
- “Live At Fat Tuesdays”,
selo “Enja”, 1988
- “Rhythm-a-ning”, selo
“Candid”, 1989
- “The Only One”, selo
“Reservoir”, 1990
- “Other Places”, selo “Verve /
Gitanes”, 1993 (nessa gravação temos BARRON ao lado de Ralph Moore/saxes alto e soprano, Bobby Hutcherson/vibrafone, Rufus
Reid/biaxo, Victor Lewis/bateria e Mino Cunelu/percussão em 09 temas, dos quais
06 da autoria de BARRON)
- “Canta Brazil”, selo “Sunnysville”,
2002
- “Minor Blues”, selo “Venus Jazz”,
2009.
A
participação de BARRON como
“sideman” é gigantesca, destacando-se as gravações com Ron Carter, Charles
Davis, Booker Ervin, Ella Fitzgerald, Stan Getz, Joe Henderson, Ron Holloway, Bobby Hutcherson, Freddie hubbard, Marvin
Peterson e Tyrone Washington, entre outros.
BARRON
visitou o Rio de Janeiro apresentando-se
nos dias 13 e 14/dezembro/2002 na casa “Mistura Fina”, muitíssimo bem
acompanhado por músicos nossos: Mauro
Senise (sax.alto), Romero Lubambo (guitarra), Nilson Matta (contrabaixo) e
Duduka Fonseca (bateria).
Aos
68 anos em 2011 KENNY BARRON seguiu
seu percurso na “estrada” (07/julho em
trio na “Wesleyan University” em Middletown / Conecticut, 11/julho em
piano-solo na “The Schooner Room” do “Halifax Jazz Festival” no Canadá, 16/julho
em trio no “Chateau De Beaupre” em Beaupre / França, 20/julho na “92nt St Y” em
New York etc etc), além de ter comprometido alentado “cardápio” de apresentações
até maio de 2012, esta última no “Topeka Ramada Hotel” em Topeka.
Ano
após ano a sucessão de atividades de BARRON
tem sido intensa, tendo sido programado
aos 72 anos para 23/outubro/2015, em trio, no “McCarter Theater” de
Princeton/New Jersey, no dia seguinte e também em trio no “Stewart Theater” da
North Carolina State University e em 06/novembro para se apresentar no
“Seminário Anual de JAZZ (o 45º) da University Of Pittsburgh: ufa.............
BARRON recebeu
a “MAC Lifetime Achievement Award” em 2005, o Doutorado Honorário da “Berklee
College Of Musica” em 2011 e da “Sunny Empire State” em 2013, além do “Legacy
Award” da “Mid-Atlantic Arts Foundation”, passando a integrar o “American Jazz
Hall Of Fame”.. A Associação de
Jornalistas de Jazz dos USA nomeou-o o “Melhor Pianista” em 06 ocasiões.
Para
aqueles que quiserem apreciar a arte de
BARRON, seu site oficial (“kenny barron.com”) disponibiliza 03 vídeos, um
deles com entrevista do pianista.
Vida
longa e muito JAZZ é o que lhe
desejamos.
Prosseguiremos
nos próximos dias
Um comentário:
Pedro
Obrigado pelo post.
Forte abraço.
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