Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

MORREU RUDY VAN GELDER

30 agosto 2016

Este artigo de Peter Keepnews foi publicado originalmente no New York Times em 25/8 p.p. e traduzido e adaptado para este blog.



Rudy Van Gelder foi um engenheiro de áudio cujo trabalho com Miles Davis e John Coltrane, além de inúmeros outros músicos, ajudou a definir o som do jazz em gravações, morreu na última quinta feira em sua casa (onde ficava também seu estúdio) em Englewood Cliffs, em Nova Jérsei, aos 91 anos de idade. Sua morte foi confirmada por sua assistente, Maureen Sickler.

Van Gelder, como sofria para explicar aos entrevistadores, era um engenheiro e não um produtor. Ele não estava encarregado das sessões que gravava; ele não contratava músicos ou desempenhava nenhum papel na escolha de repertórios. Mas era sua a última palavra no som dos discos e ele era, na visão de inumeráveis produtores, músicos e ouvintes, melhor nesse quesito do que qualquer outro.

Os vários álbuns que gravou para a Blue Note, para a Prestige, para a Impulse e outros selos nos anos '50 e '60 incluíram reconhecidos clássicos como “A Love Supreme”, de Coltrane, o “Walkin’” de Miles Davis, o “Maiden Voyage” de Herbie Hancock, o “Saxophone Colossus”, de Sonny Rollins e o “Song for My Father”, de Horace Silver.

Nos anos '70 trabalhou primordialmente para a CTI Records, o selo comercialmente mais bem sucedido do período, onde sua “discografia” incluiu álbuns estourados como o “What a Diff’rence a Day Makes” de Esther Phillips e “Mister Magic” de Grover Washington Jr.. “Acho que estou associado a mais gravações, tecnicamente falando, do que qualquer outra pessoa na história da indústria do disco”, disse Van Gelder ao The New York Times em 1988.

Van Gelder sempre relutou em revelar detalhes específicos sobre suas técnicas de gravação. Mas sempre teve claro seu objetivo: ele queria que os equipamentos eletrônicos pudessem captar perfeita e acuradamente o espírito humano, como disse a Marc Myers, do site JazzWax em 2012, e fazer com que os discos que gravava soassem “os mais calorosos e realistas possível”.

Dan Skea, do diário Current Musicology, observou em 2001 que, “enquanto gravações jazzísticas pareciam soar ao ouvinte como se vindo de alguma distância, Van Gelder descobriu maneiras de aproximá-los, capturando a música de perto, e assim trazer mais claramente as características jazzísticas e seu sentido de imediatismo”.

O próprio Rudy Van Gelder dizia: “Quando as pessoas falam dos meus discos, sempre dizem que a música tem ‘espaço’. Eu tentei reproduzir esse sentido de espaço na imagem geral do som”. E acrescentava: “Eu usei microfones específicos colocados em locais que permitiam aos músicos soarem como se estivessem tocando em distintos lugares da sala, o que de fato eles faziam. Isso criou essa sensação de dimensão e profundidade”.

Ele também se orgulhava de estar sempre no ápice da tecnologia de gravação. Ele foi um dos primeiros engenheiros nos EUA a usar microfones sofisticadíssimos, feitos pela empresa alemã Neumann (porque, dizia, um Neumann “podia capturar sons que outros microfones não conseguiam”). Foi um dos primeiros a usar a gravação magnética em fita e depois as gravações digitais.

Rudy interessou-se pelo jazz muito jovem. Tocava trompete - segundo suas próprias palavras, mal – ao mesmo tempo em que desenvolvia uma paixão paralela por tecnologia sonora. Aos 12 anos comprou um aparelho de gravação doméstico que incluía um prato e discos. No colégio,  tornou-se um radioamador iniciante.

Mas originalmente não acreditava que poderia sobreviver como técnico em gravações e freqüentou o Pennsylvania College of Optometry, na Filadelfia. “Achei que como oculista poderia adquirir a disciplina mental que precisaria e um salário estável depois que me formasse”, lembrava ele. Por mais de uma década trabalhou como oculista de dia e um engenheiro de gravação nas horas livres.

Trabalhava originalmente num estúdio montado na sala de seus pais em Hackensack, Nova Jérsei. Não foi senão em 1959 — quando então já tinha gravado alguns dos mais celebrados discos de jazz da história – que ele pode tornar a gravação técnica sua ocupação em tempo integral, mudando sua base de operações para um estúdio doméstico porém elaborado, que ele próprio projetou em Englewood Cliffs.

Segundo ele, nunca ganhou dinheiro como oculista, mas gastou-o todo nos equipamentos de gravação que usava.  Em 1952, depois de estar gravando discos de artistas locais e cantores em 78 r.p.m. por muitos anos, ele atraiu a atenção de Alfred Lion, da Blue Note Records, o selo de jazz então líder. Lion passou a usá-lo regularmente, e outras gravadoras rapidamente seguiram pelo mesmo caminho.

Van Gelder ficou conhecido não apenas por seu talento e técnica como engenheiro de som, mas também por seu crtico nível de exigência, exemplificada por sua insistência em usar luvas enquanto trabalhava. Como explicou em 2012, “eu era o cara encarregado de tudo – arrumar as cadeiras, passar os fios, posicionar os microfones, operar o console” e aí eu não queria manipular meus equipamentos caros e sofisticados com as mãos sujas”.

Diferente de muitos engenheiros de áudio, Rúdy Van Gelder se envolvia em todos os aspectos da fabricação dos discos, da preparação até a masterização, fase final do processo no qual a música gravada em fita era transferida para os discos através da impressão nestes. “Eu sempre quis estar no controle de toda a cadeia de gravação”, dizia, para aduzir “E porque não? Tinha meu nome ali”.

Em 1999 ele iniciou a remasterização de várias de suas sessões da Blue Note para CDs; o resultado foi lançado com muita fanfarra como Edições Rudy Van Gelder. Depois faria o mesmo para as suas gravações para a Prestige e a CTI.

Ele foi nomeado na categoria Jazz Master do prêmio do National Endowment for the Arts (N.E.A.) em 2009 e recebeu o prêmio de “Reconhecimento pela Carreira” da Recording Academy em 2012 e da Audio Engineering Society em 2013.

Quando soube que seria homenageado pela N.E.A. numa cerimônia em Nova Iorque, Van Gelder deu uma declaração: “penso em todos os grandes músicos de jazz que eu gravei através dos anos e que sorte eu tive que os produtores com quem eu trabalhava tivessem essa fé em mim, a ponto de trazê-los para serem gravados por mim”.


E acrescentou: “E aí eu pensei, vou ter de comprar um terno!”

CRÉDITOS DO PODCAST # 324





LIDER
EXECUTANTES
TEMAS e AUTORES
GRAVAÇÕES
LOCAL / DATA
EARL HINES
Earl Hines (piano solo)
ROSETTA
(Earl Hines / Henri Woode)
Chicago, 21/outubro/1939
RAY CHARLES
Ray Charles (vcl,pi) acc by Wallace Davenport, Martin Banks, John Hunt (tp), Henderson Chambers, Leon Comegys, John Herbert (tb), Keg Johnson (b-tb), Bennie Crawford, Rudy Powell (sa), David "Fathead" Newman, Don Wilkerson (st), Leroy Cooper (sbar), Sonny Forriest (gt), Edgar Willis (bx) e Irv Cottler (bat) + 18 strings Marty Paich (arr,cond)
Los Angeles, 24/agosto/1960
HENRY "RED" ALLEN
Rex Stewart (cnt), Henry "Red" Allen (tp,vcl), Vic Dickenson (tb), Pee Wee Russell (cl), Coleman Hawkins (st), Nat Pierce (pi), Danny Barker (gt), Milt Hinton (bx) e Jo Jones (bat)
New York, 5/dezembro/1957
EDDIE HENDERSON
Eddie Henderson (tp), Joe Locke (vib), Kenny Barron (pi), Wayne Dockery (bx) e Billy Hart (bat)
BILAL
(Mohammed Bilal)
Copenhagen, Dinamarca, dezembro/1989
FRANK ROSOLINO
Frank Rosolino (tb), Richie Kamuca (st), Vince Guaraldi (pi), Monty Budwig (bx) e Stan Levey (bat)
CHERRY
 (Ray Gilbert / Don Redman)
Los Angeles, junho/1957
PETE CHRISTLIEB e WARNE MARCH
Pete Christlieb, Warne Marsh (st), Jim Hughart (bx) e Nick Ceroli (bat)
GET OUT !
(Pete Christlieb / Jim Hughart)          
Los Angeles, 15/setembro/1978
ORNETTE COLEMAN
Don Cherry (tp), Ornette Coleman (sa), Paul Bley (pi), Charlie Haden (bx) e Billy Higgins (bat)
RAMBLIN’
(Carla Bley
Hollywood, CA, 9/outubro/1959
BOB FLORENCE
George Graham, Charlie Davis, Warren Luening, Steve Huffsteter, Larry Ford (tp,flh), Chauncey Welsch, Rick Culver, Charlie Loper, Herbie Harper (tb), Don Waldrop (b-tb), Lanny Morgan, Kim Richmond (sa), Dick Mitchell, Bob Cooper (st), Bob Efford, John Lowe (sbar), Bob Florence (el-pi, arranjo), Tom Warrington (bx), Peter Donald (bat) e Alex Acuna (perc)
JUST FRIENDS
 (John Klenner / Sam M. Lewis) 
Hollywood, CA, 1988
GRANT GREEN
Joe Henderson (st), Bobby Hutcherson (vib), Duke Pearson (pi), Grant Green (gt), Bob Cranshaw (bx) e Al Harewood (bat)
DJANGO
 (John Lewis)
Englewood Cliffs, N.J., 4/novembro/1963
CHARLES MINGUS
Don Ellis (tp), Jimmy Knepper (tb), John Handy (sa), Booker Ervin (st), Sir Roland Hanna (pi), Charles Mingus (bx, ldr) e Dannie Richmond (bat)         
THINGS AIN'T WHAT THEY USED TO BE
(Mercer Ellington / Ted Persons)
New York, 13/novembro/1959
BOBBY SHEW
Bobby Shew (flh), Carl Fontana (tb), George Cables (pi), Bob Magnusson (bx) e Joe LaBarbera (bat
WHILE MY LADY SLEEPS 
(Gus Kahn / Bronislaw Kaper)
Los Angeles, 21/setembro/1995

P O D C A S T # 3 2 4

26 agosto 2016

EDDIE HENDERSON 
PETE CHRISTLIEB 
BOB FLORENCE



ORNETTE COLEMAN 





PARA BAIXAR O ÁUDIO CLICAR NO LINK ABAIXO:

ADEUS A TOOTS THIELEMANS

24 agosto 2016

O artista mais famoso da harmônica (gaita) no jazz, o belga Toots Thielemans, morreu durante o sono aos 94 de idade. Seu primeiro instrumento foi o acordeão, quando tinha 3 anos. Ao longo do tempo ele também aprendeu violão e gaita. No jazz foi destacado como o mais famoso executante das gaitas, mas também como guitarrista. Ele tinha uma enorme facilidade de fazer solos improvisados.
Thielemans descobriu o jazz durante a ocupação alemã de seu país. Muitos de seus amigos e parentes tinham discos de jazz que causaram um profundo fascínio. Ele ouviu Django Reinhardt e Stéphane Grappelli e começou a tocar jazz em sua harmônica com um desenvolvimento técnico e emocional raro.
Depois da guerra, ele tocou com músicos de seu país, mas no final dos anos 40 Benny Goodman pediu-lhe para se juntar a sua orquestra, depois de terem tocado juntos na Europa, dificuldades com o visto não foi autorizado a entrar os EUA até 1951. Acabou se naturalizando norte americano em 1958.
Um de seus primeiros atos naquele país foi estar com Charlie Parker e Miles Davis, e durante muito tempo tocou guitarra com quinteto George Shearing.
Em 1961, ele gravou sua famosa composição "Bluesette", que se tornou um padrão de jazz. Em seguida, ele trabalhou com Chet Baker, Bill Evans e outros grandes nomes do jazz sob a condução do empresário e promotor Norman Granz.
Ele também era um músico solo de vários filmes famosos, como Midnight Cowboy, The Getaway, Sugarland Express, Turks Fruit e Jean de Florette.
Thielemans gravou em concertos com muitos músicos tais como: Ella Fitzgerald, Quincy Jones, Natalie Cole, Diana Krall, Johnny Mathis, Pat Metheny, Paul Simon, Billy Joel, Elis Regina, Herbie Hancock, Jaco Pastorius, Joe Lovano e Oscar Peterson, entre outros.
Nos últimos anos de sua carreira regularmente tocou com Kenny Werner pianista. Em 2014 ele começou a cancelar concertos devido a problemas de saúde.
Como líder Thielemans gravou 26 álbuns e mais de  cinquenta em que participou como membro de vários conjuntos.

Em 2011 o Rei Albert II da Bélgica concedeu-lhe o título de Barão. Nesse mesmo ano foi nomeado Professor Honoris Causa em duas universidades belgas. Em 2008 ele foi premiado com o Mestre do Jazz prêmio NEA 2009. No ano seguinte, ele ganhou o Prêmio Amsterdam Concertgebouw Jazz na Holanda.



(traduzido e adaptado de Noticias de Jazz)

FILME "THE GIRLS IN THE BAND": DVD JÁ ESTÁ DISPONIVEL

23 agosto 2016



O aclamado documentário sobre a história da contribuição das mulheres para o jazz, THE GIRLS IN THE BAND, ainda é exibido nos cinemas norte-americanos, não em circuitos de distribuição comercial, e até agora apenas um número limitado de DVDs foram vendidos. Agora ele está disponível para o público em geral através da Internet.
O filme documenta a participação dos instrumentistas do sexo feminino (e vocalistas) no jazz dos anos 30 em diante, quando o meio jazzístico era dominado por músicos do sexo masculino e era abertamente hostil à participação das mulheres em bandas e orquestras, até quando, começaram a abrir as portas para os músicos de jazz mulheres.
O que é impressionante é a qualidade e o grande número de mulheres que contribuíram com a sua vocação artística para o desenvolvimento do jazz, que, no entanto, têm sido relegadas ao esquecimento depois de receber pouco ou nenhum crédito. Executavam todos os tipos de instrumentos,  eram pianistas, saxofonistas, clarinetistas, trompetistas, trombonistas, baixistas, guitarristas, bateristas, etc.
O filme é generoso com documentos gráficos da história do jazz, bem como uma riqueza de entrevistas com músicos de jazz mulheres, historiadores, escritores e críticos de jazz. Os narradores também são alternados e incluem músicos que tocavam nos anos 30 e 40, como Roz Cron saxofonista e a pianista Marian McPartland. Este filme trata o assunto com humor e algum sarcasmo, sem a qualquer momento perder a sua abordagem histórica.
O documentário THE GIRLS IN THE BAND, tem como diretora Judi Chaikin, estreou há três anos em Manhattan e já ganhou mais de uma dúzia de grandes prêmios: "Melhor Documentário" no Palm Spring International Film Festival; "Favorito do público" no Victoria Film Festival y Omaha Film Festival; "Melhor Documentário Musical" no Docutah Film Festival e "Melhor Documentário" no High Falls Film Festival e outros.

Abaixo há um link para ver o vídeo do trailer.


(adaptado de Noticias de Jazz)

HOJE É DIA DE JAZZ NEW ORLEANS

Queridos amigos.
Publico no meu canal do youtube (Carlos Tibau) mais um programa da série HOJE É DIA DE JAZZ. 
Desta vez para vocês ouvirem um pouco do Jazz que vem da velha New Orleans. Espero que gostem muito. Críticas e sugestões, por favor.
Forte abraço.

https://www.youtube.com/watch?v=3h3-W-J8opo&feature=youtu.be





CRÉDITOS DO PODCAST # 323

LIDER
EXECUTANTES
TEMAS / AUTORES
GRAVAÇÃO  LOCAL / DATA
PAQUITO D’ RIVERA
Paquito D’Rivera (sa, cl), Claudio Roditi (tp), Oscar Stagnaro (b-gt), Mark Walker (bat), Pernell Saturnino (perc) + WDR Big Band, Bill Dobbins (condução)
TO BRENDA WITH LOVE (Paquito D'Rivera)
Colonia, Alemanha, 2002
BASSTRONAUT
(Paquito D'Rivera)
WARREN WOLF
Warren Wolf (vib), Mulgrew Miller (pi), Rodney Whitaker (bx) e Jeff "Tain" Watts (bat)
FROM DAY TO DAY
(Mulgrew Miller)
New York, 12/dezembro/2008
SPEED BALL
 (Lee Morgan)
BOOKER ERVIN
Booker Ervin (st), Tommy Flagan (pi), Richard Davis (bx) e Alan Dawson (bat)
THE LAMP IS LOW
 (Peter DeRose / Mitchell Parish)
Englewood Cliffs, N.J., 30/junho/1964
Booker Ervin (st), Carmell Jones (tp), Gildo Mahones (pi), Richard Davis (bx) e Alan Dawson (bat)
TRUE BLUE
 (Booker Ervin)
PETER BERNSTEIN
Gerald Clayton (pi), Peter Bernstein (gt), Doug Weiss (bx) e Bill Stewart (bat)
LET LOOSE
(Peter Bernstein)
New York, 3/janeiro/2016
THIS IS NEW
 (Kurt Weill)
MARY WITT
Mary Witt (vcl,bx), Gary Maynard (tp), Chris Glanville (tb), Kerry Blount (st), Chris Haynes (pi), Zack Danziger, Ann Percival (gt,vcl) Pieter Struyk (bat)
COME DANCE WITH ME  (Sammy Cahn / James Van Heusen)
New York, novembro/2005
HOW'D YA LIKE TO LOVE ME (Burton Lane)

ANDRE PREVIN
Andre Previn (pi), Mundell Lowe (gt) e Ray Brown (bx)
BETWEEN THE DEVIL AND THE DEEP BLUE SEA
(Ted Koehler)
New York, 10/março/1990
IT DON'T MEAN A THING (IF IT AIN'T GOT THAT SWING
(Duke Ellington, Irving Mills)
NAT ADDERLEY
Nat Adderley (cnt), Victor Feldman (pi), Johnny Griffin (st), Ron Carter (bx) e Roy McCurdy (bat)               
SAGUARO 
(Ron Carter)
New York, setembro/1978

HOJE É DIA DE JAZZ

22 agosto 2016

Queridos amigos
Tenho postado no meu canal do youtube (Carlos Tibau) uma série que intitulei de HOJE É DIA DE JAZZ. São "pílulas homeopáticas" que receito para uma rápida audição com uma frequência "quase" diária. Coloco aqui para vocês a última postagem que intitulei de HOJE É DIA DE JAZZ NO CINEMA. Agradeço desde já sua visita ao poste e aguardo também críticas e sugestões. Forte abraço.

https://youtu.be/kjvJ29TYnU8


VEM AÍ A BIOGRAFIA DE DICK FARNEY

19 agosto 2016

O repórter Julio Maria traz, no Estadão de hoje, esta bela matéria sobre importante biografia, fartamente documentada e com fotos inéditas sobre a vida de Farnésio Dutra da Silva, dito Tom Morgan ou, finalmente, Dick Farney. O livro, imperdível para aqueles que amam o jazz e a bossa nova, estará na rua em breve. Leiam.



As luzes começam a iluminar um dos períodos injustamente menos revisitados da música brasileira. A história do cantor e pianista Dick Farney, morto em agosto de 1987, será trazida à tona agora por sua sobrinha. Mariangela Toledo Silva, uma guardiã de fotos, objetos e memórias de “tio Dick”, prepara para outubro o lançamento de uma biografia intitulada 'Alguém Como Tu', pela editora Autobiografia. Ao mesmo tempo, segue até dia 30 de agosto com uma exposição de mesmo nome na Igreja das Chagas, no Largo São Francisco. Se precisava de uma efeméride para reverenciar o homem chamado por muitos de “pai da Bossa Nova”, ela também existe. Foi há 70 anos, em 1946, que sua voz de seda surgia interpretando Copacabana, a faixa inaugural da linguagem que movimentaria o País por décadas batizada de samba-canção. 

Foto: Amanda Perobelli
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Mariangela e seu acervo: histórias que não acabam e uma biografia no forno
As memórias de  Mariangela saem com a voracidade de uma metralhadora. Uma foto ou um recorte de jornal, que ela guarda intactos em pastas devidamente organizadas, acendem o pavio e ela dispara. “Essa aqui de costas é Carmem Miranda. Eles estão em sua casa. Sabia que Carmem já ajudava tio Dick quando ele tinha 14 anos?” “Essa outra mostra Dick em cena do filme Somos Dois, de 1950. Foi o primeiro texto de Nelson Rodrigues para o cinema. Ficou péssimo porque Nelson brigou com Milton Rodrigues, seu irmão e diretor do filme.”

Antes que toda a chama se acendesse, com Dick sendo venerado pelas plateias entorpecidas e por jovens iniciantes que mais tarde iriam usá-lo como um dos alicerces para a criação da bossa nova, houve um homem chamado Eduardo Dutra. Milionário de sangue – filho de banqueiro – e de intuição – não dava ponto sem nó –, o pai de Dick, ignorado em biografias da época, preparou o filho para ser, ainda mais do que ele, um pianista erudito. Mas Dick escolheria o caminho de outros imortais, ou seria escolhido por ele.

Os saraus de Santa Teresa dos anos 1930 na mansão da família Dutra era sinal da visão de longo alcance do pai. Aos sábados, música jovem. Aos domingos, erudita. “Era o lugar onde se ouvia toda a música proibida da época, do jazz ao samba. Eduardo tinha todos os instrumentos por lá”, conta Mariangela. Vinicius de Moraes lembrava de histórias que faziam as festinhas de apartamentos dos bossa-novistas da zona sul se tornar brincadeira de criança. “Só não esteve lá quem não quis”, dizia o poeta.

Dick seguiu sob rédeas artísticas até os 18 anos, defendendo obras de Chopin e Rachmaninoff como poucos. Para o pai, seu pequeno gênio já havia se manifestado aos 3 anos de idade, quando engatinhou até o piano, pediu para a babá levantar a tampa da cauda e compôs sua primeira peça. Eduardo a escreveu na partitura, levou até a Biblioteca Nacional e pediu ao atendente: “Registre-a, por favor”.

Mas a vida que dá nó em todas as certezas preparava das suas. Dick, que ganharia este apelido de tanto imitar o cantor e ator Dick Powell, seria mordido pelo jazz e pelo cancioneiro norte-americano. Escondido do pai e dos frades do colégio São José, onde estudava, foi ao piano da capela na surdina para colocar em prática todo o jazz que ouvia no rádio. Ao ouvir aquela música pagã sair das teclas sagradas, o padre que o flagrou cuspiu fogo e entregou Dick ao pior algoz que poderia haver naquela situação: senhor Eduardo Dutra. Dick seguiu para casa com a certeza dos condenados no corredor da morte. “Vá para a sala de música”, disse o pai. “Agora, toque o que estava tocando na igreja. E seja brilhante.” Ali, o pai virou a chave da história. “Eu te preparo há anos para ser compositor erudito, mas entendo que tenha seu gosto. A partir de agora, estude uma hora a mais de piano para treinar sua música. Se é para fazer isso, faça direito.” Dick Farney obedeceu.

Dick Farney não foi para a guerra, mas poderia. Depois da primeira batalha contra o pai, deixando os estudos de piano clássico para tocar o mundano cancioneiro americano de Nat King Cole, Frank Sinatra e Bing Crosby, a segunda luta seria para adquirir outro direito: cantar nas rádios. E para lá ele foi, sob o pseudônimo de Tom Morgan.

Dick cabulava aulas para ir aos estúdios da Rádio Mayrink Veiga. Foi por lá que Ciro Monteiro o conheceu e Carmen Miranda o viu com olhos grandes. Apresentado como Tom Morgan, Dick só não poderia enganar os ouvidos e o coração da mãe Iracema. Quando ouviu o timbre do filho pelo rádio de casa, ela ameaçou desmaiar. Depois se recompôs, ligou para Carmen Miranda e pediu ajuda. “Mandem o Dick para casa, por favor.” Depois de saber que o filho tocava Nat King Cole, em vez de Chopin, seu pai teria de engolir que ele também cantava em inglês. 

Mais uma vez, Eduardo se rendeu ao destino que se impunha com mais força do que seus punhos de boxeador de luta greco-romana. “Se é para cantar, faça isso direito.” Sob ordens de Eduardo, Dick seguiu a um estúdio para gravar duas músicas orquestradas que haviam sido conhecidas na voz de Bing Crosby. A gravação foi feita e levada à Mayrink Veiga para apreciação dos diretores. “Os caras da rádios ficaram assustados, pensaram que fosse mesmo o Crosby”, conta a sobrinha. Aos 17 anos e falando seis línguas, incluindo o grego, Dick recebia sua primeira proposta de contrato. Em seu Dick Farney’s Show, iria apresentar sempre duas canções em inglês e levar convidados.

A próxima batalha de Dick Farney também segue praticamente desconhecida dos livros. Soldado Farney se alistou no Exército brasileiro cheio de vontades para ser enviado ao front da Segunda Guerra Mundial. Isso em 1942, quando já era famoso e contava com as graças dos fãs ilustres do clube Sinatra-Farney. O pai, de novo, entrou em pânico. Quis falar com Getúlio Vargas e o diabo para evitar aquela insanidade do jovem, mas Farney pediu que não. Queria dar um exemplo de patriotismo defendendo os aliados contra as forças de Hitler. “Histericamente organizado”, como definia o pai, Dick gosta da vida militar, mas não foi ao front nem sob o pedido da marinha americana, que pretendia tê-lo cantando para os combatentes. Getúlio, atendendo ou não o pai, negou o pedido dos Estados Unidos.

A sedução de Farney entre os militares não termina aí. As Forças Armadas americanas mandavam gravadoras da época imprimir discos especialmente para distrair seus soldados, e um deles foi com canções de Dick Farney. Mais de 1 milhão de V Discs (discos da vitória) foram mandados às vitrolas de combatentes da Segunda Guerra com a voz de Farney, o único brasileiro a aparecer em uma raridade dessas. “É um disco que toca ao contrário, de traz para frente”, diz o pesquisador Zuza Homem de Mello, que tem dois desses exemplares. Zuza, por sinal, será o próximo a jogar luzes sobre Dick, assim que lançar seu livro que vai contar a história do samba-canção e que terá um capítulo reservado a Dick Farney.

P O D C A S T # 3 2 3

WARREN WOLF 
PETER BERNSTEIN

MARY WITT
NAT ADDERLY





PARA BAIXAR O ARQUIVO DE ÁUDIO CLICAR NO LINK ABAIXO:
http://www71.zippyshare.com/v/8bz7zvyQ/file.html

ADEUS A BOBBY HUTCHERSON

18 agosto 2016

 Bobby Hutcherson, nasceu em Los Angeles, 27 de janeiro de 1941, foi um dos mais importantes vibrafonista e marimbista de jazz. A sua forma de tocar o vibrafone sugere o estilo de Milt Jackson no seu fluxo melódico livre, mas o seu senso de harmonia e de interação com o grupo é inteiramente moderno. Hutcherson influenciou vibrafonistas mais jovens, como Steve NelsonJoe Locke e Stefon Harris.
Em 2010 recebeu o prêmio Jazz Master Fellowship Award da "National Endowment for the Arts" (NEA), um dos mais importantes prêmios concedidos ao Jazz nos EUA.
Hutcherson nasceu em 1941 em Los Angeles e quando criança, havia um piano em casa, tendo estudado com uma tia. Contudo, o seu real interesse por se tornar um músico profissional nasceu ao passar ocasionalmente na rua numa loja de discos e ouvir o vibrafonista Milt Jackson em "Bemsha Swing" no álbum de Thelonious Monk -  "The Giants of Jazz". O som de Jackson impressionou-o tanto que começou a trabalhar com o pai (pedreiro, de profissão) para juntar o dinheiro suficiente para comprar um vibrafone. Seguiram-se os estudos com o conhecido vibrafonista Dave Pike, e em breve Hutcherson tocava num grupo local. 
Em 1960, Hutcherson junta-se ao grupo liderado por Al Grey e Billy Mitchell. Um ano depois, o grupo atua no lendário Birdland em Nova York, em presença de Charles Mingus. Em breve Hutcherson muda-se definitivamente para Nova York, e assina com a etiqueta Blue Note. Em Nova York, além de Eric Dophy, seu conhecido de Los Angeles, rápidamente conhece John ContraneAndrew Hill e faz a primeira sessão gravada com Grant Green.
Hucherson trabalha com músicos como Dizzy GillespieHerbie Hancock e McCoy Tyner, mas tem uma estreia arriscada no trabalho "One Step Beyond" (1963) de Jackie McLean, seminal da New Thing, fornecendo uma harmonia não ortodoxa ao quarteto sem piano, mas o seu trabalho no álbum de Eric Dolphy "Out to Lunch", de 1964, é um dos seus mais magistrais trabalhos como sideman fornecendo uma textura vibrante a um quarteto também sem piano. Em 1965, a Blue Note publica a sua espantosa gravação de iniciante como bandleader "Dialogue". Hutcherson foi acompanhado nesse álbum por alguns dos grandes músicos emergentes: o baterista Joe Chambers, o baixista Richard Davis, o pianista Andrew Hill, o trompetista Freddie Hubbard e o saxofonista Sam Rivers.
Bobby Hutcherson pode facilmente ser incluído entre os mais importantes vibrafonistas da história do Jazz, com muitos trabalhos como lider, mas relevantes são também as participações como sideman, Ao todo Bobby Hutcherson assinou 39 álbuns e dezenas de participações como sideman.
 Faleceu a 15 de agosto de 2016 em sua casa, em Montara, California.


ROXY COSS E SEU “IDEALISMO INQUIETO”

17 agosto 2016

A saxofonista e compositora Roxy Coss, protegida pelo trompetista Jeremy Pelt, lançou o álbum "Restless Idealism" (Idealismo Inquieto), com 10 composições originais e com seu novo quinteto, que inclui Jeremy Pelt, trompete; Alez Wintz, guitarra; Chris Pattishall, piano; Dezron Douglas, baixo e Willie Jones III na bateria.
Roxy este ano ganhou o primeiro lugar como jovem compositora na competição ASCAP Herb Alpert. Em 2014 e 2015 ganhou na categoria "Rising Star" como saxofonista pela revista Downbeat. Sua discografia inclui 10 álbuns, três deles como líder.
"Restless Idealism" tem sido muito bem recebido pela crítica e alcançou o sétimo lugar recentemente na eliminatória da "Jazzweek". Seu novo quinteto (com quem gravou o álbum) tem se  apresentado em grandes clubes de jazz em Nova York e participou no Festival de Jazz de Newport.
Em sua curta carreira, Roxy Coss já tocou com estrelas como Clark Terry, Louis Hayes, Claudio Roditi e a Mingus Big Band.
Desde 2009 ela tem sido um membro da  "Diva Jazz Orchestra".
Estudou na Universidade William Patterson, onde alguns de seus professores eram Rich Perry, Gary Smulyan e Mulgrew Miller. Seu estilo tem sido descrito como complexo, mas acessível, sincero e inteligente.
Ela também tem 15 anos de experiência como professora de música.

(adaptado de Noticias de Jazz)