Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

06 julho 2015


Série   PIANISTAS  DE  JAZZ
Algumas Poucas Linhas Sobre o Piano e os Pianistas
15ª Parte

(20)      RAY  BRIANT  -  O Blues Sempre À Flor Da Pele       (Resenha longa)
 
Raphael Hommer Bryant, RAY BRYANT, pianista norte-americano, nasceu na Filadélfia, estado  da Pensilvania, em 24/dezembro/1931 no seio de família musical:  a mãe e a irmã (Vera) são pianistas,  enquanto que o irmão Tommy é contrabaixista, instrumento com o qual RAY se inicia na escola até alcançar o nível secundário, já então dedicando-se  ao piano.
É como pianista e aos 15 anos que realiza seu ingresso no mundo musical, na orquestra de Mickey Collins.    Em seguida e durante um ano une-se ao guitarrista Tiny Grimes, para logo depois tocar em orquestra “dixieland” (Billy Kretchmer) de 1951 até 1953.
Alcança o posto de pianista titular “da casa” no Blue Note da  Filadélfia (tendo seu irmão Tommy Bryant como acompanhante), o que lhe abre todas as “janelas” do JAZZ:  tem a oportunidade de acompanhar Charlie Parker, Miles Davis, Dizzy Gillespie, Sonny Stitt e Sonny Rollins  -  uma “universidade” que ainda por cima lhe paga para tocar ! ! !
Sonny Rollins o convida  para gravar na “Big Apple” e em 1955 RAY  BRYANT tem a oportunidade de realizar sua primeira gravação.
A desgraça do acidente de automóvel que vitimou o gênio Clifford Brown e seu então pianista Richie Powell, leva RAY a entrar para o quinteto de Max Roach onde permanece de 1956 a 1957.
RAY integra  o trio que acompanha a grande Carmen McRae, em seguida ingressa em “combo” de Art Blakey e chega a fazer parte  de trio liderado pelo “mestre” Jo Jones de 1957 a 1958.
No ano de 1959 e em New York toca seguidamente com Charlie Shavers, Curtis Fuller, Max Roach, Dizzy Gillespie e Sonny Rollins, até montar seu próprio trio.
Em 1960 sua gravação de  “Little Susie” consegue sucesso comercial.
Em meados da década de 1960 grava com Sonny Rollins e mantem seu trio em atividade.
No início da década de 1970 (1972) foi pianista no Festival de Montreux e quando sua atividade decai é incorporado pelo empresário Norman Granz à gravadora Pablo, onde grava diversos álbuns como “sideman” e com seu trio (Sam Jones no contrabaixo e Grady Tate à bateria).
Em entrevistas RAY BRYANT se dizia seguidor de Art Tatum, Teddy Wilson, Earl Hines e Bud Powell, mas na realidade seu trabalho nos mostra um estilo linear oriundo do “gospel”, em que a mais que desenvolvida habilidade da mão esquerda, ágil e eficaz, alternando percussividade e relaxamento, nos remete claramente ao espírito  do  “blues”.
RAY BRYANT teve a oportunidade de gravar ao vivo na “Rutgers University” seu derradeiro algum-solo, “In The Back Room”, somente lançado pelo selo “Evening Star” em 2008.
RAY BRYANT faleceu com 79 anos de idade em 02/junho/2011, no Hospital Queens, em New York.  Era casado com a jovem Claude Bryant e vivia em Jackson Heights (Queens).  
Tinha 01 filho (Raphael Bryant Jr.) e 01 filha Gina, além de 03 netos e 03 sobrinhos músicos de JAZZ (filhos da irmã Vera Eubanks): o trombonista Robin Eubanks, o guitarrista Kevin Eubanks e o trumpetista Duane Eubanks.   Dessa forma e além de sua obra gravada e filmada RAY BRYANT nos deixou “herança viva”.
A obra gravada de RAY é extensa e para diversas gravadoras, destacando-se o trabalho como “sideman” ao lado de Art Blakey (“Cubano Chant”, 1957) e de Dizzy Gillespie (“Reminiscing”, 1957) mas, sobretudo como líder em seu sucesso de 1960 (“Little Susie”) e em:
-   1961, selo Columbia, “Con Alma”
-   1962, selo Columbia, "Hollywood Jazz Beat"
-   1964, selo Sue, “Groove House”, “At Basin Street East” e “Cold  Turkey”
-   1966, selo Cadet,  "Gotta Travel On" e “Lonesome Traveler”
-   1967. ainda pela Cadet, “The Ray Bryant Touch”
-   1970, selo Atlantic, “MCMLXX”
-   1976, selo Pablo, “Here's Ray Bryant”  e  “Solo Flight”
-   1987, selo EmArcy, “Ray Bryant Today”  e  “Plays Basie & Ellington”
-   1989, também pelo selo EmArcy, “All Mine...And Yours”
-   1991, selo Jazz Connaisseur, “Ray Bryant Plays Blues and Ballads”
-   1994, selo EmArcy, “No Problem”  e “Ray Bryant Meets Ray Brown”
-   1997, selo JVC Music, “Ray's Tribute to His Jazz Piano Friends”
-   2008, selo Evening Star, “In The Back Room”
RAY BRYANT pode ser muito bem apreciado no DVD “Ray Bryant ‘77” da série Norman Granz Jazz In Montreux, onde ele nos remete ao “blues” e ao “gospel” em piano.solo e ao longo de 11 temas clássicos:  “Take The ‘A’ Train”, “Georgia On My Mind”, “Jungle Town Jubilee”, “If I Can Just Make It”, “Into Heaven”, “Django”, “Blues nº 8”, “Satin Doll”, “Sometimes I Feel Like A Motherless Child”, “St. Louis Blues” e “Things Ain’t What Used To Be”   -   uma apresentação de luxo, um presente para os sentidos.
 Prosseguiremos  nos  próximos  dias

Um comentário:

MARIO JORGE JACQUES disse...

Grande RAY BRYANT realmente tocou com feras sendo tb uma das mesmas. Ótima resenha.