Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

22 abril 2015


Série   PIANISTAS  DE  JAZZ”
Algumas Poucas Linhas Sobre o Piano e os Pianistas
10ª Parte

(13)      PETE  JOLLY    -  Lírico ou incisivo, sempre ele      (Resenha longa)
 
Uma resenha para o “jovem cjubiano” CARLOS  AUGUSTO TIBAU.

O grande pianista e acordeonista PETE JOLLY, nasceu Peter A. Ceragioli em 05 de junho de 1932 em New Haven / Connecticut, vindo a falecer aos 68 anos no dia 06 de novembro de 2004 em Pasadena / Califórnia, por complicações decorrentes de mieloma múltiplo.
O pai de PETE JOLLY foi acordeonista e professor de acordeão e desde cedo apresentou o filho (com 03 anos) ao instrumento, cuja técnica foi rapidamente absorvida pela criança.
A partir dos 07 anos o menino é companhia semanal do pai nas idas a New York para aprimorar-se com o professor Joe Biviano.
Com 08 anos ele se apresenta no programa radiofônico da CBS, “Hobby Lobby”,  como "The Boy Wonder Accordionist”.  Na ocasião o apresentador erra seu nome e ao invés de Ceragioli o apresenta como “Pete Jolly”;   PETE gostou da sonoridade do nome e adotou-o a partir de então.
Com 09 anos PETE JOLLY iniciou o aprendizado no piano.
Quando PETE contava 13 anos sua família mudou-se para Phoenix / Arizona, então um verdadeiro celeiro de músicos de JAZZ.
Ainda cursando o colegial PETE integrou a  banda da  escola, liderou trio em clube de  Phoenix, o “Jazz Mill”, além de tocar com grupos locais e participar de turnê com Chet Baker e Benny Carter:  ai pode-se  afirmar que o jovem já estava mais que graduado.
Desde cedo PETE foi membro do sindicado dos músicos.
Nessa cidade ele conheceu o guitarrista Howard Roberts (vide aqui no “CJUB” o número 15 da série “Guitarristas”), que o convenceu a mudar-se para Los Angeles, o que ocorreu em 1954.
Los Angeles foi um paraiso para PETE JOLLY, já que havia falta de bons pianistas e o recém-chegado era dotado de habilidades técnicas excepcionais, sólido ritmo e ótima formação técnica:   tudo o que era necessário para completar um combo e/ou acompanhar músicos em diversas formações, o que ficou comprovado nos 10 anos seguintes em que ele atuou e gravou com a maioria  dos talentos que estavam baseados ou transitaram por Los Angeles: tudo o que era necessário para completar um combo e/ou acompanhar músicos em diversas formações, o que ficou comprovado nos 10 anos seguintes em que ele atuou e gravou com a maioria  dos talentos que estavam baseados ou transitaram por Los Angeles: Gerry Mulligan, Red Norvo, Mel Torme, Terry Gibs, Art Pepper, Red Norvo, Buddy DeFranco, Marty Paich, Anita O’Day........ufa ! ! !
Em Los Angeles PETE tocou com Georgie Auld e de 1954 (com 22 anos ! ! !) até 1956 ele faz parte dos “Giants” de Shorty Rogers.     Tocou e gravou com ele, com Cy Touff, com Lennie Tristano e como líder.
Em 1955 PETE gravou seu primeiro álbum-solo, “Jolly Jumps In” (selo RCA). Nas próximas 04 décadas ele gravou mais cerca de 20 álbuns, nunca mais de 02 para a mesma etiqueta. 
Em 1956 chegou a integrar o quarteto de Buddy DeFranco, gravou com Art Pepper e lançou seu trio, do qual participou o grande contrabaixista Ralph Peña (Raymond Peña).
Nesse mesmo ano é músico na trilha sonora do longa  metragem “The Wild Party” (direção de Harry Horner, tendo a trilha sonora sido gravada nos “Goldwyn Studios” em 11 de abril de 1956 com PETE JOLLY executando o piano em “playback” do ator Nehemiah Persoff).
Em 1957 PETE JOLLY entrou para a formação de Terry Gibbs além de participar de diversas apresentações dirigidas por Buddy Collette, por Gus Mancuso, por Howard  Roberts, por Jack Sheldon e pelo arranjador Howard Lucraft.
Em 1958 novamente PETE integrou a trilha sonora de um longa metragem,  nessa ocasião para o espetacular clássico “I Want To Live”, dirigido por Robert Wise e Oscar de Melhor Atriz para a grande Susan Hayward.
Em 1959 PETE esteve presente na trilha sonora de mais um longa metragem: “Tarzan The Ape Man” dirigido por Joseph Newman.
Com apenas 26 anos PETE JOLLY já então era uma “certeza” na Costa Oeste e passou a viver pelas décadas seguintes uma, podemos dizer, “vida dupla”:  durante os dias era músico para os estúdios de gravação, para o cinema e a televisão, mas a noite prosseguiu como músico de JAZZ nos clubes de “LA” em trio e com a mesma formação até dias antes  de ser hospitalizado em 2004: ele ao piano, Chuck Berghofer no contrabaixo e Nick Martinis  na bateria.
Em 1963 sua composição “Little Bird” (sucesso de Fred Astaire para o selo “AVA”) foi indicada para o “Grammy Awart”.
Em 1964 ele lançou o “Pete Jolly Trio”, com o qual seguiu atuando nos clubes de “LA” e gravando como titular, assim como também gravou ao lado de Gerry Mulligan e de Shorty Rogers, sendo que nas gravações deste último permaneceu como pianista titular.
Em 1965 PETE e seu trio inauguraram em Los Angeles o “Donte’s”, onde viriam  a gravar em 1969 pelo selo VSOP o álbum “TIMELESS” (com Nick Cerolli na bateria substituindo ocasionalmente Nick Martinis).   A partir da década de 1990 o “Donte’s” foi o palco semanal das apresentações do trio.
Na década de 1970 o JAZZ da Costa Oeste foi pouco gravado, mas na década seguinte o interesse dos japoneses impulsionam um “boom” que arrastam consigo os “Giants” e, por via de consequência, PETE JOLLY.    Em julho de 1985 ele participa com os “Giants” da “Grande Parada de Jazz” em Nice.
PETE viveu em Los Angeles nesse trabalho para estúdios sempre muito bem remunerado mas, de certa forma, quase anônimo.     Nos estúdios (cinema, televisão, gravações) era o pianista preferido por músicos do nível de Neal Hefti, Don Costa, Herb Alpert (na gravadora deste como líder e como “sideman”), Tijuana Brass e, em todas as gravações a partir do início da década de 1960, de Ray Conniff.
Além dos filmes já indicados anteriormente PETE JOLLY assinou presença em “Willie Dynamite”, 1973, direção de Gilbert Moses, trilha sonora  por J.J.Johnson, em “A Conversação”, 1974, direção de Francis Ford Copolla e estrelado por Gene Hackman, em “Heart Beat”, 1979, direção  de John Byrum e trilha sonora por Alan Broadbent (vide nesta série a “Resenha 01”) e no já clássico “Bird”, 1998, Clint Eastwwod, trilha sonora de Lennie Niehaus.
Também atuou nas trilhas sonoras das séries de televisão “Get Smart” (1965 a 1970, 138 episódios), “O Barco do Amor”, “I Spy” (1965 a 1968, 82 episódios), “Mannix”, “M*A*S*H*” e “Dallas”.
A temporada final de PETE JOLLY com seu trio permanente ocorreu em Reno / Nevada e, segundo o pianista, a melhor de sua vida.    Lembra-se que o trio atuou junto por mais de 40 anos, ainda que cada um dos três tenha realizado diversos trabalhos paralelamente.    A derradeira gravação de PETE JOLLY ocorreu em  Phoenix em 2004:   It's a Dry Heat”, com o saxofonista Jerry Donato.
PETE JOLLY não recebeu, a nosso critério, todo o reconhecimento por sua arte.  Ele tinha a capacidade e a habilidade (e a demonstrou em algumas ocasiões) de ser tão rápido e rebuscado no fraseado quanto, digamos, Oscar Peterson;   mas manteve seu estilo leve e fluente e, no âmbito de seu trio em que tanto Chuck Berghofer no contrabaixo quanto Nick Martinis na bateria jamais foram “exibidores”, mantendo a coesão do trio.
 Entre as muitas dezenas de álbuns gravados por PETE JOLLY e além dos já assinalados anteriormente, indicamos como representativos de seu pianismo, tanto em solo, quanto em formações de trio e grupos maiores os listados a seguir:
-   Duo, Trio, Quartet   -   RCA
-   When Lights Are Low   -   RCA
-   Impossible   -   MetroJazz Records
-   Continental Jazz   -   Stereo Fidelity
-   Pete Jolly Gasses Everybody   -   Charlie Parker
Essa gravação, de 1963, nos traz PETE JOLLY ao acordeão, Buddy Collette nos sopros (flauta, clarinete, clarinete-baixo) e responsável pelos arranjos, Jim Hall na guitarra, Red Callender no contrabaixo, Gerald Wiggins no piano e órgão e Louis Bellson à bateria.     Foi editada em CD e incluída no estojo com 30 CD’s “Charlie Parker Records, The Complete Collection”.
-   Little Bird   -   AVA
-   Sweet September   -   AVA
-   5 O’Clock Shadows   -   MGM
-   Too Much, Baby   -   Columbia
-   Herb Alpert Presents Pete  Jolly   -   A&M
-   Give  a Dann   -   A&M
-   Seasons   -   A&M
-   Strike Up The Band   -   Atlas  Records
-   Pete  Jolly Trio & Friends   -   VSOP
-   Live In L.A.:  Red Chimmey  And  Sherry’s Bar   -   VSOP
-   Yours Truly   -   Bainbridge Records
-   Gems   -   Holt Recordings
-   Yeah !   -   VSOP
-   Timeless   -   VSOP
-   Collaboration With Jan Lundgren   -   Fresh Sounds
-   It’s A Dry Heat With Jerry Donato    -   jerrydonato.com

Prosseguiremos  nos  próximos  dias

Um comentário:

Nelson disse...

Amigo e Confrade "Apóstolo" Pedro,

Pete Jolly e Oscar Peterson foram o "ases" do piano dentro do jazz moderno. Sua resenha aqui está ótima. Há um video de quatro pianistas, que assisti com Mestre Lulla há alguns bons anos passados, em que eles "dialogam" juntos com o Collaway e mais um outro, que não me lembro no momento, que é simplesmente "uma obra pianistica de jazz".
P.Jolly,juntamente com Russ Freeman e H.Howes foram "o piano" do jazz, no estilo "west coast".
Obrigado pelo seu trabalho em mais uma excelente resenha do piano de jazz.

Abçs.
"Nels"