Série “PIANISTAS DE
JAZZ
Algumas Poucas Linhas Sobre o Piano e os Pianistas”
3ª Parte
(01)
JOE
BUSHKIN - Swing a Perder de Vista (Resenha
curta)
Joseph
Bushkin, pianista, trumpetista, compositor e ocasionalmente cantor nasceu
em New York em 07/novembro/1916 e
faleceu aos 87 anos (03/novembro/2004) em Santa Bárbara, estado da Califórnia,
04 dias antes de realizar seu sonho de completar 88 anos, tal como as 88 teclas
do piano.
A
família veio da Rússia para os U.S.A. em 1909 e instalou-se em New York.
Após
07 anos na “Big Apple” nasceu o pequeno Joseph, Joe, que iniciou-se no piano e no trumpete com professores
particulares. Tocou na orquestra da escola, cujo Diretor foi
o irmão de Benny Goodman, Irving Goodman.
Com
16 anos Bushkin entrou no “Roseland
Ballroom” e com 19 anos tornou-se o “pianista da casa” do “Famous Door“, simultaneamente com sua integração à
banda do grande trumpetista Bunny Berigan.
Em
1936 tocou com Eddie Condon, em 1937 com Joe Marsala, em 1938/1939 retornou
para a formação de Bunny Berigan e ainda em 1939 alinhou ao lado de Muggsy
Spanier, migrando após e novamente para Joe Marsala e seguidamente para a banda
de Tommy Dorsey, ai permanecendo até ser convocado para o serviço militar em
1942.
No
Exército e tocando trumpete fez parte da banda militar, assumiu a direção da
mesma em pouco tempo e com ela percorreu
toda a costa do Pacífico, até ser desligado das forças armadas em 1946.
Retornou
às suas atuações, então com Benny Goodman, em 1947 com Bud Freeman, passando
depois a atuar na Broadway (espetáculo “Rat Race” de 1949 a 1950) e formando um
quarteto que sob sua direção atuou no “Embers”.
Em
1953 e ocasionalmente atuou no “All Stars” de Louis Armstrong.
Retornou
ao “Embers” em New York Bushkin liderou novo grupo, depois fez
o mesmo em Las Vegas (no “Sands”), em San Francisco, no Hawai e na Califórnia.
Marcou
presença no longa metragem musical de 1941 “Las Vegas Night” do diretor Ralph Murphy, em que foi o pianista da banda de Tommy Dorsey, sendo
que no mesmo ano e também na banda de Tommy Dorsey foi presença na comédia do
diretor Victor Schertzinger “Road To Zanzibar”, veículo para o trio Bing
Crosby, Bob Hope e Dorothy Lamour. Atuou
em programas de televisão (convidado no “Eddie Condon Floor Show” e presença no
drama “Johnny Midnight”). Atuou em 1960
no longa metragem do diretor Robert
Mulligan “The Rat Race”, em que também figuram Paul Horn e Gerry Mulligan (105
minutos sobre jovens músicos em New
York).
Em
1977 tornou-se o pianista de Bing Crosby para temporada em Londres.
A
partir de então foi reduzindo pouco-a-pouco suas atividades.
Como
compositor Bushkin não foi tão prolífico, mas ainda assim legou-nos em 1941
a beleza do tema “Oh, Look At Me Now” (que executou no longa metragem de 1951
do diretor Will Jason “Disc Jockey”, filme com a presença do quinteto de George
Shearing, da orquestra de Tommy Dorsey,
de Herb Jeffries, de Vido Musso, da divina Sarah Vaughan, além de Red Nichols,
Red Norvo e de Joe Venuti).
Por
todo o exposto anteriormente é fácil concluir-se que Bushkin foi músico de longa trajetória “na estrada”, dono de
invejável experiência e com domínio em diversas vertentes do JAZZ, ainda que com larga predominância
no “swing”.
Ao
trumpete possuia som cálido, improvisações de tessituras delicadas e farta
utilização da surdina (onde
habitualmente deliciava seus ouvintes com o clássico “I Can’t Get
Started”). Ao piano, onde encontra sua
melhor “praia”, é imediatamente identificável com a linha do grande Teddy
Wilson, algumas passagens que lembram
Art Tatum, clareza em cada nota, beleza,
sensibilidade e desenhos de grande inspiração.
Citamos
como gravações que levam seu timbre, algumas delas como “sidemen” sob a
titularidade de outros, “High Society” (com Bunny Berigan, em 1938), “The Lion
And The Lamb” (duo de pianos com Willie “The Lion” Smith, em 1939), “Relaxin’
At The Touro” (com Muggsy Spanier,
também em 1939), “Serenade In Thirds”
(1940), “Lady Be Good” (1944) e “In
Concert – Town Hall” (1964).
A
nosso juízo seus melhores momentos encontram-se no “CD” de 2001 da Sony (série “Collectables”) que reúne
dois álbuns com um total de 16 faixas: “Joe
Bushkin – Piano Moods” + Joe Bushkin
- After Hours”. No “After Hours” Bushkin está acompanhado
por Buck Clayton ao trumpete, Eddie Safranski e Sid Weiss no contrabaixo e
mestre Jo Jones à bateria. No "CD" Bushkin nos presenteia com pérolas do nivel de "I've Got A Crush On You", "The Lady Is A Tramp", "Once A While", "At Sundow", "They Say It's Wonderful" e muito mais.
Ainda
que de dificil acesso recomendamos a audição do “CD” dedicado a Bunny Berigan
anexado ao número de maio/1998 da revista italiana “Musica Jazz”, com 24 faixas
e a presença de Joe Bushkin em 03
delas (“I Can’t Get Started” de 13/04/1936, “I Nearly Let Love Go Slippin’
Through” de 09/07/1936 e “Sunday” de 27/06/1938).
(02) HAMPTON HAWES
- Ao Piano, Charlie Parker (Resenha longa)
Uma das últimas gravações do
pianista Hampton Hawes, o LP “Hampton Hawes At The Piano”, Contemporary
Records S7637, 06 faixas, gravado no estúdio da Contemporary Records (Los
Angeles, Califórnia) em 14/agosto/1976, na companhia de Ray Brown e Shelly
Manne, traz na contra-capa entrevista de Hampton Hawes para o produtor
Lester Koenig da Contemporary, em 20/janeiro/1977 (nesse mesmo ano viriam a
falecer seguidamente Hampton Hawes
- 22/maio e o produtor Lester Koenig -
21/novembro). Lester Koenig
perguntou a Hampton se a influência de Charlie Parker em sua música
estaria influenciando muitos novos músicos, recebendo como resposta que
“sim”.
Ouvir esse LP é constatar
que a obra de Parker foi claramente desenvolvida nas 88 teclas por esse
pianista excepcional, referência para uma série de pianistas posteriores,
mantendo viva a criação e a mensagem do “Bird”.
Nesse Lp e particularmente
no tema “When A Grow Too Old To Dream” (Sigmund Romberg e Oscar Hammerstein II)
Hampton Hawes desenvolve um solo à la Parker que soa como homenagem,
incorporação e testemunho da linguagem parkeriana, improvisando com antecipação
ou atraso em relação ao tempo, muitas
vezes multiplicando-o.
Sem nenhuma dúvida e mesmo
com citações que lembram Nat “King” Cole ou Bud Powell (segundo Hampton
e enquanto piano seu “sumo sacerdote”) e mesmo com sonoridade própria, Hampton Hawes é “Charlie
Parker ao piano”.
Hampton Bernett Hawes, Jr., Hampton Hawes, nasceu em Los Angeles / Califórnia
em 13/novembro/1928 e faleceu de derrame em 22/maio/1977 (na mesma data de seu
pai) em sua terra natal aos 48 anos.
Era o sétimo e mais novo filho do pastor da “Westminster Presbyterian Church” (e que chegou ao “National Presbyterian Senate”),
onde sua mãe era pianista e desde muito criança e com certeza a partir dos 02
anos de idade teve como diversão reproduzir no piano as canções e os cantos
corais da igreja, orientado por sua irmã com 10 anos mais de idade. O irmão mais velho destacou-se como pianista
clássico.
As primeiras influências
pianísticas de Hampton contrariando a vontade de seu pai, pastor e voltado para o trabalho na Igreja,
foram Earl Hines em “St. Louis Blues”, o “boogie-woogie” de Albert Amons, o “stride” de James P. Johnson,
os requintes de Nat “King” Cole e de Teddy Wilson, além do pianismo de Thomas
“Fats” Waller e de Art Tatum.
Na adolescência formou grupo com seu amigo de escola Sonny
Criss e tocou com o saxofonista Jay McNeely.
Essas influências e o fato de ser um auto-didata permitiram-lhe
tocar o “boogie-woogie”, o “blues” e, claro, o “gospel”, sempre desenvolvendo-se no piano, até dedicar-se ao JAZZ.
Na adolescência formou grupo
com seu amigo de escola Sonny Criss e tocou com o saxofonista Jay McNeely.
Essas influências e o fato
de ser um auto-didata, permitiram-lhe tocar o “boogie-woogie”, o “blues” e,
claro, o “gospel”, sempre desenvolvendo-se no piano, até dedicar-se ao JAZZ; interessante apontar neste ponto que mesmo
conceituado como um “boper” de primeira linha, era um dos pianistas preferidos
dos músicos da “West Coast”, onde gravou alguns de seus melhores álbuns.
Foi um jovem pessoalmente
atraente, vaidoso e sensível mas grosseiro em certas situações e até violento,
mas soube transformar quaisquer características menos positivas em virtudes, mais uma vez e já então sob o ponto
de vista comportamental, de forma auto-didata.
Sua biografia aponta que
nasceu com 06 dedos em cada uma das mãos, tendo o dedo extra de cada mão
removido aos 03 dias de nascido (! ! ! . . . )
Desenvolveu ao extremo
poderosa digitação com a mão direita, o que
lhe permitia criar sucessivos
níveis de tensão em improvisações a
partir da ampliação progressiva das frases musicais.
Participou de uma série de
apresentações nos clubes da Avenida Central de Los Angeles onde, aos 19 anos
teve oportunidade para seu primeiro grande teste no caminho do “mapa do JAZZ”,
participando de quinteto sob a
titularidade de Howard McGhee ao trumpete, Charlie Parker (sax-alto), Addison
Farme (contrabaixo) e Roy Porter (bateria):
isso ocorreu durante
temporada de 08 meses do quinteto
“Hi-De-Ho Club” de Los Angeles, temporada que marcou também o início da longa
série de gravações “piratas” de Dean Benedetti (músico e uma espécie de
técnico amador de som), lançadas no mercado em um box (“Mosaic Benedetti”, CD’s
1, 2, 3 e 4).
Ai temos a participação de Hampton Hawes em um
total de 199 (cento e noventa e
nove) “takes” registrados por Dean Benedetti no período de 01 até 13/03/1947, mas escassamente pode-se
ouvir algumas notas de Hampton ao piano, já que Dean procurava gravar
exclusivamente os solos de Parker e desligava seu gravador nos “ensembles” e
solos dos demais músicos.
Mais que possível,
provavelmente é desse início bem jovem
ao lado de Parker, já então uma lenda viva nos circuitos jazzísticos, que Hampton
teve impressas indelevelmente as características de “Bird”.
Na mesma ocasião é
gravada sessão ao vivo no “Hi-De-Ho”, sem Parker e com Sonny Criss e Teddy
Edwards nas palhetas; portanto Howard
McGhee em sexteto.
Ainda em 1947 (dia 06/julho) e no “Elks Auditorium”
de LA/Califórnia, sob o título de “The Bopland Boys”, Hampton participou de
octeto com Howard McGhee, Trummy Young, Sonny Criss, Dexter Gordon, Barney
Kessel, Red Callender e Roy Porter para a gravação de 05 temas, cada um deles com diversos “takes”: The Hunt, Disorder At The Border
(Bopera), Bopland, Cherokee (Jeronimo) e Bop After Hours: essas faixas foram regiamente editadas e distribuídas
pelos selos Savoy e Bop.
O ano de 1947 para Hampton foi encerrado em 09/dezembro,
com a gravação do quinteto capitaneado
pelo trombonista George “Happy” Johnson
e sob o título de “Happy Johnson And His International Jive Five”? Ray Preasley (sax.tenor), Roger Alderson (baixo) e Chuck Thompson (bateria).
Em 1948 Hampton grava apenas emu ma oportunidade
(outubro, Hollywood) e em 1949 sob o título de “The Kenton All Stars” grava 02
faixas para o selo “Spotlite”, no início de abril em Los Angeles (“Shrine
Auditdorium”) e al lado deArt Pepper, Art Farmer, Bob Cooper e Teddy
Edwards: isso significou que com apenas
21 anos Hampton já granjeara alto conceito entre os grandes.
No final de 1949
(setembro) Hampton gravou novamente
ao lado de Sonny Criss em Los Angeles, para os selos de Norman Granz (Verve, Norgran,
Clef).
No final de 1951 (setembro) Hampton voltou a gravar, desta vez em seu nome e em trio (Harper Cosby e
Lawrence Marable), ao vivo e diretamente do “The Haig” em Hollywood pelo selo
Xanadu, com clássicos como “What Is The Thing Called Love”, “Another Air Do”,
“All The Things You Are” e seguindo os cânones de Parker.
Ainda em 1951 e no mês
seguinte, para o selo Capitol e em Hollywood, a “avant.premiere” das sucessivas
gravações com Shorty Rogers, ao lado deste e de Art Pepper, John Graas, Jimmy
Giuffre e Shelly Manne, para 06 faixas bem “West Coast” com destaque para “Over
The Rainbow”.
1952 é ano de
apresentações e gravações ainda e até então sempre na Califórnia: Los Angeles, Hollywood e pela primeira vez no
reduto de Howard Rumsey, o "Lighthouse
Club" em Hermosa Beach
(agosto).
Art Pepper o requisitou
para apresentar-se em quarteto no “Surf Club” de Hollywood, resultando em
gravação pela Xanadu. Essas gravações
foram editadas e distribuidas sob diferentes titularidades: “Wardell Gray Sextet”, “Preston Love Sextet”, “Art Pepper Quartet”, “Harry Babasin Trio”, “Warne Marsh With Hampton Hawes Trio ”,
“Howard Rumsey’s Lighthouse All Stars” e “Hampton Hawes” (trio e quarteto).
No ano seguinte e em
janeiro (12 e 15/1953) grava com os “Giants” de Shorty Rogers 08 temas para a
RCA (distribuidos no Brasil pela BMG com o selo “econômico” da RCA, “Bluebird”,
em album duplo contendo outras formações dos “Giants” sem Hampton Hawes até 03/março/1954), gravação com arranjos bem
“West Coast”. Hampton sola nas 06 primeiras faixas gravadas, em especial em
“Diablo’s Dance”.
Por essa época (1952 –
1954) e até o início de 1955 Hampton
fez o serviço militar com períodos no Japão, ainda que conseguindo gravar em
intervalos: em Hermosa Beach em
fevereiro e em junho/1953, em LA em maio/1953, no “Mocambo Club” de Yokohama / Japão e em julho/1954 com músicos
locais, em 1955 na Califórnia com quinteto de Lenie Niehaus (leia-se trilhas
sonoras para os filmes de Clint Eastwood), com quinteto de Bud
Shank / Bill Perkins e em trio com Red Mitchell e Shelly Manne.
O ano de 1955 marca
também o contrato de Hampton com o
selo “Contemporary”.
A partir dai Hampton Hawes forma seu trio mais
permanente com Red Mitchell (baixo) e
Chuck Thompson (bateria), que além de clubes, rádios / excursões pelos U.S.A. e
outras apresentações, gravou de 28/junho/1955 até 15/maio/1956 albuns da maior
importância, entre eles os “Trios” para a “Contemporary”. Esse trio mostra a perfeita integração entre
os músicos, com Red Mitchell e Hampton
“dialogando” em explorações de riquezas harmônicas enquanto Thompson sublinha as execuções.
É importante observar
que o trio Hampton Hawes / Red
Mitchell / Chuck Thompson possui cronologia
própria:
a. Chuck Thompson gravou com Hampton pela primeira vez em 09/12 /1947 e
pela última vez em 25/11/1957;
b. Red Mitchell gravou pela primeira vez com Hampton em 02/5/1955 e pela última vez
em 01/05/1966;
c. juntos, Hampton, Mitchell e Thompson, gravaram pela primeira vez em 28/06/1955
e pela última vez em 15/05/1956.
Também em 1955 esse
trio gravou com Bob Cooper e Barney Kessel, assim como com Conte Candoli e Joe
Maini.
Em 1956 contrato com o
“Tiffany Club” de Los Angeles, excursão pelo Leste americano (ocasião em que Hampton conheceu Thelonius Monk), a
eleição na pesquisa da “Down Beat” como “New Star Of The Year” e pela Metronome
como “Arrival Of The Year”. Ainda em 1956 o trio foi ampliado para quarteto com
a inclusão da guitarra de Jim Hall e a bateria de Eldridge “Bruz” Freeman
substituindo Chuck Thompson, gerando a gravação de 03 albuns nos estudios da
Contemporary: são as “All Night
Sessions” em sessão “non.stop” iniciada a noite e indo até a manhã seguinte,
gerando 16 temas para os albuns “Hampton Hawes Quartet: All Night Session,
Volumes I, II e III”, em que a linguagem parkeriana emerge com autoridade e em
toda a sua plenitude.
Anos depois e também
para a Contemporary essa experiência foi renovada com outra formação: Hampton,
Red Mitchell, Barney Kessel e Shelly Manne, deixaram registrado o album “Hampton
Hawes: Four”.
Durante 1957 Hampton seguiu apresentando-se e
gravando, sendo que em 09/julho/1957 gravou em New York para a Roulette e com
Charles Mingus o album “Charles Mingus - Mingus Three”, os dois com Dannie
Richmond à bateria.
Em 1958 tocou e gravou
bastante desde janeiro e sempre com expoentes musicais: Barney Kessel, Harold Land, Scott LaFaro,
Teddy Edwards, Jimmy Witherspoon, Victor Feldman, Leroy Vinnegar, Stan Levy,
Sonny Rollins e outros.
Logo após completar 30
anos Hampton foi preso por Agentes
Federais acusado de consumo de heroina (problema que vinha agravando-se desde o
serviço militar), levado a julgamento e condenado a 10 anos de prisão
hospitalar.
Em 24 e
25/novembro/1958 (entre a prisão e enquanto aguardava o julgamento) e em Los
Angeles Hampton gravou o album
“Hampton Hawes – The Sermon” para a Contemporary, ao lado de Leroy Vinnegar e
Stan Levy, gravação que marcou seu afastamento dos estúdios de gravação até
fevereiro/1964.
Em 16/agosto/1963 e
graças a indulto pelo Presidente Kennedy (42º de um total de 43 indultos
concedidos por Kennedy), Hampton Hawes
obteve a liberdade.
Sua primeira atividade
foi a reaparição musical em show de televisão, participando de concerto de John
Hendricks (lembrar de “Lambert, Hendricks & Ross”) “The Evolution Of The
Blues”, para logo depois e ainda em 1963 ser contratado para temporada no
“Basin Street” de San Francisco.
Em 17/fevereiro/1964
voltou a gravar em trio (Monk Montgomery / baixo e
Steve Ellington / bateria) pela Contemporary com sugestivo título para o
album: “Hampton Hawes – The Green Leaves
Of Summer”. Foi o único album desse
ano.
Em 1965 atuou em
diversos pequenos grupos, ao lado de Jackie McLean, de Harold Land e voltou a
trabalhar com Red Mitchell em trio e durante 01 ano em Los Angeles (temporada
no restaurante “Mitchell’s Studio Club”).
Nesse ano Hampton participou de apenas 02 albuns,
sendo um para a "Contemporary" e outro para a "Xanadu".
Em 1966 Hampton gravou apenas 01 album, em
companhia de Red Mitchell e Donald Bailey no “Mitchell’s Club” de Los Angeles e
para a Contemporary. Logo depois Red
Mitchell foi substituído no trio por Jimmy Garrison.
A partir de 1967 Hampton percorreu praticamente o mundo
inteiro, “descobrindo-se” como uma lenda viva na Europa e no Japão. No final desse primeiro ano europeu gravou
na Floresta Negra (Villingen / Alemanha) no estúdio particular de Hans Georg
Brunner-Schwer (o mesmo empresário que hospedou Oscar Peterson a partir de
meados dos anos 60 do século passado para diversas gravações, ai incluidos os
seis álbuns da série “Exclusively For My Friends” =
“Action”, “Girl Talk”, “The Way I Really Play”, “My Favorite
Instrument”, “Mellow Mood” e “Travelin’On”), em companhia de músicos alemães
(Eberhard Weber e Klaus Weiss). Essa gravação foi editada e distribuida pela
MPS / BASF (tal como as gravações de
Peterson).
Martial Solal, Daniel
Humair, Pierre Michelot, Kenny Clarke, Art Taylor e outros na França, Johnny
Griffin e Dexter Gordon na Alemanha, Pedro Iturralde na Espanha, solos e músicos
japoneses no Japão, marcaram as gravações de Hampton Hawes nesse êxodo musical até o final de 1968.
Hampton
Hawes em trio com
Bob West / baixo e Larry Bunker /
bateria, mais arranjos e regência de
Billy Byers, gravaram em agosto/1969 com cordas, já em Los Angeles e para o
selo Fresh Sound o álbum “Hampton
Hawes Plays Movie Musicals”
Nesse regresso à terra
natal Hampton trabalhou com Leroy
Vinnegar, gravou com Sonny Criss, com Harry “Sweets” Edson em sexteto e montou
um trio para novas incursões pela Europa em 1971.
As atuações no Cassino
de Montreux para o “Montreux Jazz Festival” em junho/1971 e em trio, com Gerry
Mulligan em Pescara em julho, com Peter King em Londres em agosto e com Dexter
Gordon em Copenhague em setembro, marcaram as gravações de Hampton nesse itinerário europeu.
A partir desse ponto Hampton adentrou o mundo eletrônico,
apresentando-se e gravando seguidamente com sintetizador, piano elétrico, órgão
e retornando ao acústico em 1973. A exceção foi a gravação em piano acústico
com Sonny Stitt em setembro/1972.
Em 1974 localizamos uma
única sessão de gravação com Hampton Hawes e para o selo "Prestige" como
titular e em noneto do qual participou Jay Migliori (remember “Super Sax”) no
sax.alto e dobrando na flauta.
1975
é ano de escassas gravações para Hampton
Hawes: para a Concord Jazz
(leia-se Carl Jefferson, Presidente) em duo com o baixista Mario Suraci e tomada desde
o “Great American Music Hall” em San Francisco,
para a Contemporary em quarteto (Art Pepper, Charlie Haden, Shelly
Manne), em Los Angeles e em Hollywood
para a RCA com a “Blue Mitchell Band” (15 componentes).
Em
1976 ocorreu o inverso, com inúmeras participações de Hamptom Hawes em gravações e todas ao piano acústico e na
Califórnia:
- em janeiro, Los Angeles, com vocal e titularidade de Joan
Baez mais sexteto;
- também em janeiro, Burbank, em duo com Charlie Haden;
- em junho na Half Moon Bay, como titular de um quarteto;
- em julho como integrante do quinteto de Art Farmer, em Los
Angeles e para o selo Contemporary;
- em agosto e também em Los Angeles para a Contemporary com um
trio em estado de graça (Ray Brown e Shelly Manne), citado no início desta
resenha;
- ainda em agosto, mais uma vez em Los Angeles e também para a
Contemporary, novamente integrando o quinteto de Art Farmer (Art Farmer, Art
Pepper, Hampton Hawes, Ray Brown e Shelly Manne);
- outra vez em agosto e novamente em duo com Charlie Haden, Los
Angeles, para a "Artists House".
Em seus últimos anos de vida
Hampton dedicou boa parte de suas atividades para trabalhos em estúdios de
gravação.
Em 23/novembro/1976 Hampton participou em Los Angeles de
sua derradeira gravação, em quinteto e sob a titularidade do guitarrista Irving
Ashby, para o selo "RCA" (também á guitarra John Collins, John Heard no baixo e
Billy Higgins à bateria).
Hampton Hawes faleceu de derrame em 22/maio/1977 (no mesmo dia de
seu pai) em sua terra natal aos 48 anos.
Em 2004 foi aprovada em Los Angeles a declaração do dia
13/novembro como o “Hampton Hawes Day”
para o Estado da Califórnia.
Prosseguiremos
nos próximos dias
2 comentários:
Mestre Apóstolo está incrível, produção em série. Muito bom.
Abç
Apostolo
Parabéns pelo post. Estou adorando.
Quero mais.!! Quero mais.!!
Abç
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