ALGUMAS
POUCAS LINHAS SOBRE A
GUITARRA
E OS GUITARRISTAS - 35
ALLAN JAFFE, guitarrista, cantor e compositor norte-americano,
nasceu na cidade de Boston, capital do estado levantino de Massachusetts
(estado que abrange 227 cidades, entre as quais Bedford, Kingston, Georgetown,
Worcester, Salem, Quincy, Allston e Concord, para citar apenas algumas das mais
conhecidas), em dia não conhecido do ano
de 1950. Não confundi-lo com Allan
Phillip Jaffe (24 de abril de 1935 em Pottsville, Pensilvânia a 10 de março
de 1987 em New Orleans, tubista e um dos formadores do "Preservation Hall" em New Orleans).
Iniciou, forçado pelos pais, a estudar piano clássico
o que fez por 02 anos, após os quais passou ao violino e em seguida para o
violoncelo que estudou durante 04 anos.
Com 13 anos aprendeu alguns acordes e aderiu à
guitarra, adentrou o universo da música “folk”, ouviu “blues’, flamenco e
passou a estudar a guitarra clássica com seriedade.
Seu professor de guitarra deu-lhe a conhecer o JAZZ:
ato contínuo JAFFE converteu-se
em fervoroso discípulo de Jim Hall.
Estudando no leste americano o idioma francês, teoria
e história da música na Universidade de Yale (universidade
privada situada na cidade de New Haven, estado de Conecticut
cuja capital é Hartford, fundada em 1701 sob o nome de “Collegiate
School”, sendo a 3ª de ensino superior mais antiga dos U.S.A. e que formou numerosos
laureados dos Prêmios Nobel, Juizes do Supremo Tribunal norte-americano e Presidentes americanos, incluindo William Howard Taft, Gerald Ford e Bill Clinton) JAFFE, então
com 17 anos, conheceu como colegas contemporâneos Anthony Davis, George Lewis, Gerry Hemingway, Mark Helias e Jane Ira Bloom. Com Anthony Davis JAFFE formou o duo “Sweet Rain”; logo
em seguida uniram-se aos dois em 1968 Mark Helias e Gerry Hemingway.
Assim formado o grupo passou a apresentar-se nas
universidades de Massachusetts e de Connecticut.
Em 1975 JAFFE
foi para New York e apresentou-se em clubes e festas.
JAFFE casou-se com uma francesa e passou a residir em Paris
durante 01 ano; nesse período ele formou
outro grupo, de curta duração.
Retornando aos U.S.A. em 1978 JAFFE radicou-se em New York durante 03 anos, período no qual ele
estudou e atuou em encontros musicais, espetáculos de variedades, festas
familiares, casamentos e outros tipos de solenidades.
Voltou a reunir-se a Anthony Davis que o apresentou a
James Newton; os dois e mais Ray
Anderson, Rick Rozie, Pheeron AkLaff e novamente Gerry Heminghway, adentraram
estúdio de gravação em 1978, gravando pelo selo “Soundscape” o primeiro de JAFFE como líder.
Em 1980 JAFFE
realizou sua primeira temporada européia, com Ray Anderson. Nesse mesmo ano de 1980 ele participou ao
lado de Anderson, Mark Helias, Steve Elson e Jim Payne da formação do grupo
“Slickaphonics”, tendo como objetivo “adaptar os aspectos criativos do JAZZ a um quadro rítmico mais aceito e
apreciado pelo grande público”.
Com o grupo “Slickaphonics” JAFFE realizou inúmeras temporadas internacionais, inclusive
apresentando-se no “Moers Festival” na Alemanha e gravou diversos álbuns.
Simultaneamente JAFFE
atuou em duo com o violinista canadense Terry Kane. Ele gravou com diversos outros músicos, ai
incluídos James Brown, Maceo Parker, Julius Hemphill, Marty Ehrlich, Bobby Previte, Tim Berne, Earl Howard e George Russell.
No final dos anos 1980 JAFFE associou-se à letrista Deborah Atherton, com os dois criando
o libreto para o musical “Carmilla”, devidamente adaptado de uma história de
vampiros do século XIX, assim como criaram a ópera “Mary Shelley”, também uma
adaptação baseada na vida do autor de Frankstein, que levaram ao palco no “The
Ethical Culture Society” da cidade de New York.
JAFFE toca com extrema velocidade, certamente e em boa
parte herdada dos guitarristas do “bebop”, com um som “bluesy” (bastante
baseado nos “blueseiros” John Hurt e Blind Blake) tendente a metálico,
digitando com virtuosismo e sempre adepto a composições fortemente
estruturadas, com ritmo e voz que permitam-lhe criar progressões dramáticas.
Ele consegue abranger um largo espectro de gêneros de
atividades a partir do JAZZ, ai
incluídos o “blues”, o “ragtime”, os temas operísticos e teatrais, assim como a
música artística.
A discografia de ALLAN
JAFFE, sem ser expressiva em quantidade, reflete bem a qualidade típica de
seu “guitarrismo” e vocalização, podendo citar-se:
- 1978, “Song For An Unborn Child”;
- 1980, “Ray Anderson: Harrisburg
Half-Life”, com Ray Anderson, Mark Dresser, Gerry Hemingway (participação de JAFFE);
- 1982, “You Can Do What You Want”, com o
“Slickaphonics”;
- 1982, “Slickaphonics: Wow Bag”, com Ray
Anderson, Steve Elson, Mark Helias, Jim Payne;
- 1982, “Creative Improvisors Orchestra:
The Sky Cries The Blues”, com Oliver
Lake, Leo Smith, Marty
Ehrlich (participação de JAFFE);
- 1983, “Various Artists: New York Funk,
Vol. 1”, com Fred Wesley, Mike Clark, Pee Wee Ellis, Allan Jaffe;
- 1983, “Tlephonically You”, com o
“Slickaphonics”;
- 1984, “Slickaphonics: Modern Life”, com
Ray Anderson, Daniel Wilensky;
- 1985, “Slickaphonics: Humatomic Energy”,
com Ray Anderson, Steve Elson, Mark Helias, Jim Payne;
- 1986, “Slickaphonics: Check Your Head At
The Door”, com Ray Anderson, Steve Elson, Mark Helias, Jim Payne;
- 1988, “Slickaphonics: Live”, com Ray
Anderson, Steve Elson,Mark Helias, Jim Payne;
- 1990, “Ray Anderson: What? Because!”,
com Ray Anderson, John Hicks, Pheeroan AkLaff, Mark Dresser (JAFFE como “sideman”);
- 1990, “Bobby Previte: Empty Suits”, com Bobby Previte, Robin Eubanks, Jerome
Harris, Steve Gaboury (JAFFE como “sideman”);
- 1992, “Maceo Parker & the JB Horns:
Funky Good Time In Tokyo”, com Maceo Parker, Fred Wesley, Pee Wee Ellis,Allan
Jaffe, Jim Payne, Mark Helias;
- 2003, “Denman Maroney: Fluxations”;
- 2006, “Rags for Guitar”, solos de
guitarra.
Este é o capítulo final da série "Guitarristas"
apostolojazz@uol.com.br
4 comentários:
Prezado Pedro, finaliza assim uma série excelente, com ótimas biografias bem "mastigadas" magnífico trabalho. Esperamos, então outra, quem sabe sobre os pianistas?
Um abração
Prezado Apostolo
Não me lembro de ter ouvido nada dele. Vou procurar.
Abç
Estimado MÁRIO JORGE:
Iniciei o preparo da série "Pianistas".
Vai longe, com certeza mais de 100 resenhas.
Grande "Apóstolo"
Obrigado pela série "Os Guitarristas", preparada com longo esmero e denodado esforço. O seu estudo, conhecimento do assunto e, brilhantismo nas apresentações aqui no CJUB, abriram para as lacunas de nosso aprimoramento. Isto, pelo fato de alguns poucos, sequer tinhamos conhecimento, tal como o ora aqui focado.
Belo trabalho
Saudações do amigo
"Nels"
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