Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

COLUNA DO MESTRE LOC NO JB ONLINE

15 dezembro 2014

Novos clubes de jazz em Manhattan

por Luiz Orlando Carneiro, em 13/12/14

Os jazzófilos mais idosos familiarizados com os “endereços” mais in de Manhattan lembram-se, saudosos, do Bradley's – aquele pequeno clube na University Place, em Greenwich Village, com 15 mesas e 20 tamboretes no bar, que funcionou de 1969 a 1996. Lá aportavam, principalmente, eminentes pianistas, tocando solo ou em duo, na companhia de não menos ilustres baixistas. Entre os primeiros, eramhabitués do lugar Kenny Barron, Tommy Flanagan, Hank Jones, George Cables, Jimmy Rowles, John Hicks, Roland Hanna e Fred Hersch. Entre os baixistas, recordo-me de Red Mitchell, Cecil McBee, George Mraz e Ray Drummond.

Dezoito anos depois do fim do Bradley's, foram inaugurados em Nova York, nos últimos meses, dois jazz clubs que se propõem a suprir a falta de espaços que abriguem um bom piano de cauda e uma audiência de connoisseurs. São eles o Mezzrow, em Greenwich Village, e o JazzHaus, na Midtown (Rua 56 entre as 7ª e 8ª avenidas).

O Mezzrow – nome em homenagem ao lendário clarinetista Mezz Mezzrow (1899-1972) – é do pianista-empresário Spike Wilner, dono também do já afamado Smalls, que fica do outro lado da mesma Rua 10, perto do Village Vanguard. No site do novo “porão”, com capacidade para menos de 50 pessoas, lê-se que se trata de um “jazz piano room”, que apresenta “no nosso clássico Steinway de 1923 a nata dos melhores pianistas da cidade de Nova York”. E que o clube, basicamente, “a musical environment run by musicians for musicians”.

Em entrevista à Downbeat (edição deste mês), Spike Wilner assim fala do Mezzrow: “Sou pianista e, assim, tenho boas lembranças de lugares em Nova York onde se podia entrar, e ouvir Kenny Barron ou outro grande pianista tocando em duo, num ambiente mais tranquilo, um pouco mais civilizado, um pouco mais adulto”.

E Wilner tem conseguido atingir o seu objetivo, a julgar pelo nível dos pianistas que se exibiram no novo clube nos primeiros 10 dias do corrente mês: Aaron Parks, em duo com o baixista Ben Street; o veterano Don Friedman; Aaron Diehl, ao lado de Ben Williams (baixo). Até o fim do ano, as atrações do Mezzrow serão Johnny O'Neal, Kevin Hays (em duo com o gaitista Gregoire Maret), Sacha Perry e o próprio dono do pedaço, Spike Wilner.

O JazzHaus, por sua vez, é parte da KlavierHaus, no Le Parker Méridien Hotel, pertinho do Carnegie Hall. A KlavierHaus – que representa em Nova York os caríssimos pianos Fazioli, feitos sob encomenda – já promovia recitais pianísticos com foco na música clássica.

Da programação deste mês no novo endereço do jazz piano em Manhattan constam: James Francies, um garoto do Texas de 17 anos, endossado por Taylor Eigsti, que também foi menino-prodígio protegido de Dave Brubeck; Dave Burrell, que se destacou, já na década de 1960, ao lado dos saxofonistas vanguardistas Archie Shepp, David Murray e Pharoah Sanders; os cubanos Elio Vilafranca, Arturo O'Farrill, Manuel Valera e Osmany Paredes, todos radicados em Nova York, e que encerram o ano no Jazzhaus New Year Festival of Cuban Piano (29 a 31/12).

GRAMMY

Saíram os cinco finalistas em cada uma das 82 categorias do 57º Grammy (o “Oscar” da indústria fonográfica). Os vencedores do Grammy 2015 serão anunciados no dia 8 de fevereiro, numa festa a ser realizada no Staples Center, em Los Angeles. Nas categorias referentes ao jazz instrumental, os indicados foram:

1) Melhor álbum de pequeno conjunto:

- Landmarks (Blue Note), Brian Blade & the Fellowship Band – Sexteto liderado pelo baterista Blade, com Melvin Butler (sax tenor) e Myron Walden (sax alto).

- Trilogy (Concord) – CD triplo do trio do pianista Chick Corea, ao vivo em turnê, com Brian Blade e Christian McBride (baixo).

- Floating (Palmetto) – Trio do pianista Fred Hersch (John Hebert, baixo; Eric McPherson, bateria).

- Enjoy the view (Blue Note) – Quarteto formado por Bobby Hutcherson (vibrafone), David Sanborn (saxes alto e soprano), Joey DeFrancesco (órgão) e Billy Hart (bateria).

- All rise: A joyful elegy for Fats Waller (Blue Note) – Conjunto liderado pelo pianista Jason Moran, com vocais.

2) Melhor álbum de orquestra ou large ensemble:

- The L.A. Treasures Project (Capri) – Clayton-Hamilton Jazz Orchestra, liderada pelos irmãos John (baixo) e Jeff Clayton (saxes), mais o baterista Jeff Hamilton.

- Life in the bubble (Telarc) – Gordon Goodwin's Big Phat Band.

- Quiet pride: The Elizabeth Catlett Project (Motema) – Orquestra reunida e conduzida pelo baixista-compositor Rufus Reid. Dentre os solistas, realce para Ingrid Jensen e Tim Hagans (trompetes), Steve Wilson e Javon Jackson (saxes).

- Live: I hear the sound (ArchieBall) –Attica Blues Orchestra, dirigida pelo saxofonista-compositor Archie Shepp.


- Over Time: Music of Bob Brookmeyer (Planet Arts) – The Vanguard Jazz Orchestra.

2 comentários:

APÓSTOLO disse...

Estimado MauNah:
Belas notícias sobre os novos locais para o "piano-JAZZ".
A "big apple" segue comandando o espetáculo.

Anônimo disse...

Ave, Mestre Apóstolo,
a notícia é do Luiz Orlando, eu não sei de nada, não vou a NYC desde 2010 e fico triste com isso. No entanto, ainda irei pra checar essas novas paradas jazzísticas e isso, só essa boa expectativa, quando quer que se realize, já me enche de alegria.
Um abração.
MauNah