ALGUMAS
POUCAS LINHAS SOBRE A
GUITARRA
E OS GUITARRISTAS - 31
Arvin Charles Garrison, artisticamente ARV GARRISON, guitarrista norteamericano,
nasceu na cidade de Toledo, estado de Ohio (estado cuja capital é Columbus e
que abrange as conhecidas cidades de Delaware, Georgetown, Lancaster, Avon,
Wilmington, Springifield e Oxford, além de outras 122), no dia 17 de agosto de
1922, vindo a falecer em sua cidade natal com 37 anos e no dia 30 de julho de
1960 em decorrência de ataque de epilepsia.
Filho de mãe professora de piano, com a idade de 09
anos GARRISON iniciou-se no
“ukelelê”, passando a estudar a guitarra e de forma auto-didata 03 anos mais
tarde.
Com a guitarra e até os 18 anos tocou nas reuniões
sociais da igreja de sua paróquia e participou de múltiplas bandas escolares,
até que em 1941 e com 19 anos completos montou seu próprio grupo, chegando a
atuar no “Kenmore Hotel” na cidade de Albany, capital do estado de New York (o
estado conta com 374 cidades além da capital, quantidade somente inferior à do
estado da Califórnia, que contabiliza 482 cidades).
Com certeza e segundo o próprio GARRISON, suas maiores influências na guitarra foram o grande
Django Reinhardt, assim como o não menos importante Les Paul, cujas gravações
ele escutou vezes sem fim.
Em seguida à atividade em Albany GARRISON integrou a formação de Don Seat em Pittisburgh, estado da
Pensilvânia, para voltar a montar trio próprio com o qual atuou nas costas
Leste e Oeste americanas até 1948.
Esse trio passou a denominar-se a partir de 1945 como
“Vivien Garry Trio”, nome da contrabaixista e cantora do trio, com quem GARRISON casou-se nesse mesmo ano.
Ainda assim e em 1946 GARRISON teve seu maior momento de glória e de projeção, em função
de ter gravado com Charlie Parker. Com
efeito, no dia 05 de fevereiro de 1946 e no estúdio da “Electro Broadcasting”
em Glendale (Califórnia), GARRISON
participou com a guitarra da formação intitulada “Dizzy Gillespie Jazzmen”,
integrada por Gillespie no trumpete, Parker no sax.alto, Lucky Thompson no sax.tenor,
George Handy no piano, Ray Brown no baixo e Stan Levey à bateria; nessa
sessão foi gravado o tema “Diggin’Diz” com 2’52” para o selo “Dial Records” (do
produtor Ross Russell, também biógrafo de Charlie Parker com o livro “BIRD” de
1972).
No mês seguinte e no dia 28, novamente GARRISON com sua guitarra alinhou no
estúdio da “Radio Recorders” em Hollywood
(Califórnia), quando foram gravadas 11 faixas também para o selo “Dial Records”
e com a formação denominada como “Charlie Parker Septet”: Parker no sax.alto, Miles Davis no trumpete,
Lucky Thompson no sax.tenor, Dodo Marmarosa no piano, Vic McMillan no baixo e
Roy Porter na bateria. Foram gravados os
temas “Moose The Mooche” (03 tomadas), “Yardbird Suíte” (02 tomadas),
“Ornithology” (03 tomadas) e “Night In Tunísia” (02 tomadas); além dessas 10 faixas/tomadas foi preservado
também o “break” do tema “Night In Tunísia” com o sax.alto de Charlie Parker,
“break” considerado uma das peças mais importantes dessa sessão. Dessa forma e em 32’37” ficou registrada a
presença de GARRISON em momento
histórico do “bebop”.
Aproveitando essa rara oportunidade e em conversa com
o crítico de JAZZ Leonard Feather, GARRISON angariou sua inclusão na
renomada “Enciclopédia do Jazz” do citado crítico, o que lhe valeu prestígio
permanente.
No ano de 1947 e como líder GARRISON deixou registrada a que considerava sua melhor gravação,
“Five Guitars In Flight”. Essa gravação
foi realizada com a banda de Earl Spencer e contou com um time ímpar de
guitarristas: Barney Kessel, Irving
Ashby, Gene Sargent, Tony Rizzi e o próprio GARRISON.
No início dos anos de 1950 GARRISON retornou à sua cidade natal, Toledo, onde sua carreira
passou a decorrer de forma bem discreta.
GARRISON sempre foi um explorador das linhas melódicas, com
brilho, em muitas passagens improvisadas atingindo o lírico. O som que obtinha em sua guitarra era
“redondo” ainda que incisivo, o que soube transportar com perfeição e
inteligência para a amplificação eletrônica.
Vida curta pelo falecimento com apenas 37 anos, mas carreira longa por ter-se iniciado no
aprendizado ainda menino e profissionalmente com tão somente 19 anos, fizeram
de GARRISON um músico que conseguiu
cunhar sua presença com dignidade. Ao
lado de Remo Palmieri e de Bill DeArango, GARRISON
foi um dos primeiros, e melhores, guitarristas do “bebop”.
As gravações em que ele pode ser ouvido foram citadas
anteriormente.
Retornaremos à guitarra e aos guitarristas em próximo
artigo.
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