TRABALHO DE PESQUISA DE NOSSO EDITOR NELSON REIS
APRENDIZAGEM E O
REVÉS DO BATERISTA
1 – APRENDIZAGEM
Este é um assunto de difícil
abordagem, visto que as condições de início e aprendizado no instrumento
envolve não só pendor, persistência, finanças e....treinamento constante,
que são não só diferentes aspectos, mas que dizem da individualidade inerente a
cada um.
O aprendiz e o profissional
necessitam exercitar-se no instrumento, independentemente das aulas recebidas
ou ministradas, quer sejam elas em caráter particular ou em Conservatórios
Musicais.
O vizinho de moradia de qualquer
instrumentista, costuma suportar com mais benevolência – normalmente –
instrumentos de cordas, sopros ou piano. Mas, bateria, é sempre “tolerada”
(quando muito) pela vizinhança. A maioria, acha que “faz barulho e
incomoda”. Eles costumam ser um pouco mais aquiescentes com as “escalas
infindas” de sopros e cordas, do que com “rulos” (ou, “rufos”) e os “paradidles”
de bateria.
Há que se criarem condições – coisa nem sempre fácil – em
uma garagem vazia de residência domiciliar, ou um cômodo afastado do corpo do
imóvel e, providenciar um acolchoamento com isolamento acústico (pequeno
“studio”) para criar um local onde possa montar o instrumento completo para
exercícios.
Hoje, há possibilidade de obtenção de um “instrumento-treino de
borracha” para esses exercícios. Todavia, o instrumentista de bateria pode
desenvolver ou implementar certas técnicas, mas a sonoridade que se pretenda
obter para o educação do ouvido é obliterada. O instrumentista “no treino na
borracha” não se atém à sensibilidade sonora do efeito percutido que tenta
produzir, ou que irá produzir no instrumento, mas somente a técnica de
desenvolvimento do que se pretenda obter. Um prato, ao ser percutido, tem uma
sonoridade sua específica na campânula, outra no meio da área da circunferência
e uma outra na borda. Dependendo ainda, de com que intensidade e com que
auxiliar de percussão (baqueta, maceta ou vassoura) estará sendo utilizado.
Isto, somente pode ser ouvindo diretamente, no instrumento, para se obter o
efeito e a sonoridade esperada.
2- REVESES COMUNS
NA ARTE DA BATERIA
Oportunamente, lembramos o que de certa feita disse o
grande baterista, Max Roach, numa entrevista:
— “O meu tambor-baixo (“bass drum”) sempre me causa algum
transtorno. Em casa, mesmo usado no porão (“underground”), ou transportando-o
de metrô (“subway”) ele me cria maus vizinhos”
A maioria dos “jazzófilos”, sabe que o grande trompetista,
Roy Eldridge, foi baterista antes de famoso em seu sopro. Já tivemos inúmeras
oportunidades de ver, em vídeos, sua atuação como baterista, na França e nos
Estados Unidos.
Ele não resistiu “ ao condicionamento” que o instrumento
lhe impunha como baterista, naquela ocasião. De certa feita, perguntaram-lhe
porque havia trocado de instrumento, da bateria para o trompete. Disse ele:
— “Meu amigo, eu era sempre o primeiro a chegar e o último
a sair. Quando o flautista, o trompetista e outros sopros já haviam saído do
“nightclub” com suas namoradas, eu ainda estava desmontando o instrumento para
ir embora. Quando estava pronto, todos já se tinham ido e eu só, sem namorada”.
Outro aspecto
importante é que bons instrumentos e bons professores, em qualquer modalidade
de instrumento de orquestra, são – naturalmente – muito caros.
Imagine-se pagando por um bom “kit de pratos”,
miseravelmente, entre 4 e 5 mil dólares americanos e, um Mestre que “não possa
dispensar-lhe um horário agora na agenda, somente daqui a seis meses”. Às
vezes, um clarinetista espera até quase dois ou três anos para poder ter aulas
com determinado Mestre na Europa ou Estados Unidos.
Recorrem-se aos Conservatórios Musicais e a renomados
professores do instrumento, no exterior, para aperfeiçoamento técnico.
Agora, como se diz no idioma inglês:
“NEVER SAY DIE MY FRIEND, AND KEEP YOUR CHIN
UP”
Um comentário:
Maravilha NELSON;
Segue esta preciosa série, cada vez mais invadindo o mundo das baterias.
Que venha mais...............
APOSTOLOJAZZ
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