Este é um trabalho de pesquisa do nosso editor Nelson Reis
1 – O SURGIMENTO
Para que possamos traçar um
perfil da bateria como um instrumento musical de percussão, devemos, ao longo
da história, nos ater à evolução da espécie humana, do instinto e do sentido da
audição na qualidade de ser humano.
O homem primitivo, descobriu em
cada aspecto da natureza, um som próprio. Assim, os animais, as folhas à chuva,
o vento, trovões e explosões, criaram identificações características na audição
humana e, sobretudo, o do bater próprio feito pelos seus instrumentos de
uso como martelos, machados e outros. Na sua evolução, criou-se destarte um som
primitivo de um tronco oco de árvore e, o homem descobriu que percutindo-o com varas ou gravetos
menores, emitia um som em cada parte da
superfície em que batia.
Posteriormente, descobriu ele que
seccionando aquele tronco e cobrindo uma de suas extremidades com a pele
ressecada de um quadrúpede morto, obtia assim uma “caixa de ressonância”, que
veio a tomar um nome genérico característico, de TAMBOR.
Surgia assim um instrumento
acústico primitivo, denominado tambor acústico e que viria a tornar-se
um instrumento sonoro. Esse tambor, passou a ser percutido pelo homem com as
mãos sobre a pele sobreposta, ou mesmo por pedaços de paus roliços como prolongamento
de seus braços. Esses objetos percutidores, batidos sobre a pele do
instrumento, foram os embriões do que hoje se conhece como baquetas ou macetas
de percussão.
Utilizado nas celebrações
comunitárias ou como instrumento primitivo de comunicação repetidora de avisos,
o tambor passou a integrar a vida do ser humano através de épocas - da
primitividade aos nossos dias.
2 – INSTRUMENTO MUSICAL PERCUTIDO
Como de certa feita disse o
célebre baterista Art Blakey: -- “Se em um local plano você
dispuser uma série de instrumentos musicais diversos, e ali soltar uma criança,
poderá ter a quase que certeza de que ela irá descobrir, em primeiro lugar, o
som de um tambor” .
O tambor, ao ser percutido com as
mãos ou com um auxiliar de percussão (baquetas), emite um som hipnótico e
imediato, criando no sentido auditivo do ser humano, o chamado à atenção, o
curioso despertar da vibração ambiental pelo som produzido.
Com a evolução no estudo do som,
os tambores foram sendo elaborados em diversos tamanhos e formas, para atenderem
à expressão do ser humano sob forma de música, melodia, harmonia e ritmo.
A curiosidade e engenhosidade do
ser humano, através dos tempos, criou outros instrumentos musicais à base de
percussão. Assim, mecanismos produziram escalas sonoras conjugadas em um só
instrumento mecânico e, além dos diversos tipos de tambores, surgiram instrumentos
sofisticados como os pianos, marimbas, vibrafones, sinos, gongos, campainhas e,
até curiosamente o banjo.
3 – CONJUNTOS DE PERCUSSÃO
Ao formarem um conjunto de
músicos percussionistas, ficaram eles encarregados da fixação ou manutenção da
cadência do ritmo, do andamento e da acentuação musical do grupo. Assim,
fixou-se “uma banda” dos instrumentos. Ou seja, aqueles que se destacavam por
uma sonoridade mais audível, mais forte, mais rítmica e de maior atenção
chamativa no conjunto. De acordo com a altura de sonoridade e afinação de seu
instrumento de percussão eles eram executados por músicos individuais.
Reparem, detalhadamente, numa ala
de bateria de Escola de Samba. Cada percussionista/instrumentista (em suas
diversas modalidades) seja o bumbo, tambor surdo, caixa, pratos, reco-reco,
triângulo, frigideira, pandeiro, etc.., é um único executante por instrumento,
sobre controle do Mestre que os conduz. Pode ser observada a homogeneidade,
melodia, frases, na diversificação dos instrumento, dentro de um contexto
visando o acompanhamento do tema musical cantado ou tocado por outros
instrumentos componentes do grupo.
4 – A BANDA DE JAZZ PRIMITIVA
Ao observar um desfile musical,
seja ele militar, escola de samba, de acompanhamento religioso festivo ou
fúnebre, um instrumento se destaca na sua modalidade: o tambor.
Seja ele de natureza de afinação
grave ou aguda, ali está a marcação rítmica do desfile.
A banda musical de jazz primitiva,
em New Orleans, tinha uma característica de percussão onde haveria um
“bumbista”, um “caixista”, um “pratista” sustentando a parte rítmica do desfile
ou procissão. Indivíduos únicos para cada instrumento de percussão.
2 comentários:
0nde se lê: ...."sobre controle de um Mestre" ,leia-se... "sob controle de um Mestre"
Obrigado e desculpem n/falha
Sdçs.
"Nels"
Prezado NELSOM:
"Falha" ? ? ?
Magnífica introdução e aguardamos a sequência, que nos levará ao panorama fascinante dos bateristas, tão apreciados pelos cultores do JAZZ.
Belo trabalho.
APOSTOLOJAZZ
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