Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

GRAMMY DE MELHOR CD DE JAZZ VAI PARA PAT METHENY

20 fevereiro 2013


Coluna do Luiz Orlando Carneiro 
JB, 16 de fevereiro


O prodigioso e heterodoxo guitarrista-compositor Pat Metheny, 58 anos, levou mais um Grammy para a sua coleção. Desta vez, na festa-show de domingo último, no Staples Center, Los Angeles, ele foi o vencedor na categoria “melhor álbum de jazz instrumental”, e não nas divisões mais comerciais intituladas “Contemporary Jazz” ou “New Age”, nas quais tem sido distinguido com frequência.

O CD de jazz propriamente dito premiado com o gramofone de ouro da Recording Academy (o 55º, referente ao ano-base setembro de 2011-outubro de 2012) foi Unity Band (Nonesuch), uma seleção de nove composições de Metheny por ele interpretadas em quarteto com os também notáveis Chris Potter (saxes tenor e soprano, clarinete baixo), Antonio Sanchez (bateria) e Ben Williams (baixo).

Os outros quatro discos indicados para esta seção do Grammy eram dois do mestre do piano Chick Corea gravados pela Concord Jazz, Hot house, em duo com o vibrafonista Gary Burton, e Further Explorations, registro ao vivo no clube Blue Note, em trio com Paulo Motian (bateria) e Eddie Gomez (baixo); Blue Moon: The New York Session (Jazz Village), do quarteto do pianista Ahmad Jamal; Seeds from the Underground (Mack Avenue), do sax alto Kenny Garrett no comando de seu trio (Benito Gonzalez, piano; Nat Reeves, baixo).

Em janeiro, na eleição anual dos críticos promovida pela revista Jazz Times dos 40 Top CDs, o da banda de Metheny tinha ficado em 19º lugar, à frente de Hot House (23º), de Blue Moon (33º) e de Seeds from the Underground (35º). Ou seja, Unity Band já fora considerado pelos entendidos um dos melhores registros fonográficos do ano passado, numa lista encabeçada por Accelerando (ACT), de Vijay Iyer; Four MF's Playin' Tunes (Marsalis), de Branford Marsalis; e Spirit Fiction (Blue Note), de Ravi Coltrane.

O mais recente álbum do guitarrista é o primeiro na companhia de um saxofonista, desde o também ganhador do Grammy Tales from the Hudson (Impulse, 1996), no qual o líder era o memorável Michael Brecker. A escolha de Chris Potter para a linha de frente da nova Unity Band é assim explicada e elogiada pelo próprio Metheny: “Como fã, tenho visto como ele se tornou um dos grandes músicos do nosso tempo (…). Sua versatilidade é desconcertante, e ele tira um grande som de todos os instrumentos, em todos os registros. Mas suas ideias, suas execução e fluência como improvisador estão num nível que eu raramente vi. Já comentei, várias vezes, que Gary Burton e Ornette Coleman foram dois caras com os quais toquei que, realmente, se destacam como fontes inesgotáveis de ideias nos seus respectivos caminhos. Para mim, Chris rivaliza com eles. (…) É um dos maiores músicos que já tive por perto”.

Com a contribuição inestimável de Antonio Sanchez e Ben Williams (sempre no baixo acústico), a dupla Metheny-Potter produziu um álbum merecidamente premiado, por ser um show bem jazzístico do guitarrista, usando sua coleção de axes e macetes eletrônicos, e uma prova de fogo definitiva para o saxofonista (também íntimo do clarone) de 42 anos, que passou a brilhar, no fim da década de 90, como sideman de Dave Holland.

O CD Unity Band abre, suavemente, com a “modinha” New Year (7m35) exposta pela guitarra de cordas de nylon do líder, que prepara solos incisivos do sax tenor e do baixo de Williams. O espírito fusionista de Metheny, mago dos sintetizadores, começa a baixar em Roofdogs (5m30), com Potter no sax soprano, enquanto na faixa mais longa do disco,Signals/Orchestrion Sketch (11m25), os saxes procuram achar “saídas” melódicas no terreno minado pela música sônico-robótica e densamente percussiva do compositor.
Mas mesmo os ouvintes que repudiam os rompantes por demais sônicos de Pat Metheny não poderão deixar de apreciar as demais faixas do disco, principalmente Come and See (8m25), com o líder-autor no manejo da guitarra Picasso de 42 cordas, e Potter tocando clarone e tenor; Breakdealer (8m30), com solos ferventes dos dois e de Sanchez; a guitarra acústica (com cordas de aço) e o sax interpretando, em andante cantabile, a balada This Belongs to You (5m20); a também envolvente Then and Now (5m50), com a guitarra do líder só levemente amplificada.

3 comentários:

Anônimo disse...

Boa Gustavo, vou ouvir agora, deve ser ótimo.

Abraço,

Mario

Anônimo disse...

Sorry, tá no PB boa qualidade

SAZZ disse...

E HÁ QUEM NÃO GOSTE DO PAT ! ! !