Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

COLUNA DO LOC

29 janeiro 2013



Cyrus Chestnut, ex-"young lion", celebra 50 anos

JB, 26 de janeiro
por Luiz Orlando Carneiro


Nestes últimos cinco dias, o pianista Cyrus Chestnut vem celebrando 50 anos de vida do modo que mais lhe compraz. Ou seja, tocando dois sets por noite no palco do refinado Dizzy's Coca-Cola Club - debruçado sobre o Central Park de Nova York - à frente de seu trio (Dezron Douglas, baixo; Neal Smith, bateria), e na companhia do saxofonista Stacy Dillard e de outros convidados.
Nascido em Baltimore (Maryland), em 17 de janeiro de 1963, Chestnut é um daqueles young lions que, na década de 80, começaram a reinterpretar a mainstream do jazz, na base do old wine, new bottle, sob a liderança intelectual do grande trompetista-compositor Wynton Marsalis - que comemorou o 50º aniversário em outubro de 2011. Dessa mesma geração fazem parte outros consagrados músicos, tais como os pianistas Marcus Roberts, Benny Green, Gonzalo Rubalcaba e Danilo Perez (os dois últimos oriundos de Cuba e do Panamá); os saxofonistas Branford Marsalis, Kenny Garrett, Vincent Herring e Donald Harrison; os trompetistas Terence Blanchard e Wallace Roney; o trombonista Wycliffe Gordon e o baterista Jeff “Tain” Watts.
Filho de um organista amador de igreja paroquial, Cyrus foi embalado ao som da música gospel, revelou-se logo um pianista nato e, antes de completar 10 anos, já ocupava o banco do piano da Mount Calvary Star Baptist Church de Baltimore. Mais tarde, graduou-se pelo Berklee College of Music de Boston, enquanto aprofundava sua intimidade com a arte e a obra de mestres Bud Powell, Thelonious Monk, Hank Jones e Wynton Kelly. Depois de um “emprego” de dois anos como sideman do trio da vocalista bop Betty Carter – uma especialista em descobrir novos talentos – o pianista juntou-se à turma dos Marsalis & Cia. Em 1993, lançou seu primeiro disco como líder para um selo de renome: Revelations (Atlantic), em trio, contendo nove peças de sua autoria.

No ano passado, a etiqueta WJ3 editou o 14º álbum autoral de Chestnut, gravado em dezembro de 2010, e intitulado, simplesmente, The Cyrus Chestnut Quartet. Os três outros membros do combo são o jovem e vigoroso Stacy Dillard (saxes tenor e soprano), Dezron Douglas (baixo) e Willie Jones III (bateria). Das oito faixas do álbum, apenas duas não são assinadas pelo líder: No problem (7m40), o tema de Duke Jordan gravado pelos Jazz Messengers de Art Blakey para a trilha sonora do filme Les liaisons dangereuses (1960), de Roger Vadin; What's happening (4m35), hard bop em tempo quente do baixista Douglas.
As demais têm aquela coloração bluesy ou soul que o pianista-compositor privilegia, no entanto sem o clima bem contemplativo do álbum Blessed quietness (Atlantic, 1996) - primoroso vôo solo de Chestnut a partir de temas de hinos e spirituals.
O novo CD tem mais a ver com o também ótimo disco Soul food (Atlantic, 2001), que contava com Christian McBride (baixo) e Lewis Nash (bateria), mais convidados do quilate de James Carter (sax tenor), Stefon Harris (vibrafone), Marcus Printup (trompete) e Wycliffe Gordon (trombone). Neste último álbum da WJ3 – no qual a atuação de Stacy Dillard é brilhante – os pontos culminantes são as interpretações dos temas bluesy de Chestnut intitulados Anibelle cousins (7m05) e Indigo blue (8m), em tempo médio, e o dolenteMustard (8m35). Dillard toca sax soprano nas delicadas peças Waltz for Gene and Carol(5m) e Solace (7m05).
The Cyrus Chestnut quartet é um registro que enriquece ainda mais a discografia desse pianista agora cinquentão que, com engenho e arte excepcionais, sabe navegar pela mainstream do jazz “sem jamais parecer old fashioned” - para tomar de empréstimo recente comentário do estimado crítico John McDonough.

2 comentários:

Anônimo disse...

Prezados LOC e Gustavo Cunha:

Cyrus é "pedra 90" da melhor garimpagem e merece homenagear-se e ser homenageado sempre.
Ainda tão jovem ("cinquentinha") e já ostenta bagagem de atuações e gravações de maior qualidade.
Ave Cyrus ! ! !

APÓSTOLOJAZZ

MauNah disse...

Guzz, obrigado pela conversão do arquivo e a publicação. Não podemos prescindir do nosso Mestre LOC e suas sempre sábias resenhas.
Abs.