Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

29 maio 2012

Com o toc do Maunah volto depois de algum tempo é verdade, mas única e exclusivamente por falta de tempo e agora com novo computador, para falar de mais um grande pianista nascido em Niterói, o pouco conhecido MOACYR PEIXOTO, que teve inicio de sua trajetória em 1936 ainda aos 16 anos na Orquestra do Rio de Janeiro, considerado por alguns críticos e produtores como o 1º pianista brasileiro de Jazz, razão talvez do pouco reconhecimento, refletido na sua pequena discografia.
Gravou na Columbia 2 lp's, o primeiro em 57 com o Brazilian Jazz Quartet, "Coffee & Jazz" acompanhado por José "Casé" Godinho Filho (sax alto), Luiz Chaves (baixo) e Alberto Barsotti (bateria), sendo 12 temas todos standards como "Old Devil Moon, The Lonesome Road, Black Satin, Makin Whopee e Don't Get Around Much Anymore" entre outros.
O outro lp gravado em 58 chamado "The Good Neighbors Jazz" foi produzido por Estevão Hermann e tendo Moacyr na companhia de musicos da Orquestra de Woody Hermann, que por aqui se apresentava, como Major Holley (baixo), Jimmy Campbell (bateria) além de José "Casé" Godinho (sax alto), com repertório basicamente jazzístico "Rough Ridin, Easy To Love, Out Of Nowhere, Major Blues, Yesterdays" e Peixoto's Blues do próprio Moacyr. Esse casamento se mostrou uma das experiencias musicais das mais interessantes da época, unindo a criatividade e talento de brasileiros com os já calejados musicos estrangeiros.
Devido a pouca receptividade ao seu trabalho, Moacyr foi acompanhar seu irmão mais popular "CAUBY" em inúmeras apresentações e discos, quando em 1966 foi morar nos E.U.A., afim aprimorar sua técnica e aumentar o aprendizado. Ficou quase 7 anos na terra do Tio Sam, retornando em 1973 contratado para tocar na Baíuca em São Paulo, casa no modêlo Flag de grande sucesso na noite do Rio de Janeiro.
Em 1979 lançou pela Eldorado novo disco intitulado "Um Piano Dentro da Noite" na forma de trio com Carlos  Monjardim (baixo) e J. Rafael Daloia "Zinho" (bateria). Neste trabalho Moacyr passeia com interpretações bem próprias por "Misty, How Long Has This Being Going On, I've Got a Crush on You, Sophisticated Lady", além de temas do nosso cancioneiro como "Triste ( Jobim), Andança (Caymmi) e uma emocionante Duas Contas" de Garoto.
Nos anos 80 já recluso se apresentou no Maksoud Plaza (S.P.) também com pouca repercussão e finalmente em 1966 grava em cd (CID) talvez seu único registro disponível no mercado, apesar da distribuição limitada, mas onde podemos curtir seus sofisticados arranjos e bom gosto musical, sem abrir mão dos seus conceitos principalmente para ouvidos de jazzófilos apurados ou não.
Moacyr Peixoto faleceu em 2003, dias antes da apresentação de seu trio no "All of Jazz", principal clube do genero também localizado em São Paulo, cidade que escolheu para viver.

6 comentários:

Anônimo disse...

Prezado SAZZ:

Esse merece todos os adjetivos e apreciação atenta de suas qualidades pianísticas = técnica e imenso "feeling".
Parabéns pela resenha ! ! !

APÓSTOLO

llulla disse...

Amigo Sazz,
Inclua na discografia de Moacyr Peixoto o álbum "2º Concêrto de Jazz de Câmera no Teatro Municipal", do qual Moacyr participa com Casé, Luiz Chaves e Rubinho nas faixas : "Not so sleepy" e "Smoke signal".
abcs.
llulla

MARIO JORGE JACQUES disse...

Sazz que bom tê-lo de volta. Por coincidência Moacyr Peixoto e seu Brazilian Jazz Coffe está programado para o PODCAST 112.
Abraços

sazz disse...

Valeu, não tinha duvida de que essas poucas linhas sobre esse grande musico iriam causar algum frisson, principalmente de tão representativos comentaristas e apreciadores.

Nelson disse...

Meus preclaros confrades,

Moacyr Peixoto era um "grande craque" do piano e, no jazz feito "aqui na terrinha" deixou gravada sua identidade. Egressso de família extremamente musical, onde tinha lugar de fama não só o velho Cyro Monteiro, como seus irmãos Araken e Caubi que - sem sombra de dúvida um dos melhores intérpretes e "crooner"da musica popular brasileira.
Pudemos assisti-lo em audiencias jazzisticas produzidas pelo Mestre Paulo Santos e na cêra aqui abordada. Sobretudo. o famoso "Coffee" onde Rubinho, excelente baterista à época, ficou tremendamente prejudicado pela qualidade da gravação. O finado "Mr. Jones"(Raimundo Flores da Cunha)é que costumava refererir-se ao fato:
-"Olha aí pessoal !!!! uma pena que um produto musical de tão boa qualidade, esteja gravado desse jeito". "A pontuação de bumbo do Rubinho está parecendo "um foguete Caramurú de três tiros"

Valeu Sazz. Moacyr - hoje tocando "no andar de cima" - fez a alegria de todos os que o ouviram ao piano.Obrigado pela postagem.

"Nels"

MauNah disse...

"Que beleza!"
Como já dizia vc. mesmo, em momentos de grande emoção e tocado pelo que alguém tocou, nada como cutucar as feras. Belo retôrno ao seu também CJUB, carente como sempre e como nunca da participação de seus confrades. E que dirá das palavras de um de seus fundadores!
Volta triunfal, e com tudo, Zé!
Valeu.
Abraços.