Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

O PREMIO DO THELONIOUS MONK INSTITUTE OF JAZZ 2011

01 dezembro 2011

Traduzo aqui de forma livre o artigo publicado na Down Beat de Dezembro, sobre a competição anual do TMIJ, que neste ano completou seu 25o. aniversário. O artigo é de John Murph e suprimi trecho em que ele versava sobre a parte em que o show comemorativo descambou para o "Bebop Meets Hip-Hop". A despeito do segundo estilo também ser uma criação americana, não acho que precise ser divulgado aqui.

Historia Virtuosa - por John Murph, na DOWNBEAT

O Thelonious Monk Institute faz 25 anos

O virtuosismo opulento teve uma perfeita exposição durante a Competição Internacional do Piano no Jazz - edição 2011 -, do Instituto Thelonious Monk, bem como na celebração de gala do seu 25º. Aniversário, em Washington, DC.

A competição, em 12 de setembro, julgada por uma banca que incluía Jason Moran, Herbie Hancock, Ellis Marsalis, Danilo Pérez e Renee Rosnes, apresentou seus estágios semifinal e final no Auditório Baird do Smithsonian Institute e no Kennedy Center, respectivamente.

A interpretação de Blue Monk harmonicamente dissonante e baseada em “strides”(*) do vencedor, Kris Bower, sublinhada pela batida roadhouse do baterista Carl Allen e do baixista Rodney Whitaker deram ao jovem de 22 anos um lugar na final, onde a balada Hope, de sua autoria e uma interpretação diabólica de Shuffle Boil, de Monk, garantiram-lhe o primeiro lugar. Bowers recebeu 25 mil dólares de prêmio e um contrato de gravação com o Concord Music Group.

Segundo Moran, foi o “polimento” de Bowers que o colocou no topo. “Muitos desses musicos chegaram com uma certa facilidade”, disse Moran. “Bowers juntou as suas facilidades de tal forma que ele seria um nome que as pessoas gostariam de ouvir.” Moran também elogiou seu senso de toque, a escolha de músicas e sua interação com a seção rítmica.

Pérez comentou a dificuldade de julgar uma competição com tantos improvisadores esplêndidos. “Ter uma competição com pianistas e jurados vindos de lugares e estéticas diferentes mostra que há espaço para todos ali,” disse. “É a competição Monk, então tem de haver um certo nível de aventura e de assunção de riscos.”

O segundo colocado, Joshua White, de 26 anos, esquentou Criss Cross de Monk com uma força rítmica bruta e o terceiro colocado, Emmet Cohen, de 21, começou a final com uma leitura reconfortante de Ugly Beauty, seguida por uma revisão trepidante de Bright Mississipi, ambas de Monk.

Moran reconheceu as extravagantes demonstrações de técnica dos concorrentes mas também mencionou as virtudes da auto-edição. “Tocar rápido não significa necessariamente que se é bom. Temos de considerar como a técnica melhora uma canção, ou, mais importante, a melodia. Ou mesmo como ela estará melhorando o clima no recinto, e não apenas o do palco.”

Em honra ao aniversário “de prata” do Instituto, a competição suscitou uma gigantesca celebração no Eisenhower Theater do Kennedy Center. O Prêmio da Fundadora Maria Fisher foi dado a Aretha Franklin, que recompensou a platéia com um discurso gracioso seguido de uma interpretação incendiária de “Moody’s Mood For Love”.

DeeDee Bridgewater, Chaka Khan, Jane Monheit, Dianne Reeves e Kurt Elling também apresentaram uma vibrante seleção de músicas, todas em homenagem a Aretha.

Reeves declarou: “A gente quer cantar cada nota que ela canta, porque sabemos que é assim que a canção deve ser. Ser capaz de cantar para ela e fazê-la saber como gostamos dela foi a melhor coisa que eles poderiam ter imaginado para este 25º. Aniversário do Thelonious Monk Institute of Jazz. É uma noite de que me lembrarei para sempre.”

Para T.S. Monk, filho do legendário Thelonious e presidente do conselho do TMIJ, o tributo foi um momento especial: “Acho que nunca fomos honrados dessa forma antes, Aretha Franklin vem sendo uma grande incentivadora do jazz e do Instituto.”

O TMIJ reuniu inúmeros dos vencedores das versões anteriores do prêmio, que incluíam Monheit, Gretchen Parlato, Joshua Redman, Jacky Terrasson, Joey DeFrancesco and Ambrose Akimunsire, que se juntaram em diferentes configurações no palco para interpretar uma mistura de temas de Monk.

[...]

Tom Carter, presidente do TMIJ, comparou a festa a uma mistura de reunião de alunos com uma festa em família. “Uma verdadeira celebração de todo o trabalho que fizemos nesse quarto de século, tantos dos premiados anteriores estavam disponíveis e tantos outros grandes jazzistas. Também importante frisar é que todos aqueles que participam de nossos programas e cursos e mais especialmente, da competição, são vencedores.”

(*) no original, stride-strutting. Quem tiver um melhor termo, por favor, colabore.


As fotos são de autoria de Brendan Hoffman/WireImage

3 comentários:

APÓSTOLO disse...

Prezado MauNah:

Com certeza uma memorável apresentação de "novos" talentos, demonstrando que o JAZZ, a "Arte Popular Maior", segue cada vez mais vivo e gerando beleza, no palco com os músicos e na platéia com os assistentes/ouvintes.
Pura emoção ! ! !

Anônimo disse...

Mestre Apóstolo,
li depois em algum lugar que o vencedor, Kris Bower, é aluno avançado da prestigiosa Juilliard, berço academico de tantos outros cracaços.
Que educação hein?
Mau Nah

APÓSTOLO disse...

Prezado MauNah:

Pelo que tenho lido (ainda não o ouví) em pouco tempo teremos Kris Bower entre nós.
É conferir !