Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

14 novembro 2011

ALGUMAS POUCAS LINHAS SOBRE A
GUITARRA E OS GUITARRISTAS - 16




ALBERT ALOYSIUS CASEY, artisticamente AL CASEY (não confundir com o guitarrista de “rock” Alvin W. Casey), guitarrista norte-americano, nasceu em Louisville / Kentucky, no dia 15 de setembro de 1915 e no seio de família de classe média (Joseph e Maggie B. Johnson Casey foram seus pais), vindo a falecer no dia 11 de setembro de 2005 (isto é, 04 dias antes de completar 90 anos), no “Dewitt Rehabilitation and Nursing Center” em New York.
Iniciou-se na música com o violino, que aprendeu com sua mãe desde os 05 anos de idade; não satisfeito e aos 08 anos dedicou-se ao “uke-lelê”.
Em 1930 e com 15 anos mudou-se para New York, estudando guitarra com JAMES SMITH na “DeWitt Clinton High School” e posteriormente, levado por seus tios, na “Martin Smith Music School” por 03 anos.
Em 1933 participando de programa radiofônico como integrante do grupo familiar “The Southernaires”, dirigido por seu pai, baterista, conheceu FATS WALLER que o contratou como guitarrista para sua orquestra, onde permaneceu até 1943, ano do falecimento de FATS WALLER.
Nesse período com WALLER, autor dos hiper-clássicos “Ain’t Misbehavin’” e “Honeysuckle Rose”, chegou a realizar curtas temporadas com o notável pianista TEDDY WILSON (entre 1939 e 1940), assim como com BUSTER HARDING (BUSTER LAVERE HARDIN, pianista e arranjador nascido em Ontário / Canadá, que ocasionalmente substituia TEDDY WILSON no piano, na orquestra deste), com quem chegou a apresentar-se no “Nicky’s” de Manhattan.
Em seguida ao falecimento de seu mentor FATS WALLER e tendo optado pela guitarra elétrica, AL CASEY formou trio próprio, atuando em diversas cidades americanas, assim como trabalhou e gravou com diversos músicos de ponta: EDMOND HALL e COLEMAN HAWKINS em 1943, BENNY CARTER em 1946, LOUIS ARMSTRONG em 1947, além de com FRANKIE NEWTON, CHUCK BERRY e BILLIE HOLIDAY, por quem se dizia apaixonado.
Gravou, também, com EARL HINES, PETE BROWN, BIG SID CATLETT, JIMMY JOHNSON, UNA MAE CARLISLE, MEZZ MEZZROW, FLETCHER HENDERSON, com a “LEONARD FEATHER’s ALL STARS” e acompanhou cantoras da estirpe de ALBERTA HUNTER, MARY BRYANT e DINAH WASHINGTON.
Em 1944 tocou por algum tempo, em trio, com CLARENCE PROFIT.
Nesse mesmo ano de 1944 AL CASEY participou do “The First Esquire Concert” no Metropolitan Opera House que, por sua importância, destacamos ao final.
Em 1945 atuou na Califórnia e gravou para a Capitol.
Em 1949 AL CASEY formou trio com o pianista BILLY KYLE (aqui lembramos dos “All Stars” de LOUIS ARMSTRONG que esteve no Brasil).
A partir de 1949 AL CASEY passou a dedicar-se ao “rhythm and blues”, integrando os conjuntos de KING CURTIS e do baterista e “tap-dancer” CURLEY HAMNER.
Retornou para o reino do JAZZ e, como “freelancer”, atuou com JAY McSHANN, MILT BUCKNER e BOB WILBER, entre outros.
Em 1973 integrou o grupo “No Gap Generation Jazz Band”.
Tecnicamente, desde sua incorporação à orquestra de FATS WALLER e até a primeira metade da década de 40 do século passado, AL CASEY utilizou a guitarra acústica demonstrando ser possuidor de um “swing” admirável, seja como acompanhante para apoio rítmico, melódico e em contracantos, assim como solista em acordes de rara plenitude. Quando adotou a guitarra elétrica e conseqüente amplificação, passamos a notar sensível redução dos acordes, substituidos pelo fraseado em “single notes” (nota-a-nota), mas com invejável sentido rítmico.
Sem dúvida foi parâmetro para muitos guitarristas posteriores.
AL CASEY é considerado por muitos críticos um dos poucos guitarristas que, ao lado de DJANGO REINHARDT, de TEDDY BUNN e de CHARLIE CHRISTIAN, criou estilo próprio.
Como principais gravações de AL CASEY, em seu nome ou tendo atuação importante como “sideman”, podemos citar:
- Ain’t Misbehavin Com FATS WALLER, pelo selo RCA Victor
- Buck Jumpin’ Selo Prestige
- Slamboree Selo Black and Blue
- Jumpin’ With Al Selo Black and Blue
- Guitar Odyssey Com BILLY BUTLER, pelo selo Jazz Odyssey
Mais que principal gravação indicamos a do dia 18 de Janeiro de 1944, tomada ao vivo do concerto realizado no Metropolitan Opera House de New York, o “The First Esquire Concert”, felizmente registrado pela etiqueta “LaserLight” em CD.
Consideramos esse CD (LaserLight Digital nº 15723, de 1990) como uma jóia para todos os que gostam de JAZZ.
Recordamos que a revista “Esquire” que promoveu o concerto, à época ombreava-se nas pesquisas dos “melhores” de cada ano no segmento de JAZZ, às tradicionais “Metronome” e “Down Beat”, esta última sobrevivente até os dias atuais, ainda que “misturando” JAZZ com outros “fenômenos” musicais.
Esse concerto reuniu uma constelação de músicos acima de quaisquer comparações, a saber: ART TATUM, COLEMAN HAWKINS, LOUIS ARMSTRONG, JACK TEAGARDEN, BILLIE HOLIDAY, ROY “LITTLE JAZZ” ELDRIDGE, BARNEY BIGARD, LIONEL HAMPTON, OSCAR PETTIFORD, MILDRED BAILEY e seu marido à época, RED NORVO - impossível melhor ! ! !
Dessa constelação constava AL CASEY e podemos ouvi-lo no clássico “Buck Jumpin’” que deu título à sua gravação para o selo Prestige: solo admirável e soberbo acompanhamento de ART TATUM e OSCAR PETTIFORD em menos de 03 minutos de puro encanto.




Retornaremos à guitarra e aos guitarristas em próximo artigo
apostolojazz@uol.com.br

Um comentário:

MARIO JORGE JACQUES disse...

Grande Apóstolo, mais um gol de placa, Al Casey ótimo guitarrista e tenho boas gravações com Fats, vc deve ter também, naturalmente. Boa dica para um Museu.
it always remains connected
abraços