Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

22 outubro 2011

ALGUMAS POUCAS LINHAS SOBRE A
GUITARRA E OS GUITARRISTAS - 15



HOWARD MANCEL ROBERTS, artisticamente HOWARD ROBERTS, nasceu em Fênix / Arizona, em 02/outubro/1929, vindo a falecer no dia 28/julho/1992 aos 62 anos de idade, em Seattle / Washington. Em diversas fontes consultadas a data de falecimento é dada como sendo 01/julho ou em 29/junho.
Foi criança super-dotada para a música e particularmente para a guitarra, sendo certo que com 12 anos já dominava tecnicamente o instrumento, além de possuir sólidos conhecimentos musicais, tutelado pelo “professor” HORACE HUTCHETT, que lhe incutiu o amor pelas nuances do instrumento e ministrou-lhe os conhecimentos básicos da guitarra clássica e de JAZZ.
Durante o período da Segunda Guerra Mundial, vale dizer e para os americanos do norte a partir do início dos anos 40 do século passado, HOWARD atuou em grupos sempre por perto de Fênix, ganhando experiência profissional e exposição para o público. Significativa nessa fase foi sua atuação com o conjunto do grande PETE JOLLY (PETER A. PETE CERAGIOLI, pianista, acordeonista e arranjador, 05/junho/1931 - New Haven / Connecticut a 06/novembro/2004 - Passadena / Califórnia, um dos grandes nomes do “Jazz West Coast”).
Em 1950 mudou-se para Los Angeles, atuando como músico de estúdio, participando de gravações em trilhas sonoras para dezenas de filmes - cinema e televisão - o que lhe granjeou sólida reputação, assim como requisições por gravadoras e músicos de JAZZ, já então considerado como um “top” na guitarra.
Formou seu próprio grupo a integrou diversas outras formações “West Coast”, com BUDDY DEFRANCO, SHORTY ROGERS, PETE CANDOLI, CONTE CANDOLI, LENNIE NIEHAUS (que anos mais tarde viria a ser o mentor das trilhas sonoras dos filmes dirigidos por CLINT EASTWOOD, sempre calcadas no JAZZ), BUDDY COLLETTE, BUD SHANK e tantos outros.
Gravou para os selos VERVE de NORMAN GRANZ, VSP, London, Capitol, ABC/Impulse e Concord Jazz (fundada pelo já falecido CARL JEFFERSON) e, entre suas principais gravações, destacam-se:
- The Movin' Man, VSP (VERVE SPECIAL PRODUCTS)
- Color Him Funky, Capitol
- Howard Roberts is a Dirty Guitar Player, Capitol
- Something's Cookin', Capitol
- Goodies, Capitol
- Whatever's Fair, Capitol
- All-Time Great Instrumental Hits, Capitol
- Good Picking, VERVE
- Jaunty-Jolly, Capitol
- Guilty!, Capitol
- Equinox Express Elevator, ABC/Impulse
- Out Of Sight, Capitol
- Spinning Wheel, Capitol
- The Real Howard Roberts, Concord Jazz.
Como destaque, quem não se lembra do extraordinário sucesso comercial da cantora JULIE LONDON, que em 1955 gravou, com o acompanhamento de BARNEY KESSEL na guitarra e RAY LEATHERWOOD no baixo, o álbum “JULIE IS HER NAME”?

O álbum continha a canção “Cry Me A River”, que marcou época e foi posteriormente gravada por tantas cantoras (inclusive DIANA KRALL no CD “The Look Of Love” de 2001).

Esse “LP”, campeão de vendagem e nas “paradas de sucesso” durante tanto tempo, justificou novo lançamento pelo selo LONDON, o álbum “JULIE IS HER NAME Volume 2”, com acompanhamento de HOWARD MANCEL ROBERTS à guitarra (e que também assinou os arranjos) e RED MITCHELL no baixo.
Nesse álbum podemos apreciar o toque precioso de HOWARD nos clássicos “Blue Moon”, “What is The Thing Called Love”, “How Long Has This Been Going On”, “I Got Lost In His Arms” e outros, num total de 12 faixas.
HOWARD dedicou-se à atividade de professorado no “Guitar Institute Of Technology de Hollywood” e, em parceria com JIMMY STEWART, escreveu diversas obras didáticas sobre a guitarra: “Howards Roberts Chord Melody”, “Howards Roberts Guitar Book” e “Howard Roberts Sight Reading For The Guitar”, entre outras, todas elas distribuídas pela editora “Playback Publishing Company”.
Escreveu artigos e colaborou para diversas publicações especializadas, podendo citar-se “Guitar Player” (em que chegou a manter coluna mensal) e “DownBeat”.
Participou de diversas temporadas e gravações com CHICO HAMILTON, JOHN GRAAS, PETE JOLLY, FRANK MORGAN e PETE RUGOLO.
Em particular o CD duplo da “Fresh Sound” – série “Jazz City”, “Pete Rugolo And His Orchestra, Adventures In Jazz”, de PETE RUGOLO, uma preciosidade, nos presenteia HOWARD ROBERTS na seção rítmica em nada menos que nas 20 faixas do CD1, gravadas de fevereiro até maio de 1954, e em mais 13 faixas do CD2, gravadas de julho de 1954 até fevereiro de 1955 (nas demais 09 faixas desse CD 2 HOWARD é substituido por nosso LAURINDO DE ALMEIDA e por PERRY LÓPEZ).
HOWARD é guitarrista de técnica brilhante, em estilo marcado pela ousadia nas escalas harmônicas, acordes de passagem explorados com grande sutileza e intenso contraste de altos e “calmas”. Pertence á mais pura tradição do “bebop”, mas capaz de lirismo e altas doses de sensibilidade nas baladas, como nos acompanhamentos e solos da gravação com JULIE LONDON, citada anteriormente.



Retornaremos à guitarra e aos guitarristas em próximo artigo
apostolojazz@uol.com.br

4 comentários:

MARIO JORGE JACQUES disse...

Estimado Pedro - gostaria de saber de onde retirou o título "ALGUMAS POUCAS LINHAS"... e caramba faz um verdadeiro compêndio sobre os guitarristas!!
Roberts é genial, lembro bem quando do Asssunto é Jazz e Lula rodou uma faixa dele, eu não conhecia e fiquei maravilhado e pedí o LP emprestado para copiá-lo.
Já programei o Roberts no Podcast e logo voltarei a fazê-lo, é muito bom e agora conhecendo bem sua história.
Valeu e um grande abraço

Mario Jorge

John Lester disse...

Prezado Mestre, já anotei tudo.

Grande abraço, JL.

Érico Cordeiro disse...

Inspirado pelo incomparável Apóstolo, ouço agora oHoward Roberts no ótimo disco Good Pickin', da Verve.
Grande abraço aos amigos MaJor, Lester e Apóstolo.

Rogério Coimbra disse...

Mestre Apóstolo,
De fato o nome de Howard Roberts sempre estará ligado ao LP da Julie London. Ele e Barney Kessel fazem as camas perfeitas, do mesmo tamanho.
Boas informações.