Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

ERIC REED @@@@@

31 agosto 2011

Eric Reed ( 41 ) que considero hoje fácil um dos grandes pianistas ( nível Jarrett, Mehldau e Cyrus ) saído da Big Band do Wynton Marsalis e de formação gospel, seu pai é pastor e razão dessa influência e tendo acompanhado ( side man ) Freddie Hubbard e Joe Henderson entre outros. Lançou em 90 seu primeiro trabalho como líder e não parou mais, ano passado seu cd com Cyrus Chestnut "Plenty Swing, Plenty Soul" esteve presente em varias listas dos "best of ", inclusive no meu top five 2010 ( bloguei aqui a respeito ).
Agora seu novo trabalho "The Dancing Monk" ( Savant Records ) em trio com Ben Wolfe ( b ) e McClenty Hunter ( ds ) seus parceiros atuais e também pastores o acompanham em uma maravilhosa viagem nos temas Monkianos com arranjos e interpretações geniais, na onda mais baladeira do T. Monk sem faltar o be bop do mestre homenageado. São 10 faixas ( Ask Me Now, Eronel, Reflections, Light Blue, Ruby My Dear, Pannonica, Ugly Beauty, The Dancing Monk, Round Midnight com quase7 minutos e fechando Blue Monk ).
Enfim, recomendo mais esse grande cd, que com certeza vai passear pelas listas dos melhores de 2011, mesmo para quem não curte esse negócio de lista dos melhores e afins.


30 agosto 2011

CHARLIE PARKER - Obra Imortal

Vivo fosse "BIRD" teria completado 91 anos nesta 3ª feira, 20/agosto.
Sua música completará vários séculos à frente, pelo que significa de eternamente novo, revolucionário, permanente.
"BIRD" live ! ! ! . . .
ALGUMAS POUCAS LINHAS SOBRE A
GUITARRA E OS GUITARRISTAS - 13


Lester William Polfus, artisticamente LES PAUL e alcunhado no meio musical como o “Wizard of Waukesha”, nasceu no dia 09/junho/1916 em Waukesha, uma das 151 grandes cidades do estado de Wisconsin.
Desde muito pequeno mostrou dotes para a música, aprendendo de forma auto-ditada a tocar a harmônica, o banjo e em seguida a guitarra.
Profissional desde os 13 anos e sob o pseudônimo de “Rhubarb Red” tocava música “country” em clubes, restaurantes, bares, cafés e na rádio de Waukesha. Por essa época chegou a gravar 02 discos, um deles como “Rhubarb Red” e outro no seção rítmica da banda de Georgia White.
Com a idade de 14 anos instalou-se no Missouri (Springfield), onde formou duo com “Singing Joe” (Joe Wolverton).
Dois anos mais tarde, em 1932, mudou-se para Chicago desenvolvendo carreira-solo na música “country” e, também, tocando JAZZ com artistas já consagrados, tais como e entre outros Roy Eldridge, Louis Armstrong, Art Tatum e Eddie South.
Em 1936 formou um trio com o irmão de Chet Atkins, Jimmy Atkins / piano, trio completado com Ernie Newton / baixo.
Esteve em New York de 1938 a 1940, contratado pelos “Pennsylvanians” do líder Fred Waring, obtendo reconhecimento no meio musical.
Retornou a Chicago como diretor musical das emissoras de rádio WIND e WJJD e em 1943 formou novo trio para acompanhar o cantor Bing Crosby, que também o animou mais tarde a montar seu estúdio próprio de gravação (1946).
Foi contratado pelo empresário Norman Granz (16/agosto/1918 a 22/novembro/1998, fundador dos selos VERVE, CLEF, NORGRAN e PABLO), e esteve presente no “1º Jazz At The Philharmonic” (“JATP”) promovido por Norman, realizado em 02/julho/1944 no Philharmonic Auditorium, em Hollywood.

O grupo nessa ocasião formou com Shorty Sherock / trumpete, J.J.Johnson / trombone, Jack McVea / sax.tenor, Nat “King” Cole / piano, Red Callender e Johnny Miller/ baixo, Lee Young / bateria e, claro, LES PAUL na guitarra.

Esse time apresentou e deixou gravados os temas “Lester Leaps In”, “Tea For Two”, “Blues”, “Body And Soul”, “I’ve Found A New Baby”, “Rosetta” e “Bugle Call Rag”. Esses espetáculos de JAZZ promovidos por Norman Granz sob o título de “Jazz At the Philharmonic” (“JATP”) foram durante décadas um símbolo de excelência em concertos de JAZZ.
LES PAUL tornou-se famoso pela implantação do primeiro gravador multi-pista, que permitia gravar até 08(oito) partes da guitarra. Utilizou de forma inovadora muitos métodos eletrônicos, entre os quais a câmara de eco, as variações de velocidades de movimento das fitas sonoras durante as gravações, a gravação sobre gravação (inicialmente a gravação multi-canal com trilhas superpostas), que não foram feitas com fita magnética, mas sim com discos de acetato.

LES PAUL “gravou-se” à guitarra em uma trilha em acetato, para em seguida “gravar-se” tocando uma segunda parte na guitarra junto com esse disco original, continuando a “gravar-se” em uma terceira parte com esse segundo disco e assim por diante até completar a gravação das 08 partes; mais tarde desenvolveu esse mesmo processo, sómente com as gravações em trilhas paralelas ao invés de superpostas; até dar-se por satisfeito com o resultado técnico LES PAUL consumiu mais de meio milhar de discos de acetato.
Entre suas gravações mais representativas e dedicadas ao JAZZ dessa época, LES PAUL deixou registrados para a Capitol Records, em um 78rpm, os temas “Lover” (“When You’re Near Me”) no lado “A” e “Brazil” no lado “B”, que alcançaram estrondoso sucesso comercial.
Essas gravações de “Lover” e de “Brazil” foram iniciadas experimentalmente no estúdio de LES PAUL (à época instalado em sua garagem), em que ele gravou as partes de guitarra em velocidades diferentes: algumas na velocidade normal e outras em meia velocidade, de tal forma que quando editadas para a gravação final, soaram com o dobro da velocidade.
LES PAUL sofreu grave acidente automobilístico, com grande risco de perder o braço direito, mas um cirurgião admirador e amigo seu conseguiu preservá-lo, ainda que isso lhe trouxesse limitações que o obrigaram a atuar com um tipo especial de guitarra.
Em 1949 deixou de priorizar o JAZZ e passou a dedicar-se à música popular em companhia de sua mulher, com quem se casou nesse ano, a cantora Mary Ford (aka "Colleen Summers"), duo “voz/guitarra” que gravou diversos discos de grande sucesso.
Ainda assim ganhou diversos “discos de ouro” e foi o vencedor das enquetes de 1951 e 1953 da revista “Down Beat”, como melhor guitarrista de JAZZ desses anos.
Durante anos LES PAUL fabricou suas próprias guitarras, inovou os modelos e os processos de fabricação, até criar, se não a primeira, pelo menos uma das primeiras guitarras com corpo sólido de madeira, sendo que a “Gibson Guitar Corporation” chegou a fabricar algumas dessas guitarras em 1950, com a denominação de guitarra “LES PAUL”, isto é, sem a “assinatura Gibson”, para anos mais tarde (1952) adotá-la com a marca “GIBSON LES PAUL” (em decorrência do sucesso de vendas da guitarra “LES PAUL”, assim como do sucesso da concorrente “Fender” que havia lançado a guitarra “Broadcaster”, mais tarde denominada “Telecaster”), desde então um “sonho de consumo” para guitarristas profissionais e amadores.
Guitarras “LES PAUL” da Gibson vêm sendo usadas por, entre outros, Jimmy Page, Joe Perry, Adrian Smith, Peter Frampton, Gary Moore, Paul McCartney, Kurt Cobain, Jeff Beck, Eric Clapton, George Harrison, Phil Campbell, Gary Rossington, John Fogerty, Pete Townshend, Tommy Thayer, Randy Rhoads, Zakk Wylde, Dave Grohl, Kirk Hammett e Billie Joe Armstrong.
Como se nota por essa lista e em tudo ligado à música, os eternos caroneiros executantes de rock, a não-música de 02 acordes e gênero bisneto bastardo do “Blues”, apropriaram-se do rótulo da guitarra como se seu idealizador “nadasse nessa praia”, mas sendo importante ressaltar que LES PAUL fez toda a sua carreira no JAZZ e na música popular (ao lado de sua esposa), jamais decaindo para o rock.
Após afastado por cerca de 10 anos da cena musical, LES PAUL retornou às atividades de apresentações e gravações, destacando-se sua série “Les Paul Trio” para o selo “Tops”, além de gravações para a Capitol, a Decca e a RCA.
Gravação particularmente recomendada é a editada em 1991 pela “LaserLight”, série “digital stereo” (15.741), em que temos LES PAUL à guitarra acompanhado por Jimmy Atkins / piano, Ernie Newton / baixo e, em algumas faixas, por sua esposa Mary Ford: “Lazy River”, “Swanee River”, “Embraceable You”, “I Can’t Believe You’re In Love With Me”, “Indiana”, “Stardust”, “My Melancholy Baby”, “At Sundown”, “I Found A New Baby” e “Honeysuckle Rose”, são alguns dos 21 temas dessa gravação em CD.
Entre outras gravações importantes de LES PAUL podem ser citadas:

- “Blue Skies” e “Begin The Beguine” de 1944;
- “Blues” e “Lester Leaps In”, também de 1944, citadas quando mencionamos seu trabalho no “JATP”;
- “September In The Rain” de 1945;
- “Vaya Con Dios”, com Mary Ford, de 1953;
- “Caravan” com Chet Atkins, de 1976.
Técnicamente LES PAUL é excepcional na guitarra e, no JAZZ, é improvisador dotado de profundo sentido harmônico que desenvolve com “swing” bem marcado, encadeando frases em “legato” com lirismo impressionante, muita sensibilidade e sem nunca abrir mão do humor.
Em documentário de 1994 intitulado “LES PAUL”, devidamente produzido pela “National Arts” (apresentação de Mike Baker), temos um pouco da história do grande LES PAUL que nos deixou recentemente com 93 anos, com tomadas de seus shows das segundas-feiras no “Fat Tuesdays” de New York, assim como entrevista com o mesmo em que ele nos conta como chegou à multi-gravação.
LES PAUL veio a falecer em 13/agosto/2009 no hospital de White Plains, devido a complicações decorrentes de pneumonia, cercado da família e de amigos.



Retornaremos à guitarra e aos guitarristas em próximo artigo
apóstolojazz@uol.com.br

DUO WAGNER E VICTINHO

26 agosto 2011

I LOVE JAZZ


Nos dias 13 e 14 deste mês, tivemos a oportunidade de comparecer às duas últimas apresentações realizadas no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), no Rio de Janeiro, do festival de uma semana “I LOVE JAZZ”, onde apresentaram-se, respectivamente, o quarteto do trompetista Jon Faddis e, o sexteto do trombonista John Allred.

As formações contaram com :

JON FADDIS – (tp)
KIYOSHI KITAGAWA – (b)
DAVID HAZENTINE – (p)
DION PARSON – (dr)

JOHN ALLRED (tb)
DANIE BLOCK (b)
LAWRENCE CONRAD (p)
PATRICK O’LEARY (cornet)
RANDY REINHART (dr)
CHARLES MILES ( sax tenor e clarinete)

Jon Faddis não trazia qualquer novidade para quem já o conhecia, fazendo uma homena-gem a Miles Davis e, perpassando por sonoridades do próprio Miles e, de consagrados outros do seu instrumento, como: Fats Navarro, Roy Eldridge e Dizzy Gillespie.
Os temas desfilados foram: “All Blues”; “Someday my Prince Will Come”; “Round About the Midnight”; “Seven Steps to Haeven” (onde fez uma citação completa do tema de Bobby Timmons, “Moaning”) e, “Tin, Tin Deo”, de Gillespie. Como não podia deixar de ser, “deu uma brasileirada”, finalizando com temas seguidos de samba onde Parson, à bateria, expressou tudo que aprendeu de“samba de batucada”, com certeza com Airto Moreira e, ele – Faddis – solos - com Cláudio Roditi, provavelmente. Destaque, na apresentação, para seu excelente pianista David Hazentine, que sabe tudo de jazz.




John Allred faz um “jazz mainstream” com seu grupo, onde o seu baterista Randy Rei-nhart é “puro swing”. Excelente em sua “performance”, aliada às do tenorista Charles Miles e do pianista Lawrence Conrad. Puro jazz, de Chicago e N.York, de fins dos anos 30, inicio de 40, quando o “bop” ainda não tinha “dado as caras” no cenário. Desfilaram temas como “Walking Shoes”, “Moonglow”, “If I Were a Bell”( que é um clássico na interpretação de Miles Davis), improvisaram sobre um “blues” que, infelizmente, não anotamos e, terminaram com o clássico de interpretação de Armstrong, “What a Wonderful Wold”.

Valeu o comparecimento para quem lá esteve, como o nosso velho confrade Renato Perei-ra, a quem aqui agradecemos pelas fotos.

P O D C A S T # 6 5

MORREU O ÚLTIMO DOS “FOUR FRESHMEN”

25 agosto 2011


Ross Barbour era o último integrante da formação original dos “Four Freshmen”, grupo vocal descoberto por Stan Kenton em 1950 e que encantou o público admirador da arte canora por várias décadas. Ross foi vitimado por um câncer de pulmão aos 82 anos de idade. Em 1977 lançou o livro “Now you know : The Story Of The Four Freshmen”.
RIP

PATTY ASCHER EM NEW YORK

24 agosto 2011


Confesso que não conhecia PATTY ASCHER, nem sabia que era brasileira e muito mais, que já é um sucesso internacional. Ela foi para New York à convite da “The Brazilian Endowment For The Arts Film Society”. Mas, antes disso é preciso dizer que os elogios a cçantora são muitos e o principal vem justamente do maestro e grande compositor Michel Legrand : “Fiz duas “tournées” com ela e fiquei orgulhoso. Patty me faz lembrar de Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan e Billie Holiday, porque sua voz hipnotiza todo o ambiente. É uma grande diva.” Depois disso o jeito foi pescar na Internet os seus álbuns “Bossa, Jazz’n’Samba” e “Bacharat Bossa Club” (dedicado a música de Burt Bacharat), ambos excelentes.

DUO DE PIANO - CESAR CAMARGO MARIANO & NELSON AYRES - APRIL CHILD

22 agosto 2011

Em mais uma daquelas pescarias do youtube, voltei com a rede cheia e um dos peixes fisgados foi de uma categoria especial, ou seja, um peixe duplo, o qual divido com Maunah e Sazzinho, devido a interesse do primeiro em fazer um dia um Duo de Piano, e ao segundo, pelos comentarios sobre Nelson Ayres na resenha do show do grupo Pau Brasil.

Ai segue o DUO de Cesar Camargo Mariano e Nelson Ayres no tema April Child, de Moacir Santos...




Beto Kessel

DUO DE PIANO - CESAR CAMARGO MARIANO & NELSON AYRES - APRIL CHILD

Em mais uma daquelas pescarias do youtube, voltei com a rede cheia e um dos peixes fisgados foi de uma categoria especial, ou seja, um peixe duplo, o qual divido com Maunah e Sazzinho, devido a interesse do primeiro em fazer um dia um Duo de Piano, e ao segundo, pelos comentarios sobre Nelson Ayres na resenha do show do grupo Pau Brasil.

Ai segue o DUO de Cesar Camargo Mariano e Nelson Ayres no tema April Child, de Moacir Santos...

http://youtu.be/XHnnspZn1P4


Beto Kessel

16 agosto 2011

ALGUMAS POUCAS LINHAS SOBRE A
GUITARRA E OS GUITARRISTAS - 12

Frederick William Green, artisticamente FREDDIE GREEN, nasceu no dia 31 de março de 1911 em Charleston, estado da Carolina do Norte, vindo a falecer em vias de completar 76 anos no dia 01 de março de 1987, em Las Vegas, Nevada, quando saia de uma apresentação.
É reconhecido pelo público amante de JAZZ e pelos críticos como “o” guitarrista acompanhante de orquestra de JAZZ (“big band”), tendo permanecido por 50 anos na “máquina de fazer swing” de Count Basie, integrando aquela que é reconhecida como a excelência da seção rítmica de uma “big.band”, merecidamente denominada “all american rhythm section” (Count Basie ao piano, FREDDIE GREEN na guitarra, Walter Page no contrabaixo e Jo Jones na bateria).
Seu interesse pela música foi despertado desde a infância (10 anos) e aos 12 anos iniciou o estudo da guitarra de forma auto-didata.
Já adulto mudou-se para New York onde complementou seus estudos, simultaneamente com o trabalho em clubes e locais onde o JAZZ era a atração.
Em um desses locais, em Greenwich Village, foi assistido pelo produtor e crítico John Hammond (John Henry Hammond II, 15/dezembro/1910 a 10/julho/1987, graduado na “Yale University”, filho de mãe da milionária família “Vanderbilt” e cuja irmã Alice casou-se com o “bandleader” Benny Goodman), que o recomendou ao líder Count Basie: em conseqüência e a partir de março de 1937, completando 26 anos, FREDDIE GREEN foi incorporado à banda.
Mesmo sem realizar uma “carreira solo” e permanecendo, como já citado, 50 anos na banda de Count Basie, FREDDIE teve oportunidade de tocar com incontáveis músicos, basicamente em sessões de gravação.
Entre esses muitos músicos podem ser citados: a cantora Mildred Bailey e o vibrafonista Lionel Hampton em 1937, o pianista Teddy Wilson entre 1937 e 1938, a cantora Billie Holiday de 1937 até 1940, as estupendas formações “Kansas City Five” e “Kansas City Six” em 1938, os saxofonistas Benny Carter (1940), Lester Young (1944) e Illinois Jacquet (1952), o trumpetista Harry Edison (1958) e, em diversas outras ocasiões o clarinetista e “band-leader” Benny Goodman, o cantor Joe Turner, o trumpetista Buck Clayton, os saxofonistas Stan Getz, Wardell Gray, Al Cohn, Sonny Stitt e Gerry Mulligan, o trumpetista Joe Newman e o clarinetista Buddy DeFranco, sem alongarmos a relação em demasia.
O “cartão de visita” de FREDDIE GREEN como guitarrista da seção rítmica da banda de Count Basie, sempre esteve amplamente respaldado pelo “beat” tão característico e imediatamente identificável que imprimia à banda, impulsionando-a como um instrumento de precisão.
Era um acompanhante impecável ! ! !
Sua pulsação regular e precisa, mesmo sem virtuosismos, era uma marca registrada da execução na guitarra acústica: o curioso é que FREDDIE GREEN apoiava a guitarra sobre os joelhos, o que lhe possibilitava o máximo de potência e amplificação do som das cordas baixas na execução dos acordes (raramente pode-se ouvir FREDDIE em “single notes”).
Essa técnica de acompanhamento, com total atenção ao clima dos solos, permitia que ele escoltasse de forma “mágica” os solistas - quando os arranjos da banda a estes dava destaque - com acordes menos que tocados, pode-se dizer que “pincelados”, em deslocamentos que mudam ininterruptamente, com mínimas inflexões de tonalidade e de potência.
Lembramos que FREDDIE GREEN sempre se destacou como um cavalheiro elegante e com muita classe, no vestir, no falar e no gestual.
A arte de FREDDIE GREEN pode ser desfrutada nas centenas de gravações da banda de Count Basie e que primam, em sua imensa maioria, pelos arranjos de qualidade superlativa, entre as quais e numa breve síntese podemos indicar os seguintes albuns:
- 1936/1942 - Count Basie Super Chief, CBS;
- 1936/1950 - The Count Basie Story (coleção de 04 CD’s), etiqueta PROPER;
- 1939 - The Essential Count Basie, Volume I, CBS;
- 1939/1952 - Beaver Junction (coleção de 04 CD’s), etiqueta MEMBRAN;
- 1943/1954 - Count Basie Orchestra (02 CD’s), pela Laserlight;
- 1952/1963 - Count Basie, álbum “Jazz Masters 2” da VERVE;

- 1952 - Paradise Squat, selo VERVE;
- 1952/1963 - Count Basie Plays The Blues, selo VERVE;
- 1955/1956 - Count Basie Swings, Joe Williams Swings, selo VERVE;
- 1957/1958 - The Complete Atomic Basie, selo Roulette;
- 1960/1961 - Kansas City Suite – The Music Of Benny Carter, selo Vogue;
- 1963 - On The Sunny Side Of The Street – Ella & Basie, VERVE;
- 1969 - Basic Basie – Count Basie And His Orchestra, selo BASF;
- 1971 - Have A Nice Day, pelo selo EmArcy, com precioso desfile de excepcionais composições e arranjos feitos sob medida para banda de Basie por Sammy Nestico ;
- 1977 - Count Basie Big Band - Montreux ’77, selo Pablo;
- 1978 - Milt Jackson + Count Basie + Big Band, Volume I, selo Pablo;
- 1981 - Warm Breeze – Count Basie And His Orchestra, selo Pablo;
- 1982 - Farmers Market Barbecue – Count Basie Big Band, selo Pablo;
- Diversas datas - Count Basie, série “Jazz History”, VERVE.
Também incontáveis são os filmes em VHS e DVD que contam com a presença de FREDDIE GREEN atuando na banda de Count Basie, podendo ser indicados:
* 1935/1949 - Swing Era, Idem Home Vídeo / Studio Films
* 1941/1945 - Count Basie and Friends: 1941 to 1945
* 1943/1945 - Count Basie and Friends, 1943-1945, selo VERVE
* 1950 - Meet The Small Bands: Count Basie Sextet e mais 03 formações, etiqueta Swingtime Vídeo
* 1957 - Vintage Collection, Volume I, 1958-1959
* 1962 - Jazz Icons - Count Basie, Live In ’62, selo Reelin’
* 1964 - Série “Big Bands”: Count Basie e mais 07 “big bands”
* 1975 - Jazz In Montreux - Count Basie - Jam’75, etiqueta Eagle Vision
* 1977 - Jazz In Montreux - Count Basie Big Band ’77, etiqueta Eagle Vision
* 1979 - Jazz In Montreux - Ella & Basie - The Perfect Match ’79, etiqueta Eagle Vision
* 1981 - Count Basie At Carnegie Hall, selo Kultur
* 1983 - Count Basie Orchestra: Swing It Again !
* 1985 - Count Basie: condução de Thad Jones
* 1987 - 100 Anos de Jazz: Partes I, II, III e IV (excelente documentário francês da “Presses Universitaires de France”)
* 1988 - Diane Schuur and the Count Basie Orchestra (condução de Frank Foster), Festival de Jazz de Montreal 1988
* 1993 - Count Basie - Swingn’ The Blues, etiqueta BMG
* 1996 - Jazz Collection: Count Basie, La Sept Art – Ex Nihilo
* 2004 - Count Basie - Swinging At His Best, Passport International Productions
Assim e felizmente, esse nobre guitarrista maior dos acompanhamentos, deixou-nos extenso legado de qualidade, que podemos desfrutar em gravações acústicas e em imagens.

Retornaremos à guitarra e aos guitarristas em próximo artigo
apóstolojazz@uol.com.br

ANA MAZZOTTI

13 agosto 2011

Aqui pelo CJUB gostaria de agradecer aos estudantes da Faculdade Cenetista de Bento Gonçalves (RS), pela entrevista que fizeram comigo, via Skype, sobre a saudosa amiga Ana Mazzotti.

Eles preparam um trabalho sério sobre Ana, e estão recolhendo impressões de seus amigos. Enviarei para eles cópia de tudo que tenho da Ana (bilhetes, cartões postais, programas dos shows e dois CDs com entrevistas feitas no programa "O Assunto é Jazz").

A Deise Chagas o meu muito obrigado.

P O D C A S T # 6 3

12 agosto 2011



SURPRESA EM DOSE DUPLA

Coutinho e eu fomos prestigiar a Luciana Pegorer e Marcelo Pera no lançamento do novo CD da Delira Música. O Duo Gisbranco nos deixou extasiados com sua música. A produção impecável, o swing e o cenario causaram um bem estar impressionante. Claudia e Bianca pareciam uma só, tal a interação que faziam da melodia nos dois pianos.

O espetáculo se repete nesta sexta 12 de agosto, imperdível de tal forma que Coutinho e eu saimos para comemorar o concerto que teve a participação de Carlos Malta e Marcos Suzano.

DUO GISBRANCO
Lançamento do CD FLOR DE ABRIL
Sala Baden Powell – 20:00 horas – 30,00/15,00

MELHOR PROGRAMA PARA ESTA SEXTA FEIRA

Gisbranco

DUKE ELLINGTON HOMENAGEADO NO CHILE

11 agosto 2011

Teve início no Chile uma série de homenagens a Duke Ellington. Acontecerá uma vez por semana desse mês, sob a responsabilidade do trompetista chileno CRISTIAN CATURRUFO e do pianista e compositor CARL HAMMOND, bem como uma série de outros músicos chilenos, entre os quais se encontram o saxofonista JIMMY COLL e o baterista DAVID CASTAÑEDA.

CARL HAMMOND é um músico com doutorado em composição musical, que tem se destacado internacionalmente, principalmente na Austrália e nos Estados Unidos. Agora reside no Chile onde ministra aulas na “Escuela pro Jazz”. Quanto a CRISTIAN CATURRUFO, é considerado um dos melhores trompetistas do Jazz latino americano.

OUTRA JAPONESA EM DESTAQUE

Trata-se da violinista MEG OKURA, natural de Tokio mas, de fama realmente internacional. Estudou e morou em New York, onde se apresenta regularmente, assim como em seu país de origem e outros na Europa, onde passa longas temporadas.

Tocou com Lee Konitz, Michael Brecker, Dianne Reeves, Steve Swallow e outros grandes nomes do Jazz.

Como curiosidade, foi solista principal do famoso “Cirque Du Soleil”.

STACEY KENT NO RIO

10 agosto 2011

Como a maioria aqui acho que sabe, sou fã de Stacey Kent. Já a havia visto num pretérito festival de jazz aqui mesmo no Rio de Janeiro e apesar de ter gostado muito da sua voz, alguma coisa ficara faltando naquele momento. Daí, fui reconferir a apresentação da moça, ontem à noite, na Plaza dos Correios, no Centro do Rio, local escolhido para a série de concertos chamada "I Love Jazz", um lugar interessante para palco de apresentações para quantidade média de pessoas.

E cheguei à conclusão que adoro a Stacey. Porém, prefiro ouvi-la em CDs, IPods ou quaisquer outros "tocadores de música".

O fato é que a cantora, dona de bela voz, timbre peculiar e suave e romantica, não me agrada no palco. Fica impossível achá-la interessante ali. Talvez num club, para um limite de 100 pessoas a coisa funcione. Acho que o motivo é que os seus sets se baseiam numa interpretação delicadíssima, não apenas standards escolhidos a dedo mas com composições feitas para ela, sob medida para seu estilo. Assim, não há como se ter um concerto "exuberante" de Kent, vez que a moça, para minha total infelicidade, tem a expressão corporal de uma cadeira "bergère". Ou seja, não empolga, ao vivo e para muita gente.

O conjunto que a acompanha, liderado pelo marido saxofonista e compositor Jim Tomlinson (ts), esteve correto, sem nenhum destaque especial, enquanto eu tive paciência de ver/ouvir. Devo ter presenciado quatro músicas.

Fui então "expulso de campo" por mim mesmo, por conta da própria irritação com a algazarra promovida do lado de fora, na rua, pelo povo que não conseguiu ingressos e cuja conversa impedia maior concentração no que rolava no palco. Restou curioso constatar como as pessoas que estavam fora das grades e que poderiam ouvir perfeitamente todo o concerto se fizessem silêncio, optaram pela barulheira dos papos descontraídos com os amigos ao invés de apenas irem embora para outras paradas.

A notar, a grande afluência de público, de todo o tipo, talvez pelo fato do festival ser gratuito. E a organização geral do evento. A distribuição dos ingressos no CCBB começou pontualmente às 20 hrs., como anunciada, com uma longa fila bem organizada. E o espetáculo iniciou-se às 21 hrs. em ponto, coisa muito rara.

O que nos leva a uma reflexão imediata: serão os aficionados por jazz uns pãos-duros?

“QUEREMOS MILES” - CCBB

09 agosto 2011

Aos “jazzófilos de plantão”, recomendamos uma visita à exposição que está sendo levada a efeito no 1º andar do Centro Cultural do Banco do Brasil, sito à Rua 1º de Março, no Rio de Janeiro, à respeito da vida e obra do grande jazzista, o pistonista Miles Davis.
A exposição que ocorre de 02 de agosto a 28 de setembro do corrente, sob o título “QUEREMOS MILES” –e, diga-se de passagem - é gratuita e muito bem elaborada, trazendo partituras originais, fotos de família, filmes, discos originais, históricos de gravações, instrumentos utilizados pelo artista e, as diversas passagens e formações de conjuntos os quais liderou, e dos quais fez parte. Bem retratada, em todas as fazes de sua vida, destaques são dados à fase com Gil Evans, Mulligan, Allen Eager, Lee Konitz, Charlie Parker, Gillespie, e, finalmente a sua “fase rock”. O único “senão”, encontra-se em – se lendo os painéis – que deixaram escapar na revisão dos históricos, em inglês o plural de “jazzman”, não é “JAZZMENS”, mas sim JAZZMEN. Mas, nada desabonador no grande contexto da exposição, que toma todo o andar do prédio.

CHRISTIAN McBRIDE COM A AGENDA CHEIA

08 agosto 2011

Para se ter uma idéia de como trabalha um músico de Jazz, basta que observemos a sua agenda. A do festejado contrabaixista Christian McBride foi agora por ele divulgada e realmente é de causar espanto. De agora até o fim do ano McBride tem trinta apresentações em diversos países, que incluem Japão, Austria e Itália, além dos Estados Unidos. Nos próximos dias terá sete apresentações no Blue Note, com seu trio e a cantora Dee Dee Bridgewater, em um tributo ao saudoso Ray Brown. Depois terá mais cinco apresentações com o guitarrista Pat Metheny em Connecticut. Segue depois para Detroit onde fará parte do Festival de Jazz local, indo depois para Los Angeles onde se apresentará com a Orquestra Sinfônica da Universidade da California. Em outubro, novembro e dezembro seguirá em tournée pelos Estados Unidos, Japão e Áustria e finaliza o ano com uma temporada de seis noites no Village Vanguard de New York e depois mais duas no Sculler Jazz Club, de Boston.

MAIS UMA DO MR. LEONARD PLUME


PAULO MOURA – UM SOLO BRASILEIRO

Esse é um livro escrito por Halina Grimberg, esposa de Paulo Moura, baseado em entrevistas que fez com o músico em 2008 e 2009, que contam com detalhes a vida musical de Paulo Moura, com muita coisa nem sempre divulgada pela mídia.

Tem também o texto em inglês e um belo ensaio fotográfico de Alex Forman. Edição luxuosa em bela encadernação e uma obra imperdível para os que conheceram e os que não conheceram Moura.

Nota 10 !

P O D C A S T # 6 2

05 agosto 2011

CRIAÇÃO CLARA JACQUES

PAU BRASIL IN RIO

Cejubianos, após assistir há mais ou menos 2 semanas uma das maiores apresentações no Brasil (e olha que comecei muito cedo), que foi Edu Lobo grupo + os (ex) demitidos do OSB no OI Casa Grande, acabo de chegar de outro Concerto monumental, no meu entender (e não entendo pouco, sem qq falsa modéstia), do melhor quinteto instrumental brasileiro "PAU BRASIL", no ótimo auditório do BNDES, que por si só dispensa maiores comentários.
O grupo "paulista" recém chegado de temporada dos festivais europeus, composto por seu lider e arranjador Nelson Ayres ( pianista de altissima tecnica que esta seguramente entre os 3 maiores do nosso pais ), Paulo Bellinati ( outro grande da nossa principal escola de violão como João, Baden, Menescal, Egberto e Romero para citar alguns), Teco Cardoso ( gigante dos sopros e como sempre de chapéu ), Zeca Assumpção ( substituindo nas alturas ao Rodolfo Stroeter no contra baixo ) e finalmente Ricardo Mosca ( excelente baterista que recomendo a todos ).
Apresentação de 80 minutos incluindo o "bis" de 5 temas, sendo a abertura com "Arte de Voar" do Nelson Ayres com clima bem "be bop" e Monkiano, seguido de "Ária das Bachianas 4 e 5 " de Heitor Villa Lobos ( nosso primeiro grande mentor instrumental ) que incendiaram o lotado auditório ( 0800 bom que se diga ), na sequência Ary Barroso, numa fusão maravilhosa e criativa de "Rancho Fundo" e "Na Baixa do Sapateiro" com citações de "Round Midnight" ( o Monk de novo presente em um clima bem jazzístico e brasileiro ... fechando o "set" um tema do Bellinati chamado "Pulo do Gato", que arrebatou de vez quem lá estava forçando depois de enorme ovação o bis com "Bye Bye Brasil", simplesmente de FUDER ( sorry mas não achei palavra melhor ).

É isso, não sei se passei a exata emoção dessas 2 apresentações que felizmente estive presente e que fazem bem a alma e o orgulho de ser brasileiro, esperando que se repitam na nossa Cidade e com melhor divulgação.

Projeto Bossa, jazz e muito mais no restaurante Vizta

04 agosto 2011

divulgação


Amigos do projeto Bossa, jazz e muito mais,  no restaurante Vizta.
Essa semana temos o prazer de receber na sexta-feira, 5 de agosto, os saxofonistas Thiago Ferté e Idriss Boudrioua. O jovem talento e um grande mestre a serviço da música de qualidade.
O repertório será calcado no ultimo cd de Thiago e temas autorais do Idriss. Além disso, serão visitados outros grandes temas do jazz e da bossa. Eles serão acompanhados pelos craques: Vitor Gonçalves(Piano), Emile Saubole(Bateria), Sérgio Barrozo(Baixo Acústico). Sensacional!!! imperdível.

No sábado,  6 de agosto, teremos a volta, do grande saxofonista e flautista Raul Mascarenhas, ao palco do Vizta. Depois de um final de semana totalmente lotado, ele nos brindará com mais uma noite ao lado da Conexão Rio e a participação super especial do percussionista Zero.
A Conexão Rio é escalado com; André cechinel(teclado), Fernando Barroso(Baixo), João Franzen(Sax alto), Paulo Diniz(Bateria) e Fernando Clark(Guitarra). Este show é muito legal, de tocar e de se ver!!! Prazer total!!!
Como sempre, recomendo fazerem suas reservas com antecedendia, a casa tem ficado lotado de véspera.
Um forte abraço a todos!!!
Fernando Clark

KEVIN MAHOGANY

Kevin

INICIADO MAIS UM FESTIVAL DE NEWPORT


Teve início mais um “Newport Jazz Festival”, evento que vem se realizando desde 1954, reunindo uma grande quantidade de músicos novatos e veteranos. O artista que mais se apresentou nesse evento foi o pianista Dave Brubeck, que mais uma vez estará no palco ao lado de seus filhos músicos. Outra atração será o trumpetista Wynton Marsalis com o pianista e pesquisador Michael Feinstein no mini -show “Come fly with me”. O Festival que tem a duração de três dias contará ainda com Regina Carter, Eddie Palmieri, Joey de Francesco, Michel Camilo, Esperanza Spalding, Randy Weston, a “Mingus Big-Band”, Charles Lloyd, Ravi Coltrane, a saxofonista coreana Grace Kelly e muitos outros. A produção e promoção é do veterano pianista George Wein, que também se apresentará com os seus “All-Stars”. Longa vida ao Festival de Newport.

TONY BENNETT E AMY WINEHOUSE JUNTOS

03 agosto 2011


O cantor Tony Bennett noticiou que em março desse ano gravou em duo com Amy Winehouse, recentemente falecida, uma faixa que fará parte de seu futuro álbum intitulado “Duet II Project”. A música escolhida foi o clássico “Body and Soul”, sobre o qual informa Bennett que , Amy entregou sua alma de forma extraordinária. Conclui dizendo que foi uma honra ter podido cantar com ela. As outras cantoras inseridas no projeto são Aretha Franklin e Lady Gaga.

01 agosto 2011

ALGUMAS POUCAS LINHAS SOBRE A
GUITARRA E OS GUITARRISTAS - 11



Talmadge Holt Farlow, artisticamente TAL FARLOW, nasceu em Greensboro / Carolina do Norte no dia 07 de junho de 1921, vindo a falecer aos 77 anos, em New York e no dia 27 de julho de 1998.
Seu pai tocava guitarra, uquelelê, violino e clarinete; foi tomando emprestada a guitarra de seu pai que TAL FARLOW iniciou seu aprendizado amador com 08 anos de idade, como diversão e de forma totalmente empírica e muito ao estilo dos guitarristas da Carolina do Norte; de JAZZ nada ouvira musicalmente até então.
Até os 19 anos trabalhou como desenhista e cartazista. Foi com essa idade e numa loja de aparelhos de rádio vizinha àquela em que trabalhava, que escutou uma gravação de Charlie Christian: passou a ser freqüentador da loja vizinha desde então, para ouvir JAZZ, uma vez que não possuia toca-discos.
Ficou fortemente impressionado com a música de Charlie Christian, não apenas pela técnica mas, sobretudo, pelo som da guitarra elétrica que lhe abria possibilidades até então desconhecidas.
Os temas mais antigos da banda de Benny Goodman deixaram-no fascinado e passou a copiar os solos de Charlie Christian nota por nota, até apreender sua concepção, sentido e digitação.
Pela mesma época e por meio do rádio ouviu muito a orquestra de Count Basie e os solos de Lester Young, o “Pres”, cujas improvisações mantinham estreita relação com as de Christian (ou, talvez mais corretamente, os solos e as improvisações de Christian mantinham estreita relação com os de Lester Young), ao mesmo tempo em que podiam ser reproduzidas à guitarra.
TAL FARLOW dedicou-se a pintar cartazes para espetáculos e festas de negros (brancos sómente podiam participar como espectadores), o que lhe possibilitou conhecer e ouvir ao vivo Lionel Hampton, Irving Ashby, Count Basie, Andy Kirk e os irmãos gêmeos Trenier. A partir daí seu máximo interesse passou a ser a música de JAZZ, dedicando-se com seriedade ao aprendizado, ainda que de forma auto-didata.
Foi instalada em sua cidade grande contingente da aviação americana, em função da IIª Guerra Mundial, que necessitava de músicos para suas festas e bailes: “sopa no mel” para TAL FARLOW que conseguiu participar e conhecer outros músicos, entre os quais o pianista Jimmy Lyons, que o impressionou fortemente pelo sentido harmônico; esse um marco decisivo em sua formação, ainda que permanecesse um “intuitivo”, sem educação acadêmica, sem leitura musical e sem formar escalas.
Claro que essas lacunas de formação o impediam de integrar formações orquestrais e de participar de gravações, mas ainda assim e com o já citado Jimmy Lions ocorreu sua primeira experiência “profissional” em 1944 com 23 anos.
Quando terminou a IIª Guerra Mundial em 1945, TAL FARLOW contava então 24 anos e teve a oportunidade de tocar por 06 meses com o trio da pianista Dardanelle, no clube “Copacabana” de New York. Passou a ser assíduo freqüentador da “Rua 52” (a rua que “nunca dormia”), ocasião em que pode escutar Charlie Parker, Bud Powell, Thelonius Monk e Dizzy Gillespie, entre outros expoentes do recém-criado “bebop” mas, claro, somente ouvindo-os e sem participar como músico; estava convencido de que o novo “gênero” devia ser estudado e tocado.
Tocou na Filadélfia com o trio do pianista Freddie Thompson, em que a guitarra substituía o contrabaixo.
Foi para New York com o pianista Jimmy Lyons e o contrabaixista Lenny, o irmão do clarinetista Buddy DeFranco, já que tinham a intenção de filiar-se ao “Local 802” (vide o artigo 06 sobre o guitarrista Joe Pass, em que comentamos sobre os “Local”) e formar um trio. Enquanto não conseguiam a licença estavam autorizados a tocar sómente em contratos de “01 dia”, o que perdurou por 03 meses.
TAL FARLOW tinha grandes dificuldades em decorrência de seu auto-didatismo, o que o forçou a trabalhar, novamente, em uma loja de cartazes, flâmulas e bandeiras, até que em 1948 foi contratado para substituir o guitarrista Mundell Lowe no grupo da vibrafonista Margie Hyams, atuando no “Three Deuces” de New York.
Morava então com os guitarristas Jimmy Raney e Sal Salvador e com o grande saxofonista Phil Woods, tocando muitas vezes com o primeiros deles.
Em 1949 integrou o sexteto do clarinetista Buddy DeFranco, ao lado do grande vibrafonista Milt Jackson e do contrabaixista John Levy.
No final desse ano foi convidado pelo vibrafonista Red Norvo (egresso da “big.band” de Woody Herman e ex-marido da cantora Mildred Bailey, de quem havia se separado em 1945), indo para a Califórnia tocar no seu trio, completado pelo contrabaixo de Red Kelly (que logo deixou o trio para integrar a banda de Charlie Barnet, sendo substituído por Charles Mingus).
Para TAL FARLOW esta foi uma fase muito proveitosa para sua formação técnica, já que tendo no início sentido enorme desconforto pelos ritmos extremamente rápidos imprimidos por Red Norvo (herança da atuação desse vibrafonista com o clarinetista e “band-leader” Woody Heerman), teve que estudar muito para melhorar sua técnica.
Deixou Red Norvo e uniu-se ao clarinetista e “band-leader” Artie Shaw em seus “Gramercy Five”, já então como um guitarrista sumamente habilidoso e criativo em seus solos.
Retornou em 1954 a tocar com Red Norvo por 05 meses e logo abandonou a música: estávamos em 1955.
Mesmo considerando-se “aposentado”, conheceu na Califórnia o proprietário do clube “Composer” de New York, que o convenceu a trabalhar fixo e em trio no clube, ao lado do pianista Eddie Costa e do contrabaixista Vinne Burke, o que efetivamente ocorreu até o fechamento do clube em 1958.
Nessa ocasião TAL FARLOW casou-se e foi residir em uma mansão na costa do Atlântico, em Sea Bright: seu interesse pelo JAZZ restringia-se aos discos, aos programas radiofônicos e às visitas dos músicos que iam para sua mansão tocar e conversar, entre os quais e como mais assíduos Jim Hall, Jimmy Raney, Gene Bertoncini e Attila Zoler.
Retornou à cena em 1967 para um contrato de 02 meses no “The Frammis Club” de New York e gravou para o selo Prestige ao lado do saxofonista Sonny Criss.
Participou do “Newport Jazz Festival” de 1968.
Na costa oriental e em St. Louis tocou com o “George Wein’s All Stars”, novamente ao lado do vibrafonista Red Norvo, isso em 1969 (lembra-se que George Wein, pianista, foi o produtor e organizador do “Newport Jazz Festival”).
Novamente participou do “Newport Jazz Festival” nos anos de 1970 e de 1972, mas já a essa altura dedicando a maior parte de seu tempo ao ensino da guitarra, assim como a redigir seu método, lançado no livro “Tal Farlow Method”.
Esporadicamente atuava em escolas, clubes, institutos e associações.
Ainda assim atuou na Europa, gravou e apresentou-se com Sam Most, Mike Nock, George Duvivier, Tommy Flanagan (com quem já havia gravado em grupo liderado por Artie Shaw e citado ao final do presente artigo na relação de gravações) e outros.
Em cada uma das suas visitas à França, apresentou-se em duo com Philippe Petit.
O guitarrista TAL FARLOW foi vencedor de diversas enquetes de publicações e órgãos especializados em JAZZ: os mais destacados deles foram Esquire, Down Beat e Metronome, por sua importância como veículos divulgadores do JAZZ, a "Arte Popular Maior".
Inicialmente seu toque nos remete a Jimmy Raney e a Lennie Tristano, mas sem a “linguagem” abstrata deste, em TAL FARLOW substituída pelo concretismo, pelo classicismo moderno; mas sem dúvida alguma sua forte influência tem origem em Charlie Christian, com grande sentido harmônico, muito desenvolvido, fecunda imaginação melódica, incialmente auto-didata e, ao final, um “virtuose” técnico, considerado logo após Django Reinhardt um dos maiores estilistas da guitarra no JAZZ.
Com propriedade e segundo Joachim E. Berendet no seu “El Jazz – De Nueva Orleans a Los Años Ochenta” (Editora “Fondo de Cultura Económica”, México, 2002, 900 páginas), “desde Tristano y antes de Sonny Rollins no ha habido quizá outro jazzista que se lanzara com líneas tan largas, inacabables, que se renuevan constantemente em si mismas, como lo hace FARLOW por encima de coros, períodos, frases y partes centrales”.
TAL FARLOW mandou fabricar uma guitarra com diapasão curto, o que lhe permitia um fraseado extremamente veloz e uma sonoridade muito suave. Essa guitarra lhe permitia tocar e golpear as cordas com as pontas dos dedos, obtendo efeitos rítmicos muito bons (para, em conseqüência, dispensar o acompanhamento de bateristas).
Foi moderno se observarmos sua ilimitada coerência e rigor ao “tecer” complexas linhas, prolongadas, efeitos obtidos apenas com o roçar dos dedos ou apenas sugeridos, além de sobriedade que habitualmente escapa aos guitarristas de JAZZ, muitos deles mais preocupados com o “virtuosismo”.
Em uma entrevista concedida para a “Metronome” em 1958, TAL FARLOW dizia que para ele a guitarra deveria ter uma sonoridade “natural”, de guitarra. Quanto á sua predileção pelos tempos rápidos, dizia que se sentia mais confortável neles que nas “baladas” (tradução e adaptação livres a seguir): “é muito difícil manter uma nota em uma guitarra amplificada nos tempos lentos, particularmente no registro alto; somente Johnny Smith consegue isso porque modificou a amplificação; quanto às “eight-note line” que freqüentemente utilizo nas improvisações, são inconscientes e, talvez, para suprir a falta de um baterista, que normalmente dispenso atuando como tal na guitarra (como fazia Mary Osborne)”.
TAL FARLOW deixou-nos registros discográficos importantes, tanto por sua atuação, quanto por seus “parceiros” musicais, já que gravou com Artie Shaw, Sonny Criss, Red Norvo, Buddy DeFranco, com a “George Wein’s Newport All Stars” e, como líder, destacam-se, entre outras, as seguintes gravações:
· Early Tal;
· Tal Farlow Quartet;
· Guitar Artistry Of Tal Farlow;
· Harold Arlen by Tal Farlow;
· This Is Tal Farlow;
· Swinging Guitar of Tal Farlow;
· Autumm In New York;
· Tal Farlow Second Set;
· Return Of Tal Farlow;
· Tal ’78;
· Tal ’80.
Uma das melhores gravações para ouvir-se TAL FARLOW como acompanhante e como solista é o estojo com 02 CD’s e precioso encarte “Artie Shaw – The Last Recordings Rare & Unreleased” (selo “Musicmasters Jazz”, USA, 1992). Os 02 CD’s contem um total de 20 faixas, sendo que em 13 delas temos o guitarrismo de FARLOW, sendo 05 clássicos: “Imagination”, “Besame Mucho”, “ICan’t Get Started”, “Tenderly” e “Someone To Watch Over Me”; mais 08 temas da autoria de Artie Shaw, a saber, “The Sad Sack”, “Mysterioso” (nada a ver com Thelonius Monk), “The Chaser”, “Pied Piper Theme”, “Love Of My Life”, “Lyric”, “Lugubrious” e “When The Quail Come Back To San Quentin” (faixa que havia sido originalmente gravada por Artie Shaw com seu grupo “Gramercy Five” em 1940, portanto sem TAL FARLOW que somente iniciou sua colaboração com Artie Shaw no final dos anos 1940, sendo que nessa primeira gravação a formação incluiu Billy Butterfield e Johnny Guarnieri) .
Em todas essas 13 faixas a formação do grupo é a mesma: Artir Shaw / clarinete, Hank Jones / piano, TAL FARLOW / guitarra, Tommy Potter / baixo, Joe Roland / vibrafone e Irv Kluger / bateria.
TAL FARLOW teve personalidade marcante por sua tranquilidade, muito bem retratada no documentário “Talmage Farlow”, em que discorre sobre sua vida e atua ao lado de Red Norvo e Charlie Mingus (anos 50), assim como de Tommy Flanagan e Red Mitchell (anos 80); se esses não são parceiros “fora-de-série”, desconheço onde FARLOW poderia ter encontrado outros.


Retornaremos à guitarra e aos guitarristas em próximo artigo
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