Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

O FUTURO DO JAZZ E BRILHANTE

31 março 2011

Sugiro apenas que parem por uns 5 minutos e assistam este curto video falando de Escolas de musica de jazz e do trabalho de educacao de David Liebman.



E como os jovens veem a importancia do Jazz...Muito legal

Por fim, guardem o nome do jovem pianista chamado Gadi Lehavi...e rpocurem algo dele no youtube. Alias estou buscando ouvir mais coisas do jovem guitarrista que descobri via CJUB...outro enfant terrible....

Beto

WILSON GARZON ENTREVISTA LIPE PORTINHO

30 março 2011

Vou tomar a liberdade de divulgar aqui a entrevista concedida pelo nosso querido Lipe Portinho ao Wilson Garzon em seu site Clube de Jazz.



a música e a palavra de lipe portinho

Nesse entrevista, com sua habitual franqueza e bom humor, Lipe nos conta sobre sua formação musical e jazzística, sobre suas trajetórias como contrabaixista e produtor e é claro, sobre sua longa parceria com Ana Azevedo, Sala Baden Powell, discos, projetos, etc...

30/03/2011 - Wilson Garzon

Wilson Garzon - Em sua formação musical, o contrabaixo foi sua primeira opção?
Lipe Portinho - Não; no meu núcleo familiar (mãe, pai, avós e irmãos) só havia dois violões velhos e sem cordas e desde que me entendo por gente "azucrinava" a minha mãe pra que ela me colocasse numa aula de violão. Isto estou falando quando tinha de cinco a nove anos de idade. Com dez, comecei a aprender as seis cordas e a descartar os professores; queria algo maior e fui parar com 11 anos, depois de três professores, nas mãos do talentoso Leo Soares, violonista clássico que dava aulas nos anos 80 no conservatório ProArte (existe até hoje no bairro de Laranjeiras). Hoje meu querido Leo é decano da UFRJ.

Dentro da ProArte fiz meu primeiro grupo de rock, que era protagonizado por três violonistas e uma bateria. Não sabia que isso não dava muito certo, mas o batera que abrigava nossos ensaios em sua casa sabia e "parou com a gente" no segundo ensaio. Em tom de retórica, disse que só voltava a brincadeira se alguém fosse pro baixo elétrico, e por acaso ele tinha um sobrando em casa... daí todos olharam para mim... isso aos 13 e do baixo não sai nunca mais. Quando cheguei na aula do Leo com um baixo de segunda mão e não com o violão novo que ele queria que eu comprasse ele profetizou: "Fu@$%!!!!@deu, perdi o aluno". Ele acertou.

WG - Como se deu seu encontro com o jazz? Quais foram as suas referências no instrumento?
LP - Depois de várias bandas de pop, rock, rock pauleira e progressivo, descobri por amigos, como o baterista e grande músico Xande Figueiredo, que o som que o meu pai ouvia era mais profundo do que tudo aquilo de fato e eu já começava a ter um "discurso musical" aprimorado o suficiente pra tentar desvendar a língua do Jazz. Me lembro que o primeiro baixista de jazz que vi na tv foi o Ray Brown e depois o Rufus Reid, achei que era assim que eu devia tocar. Quando fui ter aulas de contrabaixo aos 17 com o mestre Sandrino Santoro (primeiro contrabaixista do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, da Orquestra da Rádio Mec e professor da UFRJ e UNI-Rio) este me perguntou da onde eu tinha tirado aquele modo "maluco" de tocar pizzicato e eu respondi: "ué, não é assim?"

Junto com os "coroas" da época comecei a ouvir Miles, McCoy Tyner, Bill Evans e confesso que não entendi quase nada, mas daí me deparei com o Pat Metheny que era mais próximo da minha adolescência fui atrás de fazer um som assim, tolinho! Tocar parecido com o Steve Rodby era tarefa relativamente transponível, achar um cara que nem o Pat é que demorou uns 25 anos. Conheci em meados dos 80 um aluno de um "tal" de Idris Boudrioua, o saxofonista Renato "Mola" Buscaccio e junto com o meu primo Fernando Clark (guitarra) e o baterista CA (hoje na Parede e Monobloco) montamos o Kiui. Enfim o Jazz, mas quatro meninos de 17 a 20 anos, transpirando a testosterona e tocando num grupo com nome de fruta não podia durar. Mas foi meu primeiro quarteto e pelo menos eu tive a idéia com muita clareza que eu tinha que estudar muito mais, fui pra Escola de Música da UFRJ.

WG - Em sua carreira como músico, sempre esteve presente a ponte entre o clássico e o jazz?
LP - Você não começa a estudar com o Sandrino Santoro e sai assim "ileso", sem gostar de música clássica. Já gostava antes, mas na Escola de Música é que eu comecei a entender de "música a vera" e a conhecer o que meus ídolos do jazz conheceram quando resolveram se aprofundar: Stravinsky, Beethoven, Mozart, Prokofiev, Shostakovich, etc. Como diz o saxofonista Daniel Garcia: "o Jazz começa em Bach". Na UFRJ eu me formei com louvor, "viciado" em música clássica e tocando em vários grupos de câmera. Mas nunca me esqueci dos anos 80, das jams que o saudoso contrabaixista e jazzman Ricardo Canto me chamava pra ir, da Bookmakers do Parque da Catacumba e das quase 300 vezes que eu Fernando Clark fomos ver "Round midnight" no pulguento cine-Jóia em Copa só pra ver e ouvir o Dexter Gordon - tocar e falar.

Essa época foi muito boa e comecei a conhecer e tocar com o pessoal da música instrumental: Vittor Santos, Paulo Sergio Santos, Barrozinho, Edu Neves, Henrique Cazes, Itamar Azieri, Marquinhos Nimrichter, entre outros num universo que só se expandia. Não queria abrir mão de nada, passei a andar em todas as rodas que me eram possíveis e descobri "tardiamente" que um músico jovem tem que ser "promíscuo", tem tocar com todo o mundo. casei-me pela primeira vez e acabei entrando na Orquestra Petrobras Sinfônica onde passei quase uma década no naipe de lá e nos grupos de câmera da OPES. Grandes dias de ralação e aprendizado. Aprendi que orquestra é bom, mas maestro é uma m@!!$#erda. Você fica muito preso, eles salvo poucas excessões e em sua grande maioria não entendem nada de música, mas mesmo assim é uma delícia... sofrida... então saí, triste, mas sobrevivi voltando-me totalmente pro jazz.

WG - Gostaria que vc contasse sobre seu encontro e parceria com a pianista Ana Azevedo.
LP - Conhecia meio mundo no Rio e só aos 30 anos que numa gig com o Tim Rescala vim a tocar pela primeira vez com a Ana. Ela parecia uma menina e eu achei que ela era uma espécie de roadie do pianista ou algo assim. Quando entendi que ela é que ia pegar aquela brabeira eu confesso que não levei a menor fé, como fui idiota, a tal menina tocava muito, era "totalmente do ramo", um jazz que eu não ouvia por aí. Fiquei bobo! Dois anos depois a gente começou a namorar e fazer tudo quanto é trabalho juntos, eu estava meio descrente e cansado do jazz "arroz com feijão real book" e queria juntar meus mundos musicais todos numa coisa só. Só com ela eu tive oportunidade de fazer isso. Pra mim ela é o "Bill Evans de saias" e estamos casados um com o outro e com o jazz a 10 anos.

WG - Como surgiu a Orquestra de Bolso e como ela foi conceituada? O grupo ainda atua?
LP - Desde 1995 comecei um trabalho com um quinteto de cordas que tocava clássicos, jazz e mpb. Meus amigos que entraram de cabeça na idéia seguiram comigo até eu sair da OPES em 2006. Foram eles: Felipe Prazeres (spalla da OPES), Gustavo Menezes (spalla do Theatro Municipal do Rio de Janeiro), Ivan Zandonade (primeira viola da OPES) e vários violoncelistas: Guerrinha, Luciano Correa, Saulo Bezerra, Marcus Ribeiro entre outros. Nós gravamos um CD, mas a vida de cada um estava agitada demais pra prosseguir. Cheguei a esperar alcamar a maré, mas isso nunca aconteceu. Então esse ano 2011comecei a OB de novo (se a Johnson & Johnson quiser nos patrocinar vai ser uma honra). Pra ressuscitar um trabalho tão estimado foi preciso acontecer algo que sempre sonhei, mas achei que já era impossível: os super músicos búlgaros, o violinista Nickolay Sapoundjiev e a cellista Emilia Valova virem morar no Rio. Eles estavam há 13 anos liderando a Orquestra de Manaus, onde eu os conheci e comecei uma grande amizade em 1999. Esse ano, a gente já começou como pé direito no II Festival de Jazz do Rio estamos com concerto marcado para o dia 16 de abril e pleiteando participar do Savassi.

WG - Ano passado foi lançado o cd do quarteto Tutti. O que você destaca nesse trabalho e se o grupo terá continuidade.
LP - O Tutti é outra parte dos meus mundos. É, por mais que seja clássicos in jazz, crossover, é um lado mais "rash" pois nós temos Daniel Garcia na "cabine de comando". Ele é um músico que não tem medo de tempestades e nos dá a oportunidade de nos "impregnarmos" com sua arte jazzística de primeira.

Com ele, músicas como "Isto não é Bach" tornaram-se vivas e com a acidez certa. O Daniel pra mim é uma influência como foi nos anos que toquei ao lado do Paulo Sergio Santos, o cara começa a tocar uma idéia sua de um modo muito mais profundo do que aquele que você tinha escrito e ainda te leva pro lado dele sem você perceber. É um músico que faz diferença e um dos poucos que entende o jazz de forma ampla e profunda. Estamos fazendo o repertório para o segundo CD.

WG - Atualmente você desenvolve um trabalho de alta qualidade musical na Sala Baden Powell. Conte-nos um pouco desse processo e quais são suas expectativas.
LP - Eu e Ana ficamos profundamente felizes com o reconhecimento de vocês. A Produtora Orquestra de Bolso (por favor não confundir com o grupo homônimo) desde a época da licitação (final de 2009) procurou "resgatar" a Sala Baden do ostracismo cultural que ela tinha sido mergulhada. Nós fomos vencedores da licitação feita pela Secretaria Municipal de Cultura do Rio (SMC) com um programa só de música instrumental, jazz, clásicos e operetas.

Não acreditei quando vencemos. Temos que bater palmas para a banca que nos deu o primeiro lugar a frente de equipes que tinham nomes grandes como por exemplo o Nelson Motta na curadoria. Aquela banca concordou comigo que a Sala Baden Powell não poderia mais ser tratada como Teatro, pois Sala é de MÚSICA e a Baden foi projetada pelo engenheiro acústico Fábio Brossolos para ser uma Sala de Música de Câmera, essa era a demanda do então secretário Ricardo Macieira em 1999. No estatuto (regulamento) de Teatros da Prefeitura está impedido a prática de outra coisa que não a música na Sala, são tolerados apenas musicais com músicos em cima do palco.

O SESC administrou a Baden por pouco mais de um ano e com seus recursos começou uma história bonita que depois foi desvirtuada por indicações de diretores de Teatro para comandar o local assim que o SESC desistiu da Baden. Inspirado nisso montei o programa vencedor e a partir da nossa posse os problemas foram muitos, milhares. Mas colocamos muito equipamento na Sala e fizemos um trabalho de formiguinha treinamos os técnicos, conseguimos promoções de pessoas que estavam muito desmotivadas e juntando tudo isso ao talento da Ana Azevedo em montar a grade da Baden (ela é responsável por grande parte da programação) conseguimos passar de 7 pessoas por espetáculo pra uma média de 120. Provando que música instrumental e jazz tem uma demanda que estava represada e que só vai crescer. Os números dos borderôs é que podem falar por si. A nossa grande expectativa é que no fim de nosso contrato se faça um sucessor à altura do nome Baden Powell e que a Sala nunca mais seja manipulada politicamente para outros fins que não para aquele que ela foi construída: MÚSICA.

WG - Além desse trabalho também exerce atividades dentro da área de produção através da Orquestra de Bolso Produções Artísticas. Que trabalhos você destacaria e quais projetos estão programados para esse ano?
LP - Junto ao grande músico Eduardo Monteiro, a Orquestra de Bolso Produções Artísticas continua gravando música erudita e jazz. Gravamos o Petrobras, OSB, UFRJazz, grupos de câmera e de jazz. Estamos Gravando o Gravíssimo e depois o grupo "piazzollístico" CORDA. no meio do ano vamos gravar o segundo CD do Tutti. Nós teremos em Junho o II Festival RAMI de Guitarras do Rio (rami é de barulho mesmo), depois o II Festival de Pianos do Rio e o II de Festival de Contrabaixos do Rio. Faremos um parceria trazendo o Savassi Jazz Festival para o Rio.

Já estamos procurando patrocínio para o III Festival de Jazz do Rio e o incentivos como o de vocês é que nos ajudam a achar patrocinadores, obrigado. Só falta o patrocínio mesmo para a gente anunciar o III Festival de Jazz do Rio. Fora isso a gente continua a produzir trabalhos e grupos como: Tutti, Orquestra de Bolso, Ana Azevedo Quarteto, Corda (só toca Piazzolla), Gravíssimo Bass Ensemble, Augusto Mattoso Trio, etc. E pela Orquestra de Bolso Produções Artísticas eu também continuo exercendo a minha "cachaça" que é pegar grandes encomendas para escrever peças e arranjos para orquestra sinfônicas. Tem muita informação no nosso recém montado site (leia-se montando) orquestradebolso.com.br

WG - Como você analisa o cenário da música instrumental brasileira e em especial no Rio de Janeiro.
LP - Não quero ficar chorando as pitangas, eu quero é alavancar o que puder junto a Orquestra de Bolso Produções Artísticas e junto à novos patrocinadores o cenário musical carioca. Provamos que com pouco dinheiro e muito trabalho sério é possível fazer música no Rio e aonde for no Brasil. A cada patrocínio que nós conseguirmos será um Festival a mais. O nosso prazer é trabalhar, o sucesso veio junto e é também um grande prazer, mas pensar em sucesso e dinheiro antes de trabalho é o tiro no pé que quase estagnou a música instrumental no Brasil. A nossa Direção Artística já foi chamada de "quixotesca" e talvez houve momentos que tenham sido assim mesmo, mas os pés estavam no chão e com uma verba ínfima de R$ 200 mil anuais em 2010 fizemos 240 shows, 6 Festivais e inúmeras Séries tais como: Piano e Voz, Clássicos no Jazz Ao Vivo, Shows Aula e Operetas.

Resumindo: vamos todos chorar menos e fazer mais, mas vamos fazer muita vigília para não perdermos os poucos palcos que temos - no ano de 2010 a Sala Funarte Sidney Miller deixou de fazer música nas quartas pra fazer artes plásticas e nem o SindMusi nem ninguém chiou, a Biza Vianna ao assumir o Espaço Tom Jobim anunciou que a música ia parar e ia ser só teatro, e nem o SindMusi nem ninguém chiou. Anunciaram que os Quiosques da Lagoa Rodrigo de Freitas vão fechar e nem o SindMusi nem ninguém chiou... Nos particulares nem se fala: A Modern Sound, O Mistura Fina, O Jazz Mania, O Rio Jazz Club... ninguém chiou ou pediu um apoio dos governos do Estado ou do Município do Rio para "repor" o que saiu. Por favor, em nome do Jazz, quando em real perigo chiem e exijam uma reposição por parte do Estado daquilo que foi tirado.

JOÃO DONATO QUARTETO

A apresentação de Donato no SESC não deixa dúvidas de que ele é um dos maiores expoentes da música brasileira. Acompanhado de Robertinho Silva (bateria), Ricardo Pontes (sax e flauta), e Luis Alves (baixo), o repertório é da melhor qualidade.

Fica esse registro para os apreciadores da boa música.

No site do Instrumental Sesc, está o concerto completo: http://www.instrumentalsescbrasil.org.br/

DIVULGANDO MAIS UM ESPAÇO NO RJ

POLÍTICA CULTURAL TRANSVERSA

Tenho estado, já por muito tempo, desconsolado com o tratamento indigente que as iniciativas culturais voltadas para a música de bom nível recebem dos órgãos oficiais que delas deveriam se encarregar. Aparentemente, não há nenhum interesse em apoiar manifestações não representativas da "cultura nacional". Preferem estes, muito provavelmente "patrocinados", dotar a população das deploráveis demonstrações de indigência cultural (e franca baixaria nos costumes) como os emporcalhantes "blocos" que infestam nossas cidades na época do carnaval.

Como muito bem registra hoje Joaquim Ferreira dos Santos em sua coluna "Falta a Música", no Segundo Caderno do jornal O Globo, "só no Brasil mesmo uma festa basicamente de jovens é patrocinada por uma cervejaria".

Essa sua constatação serviu para lembrar-me do motivo maior do meu desconsolo, o quase que absoluto aniquilamento dos grandes festivais de jazz que havia no país, com edições por várias capitais, que, até a edição de uma lei "protetora" da sociedade, impediu que indústrias de bebidas e fumo destinassem recursos para patrocínar suas realizações. Assim, foram degolados o Free Jazz Festival, que teve aproximadamente 15 edições anuais, o Chivas Jazz Festival que rolou por uns 8 anos, para citar apenas os maiores e mais representativos.

Ainda os há, em tamanho reduzido, graças à tenacidade e à criatividade de produtores que foram buscar na indústria automobilística (!) uma nova vertente de recursos para apresentar ao público música de alto nível.

O artigo mencionado acima critica, justamente, a ausência da parte "cultural" nesses eventos populares, pela inexistência ou insignificância do principal atrativo que deveria estar a move-los: a música.

Note-se que, para essa indigência cultural quase total, canalizam-se recursos e apoios, a nossa Prefeitura não hesita em despender recursos, fechar ruas e praças, desviar transito, disponibilizar banheiros químicos (em quantidade ridícula, diga-se, dainte da turba mobilizada), etc, etc. E ainda, incomodando vasta parcela da população que não quer nem precisa fantasiar-se, "encher a lata" e urinar pelos quatro cantos para ser feliz. Para acomodar "patrocínios", as portas são abertas como que por mágica. Mesmo que falte a música, tudo é justificado.



Enquanto isso, a parcela da população que pela idade ou pela evolução intelectual já não se contenta com essas manifestações guturais e almeja iniciativas mais elevadas, padece da fuga dos patrocinadores que as fariam com grande interesse - por ser esse o seu público-alvo -, mas que delas foram afastados pela "proteção" (que como agora se vê, passou a ser seletiva) que o Estado decidiu impor para proteger as pessoas maduras.

Há algo de muito errado (ou seria apenas estranho?)na política cultural brasileira.

Com a palavra, quem se interessar em esmiuçar esse fenômeno.

“Just Friends” – a garotada começa cedo

27 março 2011

Japão - Vida Que Segue

Bill Mays escreveu do Japão onde está num tour com o Phil Woods Quintet. (Mays, piano; Woods, alto saxophone; Brian Lynch, trumpet; Steve Gilmore, bass; Bill Goodwin, drums).

Apesar dos terremotos, tsunami e radiação, comida e água potável não são problema em Tóquio, como também o transporte está normal. Os níveis de radiação estão bem baixos, Mays disse que sentiram 5 ou 6 pequenos tremores. As ruas estão mais vazias, mas a vida da cidade parece ser normal.

Os concertos estão lotados, mesmo com um preço de mais de 100 dólares. Os japoneses adoram música e houveram muitos cancelamentos de apresentações.

Em Yokohama foi um sucesso, havia uma fila de saxofonistas alto para que Phil Woods autografasse seus cases, a maioria mulheres.

A PARKER JAPONESA

25 março 2011

A grande surpresa que a Internet me forneceu foi uma saxofonista japonesa de nome SAORI YANO. Não tenho seus dados biográficos mas o que ela toca é o suficiente para concluirmos tratar-se de uma das mais perfeitas discípulas do be-bop, com a inflluência maior de Charlie Parker e algumas pinceladas em Benny Carter e Lee Konitz.

Suas gravações dos originais de bop são maravilhosas em termos de sonoridade, técnica e bom gosto nas improvisações. A meu juízo, uma jazzwoman perfeita.

PODCAST # 43




PARA BAIXAR: http://www.divshare.com/download/14392944-52c

NATALIE COLE EM ABRIL NO RIO.

A VIVO RIO está anunciando para 16 de abril a cantora Natalie Cole com o show intitulado "An evening with Natalie Cole".
Lembro que em 1997, em memorável noite no antigo "Metropolitan", a filha de Nat King Cole se apresentou diante de uma notavel "big-band", completada por uma seçao de cordas da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre. Nessa banda estavam Mike Renzi(p)- John Chiodini(g) e Lanny Morgan(sa), entre outros.
Foi realmente um dos melhores shows que assistí. Apesar de tudo, como sempre, o evento passou em branco pela nossa imprensa. Não sei se Natalie voltará com uma "big-band " mas, embora não seja uma cantora essencialmente jazzista, é sempre bom assistí-la pois representa com eficiencia o chamdo "american vocal". Vamos aguardar.

ALGUEM SOUBE ?

22 março 2011

Por acaso alguém soube que no dia 21 de março um pianista de Jazz holandês se apresentou no Teatro Carlos Gomes?

Com a ineficácia da chamada "imprensa cultural" carioca, é claro que ninguém tomou conhecimento.

O nome do artista é MICHIEL BORSTLAP e segundo li na Internet é considerado como um pianista excêntrico por suas composições e interpretações.

De uma forma ou de outra, nada foi noticiado e nenhum dos nossos festejados "críticos" se pronunciou. Vida que segue.

COLUNA DO LOC

21 março 2011

JB, Caderno B, 20 de março
por Luiz Orlando Carneiro

Mais do que terra prometida,os Estados Unidos – Nova York, em particular – tornaram-se terra conquistada por uma brilhante brigada de músicos de jazz nascidos em Israel, a maioria deles com reputação firmada não só nos melhores clubes da Big Apple mas também em festivais internacionais.
É o caso da clarinetista-saxofonista Anat Cohen, estrela de primeira grandeza, de seus irmãos Avishai (trompete) e Yuval (sax soprano), do também saxofonista Eli Degibri, da pianista Anat Fort, dos contrabaixistas Omer Avital e Avishai Cohen (homônimo do trompetista), e do guitarrista Roni Ben-Hur – este um New Yorker de 48 anos, 25 dos quais vividos na capital do jazz.

A “bola da vez” agora parece ser um outro guitarrista, 20 anos mais moço do que Ben-Hur. Seu nome é Yotam Silberstein, ou apenas Yotam, como está na capa do CD Resonance, gravado em dezembro de 2009, e lançado no fim do ano que passou pelo selo JLP (Jazz Legacy Productions).
Yotam não é um estreante, como líder, em matéria de registro fonográfico. A etiqueta Fresh Sound/New Talent acreditou no seu talento quando ele tinha apenas 21 anos, e editou, em 2004, The arrival, um disco em trio com outros músicos israelenses. Em 2009, sua cotação subiu com o sucesso de crítica obtido pelo álbum Next page (Posi-Tone), para o qual convocou Sam Yahel (órgão), Willie Jones III (bateria) e Chris Cheek (sax tenor) – este em cinco das 10 faixas.
Em Resonance, Yotam tem a seu lado os eminentes Christian McBride (baixo), Aaron Goldberg (piano) e Greg Hutchinson (bateria) em todas as 11 faixas, mais o trompetista Roy Hargrove, como convidado, em versões de Daahoud (4m30), de Clifford Brown, e Mamacita (6m50), de Joe Henderson. O guitarrista mostra seus dotes de compositor inspirado e meticuloso em cinco peças: M c D av i d (6m15), de saborosa melodia em balanço sambado; a balada M e rav (5m57); Bye Ya’ll (7m08), com o ostinato do piano e os splashes da bateria sublinhando o fraseado encorpado e intrincado da guitarra; Ble wz (6:53), uma joia em forma de blues; K i n e re t (5:15), uma “cantiga” bem romântica desenvolvida em estreita parceria com o pianista Goldberg, que tem a sua melhor performance como solista no disco.
As demais faixas são Two bass hit (6m28), clássico do bop de John Lewis/Dizzy Gillespie, com swing intenso e solos contagiantes (McBride no arco, à la Paul Chambers); um tratamento bem bluesy de Rene wal (5m28), de Monty Alexander; The most beautiful girl (5m42), de Yoni Rechter; e a comovente Fresh love song (6m20), de Shlomo Gronich, que Yotam interpreta usando também a voz como instrumento. Yotam é um devoto da m a i n s t re a m moderna do jazz e, portanto, descendente estilístico de Barney Kessel, Wes Montgomery, Jim Hall e Pat Martino. Seu fraseado muito bem articulado e elegante é melódico-harmônico, e não sônico-melódico como o da “escola” cujos chefes são Bill Frisell, John Scofield e o agora robótico Pat Metheny.
Ele está no mesmo nível de excelência de guitarristas mais afamados, como os quarentões Russell Malone, Kurt Rosenwinkel, Peter Bernstein ou Ben Monder.

COLUNA DO LOC

JB, Caderno B, 13 de março
por Luiz Orlando Carneiro

De quinta-feira a domingo próximos, o Jazz Standard vai celebrar em noites de gala – como está no site do cultuado jazz clubde Nova York – o 60º aniversário do “grande baterista Duduka Da Fonseca, nascido no Rio de Janeiro”.
Para quem não sabe, Duduka vive na capital do jazz desde 1975. Foi com a cara e a coragem, só com passagem de ida. Mas com muito talento e já respeitado entre os músicos cariocas. Comprou sua primeira e sonhada bateria Gretsch com parte do dinheiro ganho numa gravação que fez como sideman dos trombonistas Frank Rosolino e Raul de Souza. Atraiu seus comparsas Romero Lubambo (guitarra) e Nilson Matta (baixo) para a Big Apple, em 1985. Com eles formou o Trio da Paz – consórcio muito bem sucedido, em termos de público e de crítica, infelizmente mais conhecido nos Estados Unidos e no Japão do que por aqui (Nights of my beloved, Noites do meu bem, é o título do mais recente CD do Trio da Paz, tendo como convidados o saxofonista George Garzone e o pianista Kenny Werner, gravado para o selo japonês Venus).
Nestes 35 anos como new yorker– com frequentes visitas ao Rio e ao Festival de Jazz de Ouro Preto – Duduka apareceu em cerca de 200 álbuns, como líder ou liderado.
Os primeiros discos de sucesso do Trio da Paz foram gravados para a etiqueta Malandro: Partido out(1998) e Café(2002), este último com “pontas” de Joe Lovano e Dianne Reeves. O ás do sax tenor já tinha atuado em duas das faixas do primeiro álbum “autoral” de Duduka, Samba jazz fantasia(Anzic), gravado em 2000, e que reunia em formações diversas outros jazzmen do porte de Tom Harrell (flugel), David Sánchez (sax tenor), John Scofield (guitarra), Eddie Gomez (baixo) e Kenny Werner. Este CD – que tinha também, é claro, Matta, Lubambo, Claudio Roditi (trompete), Hélio Alves (piano) e Maúcha Adnet (vocal) – foi um dos indicados para o Grammy de 2003 (best latin jazz album).
Da discografia mais recente do consagrado baterista merecem especial destaque: HD2/Songs of the last century (Blue Toucan, 2004), com Hélio Alves e Gomez (o lendário sax de Phil Woods presente em três faixas); Samba Jazz in black and white (Zoho, 2005), com Anat Cohen (clarinete, saxes), Alves, Leonardo Cioglia (baixo) e Guilherme Monteiro (guitarra); Forests (Zoho, 2007), do Brazilian Trio (Alves, Matta); e Brazilliance X4 (Resonance), quarteto de Roditi, com Cioglia e Alves. Os dois últimos foram também grammy nominees.
Na celebração dos 60 anos de mestre Duduka, no Jazz Standard, o Trio da Paz toca na primeira noite, tendo como convidados ilustres Anat Cohen e o pianista Mulgrew Miller. Nas segunda e terceira noites, Duduka lidera o seu quarteto (Anat, Guilherme Monteiro e Matta), e os convidados são Miller de novo e Claudio Roditi. No domingo, a festança termina com o Trio da Paz, Miller e a estrela Maúcha em destaque, e certamente fazendo jus ao título do CD Songs I learned from Jobim (Venus, Japão).
De Nova York, Duduka avisa que, de 26 de abril a 1º de maio, estará no Dizzy’s Coca Cola Club (Lincoln Center) para apresentar o programa Samba Jazz and the music of Jobim (Hélio Alves, Roditi, George Mraz, Maúcha e o guest Toninho Horta). E que vai sair logo o álbum que gravou no Brasil, ano passado, em trio com o brilhante pianista David Feldman e o baixista Gutto Wirtti, a partir de temas do mineiro Toninho.

KEITH JARRETT NO RIO

16 março 2011

Atendendo possivelmente a muitas reclamações sobre a ausência do pianista Keith Jarrett no Rio de Janeiro, a "Dell'Arte", informa pela Internet que o mesmo atuará na noite de 9 de abril , as 21 horas, no Teatro Municipal.

Os fãs agradecem.

DOM CHACAL (* 1941 + 13-03-2011)

Um dos percussionistas preferidos pelos músicos, Dom Chacal faleceu em 13 de março aos 69 anos de idade.

Segundo o baterista Wilson das Neves, Chacal era perfeito em suas apresentações.

Compadre de Chacal, Wilson declara que o mesmo não batia, tocava.
RIP

JOE MORELLO ( *1928 - + 12-03-2011)

Joe Morello, o baterista que tocou mais tempo no quarteto de Dave Brubeck, veio a falecer em 12 de março, aos 70 anos, de causa não divulgada.

Morello, ao integrar o quarteto de Brubeck, mostrou ser tecnicamente insuperável nos intricados ritmos usados pelo pianista em suas composições.

RIP

PROGRAMAÇÃO DA SEMANA – MC GALERIA DE ARTE

08 março 2011

QUINTA-FEIRA – DIA 10/3 – 21: 00 H – COUVERT ARTISTICO – R$ 15,00
TRIO COM RICARDO DOS SANTOS (BAIXO), RICARDO PONTES ( SAX E FLAUTA) E ALFREDO CARDIM (PIANO)
BOSSA NOVA EM ESTILO JAZZISTICO E STANDARDS NORTE-AMERICANOS

SEXTA-FEIRA – DIA 11/3 – 21:00 H – COUVERT ARTISTICO – R$ 20,00
MANU LE PRINCE – (VOZ)
ALBERTO CHIMELLI (PIANO)
IDRISS BOUDRIOUA (SAX )
SHOW DA CANTORA FRANCESA COM INTERPRETAÇÕES DE  STANDARDS AMERICANOS E CANÇÕES DO PRECURSOR DA BOSSA NOVA , JOHNNY ALF.

SÁBADO – DIA 12/3 – 21:00 H – COUVERT ARTISTICO – R$ 20,00
NINA RIPE (VOZ)
GUILHERME VIANNA (SAX)
FERNANDO MORAES (PIANO)
A CANTORA SUECA INTERPRETA CANÇÕES DE JAZZ E BOSSA NOVA EM INGLES.

MC GALERIA DE ARTE
RUA FRANCISCO OTAVIANO, 55 – ARPOADOR
TELS RESERVAS : 21 2247-7793/ 2513-9393 / 9982-0557
NÃO ACONSELHADO PARA MENORES DE  18 ANOS.

ALEGRIA DE VIVER - LANCAMENTO DO SEGUNDO ALBUM DO SAMBAJAZZ TRIO

06 março 2011

Nesta quinta feira (10.03.2011) as 20:00 na Sala Baden Powell, ocorrera o lancamento dos segundo album do Trio (ou quarteto) instrumental SAMBAJAZZ TRIO.

O album se chama ALEGRIA DE VIVER, que e o nome de um tema composto pelo inesquecivel pianista e compositor LUIZINHO ECA,do Tamba Trio.

Os musicos sao Kiko Continentino (Piano), Luiz Alves (Baixo Acustico) e Clauton Salles (bateria e trompete).

Entre os temas do segundo album, que eu tive o prazer de ouvir e gostei muito, encontramos Luiz Eca, Antonio Carlos Jobim , o proprio Kio, e um tema de Mario Albanese (Certa Vez).

O album tem a recomendacao do CJUBIANO Reinaldo, humorista, desenhista e baixista que tambem adora o SambaJazz, inclusive fazendo do genero materia prima para as apresentacoes do Cia Estadual de Jazz, ou Sambajazzificator...

Abracos e ate la.

Beto Kessel


Sala Municipal Baden Powell
Av. Nossa Senhora de Copacabana, 360
Copacabana
Rio de Janeiro - RJ
Tel.: (21) 2262-2581/2215-5172

GRAPPELLI & OSCAR PETERSON & NHOP & KENNY CLARK

05 março 2011

O tema e um classico (Autumn Leaves) e o quarteto e de primeira...

Sou suspeito para falar, pois todos sabem que admiro muito Stephanne Grappeli, e aqui ele esta com outros feras como Peterson, Niels Pedersen e Kenny Clark....

Para comecar o carnaval em alto nivel.

Beto Kessel

BAIXADA JAZZ BIG BAND

03 março 2011

A Baixada Jazz Big Band completou um ano de existencia com um concerto na Sala Baden Powell no dia 2 de março de 2011. A programação é toda a primeira quarta-feira do mês se apresentar na Baden Powell. É um programa e tanto, pois não existe outra orquestra de jazz no Rio de Janeiro.

Segue os vídeos dessa última quarta-feira:

Margareth Whiting (1924 - 10-01-11)

01 março 2011


Quem faleceu em 10 de janeiro , aos 86 anos , foi a “lady crooner” Margareth Whiting.
Tinha extensa carreira, tendo atuado no início com as bandas de Fred Slack, Billy Butterfield e Paul Weston. Mais tarde, já com carreira solo, gravou com excelentes orquestras como as de Frank DeVol, Russ Garcia, Johnnhy Mandell, Billy May, Marty Paich, Nelson Riddle , Pete Rugolo e Paul Weston esse ultimo em sua fase na gravadora Capitol. Informou a Internet que sua morte teve causas naturais.
RIP