Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

O FIM DA MODERN SOUND

28 dezembro 2010






























Mais uma loja de discos que encerra suas atividades na cidade do RJ.
A grande verdade é que a Modern Sound como loja de discos já estava "falida" há muito tempo, sua salvação foi o Alegro Bistrô que, mesmo sem a cobrança de couvert artístico, conseguia manter uma razoável platéia em todos os dias da semana, platéia que era mais calorosa quando ocorriam os lançamentos de discos às segundas e terças-feiras, independente de estilo musical.
O local se tornou um ponto de encontro de amigos da música, local que eu já não frequentava mais.
A nossa grande perda é realmente o espaço que ainda tinhamos para ouvir boa música, mesmo sendo a mesmice de sempre, sem muitas novidades, mas era a oportunidade de poder assistir ao contrabaixista Paulo Russo e o pianista Kiko Continentino, músicos fantásticos, gigantes para aquele espaço; e salvo as raras canjas que apareciam por lá.
É lamentável também a perda do espaço profissional de todos os músicos que lá tocavam, da perspectiva de mercado é menos um espaço para trabalhar.

Inegável que a loja fez história na cidade, lembro que na época do vinil era a única loja que vendia os plásticos para encapá-los, mas sempre foi uma loja cara, teve a concorrência da Billboard ao lado e das pequenas lojas especializadas que apareciam na cidade, e nos últimos anos certamente o público que passava no caixa era quase a totalidade de turistas que desembolsavam valores bem altos pelos produtos que lá vendiam.
O atendimento da loja sempre gerou polêmica, passando pelo péssimo e patético atendimento na sessão de equipamentos a cordialidade e atenção das moças do Alegro Bistrô, e alguns vendedores da seção de discos que ainda conheciam alguma coisa.

Enfim, a loja não se antenou com a modernidade de uma era de iPods, iPhones e Tablets norteados pela musica comprimida dos mp3. É a tecnologia mais uma vez atropelando essa geração.

A todos os que frequentavam, a certeza que nos encontraremos onde houver boa música.

6 comentários:

Érico Cordeiro disse...

Guzz,
Uma notícia dessas não deveria jamais ser verdadeira. Deveria ser uma pegadinha, tipo 1º de Abril.
Infelizmente, é a duríssima - e lamentável - realidade.
Em 1991 comprei vários LPs na Modern Sound - meu primo Renato esteve aqui há alguns meses e relembrou o episódio, com o caipira aqui embasbacado com aquela cornucópia de discos.
O cd começava a se popularizar mas seus preços ainda eram proibitivos para um estudante que vivia de mesada. Comprei alguns discos de blues - Howlin' Wolf - The London Sessions foi um deles - e jazz - lembro de um Lionel Hampton que estava em promoção e foi uma pechincha!
Naquela época lembro de ter ido à Breno Rossi, também de saudosa memória, onde comprei a trilha sonora do Mágico de Oz e uma coletânea dupla de Bessie Smith.
Saudades dessa época - tive a honra de ver, ao vivo, no também finado Hotel Macional, a uma apresentação de Ney Matogrosso e Raphael Rabelo, extraordinária!
Brindemos à Modern Sound e que ela não desapareça - apenas se encante, como seus discos nos têm encantado por tantos e tantos anos. E que consiga se reeguer e voltar à ativa.
Os (infelizmente poucos) amantes da música de qualidade merecem e agradecem!
Abraços a todos e que 2001 inicie com notícias mais alvissareiras, com muita paz, harmonia, saúde, fraternidade e muito jazz!

Beto Kessel disse...

Guzz,

Estive lá no sábado retrasado, quando o Sambajazztrio tocou pela última vez, e concordo contigo que e uma perda importante de um local onde se ouvia musica de qualidade no Rio.

Como voce falou, o negócio é procurar saber onde estarão os músicos, para poder ouví-los.

O Mário filmou alguns daqueles momentos musicais. vamos aguardar que ele disponibile no youtube.

Abracos,

Beto

Felipe disse...

Uma notícia de profunda tristeza. Enquanto tiver saúde vou aguentar nossa empreitada na Sala Baden que se tornou um dos últimos redutos de Música Instrumental no Rio. Aguentamos pressões desumanas que iam contra nossa programação de Música com "M" maiúsculo. Fui parar na emergência do Copa D'Or por ter perdido a "batalha dos travestis" onde a Prefeitura usou a força para colocar na Baden quatro shows eróticos de travestis. Na verdade depende não só da Orquestra de Bolso Produções Artísticas lutar por mais espaços para a boa Música, mas sim de todos nós COMPARECENDO cada vez mais nos eventos promovidos pelos nossos artistas tão capacitados que cada vez menos tem onde se apresentar. Nunca imaginei que chegaríamos onde estamos hoje, espero que iniciativas como a do TribOz e a nossa na Baden as coisas mudem.

MARIO JORGE JACQUES disse...

Um grande ponto de encontro de jazzófilos e amantes da música em geral, a roda de jazz às quintas eram memoráveis. Participei do projeto Encontro às Quintas onde dei 3 palestras e meu livro GLOSSÁRIO DO JAZZ, os 12 primeiros que lá coloquei esgotaram em uma semana. Uma enorme perda, por tudo.

SAZZ disse...

Senhores (as),

Sem choro nem vela a teimosia tem um preço, para alguns bem alto, eu que fui formado pelo Pedro e do Tolda ainda nos tempos que vendiam na garagem da Fonte da Saudade, achei até que poderia fazer alguma coceira ao abrir em 1990 a ALL THE BEST a unica loja de cd "empty box" e que durou até 96, quando apareceram os primeiros indícios da geração "y"; ou seja, INTERNET. Pois bem passei essa e outras informações como também o Estevão Hermann sobre o fim das grandes lojas no mundo todo, o que por si só preconizava o fim da Modern Sound, que infelizmente até poderia ter sido de forma menos traumatica.
Agora amigos (as) nos restam as lembranças e 3 quadros da loja no meu estudio, além é claro dos inúmeros cd's / lp's como bom colecionador que nunca deixarei de ser.

Sazz

The Best"

Bene-X disse...

Bem vindo "Felipe", na verdade Lipe Portinho, o grande mecenas do jazz - com luxuoso auxílio da também incansável Ana Azevedo - de nossa cidade, desde o ano passado. Um 2011 de muita música de qualidade, aquela da qual vocês tem o mais amplo conhecimento de causa !

Abs do amigo,