Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

Morreu Jonas Silva

19 outubro 2010


Foi no jornal “O Globo” que li sobre o passamento de Jonas Silva, o Jonas das Lojas Murray ,que aturava todas as tardes as impertinências dos jazzófilos que buscavam ansiosos as novidades que ele importava e vendia “of the line” . Na Murray se reuniam todas as tardes críticos, músicos, e jazzófilos, procurando novidades e trocando informações. Jonas com acurada paciência atendia a todos, principalmente quando vez por outra aprecia um jogador do Vasco da Gama, seu clube, casos de Barbosa, Vavá e outros. Alí foi que ouvi pela primeira vez, trazido por Chicão, dos “Quitandinha Serenaders” o 78 rotações que iria consagrar João Gilberto, o “Chega de saudades”. Com o fim da Murray o Jonas partiu para o empresariado, fundando o selo Imagem e trazendo para o Brasil gravações importantes, até porque as grandes gravadoras tupiniquins abominavam o Jazz. Fomos juntos em 1973 a Curitiba, falar sobre os problemas do Jazz no Brasil, em palestra dada no Teatro Paiol, sob os auspícios do Consulado Americano e da Secretarias de Cultura do Estado do Paraná, como mostra a foto acima. Jonas , de uma forma ou de outra, foi personagem importante na história do disco em nossa terra. A ele a nossa saudade e que descanse em paz.

11 comentários:

APÓSTOLO disse...

Mestre LULA:

Importante documento e salve o JONAS, aquí ou lá em cima.
Vai-se mais um que gostava de construir o "BOM".

MARIO JORGE JACQUES disse...

Conheci o Jonas apenas quando fui até seu escritório na IMAGEM pedir uns discos para sorteio na festa dos 25 anos do programa O ASSUNTO É JAZZ. Muito solicito, simpático, conversamos muito sobre as coisas do jazz, das dificuldades de edições de discos importados e principalmente de jazz no Brasil, enfim um bom papo, cafezinho e sai com vários LPs. Guardo esta ótima lembrança.

Nelson disse...

Como o tempo é inexorável....

"Rolava" fins dos anos 50. Era sempre à partir das 05:00 hs. da tarde. A "Esquina da Murray" abria seu "expediente". Era "caminho" de todos que gostavam de jazz. "Friends in jazz" como costumava-se conceber este tipo de amizade, na época. "Alguns" eram, músicos amadores. Outros, cronistas e "disc jokeys".Outros ainda, "colecionadores de raridades" e, os que estavam "em busca de novidades". "Papos jazzísticos" infindáveis e, esticados "após o expediente da Murray" na antiga Casa Westfaglia, sem dúvida o melhor chopp da área. Tudo, "gravitava à volta" e "por consequência" de Jonas Silva, que juntamente com Estevão e o "Filipino" supriam a "fome de audiência de LP's jazzísticos" em material importado.
Aquela voz meio roufenha e anasalada, aliada à simpatia para com todos, cedendo "na moita"- algumas vezes - as cabines de audição da loja para os aficcionados compradores após as compras conseguidas por encomenda, ou as novidades adquiridas "no escuro"(sem conhecimento prévio da "matéria"). Assim conheci Jonas Silva. Descanse em paz.

Nelson Reis

José Domingos Raffaelli disse...

Jonas Silva foi um grande amigo meu. Apos conhecê-lo na Murray, nossa amizade cresceu através dos tempos. Jonas chamou-me para redigir todos os textos dos discos que produziu e lançou nas gravadoras Mocambo, depois na Companhia Brasileira de Discos (Sinter) e posteriormente no seu selo Imagem, para o qual escrevi mais de 60 textos. A Imagem acendeu a chama dos lançamentos de jazz no Brasil, até então restritos a discos esporádicos de uma ou outra gravadora. Ele foi o primeiro a lançar LPs de Charlie Psrker no Brasil, bem como de Charles Mingus, Erroll Garner, Modern Jazz Quartet e tantos mais.

Seu trabalho pioneiro não será esquecido e permanecerá na história da fonografia jazzística nacional.

Raffaelli

Selma disse...

Sou filha de jonas Silva, com muito orgulho. Fiquei sabendo deste blog,pelo meu filho.Adorei, fiquei emocionada e muito grata pelos comentários,principalmente o do Raffaelli. Não o vejo a muitos anos, realmente voce foi um grande amigo do papai,ele sempre falava muito de voce.Ele realmente era muito bom no que se dedicou a vida inteira,uma pessoa maravilhosa que só quem teve o previlégio de conviver com ele sabia e o valorizava.

Selma

José Domingos Raffaelli disse...

Prezada Selma,

Mesmo nestas tristes circunstâncias, fiquei muito feliz em ler sua mensagem e sua carinhosa referência a mim.

De fato, seu pai e eu fomos amigos desde o final dos anos 40, quando o conheci na Murray e assim permanecemos por longos anos.

Nossa relação sempre foi uma amizade de inteira confiança, respeito mútuo e imensa consideração que sempre cresceu no decorrer das décadas, especialmente depois que passei a colaborar com ele nas gravadoras em que trabalhou, especialmente na sua Imagem, que foi um marco pioneiro nas edições de discos de jazz no Brasil.


Devido a um problema de saúde, só tomei cocnhecimento do passamento dele dias depois.

Esteja certa de que ele permanecerá para sempre em nossos corações por todas suas qualidades morais de homem íntegro, bondoso, educado e atencioso com todos os que tiveram a felicidade de connhecê-lo e conviver com ele.

Aceite meu afetuoso abraço extensivo à Dona Terezinha, seus irmãos e seus filhos,

Raffaelli

Roberto Murilo disse...

Estava viajando de férias e soube agora do falecimento desse nome importante da indústria musical brasileira. Mesmo com poucos recursos, ousou lançar discos de Charlie Parker, Mingus, etc... até então desdenhados pelas "majors". Na discografia da Imagem consta até uma edição do revolucionário Pierrot Lunar de Schoemberg.

Selma disse...
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Selma disse...
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Selma disse...

CARO RAFFAELLI, EU E MAMÃE TENTAMOS LOCALIZAR VOCÊ MAS ACHO QUE O SEU TEL. QUE TINHA NA AGENDA MUDOU. MAS AGRADEÇO SEU CARINHO PARA CONOSCO.MAiS UMA VEZ, AGRADEÇO O CARINHO E O RECONHECIMENTO, PELO O QUE MEU PAI REPRESENTOU, PARA A MÚSICA, QUE ERA A SUA VERDADEIRA PAIXÃO,
SELMA

José Domingos Raffaelli disse...

Querida Selma,

Grato, mais uma vez, por suas bondosas palavras.

O inesperado da vida nos traz surpresas boas ou desagradáveis. Essa é uma lei imutável, porém devemos buscar com fé no Senhor quando o imponderável nos atinge.

Todavia, esteja certa de que a passagem do seu amado pai pela vida cumpriu sua missão à frente da sua família com indômita coragem, determinação, bondade, alto espíríto de abnegação e despreendimento.

Quantos seres humanos viveram com os mesmos valores morais e espirituais que em vida ele deixou como exemplo maior a todos nós, familiares e amigos ?

Essa foi a grande lição de vida que nosso querido Jonas Silva deixou-nos como legado.

Recebam você e seus familiares meu fraternal abraço de solidariedade e amizade,

Raffaelli