Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

COLUNA DO LOC

25 julho 2010

JB, Caderno B, 25 de julho
Luiz Orlando Carneiro

Um valioso registro

NA SUA SÉRIE INTERNACIONAL, a Biscoito Fino acaba de lançar o CD duplo Count Basie OrchestraMastermesse, Basel 1956, da coleção Swiss Radio days, editada pela gravadora TCB, de Montreux.

Trata-se de um valioso registro da terceira fase da big band nascida em Kansas City, em 1936, que foi o epítome do estilo swing, e na qual reinaram – além do supremo saxofonista Lester Young – os trompetistas Buck Clayton e Harry Sweets Edison, o trombonista Dickie Wells, e a clássica seção rítmica formada por Jo Jones (bateria), Walter Page (baixo) e Freddie Green (guitarra), temperada com o piano econômico do líder.

O concerto da Basileia, de setembro de 1956, divide-se em duas partes: as 12 faixas da primeira são instrumentais; seis das 11 faixas da segunda constituem uma espécie de minisset, concebido para realçar ainda mais o prestígio então crescente do vocalista Joe Williams, que interpreta – como não podia deixar de ser – o memorável Every day I have the blues. Da antiga All American section restavam Green e o próprio Basie. Mas Eddie Jones (baixo) e Sonny Payne ( bateria) mantinham aceso o forno da orquestra de 14 membros.

Das notas que o crítico Scott Yanow escreveu para o álbum, já à disposição dos jazzófilos brasileiros (R$ 35), destaco o seguinte trecho sobre a chamada new testament band: “A nova formação contava com músicos bem mais jovens, recrutados pelo saxofonista Marshall Royal; tinha como base arranjos escritos por seus integrantes e, principalmente, por Neal Hefti e Ernie Wilkins, que modernizaram, ligeiramente, o som do conjunto; e contava, já em 1954, com notáveis solistas, como os trompetistas Joe Newman e Thad Jones, e os tenoristas Frank Foster e Frank Wess. Embora mantivesse seu One o’clock jump como prefixo e alguns velhos temas no repertório (Jumpin’ at theWoodside, por exemplo), Basie olhava adiante. Muitas novas peças instrumentais foram incorporadas ao acervo da orquestra, com sucesso imediato (April in Paris, Shiny stockings, Corner pocket e Blues backstage, para citar quatro)”.

No disco 1 do CD duplo da Biscoito Fino, destaque para o infeccioso swing de You for me (3m34), de Hefti, com solo de Foster; a irresistível Shiny stockings (5m35), de Foster, com Thad Jones e Basie na linha de frente; o blues de Hefti Cherry point (5m); Eventide (3m48), com raro solo de Henry Coker (sax barítono). Nas faixas instrumentais do disco 2, Newman e Foster voltam a brilhar em Dinner with friends (8m35), que termina com show do baterista Payne. Os saxofonistas Foster e Wess duelam em Plymouth rock (6m44).

3 comentários:

APÓSTOLO disse...

Prezado LUIZ ORLANDO:

Registro imperdível, que nos remete à "era de ouro" do swing que, conforme as notas de SCOTT YANOW tão bem traduzidas e condensadas por você, é atemporal.
Ficou-me a certeza de que o selo "Biscoito Fino" é realmente coisa muito séria.
Por outra parte e como no encarte está escrito que se trata de uma "série" produzida por JACQUES MUYAL (Swiss Radio Days Jazz Series), fica-me a expectativa de que tenhamos outros lançamentos da série, claro que com seu respctivo aval.

Anônimo disse...

Henry Coker era trombonista e não sax-barítono.

Roberto Murilo disse...

Esse registro de Count Basie é da época em que a orquestra havia retomado o pique dos primeiros tempos, só que valorizada por arranjos dinâmicos, modernos e impactantes. Faz-me lembrar um outro registro importante de Basie, em Miami, lançado no excelente "Breakfast, Dance and Barbecue".