Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

NÃO DEMOROU MUITO !

30 junho 2010

O "I love Jazz", festival que começou com um alto nível de qualidade, já na segunda edição rendeu-se ao, sabe-se lá a que, ou a quem e incluiu em sua programção a cantora Elza Soares, que nada tem a ver com o idioma. Fato corriqueiro em eventos jazzísticos nacionais. Há pouco tivemos em, Ouro Preto um atentado à música em geral e ao Jazz em particular. Mart'nalia cantando ou pretendendo cantar "Body and Soul" em apresentação deprimente. É um vale-tudo que ao contrário do que pensam alguns "curadores", não acrescenta nada e ajuda a sepultar as esperanças de quem aprecia o Jazz. A continuasr o proceso teremos em breve Caetanos, Miltons e congêneres aprecendo nas páginas dos jornais como os novos astros do Jazz. Lamentável.

11 comentários:

Rodrigo Nogueira disse...

Nada contra Ceatanos e Miltons, mas concordo que nada têm com jazz.

Mau Nah disse...

Mestre Llulla, um dos "curadores" de Ouro Preto é o nosso mui querido I-Vans, cjubiano da melhor qualidade e habitual voz vencida na "e$colha" que permeia o lado monetário do evento.
Embora mineiro (e não gaúcho) o I-Vans quase sempre toma na cuia pois o seu (dele) gosto jazzístico é refinado mas nem sempre consegue prevalecer na hora. Eu duvido que ele tenha algum disco daquela moça em casa! Nem como descanso de copos!

Por outro lado, queria discordar um átomo do que o Mestre disse e voltar a um ponto que defendo há algum tempo aqui. Gosto da idéia de se botar para cantar jazz gente de outras vertentes, artistas de peso em outras áreas (poder-se-ia discutir o peso relativo da Elza mas em outro momento) desde que sejam treinados para fazer isso e devidamente observados para ver se dá certo. Ou seja, se, e somente se, Elza Soares (ou qualquer outro cantor/a) se dedicasse a estudar as músicas que iria interpretar no festival, com o mesmo afinco com que a nossa querida (e Profissional, com maiúscula) Wanda Sá o fez durante duas ou três semanas, para aquela memorável apresentação no Mistura Fina, cantando jazz em público - e que público - pela primeira vez em sua carreira. Lembro do quanto ela reclamou comigo sobre o esforço e o trabalho que estava tendo para decorar as letras e ensaiar os temas até que sentisse senão total, grande firmeza.

Mas como a gente já está acostumado com o pouco comprometimento do artista brasileiro com o estudo prévio (eles imaginam que são tão talentosos que chegam lá e "resolvem na hora"), acredito que, salvo milagre, dona Elza vai é fazer uma porrada de scats roucos sobre, Estamos Aí, Caravan ou Night in Tunisia, que a patuléia vai aplaudir escancaradamente. Mas se ela "estudasse" o assunto, sendo dirigida de modo competente (tipo assim por você, pelo Raf ou pelo Coutinho), até acho que a voz dela poderia ser bem aproveitada em alguns temas cuidadosamente escolhidos.

Eu até pagaria para ver o resultado. Ainda dentro da minha teoria de que artistas de renome agem como portas de entrada para novos e jovens aficionados, que de outro modo sequer se interessariam por jazz.

Grandíssimo abraço.

Nelson disse...

Meus confrades jazzísticos,

De certa feita o nosso querido maestro Antonio(Tom)Jobim foi inquerido por um repórter pelo fato de se fixar muito nos Estados Unidos e lá (e no resto do mundo)fazer um grande sucesso.
- "Afinal Tom, você prefere o Brasil ou os Estados Unidos" -perguntou o reporter
Resposta do maestro:
- "Bem !!!, a América(USA) é ótima mas é uma merda e, o Brasil é uma merda mas é ótimo"
A Elza Soares, a única "tradição" que tem no jazz, foi de ciceronear o Louis Armstrong quando ele visitou o Brasil e, - segundo consta - passou a imitá-lo fazendo "scat singings"
E,tudo isso quer dizer Brasil, ÔÔ

Abçs.
Nelson Reis

Unknown disse...

Prezado,
Permita-me discordar, em parte, de seus comentários. Colocar Elza Soares no mesmo nível de Martinalia e Cia. não é cabível. Elza é dona de uma voz personalíssima e dona de interpretações memoráveis. É daquelas cantoras que só serão reconhecidas post morten e mesmo assim, por quem tem um mínimo de conhecimento musical, o que parece não ser o seu caso e de outros comentaristas de seu blog.

Anônimo disse...

Alô amigos,
Nada contra a Elza Soares. Só que ela nada tem a ver com o Jazz e já tem idade avançada para aprender o que já se nasce sabendo.
abcs.
llulla

I-Vans disse...

Mau Nah,
mais uma vez, obrigado. Diante do seu texto, as explicações (quase todas)estão dadas.
Tomo porrada lá e, agora, aqui também! Sem problema, bola pra frente!
Abraço,
Ivan Monteiro

MARIO JORGE JACQUES disse...

IIIIhhh, velho assunto a nível mundial. Não há festival que não se misturem as coisas, o título de Jazz é forte e carrega o resto. Na época do Free, nossa!!! vimos cada coisa e pior, coisas muito ruins, sem valor. Colocar Elza no festival não é o pior pelo menos uma boa cantora e sabe o que faz,não é jazz todos sabem, mas pior mesmo foi violoncelo imitando cuica, aí é dose mortal. Mas o Jazz sobrevive a isto tudo.

Nelson disse...

Meus confrades,

Ninguem aqui desconhece os valores musicais da cantora Elza Soares. O que me parece é que queijo é uma coisa e goiabada é outra. E, "queijo com goiabada" é invenção brasileira. Concordo com o meu nobre MAJOR quando fala sobre as interveniencias de "caronas no jazz" em festivais internacionais, que eram tipicamente jazzisticos em suas originalidades mas, que se "contaminaram" com apresentações que nada tinham a ver com o propósito jazzístico. Se asim não fosse, figuras como Ney Matogrosso - que também tem seus méritos - não teria ido apresentar-se em Montreux. Em outra palavras: Os festivais puramente jazzisticos,passaram a ser considerados como "festivais de música" para caberem certos tipos de apresentações em seus contextos. Sabemos que, por exemplo, o "chorinho não é jazz" mas, para que ele tivesse lugar em festivais de jazz criou-se o epíteto de que "chorinho é o jazz brasileiro", dada à sua complexidade tecnica de execução e o seu improviso dentro dos temas. Mas, todos nós,que "vivemos jazz" bem sabemos que são dialetos musicais diferentes.
É a famosa "goiabada com queijo", que é ainda -às vezes - mais alicerçada pelos mais ecléticos com o apacentador chavão:
"Tudo é,boa música ou má música"
Mas decerto - digo eu - "que é jazz, não é"
Abçs,

Nelson Reis

figbatera disse...

Pois é, e o festival de Ouro Preto convenientemente se denomina "TUDO É JAZZ", dando margem à inclusão de músicos ou bandas que passam "longe" do jazz.
Como bem disse o MaJor, o nome "jazz" é forte e carrega nas costas os "caronas"...

Carlos Tibau disse...

Querido amigo Llulla.
Agradeco muito a Papai-do-ceu todos os dias por ter vivido e curtido muito os genios e autenticos artistas do Jazz. Lamento muito que as novas geracões tenham que engolir estas jabulanes que se dizem interpretes de Jazz. Que fiquem com os frevo-jazz, axe-jazz e hip-hop-jazz pois eu tenho orgulho de dizer que ouvi os verdadeiros mestres do Jazz e que ainda ouco nos meus 4000 Lps e 2000 cds. Luiz Gonzaga tocava Jazz? Vamos pesquisar......
Abracos

Anônimo disse...

Apenas um adendo: Isso não é novidade. Há alguns anos o extinto TIM Festival apresentou Dona Ivone Lara espremida entre duas atrações jazzísticas.....
Durma-se com um barulho desses!