Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

17 novembro 2009

RETRATOS 12
JOHNNY GRIFFIN
“Little Giant” or “Jazz Giant” ? ? ?
(A) BIOGRAFIA - 2ª PARTE
No final de 1958 Griffin retornou a Chicago onde passou a trabalhar em clubes e teatros, viajando de tempos em tempos para New York, sómente quando era requisitado para gravações.
Com o grupo do baixista Wilbur Ware para o selo Riverside, como titular em gravações ao lado de Sonny Clark, de Donald Byrd, de Pepper Adams, de Kenny Drew, como “sideman” em formações de Thelonius Monk, Babs Gonzales, Philly Joe Jones, Chet Baker, Nat Adderley, Blue Mitchell, Randy Weston, Machito e Ira Sullivan, em duo com Bud Powell, assim como no contexto de “big.band” em que pontuou como líder (Clark Terry e Bob Bryant nos trumpetes, Matthew Gee e Julian Priester aos trombones, Pat Patrick, Edwin Williams e Charles Davis nas palhetas, Harold Mabern e Bobby Timmons no piano, Bob Cranshaw no baixo e Charlie Persip à bateria), Griffin se apresentou e gravou até 1960.
No período de 1960 até fevereiro de 1962 formou um grupo com destaque para seu duo de saxes.tenor com Eddie “Lockjaw” Davis, o que rendeu 08 discos para as etiquetas Fantasy, Jazzland e Prestige, gravados em 10 sessões e/ou ao vivo (04 delas diretamente do “Minton’s Playhouse”, New York, em 06 de janeiro de 1961), com participações de Junior Mance, Ben Riley, Horace Parlan e Art Taylor.
Também nesse espaço de tempo Griffin atuou e gravou no quinteto do trombonista Bennie Green, com formação liderada pelo vocalista Eddie Jefferson, assim como em grupos que ele mesmo liderou (quartetos, quintetos e “big.band” com sessão de cordas = 03 violinos e 02 violoncelos, em julho de 1961).
1962 foi repleto de “grandes encontros" para Johnny Griffin, que gravou com a orquestra “all stars” de Tadd Dameron, com o quinteto de Wes Montgomery e com o grande Clark Terry em quinteto. Tambem nesse ano de 1962 e com a idade de 34 anos Johnny Griffin deixa os U.S.A. e reside por breve período na Europa; em março de 1963 retornou por período ainda mais curto aos U.S.A., para logo depois mudar-se definitivamente para a Europa.
Griffin havia sido muito bem recebido pelo público e pela crítica da Europa na primeira breve estada e, além disso, no curto retorno aos U.S.A. teve problemas com o governo, com a família e com o fisco americano.
Somando-se a esses “problemas”, o cenário musical do Jazz apontava para o “free”, muito propagandeados pelos críticos americanos, o que em definitivo desgostou Griffin.
Na época ele dirigiu-se à Riverside para gravar, mas os dirigentes disseram-lhe que deveria primeiramente promover seus discos na Europa, o que levou Griffin à mudança permanente para o Velho Continente, onde sentiu-se livre, sem pressões das gravadoras e sem a sombra do racismo.
Lá deparou-se com a realidade de que muitos e muitos músicos de JAZZ o haviam precedido e viviam, e muito bem, na Europa: Bud Powell e Kenny Drew lá estavam, Kenny Clarke, Dexter Gordon, Sahib Shihab, Idrees Sulieman, Memphis Slim e outros. Art Taylor também chegou à Europa no mesmo ano e pouco depois de Griffin.
Griffin apresentou-se durante 06 meses no “Blue Note” de Paris, abrindo as portas para toda a França, Bélgica, Holanda, Alemanha, Itália, Espanha, Inglaterra e toda a Escandinávia.
Em 1964 Johnny Griffin apresentou-se e gravou em Colônia, em Hamburgo e em Recklinghausen na Alemanha, assim como fez temporada e gravou em direto na França com Bud Powell (no “La Belle Escale”, hotel-restaurante na pequena Edenville, em agosto).
Durante 1965 apresenta-se no “Theatre Des Champs-Elysees” de Paris, seguindo depois para Hamburgo; essas apresentações e gravações são realizadas ao lado de Wes Montgomery. Em julho desse ano fez parte de gravação com a banda do grande contrabaixista francês Pierre Michelot.
Itália, França, Suiça, Alemanha, Inglaterra, Dinamarca e Espanha (para frequentes apresentações e gravações com Tete Montoliu), constaram então do périplo europeu de Griffin, que estabeleceu-se na França em 1966 e na Holanda a partir de 1970 (onde casou-se com Miriam, holandesa), comprou uma granja e passou a residir até, finalmente, radicar-se definitivamente no interior da França, em Mauprevior (a cerca de 400 quilômetros de Paris).
1967 é o ano em que Griffin integra a “big.band” de “Kenny Clarke / Francis Boland” para apresentações em Colônia/Alemanha e Praga/Checoslováquia, até pouco depois do 1º semestre.
Na 2ª parte desse ano Griffin alinha ao lado de Thelonius Monk = Roterdam/Holanda, Berlim/Alemanha e Paris/França são os palcos desses músicos, sempre com gravações ao vivo e sucesso de público e crítica.
1968, 1969, 1970, 1971, 1972, 1973 e 1974 = Colônia, Roma, Londres, Varsóvia, Munique, Copenhague, Dusseldorf = Dexter Gordon, Kenny Clarke/Francy Boland Big Band, Eddie “Lockjaw” Davis, Dizzy Gillespie em sexteto e tantos outros = a vida musical de Johnny Griffin corre em “ceu azul” de respeito público, de temporadas seguidas, de gravações de qualidade, de críticas favoráveis, de saude plena e vida tranquila.
No “Festival de Jazz de Montreux” de 1975 Griffin é solicitado por Dizzy Gillespie (“Dizzy Gillespie Big 7”) e Count Basie (“Count Basie Jam”), participando de apresentações e de gravações com esses gigantes, tudo diretamente do “Casino de Montreux”. Ainda nesse ano Griffin desfila seu talento ao lado do “Roy Eldridge 7”, no Festival de Jazz de Antibes.
De 1976 (com 48 anos) até 1993 (65 anos) Griffin manteve sua carreira de sucesso europeu e oriental (visitou o Japão em 1976), com saude física e financeira, contracenando com os primeiros nomes do JAZZ, nos melhores palcos de concertos e de festivais, sempre gravando para uma discografia que se tornou mais que centenária. Hanover, Wiesbaden, Tóquio, Dusseldorf, Berlim, Estocolmo, Barcelona, Paris, Bolonha (com Jackie McLean), Genebra, são alguns dos locais que receberam a música do “Little Giant” nesses anos.
Em 1977 e em 1984 uniu-se novamente a Eddie “Lockjaw” Davis.
Também a partir de 1978 e quase sempre em abril (comemoração de seu aniversário, 01 semana em New York, 01 semana em Chicago e outros compromissos) Griffin esteve presente nos U.S.A. em visitas anuais, tendo oportunidade de tocar e gravar em Berkeley (em 1978 com Nat Adderley, também em 1979 e em 1983), no Carnegie Hall (1978 com Dexter Gordon), no “Atlanta Free Jazz Festival” de 1983 com o “Jimmy Smith 4” e em New Jersey com Philly Joe Jones e nos estúdios da BMG em New York (1990 e 1992).
O grande destaque nessas visitas anuais situa-se em 1985, quando da gravação dos 04 LP’s (também editados em CD e com filme em VHS e DVD) sob o título “The All Stars Messengers At One Night With Blue Note”, em New York e diretamente do “Town Hall”.
Em entrevista para a N.Y.Times e perguntado se retornaria aos U.S.A., Griffin afirmou à época que dificilmente o faria, dado que se sentia muito bem onde estava: “estou no paraíso, gosto de comer legumes do meu próprio jardim, as pessoas em torno de mim são boas, na minha sala de música com meu piano, meu sintetizador e meu computador, que são a “minha banda”, posso compor, reproduzir e “ensaiar” o que crio; quando saio para tocar é um verdadeiro “safari”, mas retornar para casa é encantador; ainda faço minhas visitas anuais aos U.S.A., em especial para curtas temporadas semanais ou gravações em Chicago ou Berkeley na Califórnia e New York, mas sempre retorno para meu amado campo francês...”.
Na Itália e em 1983 (Orvieto, Teatro Mancinelli, 28 de dezembro), Johnny Griffin tem como grupo o “Roy Hargrove 5” = uma perfeita integração da tradição com a juventude !
Segue em
(A) BIOGRAFIA – 3ª PARTE, FINAL

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