Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

A Namorada de Bill Evans

17 agosto 2009

Bill Evans estaria fazendo 80 anos nesta semana. Muito já se conhece sobre este grande pianista, mas o que me chamou a atenção foi saber de alguém que conviveu com ele seus últimos e difíceis momentos, num período onde ele criou um trabalho extraordinário, forte e introspectivo.

Bill conheceu Laurie Verchomin quando ela tinha apenas 22 anos, em 1979. Ele se apaixonou e ambos pasaram um ano e meio se relacionando com um amor platônico, até sua morte em setembro de 1980.

Segue a narrativa dos últimos momentos de Evans, narrado por Laurie. O texto original é em inglês.

"September 15, 1980"

Bill has been lying low (an understatement) for most of the past two weeks – keeping quiet in his green on green on green room, on top of the pale green brocade king-sized bed, spread out on top of the galaxy of cigarette burns from his two-year stint in this, his bedroom on the ninth floor of the Whiteman House on Center Avenue in Fort Lee, New Jersey.

This is Bill’s room. I share my side of the King. He is on my left; I am on his right. He is nodding, not sleeping. I haven’t seen him sleep yet. I’ve been here for six months, keeping a close eye on things.

Just being there.

I am conscious of death at all moments. Death is in the room like a shadow waiting for the light to come on, to intensify with the contrast. I have prepared grape fruit to cheer Bill up. I am so far out on a limb here. I try putting on some music -- Jim Hall and Bill playing duets. We are willing Bill out of bed so he can make an appointment in midtown to get set up at a new methadone clinic. He is gravely concerned about the fact that his doctor is cutting back his dosage without his permission. So he is willing all of us to bring him to this appointment in midtown NYC.

I am relying on Joe LaBarbera, Bill’s drummer, who has been staying with us this past week while Bill sat out on his gig at the NYC jazz club called Fat Tuesdays. Another piano player, Andy Laverne, took over the rest of the week -- because Bill came so close to a crash on the Eastside Highway with me in the passenger side as it swooped inches away from the side of the underpass. I think someone drove us home. Maybe it was Joe.

It was great to have Joe around that week because, as I said, I was really out on a limb with this one.


We support Bill through the building’s lobby, and into his late-model maroon Monte Carlo. Bill lies down in the back seat, Joe and I are in the front. Joe drives us into midtown, Bill directing us to the address. We are watching the street in traffic, and Bill notices a beautiful woman and makes the comment,“This really must be the end, because I don’t feel a thing for that woman.”

We laugh, the rope trick once again. I am always amazed at how far out he can go (literally leaving his body) and still snap back at just the right moment. Boom.

I took this moment to offer an inspiration I had about Bill’s financial woes. I said, “Hey Bill, what do you think about having a memorial concert to raise money for you.”

He said, “You mean a tribute, my dear, as I am still alive.” Well, Joe and Bill and I laughed a little harder about that one, and then Bill started to cough up blood and soon there was a steady stream of blood coming from his mouth as he directed us to the Mt. Sinai Hospital . “Lay on the horn, Joe. Tell them it’s an emergency,” he instructed.

I felt compelled to keep watch over him as he directed Joe. He gave me the fear in his eyes. I wanted to tell him I needed more, that we weren’t quite done yet. He told me, “I think I’m going to drown.” I wasn’t sure a person could lose that much blood.

We pulled into the emergency driveway of Mt. Sinai hospital moments later. Joe and I lifted Bill from the car and walked him into the hospital. His blood was everywhere leaving a trail through the waiting room. We laid him on a bed in the emergency room and a flurry of doctors and nurses took over.

I was shuffled into the waiting room, where I sat and watched with great alarm as the janitor came out and mopped up Bill’s life force. A nurse appeared and in a soothing voice described Bill’s condition as something similar to a nose bleed that just needed cauterizing.

The woman sitting next to me added that her husband had a very similar experience and went on to describe it in great detail. But I couldn’t take in what they were saying. I was thinking about the blood and Bill’s jacket, which was sitting in my lap.

A moment later a young male doctor came out and escorted me into a small office. He said, “We couldn’t save him.” I looked at Joe and said, “This is déjà vu. I have been here before.”

From this point on I am in a heightened state of adrenaline shock. Joe starts making calls. He calls Helen Keane, Bill’s manager. He calls Marc Johnson, Bill’s bass player.


Nobody showed me the body.

For years afterward, I would dream that Bill wasn’t actually dead, but had planned some kind of escape. That’s why it’s so easy for us to continue our relationship because he isn’t really dead to me.

Not really.

Not at all.

I never left and he is eternal.

P.S. Laurie está para lançar um livro "Inside The Heart of Bill Evans", que vai descrever seus momentos com Evans. Breve estará saindo do prelo.

9 comentários:

APÓSTOLO disse...

Prezado MARIO:

Apesar de tudo o que lí e pesquisei sobre a vida de BILL EVANS (e de seus derradeiros momentos), jamais tive notícia desse "link" final.
É de notar que em 1979 Bill Evans gravou pela primeira vez o tema "Laurie" (homenagem à então amada???...):
Bill Evans Trio
Bill Evans (piano), Marc Johnson (baixo), Joe LaBarbera (bateria).
26/Novembro/1979, Paris, França. Albuns da Elektra/Musician: “Bill Evans - The Paris Concert, Volume 1” e “Bill Evans - The Paris Concert, Volume 2”.
01. I Do It For Your Love
02. Quiet Now
03. Noelle's Theme
04. My Romance
05. Up With The Lark
06. All Mine (Minha)
07. Beautiful Love
08. I Loves You, Porgy
09. Person I Knew
10. Gary's Theme
11. Letter To Evan
12. 34 Skidoo
13. Laurie
14. Nardis
Aguardo o lançamento da obra, para adicionar mais dados à história desse MÚSICO de exceção.
Vivendo e aprendendo.....

figbatera disse...

Alguém aí se habilita a traduzir o texto pra mim? Fiquei curioso mas minha ingnorança não me permite entender a narrativa. Obrigado!

Tenencio disse...

Mario,
me desculpe a sinceridade mas esse post é de uma morbidez que ultrapassa os limites do bom gosto pelo qual ,acredito eu,o CJUB prefira ser lembrado. Nenhuma dessas declarações da moça acrescenta nada a maravilhosa obra musical de Bill Evans. É profundamente lamentavel que a vida pessoal dos musicos de jazz seja ,com suas esquisitices,vicios,doenças,tragedias e derrotas, assunto preferido de varios blogs de jazz,não só o CJUB,verdade seja dita. E esse livro "que vai descrever seus momentos com Bill" provavelmente se atera somente ao "pitoresco",ao tragico e nem comentara nada sobre a musica desse genio . Infelizmente a "sociedade do espetaculo" tambem se faz presente no jazz onde os artistas são tratados como essas celebridades que são verdadeiros zeros a esquerda. Só que eles não são,são musicos que criaram uma linguagem musical importantissima.
Um pouco mais de sensibilidade, musica e informções relevantes,por favor.
Abraço

edú disse...

Esse “dito livro” se alinha áquele escrito por um dos mordomos de Frank Sinatra.São pessoas q dividiram o mesmo espaço físico social do artista por obrigação profissional ou “amor platônico”, como nesse peculiar caso, e aproveitam para “desnudar” as fraquezas e imperfeições dessas celebridades a troco de mais de trinta moedas.Não acrescenta absolutamente nada há não ser atender a mórbida curiosidade humana por indiscrições pessoais.Já foi asqueroso por demais assistirmos “a pretensa filha de Michael Jackson” amparada pelos olhares e braços ambiciosos e cínicos dos tios quando manifestava seu amor ao pai na cerimônia de luto.Uma das mais ultrajantes cenas televisionadas no ano de 2009.Bill Evans era profissional ao extremo mesmo sofrendo os 20 anos consecutivos de dependência jamais deixar de cumprir rigorosamente sua agenda profissional.Um sujeito de tamanha introspecção e sobriedade q quando esteve em 1974 tocando em BH, segundo o músico Juarez Moreira,sua atitude mais pública foi caminhar até uma padaria ao lado do hotel e tomar uma coca cola encostado no balcão como reles mortal.Esse texto deixa até mesmo sem vontade de protestar, pela primeira vez , por ser longo e não agregar nenhuma espécie de tradução.

Mario disse...

Meus caros,

O post só tem a intenção de comunicar um fato que está sendo divulgado por todos os blogs sérios de jazz.
É notícia quente e o CJUB faz a sua parte de se manter a par com o mundo do jazz.
Todos tem o direito de comentar, elogiando ou criticando.
Bill Evans é um dos meus pianistas preferidos e tenho especial consideração pelas suas gravações no período final de sua vida.
Não tive tempo de traduzir, vou tentar faze-lo em breve.

Saudações jazzisticas

Tenencio disse...

Prezado Mario,
mesmo discordando da publicação deste post ,que considero uma verdadeira ode a morbidez, sei que suas intenções são ,sempre, as melhores. Discordo totalmente da sua noção do que seria noticia quente.
Sempre me manifestei contrario a esse olhar com lente de aumento sobre a vida pessoal dos musicos de jazz,assunto pra mim totalmente irrelevante pois em nada acrescenta a uma melhor apreciação da musica por eles produzida. Continuo com a mesmissima posição. Se os blogs ditos serios de jazz usam este enfoque isso em nada muda minha opinião sobre a total futilidade dessas materias. Mesmo quando contando tragedias,como esse texto sobre Bill Evans. E a intenção da moça é obviamente faturar algum em cima dessa morbida historia.
Continuo pedindo que seja sempre a musica em primeiro lugar.
Abraço

Mau Nah disse...

Amigos, o blog eh de jazz (e bossa) e isso nao se discute. E Bill Evans sera sempre noticia, vivo ou morto (alias, prefiro acreditar/concordar com o sonho da Lauriede que ele nao morreu, apenas fugiu para algum lugar).
Musica sempre, sim, mas informacao tambem.
Abracos.

Roberto Murilo disse...

Não vou discutir sobre o texto ou as intenções da moça. Só posso constatar, pela foto, que Bill tinha bom gosto para tudo.

Roberto Murilo

Tenencio disse...

Prezado Pres.,
isso aqui não é informação pertinente. É tipo "Caras + Meia Hora",fofoca + sangue,de uma morbidez que eu acho de total mau gosto. Mas se preferem justificar essa peça eu realmente fico em duvida sobre o que voces acham importante para o blog.
Abraço