Aqui você vai encontrar as novidades sobre o panorama nacional e internacional do Jazz e da Bossa Nova, além de recomendações e críticas sobre o que anda acontecendo, escritas por um time de aficionados por esses estilos musicais. E você também ouve um notável programa de música de jazz e blues através dos PODCASTS.
Apreciando ou discordando, deixem-nos seus comentários.
NOSSO PATRONO: DICK FARNEY (Farnésio Dutra da Silva)
..: ESTE BLOG FOI CRIADO EM 10 DE MAIO DE 2002 :..
Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).
Como foi o Jazz Festival Brasil 2.009
31 agosto 2009
Na verdade a programação desse ano, embora não deixasse a desejar, foi inferior a dos anos anteriores.
A prometida homenagem a Benny Goodman, que completaria o seu centenário esse ano, foi desenvolvida pelo veterano e excelente saxofonista Bob Wilber, que veio acompanhado pelo quinteto do vibrafonista francês Dany Doriz que lidera esse grupo no “Caveau de La Huchette” em Paris. Foram executados 17 temas , a maioria do repertório de Benny, destacando-se muito o pianista Phillipe Douchement, apresentando uma técnica primorosa nos improvisos que realizou. Bob Wilber, usando o clarinete e seu famoso soprano curvo, reproduziu com muita eficiência os famosos temas “I found a new baby”, “Air mail special”, “Don’t be that away” e sobretudo “That’s a plenty”, um tema de dixieland transformado em swing com muita propriedade. Ellington foi relembrado com o famoso “Moody Indigo”, que Wilber dedicou a Johnny Hodges . A eficiente seção rítmica foi constituída por Dano Einer (g)- Jean Paul Arrami (b) e Guillaume Noveau (dm).
A segunda noite apresentou o JAZZ 6, onde atua Luiz Fernando Veríssimo que possuidor de técnica limitada não se arrisca em altos vôos. Age como se fosse um motorista trafegando na faixa de segurança, no caso o registro médio do instrumento. Luiz Fernando Rocha é o seu parceiro nos sopros, executando bem o trompete e o flugel horn. Mas o grande destaque do grupo foi o pianista Adão Pinheiro. Criou solos belíssimos nos improvisos que realizou, notadamente nos temas “Four” e “Blue Monk”. O repertório brasileiro contou com “Samba de verão” e “A rã”.
Completando o grupo o baixo elétrico (altíssimo) de Jorge Gerhart a a fraca bateria de Gilberto Lima.
O segundo grupo a se apresentar marcou o retorno de Gunhild Carling, a multi-instrumentista sueca que deu extenso exemplo de sua versatilidade. Tocou trombone, trompete, flauta doce, flauta de bambu, piano, gaita,cantou e sapateou com muito entusiasmo. Seu irmão Max, que se reveza no clarinete, no violino e no piano ainda faz malabarismo com aros, bolas e bastões. Um show movimentadíssimo que contou ainda com o guitarrista Mark Lambert, americano radicado no Brasil, Enéias Xavier (b) e Jimmy Duchawny , americano também radicado no Brasil à bateria.
A terceira noite teve o show da cantora Kristine Mills e o animado grupo africano “Gangbé Brass Band”.
Kristine é muito simpática, escolheu um bom repertório mas tem graves erros de afinação em suas interpretações.Quem “carregou o piano” foi o guitarrista Mark Lambert com a ajuda de Enéias Xavier ao baixo e Jimmy Duchawny a bateria, a mesma rítmica do show de Gunhil Carling.
Encerrando o festival assume o palco a Gangbé, integrada por três trompetes, um trombone, um sax-tenor , uma tuba e dois percussionistas. Interpretando temas regionais e fazendo interessantes coreografias conquistou o público de imediato. A liderança é exercida por um dos trompetes e o trombone, ambos com fôlego suficiente para não tirar a boca dos instrumentos um só instante. A coisa ficou tão animada que no encerramento a banda desceu do palco e foi direto para a rua, onde cercada pelo público interpretou mais meia dúzia de temas.
Fechando a conta devemos dizer que o Festival não decepcionou . Esse ano deram cartões postais com a programação impressa no verso. Faltou um programa com o histórico dos músicos e seus acompanhantes. Alguns comentários surgiram sobre uma perda de patrocínio, o que talvez tenha propiciado a adoção de uma seção rítmica “abrasileirada” para acompanhar as apresentações de Gunhild e Kristine. Mas, valeu !
Lester Young centenário!
27 agosto 2009
Prezados,
vale fazer uma pausa hoje e escutar pelo menos uma música com um dos maiores da história do Jazz. Lester Young (27.08.1909 - 15.03.1959).
Pra mim, sem ele, não teríamos Dexter Gordon, Sonny Rollins, Lee Konitz e, claro, Miles Davis.
Provou que para domar o sax tenor não era necessário força e bravura. Graça, leveza e lirismo serviam bem para dar fim à tarefa.
Aqui vou de These Foolish Things e depois Charles Mingus em homenagem ao gênio: Goodbye Pork Pie Hat.
Ivan Monteiro
45 Anos da "Traditional Jazz Band Brasil"
24 agosto 2009
O show ocorrerá nos dias 19 e 20 de setembro próximos (sábado e domingo), às 21.00 horas, no Theatro São Pedro, em São Paulo (duração aproximada 01,30 hora cada show).
Os músicos da banda prometem para o público apresentações empolgantes e inesquecíveis.
O evento irá contar com a participação de músicos conhecidos do cenário paulistano e da "Jazz singer" Ida Muhlemann, que já participou de apresentações e gravações anteriores da banda.
Na oportunidade, o grupo lançará CD “Traditional Jazz Band – 45 Anos", com 14 faixas, todas com arranjos próprios.
No repertório “Olha o Lado Bom Que A Vida Tem!”, “Since A Fell for You”, “I’ve Found A New Baby”, "As Long As I Live", "Darktown Strutters Ball", entre outras e todas constantes do CD comemorativo.
Representando o Brasil em festivais realizados em todo o mundo, a TJB costuma lotar todas as salas de espetáculo onde quer que se apresente e é considerada pela crítica especializada como um dos mais vigorosos grupos de jazz tradicional em atividade.
Criada em 1964 a Traditional Jazz Band (TJB) conta em sua formação atual com Alcides “Cidão” Lima (bateria e washboard), Edo Callia (piano), Carlos Chaim (contrabaixo), Austin Roberts (trumpete), William Anderson (trombone), Eduardo “Dudu” Bugni (guitarra e banjo) e Marcos Mônaco (sax-tenor e clarinete).
Em paralelo aos shows, a banda desenvolve outros projetos como o “Vamos ao Jazz”, lançado em 1990, com realização de shows semanais.
Além disso, grande turnê pelas principais capitais brasileiras e a gravação de um DVD estão programadas para marcar esta importante data na carreira da TJB. Também na internet a "TJB" está de "cara nova" (consultar "www.traditionaljazzband.com.br").
O Theatro São Pedro fica na Rua Barra Funda, 171 – Barra Funda, com capacidade de 636 lugares.
Informações (11) 3667-0449 ou (11) 3034-5992.
Serviço: Concerto de Aniversário em Comemoração aos 45 anos da Traditional Jazz Band.
Realização: TJB Empreendimentos Artísticos Ltda.
Ingressos: R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia).
Venda antecipada: www.ingressorapido.com.br - Cartões Visa e Visa Electron.
Classificação etária: livre.
Estação mais próxima do Metrô: Marechal Deodoro.
Abertura da casa: uma hora antes do espetáculo
Estacionamento: ao lado do Theatro (que não possui convênio com o estacionamento).
Vale a pena, e muito, conferir como os "meninos" da "TJB" esbanjam vitalidade musical mantida nesses 45 anos de estrada ! ! !
COPA FEST, O SOM QUE VEM DO BECO
23 agosto 2009
COPA FEST O SOM QUE VEM DO BECO
Nas décadas de 50 e 60 o Beco das Garrafas, em Copacabana, foi o cenário da renovação da música brasileira. Bares como Little Club, Bottle's e Bacará fervilhavam com o nascimento da bossa nova e do samba-jazz, que em pouco tempo sairiam do beco para ganhar o mundo. Mas o som que ecoava apenas entre os números 21 e 37 da Rua Duvivier era ouvido como barulho pela vizinhança, que protestava atirando garrafas do alto dos edifícios. Essa foi a inspiração para que Sérgio Porto batizasse o local como Beco das Garrafadas, depois abreviado para Beco das Garrafas.
O Copa Fest apresenta ao público de hoje uma proposta de imersão no som instrumental que se originou no Beco das Garrafas, reunindo artistas que lá tocaram como Paulinho Trompete, Paulo Moura, Sergio Barrozo e Osmar Milito e João Donato, com jovens músicos que reverenciam seus mestres e repertórios, dando novos contornos à música instrumental brasileira. De 28 a 30 de agosto o Copacabana Palace abrirá seus salões com uma programação musical imperdível: duos, trios, bandas e DJs em uma celebração inédita da tradição e irreverência do som do Beco das Garrafas.
Na compra acima de 1 ingresso para Apresentações diferentes, o cliente tem desconto de 20% em ambos os ingressos. Promoção disponível nos Pontos de Venda e pelo Telefone (3344-5500).
(Não vale para 2 ingressos para a mesma apresentação)
Programação:
Sexta, dia 28 de agosto
Salão Nobre
Lounge Copa Fest Vinil e Arte - a partir das 19h ate as 23h (sem cobrança de ingresso).
Golden Room
20h - David Feldman trio e Gabriel Grossi - R$60,00 e R$30,00 meia
23h - Paulinho Trompete e Banda Sambop - R$80,00 e R$40,00 meia
Sabado, dia 29 de agosto
Salão Nobre
Lounge Copa Fest Vinil e Arte - a partir das 17h ate as 23h (sem cobrança de ingresso)
Golden Room
18h - Pagode Jazz Sardinha's Club - R$60,00 e R$30,00 meia
20:30h - João Donato e Paulo Moura R$80,00 e R$40,00 meia
23h - Zé Luis e Banda Magnética - R$80,00 e R$40,00 meia
Domingo, dia 30 de agosto
Golden Room
15h - Workshop com Hugo Sukman – Beco das Garrafas (sem cobrança de ingresso)
18h - Osmar Milito Trio e Convidados Copa Fest R$60,00 e R$30,00 meia
O Lounge que acontece no Salão Nobre não tem cobrança de ingresso. Quem compra ingressos para show fica isento da consumação mínima no Lounge.
Mais Idriss em Niteroi
19 agosto 2009
A Namorada de Bill Evans
17 agosto 2009
Bill conheceu Laurie Verchomin quando ela tinha apenas 22 anos, em 1979. Ele se apaixonou e ambos pasaram um ano e meio se relacionando com um amor platônico, até sua morte em setembro de 1980.
Segue a narrativa dos últimos momentos de Evans, narrado por Laurie. O texto original é em inglês.
"September 15, 1980"
Bill has been lying low (an understatement) for most of the past two weeks – keeping quiet in his green on green on green room, on top of the pale green brocade king-sized bed, spread out on top of the galaxy of cigarette burns from his two-year stint in this, his bedroom on the ninth floor of the Whiteman House on Center Avenue in Fort Lee, New Jersey.
This is Bill’s room. I share my side of the King. He is on my left; I am on his right. He is nodding, not sleeping. I haven’t seen him sleep yet. I’ve been here for six months, keeping a close eye on things.
Just being there.
I am conscious of death at all moments. Death is in the room like a shadow waiting for the light to come on, to intensify with the contrast. I have prepared grape fruit to cheer Bill up. I am so far out on a limb here. I try putting on some music -- Jim Hall and Bill playing duets. We are willing Bill out of bed so he can make an appointment in midtown to get set up at a new methadone clinic. He is gravely concerned about the fact that his doctor is cutting back his dosage without his permission. So he is willing all of us to bring him to this appointment in midtown NYC.
I am relying on Joe LaBarbera, Bill’s drummer, who has been staying with us this past week while Bill sat out on his gig at the NYC jazz club called Fat Tuesdays. Another piano player, Andy Laverne, took over the rest of the week -- because Bill came so close to a crash on the Eastside Highway with me in the passenger side as it swooped inches away from the side of the underpass. I think someone drove us home. Maybe it was Joe.
It was great to have Joe around that week because, as I said, I was really out on a limb with this one.
We support Bill through the building’s lobby, and into his late-model maroon Monte Carlo. Bill lies down in the back seat, Joe and I are in the front. Joe drives us into midtown, Bill directing us to the address. We are watching the street in traffic, and Bill notices a beautiful woman and makes the comment,“This really must be the end, because I don’t feel a thing for that woman.”
We laugh, the rope trick once again. I am always amazed at how far out he can go (literally leaving his body) and still snap back at just the right moment. Boom.
I took this moment to offer an inspiration I had about Bill’s financial woes. I said, “Hey Bill, what do you think about having a memorial concert to raise money for you.”
He said, “You mean a tribute, my dear, as I am still alive.” Well, Joe and Bill and I laughed a little harder about that one, and then Bill started to cough up blood and soon there was a steady stream of blood coming from his mouth as he directed us to the Mt. Sinai Hospital . “Lay on the horn, Joe. Tell them it’s an emergency,” he instructed.
I felt compelled to keep watch over him as he directed Joe. He gave me the fear in his eyes. I wanted to tell him I needed more, that we weren’t quite done yet. He told me, “I think I’m going to drown.” I wasn’t sure a person could lose that much blood.
We pulled into the emergency driveway of Mt. Sinai hospital moments later. Joe and I lifted Bill from the car and walked him into the hospital. His blood was everywhere leaving a trail through the waiting room. We laid him on a bed in the emergency room and a flurry of doctors and nurses took over.
I was shuffled into the waiting room, where I sat and watched with great alarm as the janitor came out and mopped up Bill’s life force. A nurse appeared and in a soothing voice described Bill’s condition as something similar to a nose bleed that just needed cauterizing.
The woman sitting next to me added that her husband had a very similar experience and went on to describe it in great detail. But I couldn’t take in what they were saying. I was thinking about the blood and Bill’s jacket, which was sitting in my lap.
A moment later a young male doctor came out and escorted me into a small office. He said, “We couldn’t save him.” I looked at Joe and said, “This is déjà vu. I have been here before.”
From this point on I am in a heightened state of adrenaline shock. Joe starts making calls. He calls Helen Keane, Bill’s manager. He calls Marc Johnson, Bill’s bass player.
Nobody showed me the body.
For years afterward, I would dream that Bill wasn’t actually dead, but had planned some kind of escape. That’s why it’s so easy for us to continue our relationship because he isn’t really dead to me.
Not really.
Not at all.
I never left and he is eternal.
P.S. Laurie está para lançar um livro "Inside The Heart of Bill Evans", que vai descrever seus momentos com Evans. Breve estará saindo do prelo.
JOBIM BY HERSCH
Avaliar um jazzista a partir de temas conhecidos é tarefa cômoda. Os chamados standards, quando regravados, necessitam de um tempero novo, diferente, como uma reconstrução. Não se deve repetir as harmonias surradas que caracterizam esse tipo de repertorio em versões anteriores. Caso contrário, melhor não sair de casa. Herbie Hancock, por exemplo, é um dos mais criativos “reconstrutores”. E Hersch, com os temas de Jobim, deu igualmente um bom recado. Claro que as características harmônicas do autor foram parcialmente respeitadas. Normal, em se tratando de música brasileira para um jazzista norte-americano. Ken Dryden, do AMG, sapecou @@@@1/2 no disco. Não sei se chega a tanto. Mas para os amantes da música de Jobim e para os que, como eu, são apaixonados por piano, o CD é bem recomendável.
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Fred Hersch Plays Jobim – Sunnyside Records (2009)
01. Por Toda Minha Vida
02. O Grande Amor
03. Luiza
04. Meditação
05. Insensatez
06. Brigas Nunca Mais
07. Modinha/Olha Maria
08. Desafinado
09. Corcovado
Fred Hersch – piano
Jamey Haddad – percussion (#6)
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Som na caixa – Insensatez
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MUSEU DE CERA # 61 – CANTORAS DE BLUES 9 – LIZZIE MILES
16 agosto 2009
Seus primeiros discos foram registrados em New York em 1922, acompanhada por uma banda de músicos brancos porém não registrados, provavelmente músicos de estúdio contratados da Okeh Records depois gravou para a Emerson, Columbia e Victor. À mesma época atuava em cabarés com a Sam Wooding Orchestra e a J. Piron's New Orleans Orchestra.
Em 1924 segue em turnê na Europa com a trupe de Alexander Shargenski, obtendo grande sucesso cantando em Paris no clube de Louis Mitchell - Chez Mitchell e vários outros nos próximos anos. Em 1927 retorna a New York onde permanece até o final dos anos 30, atuando e gravando com os pianistas Clarence Johnson, Clarence Williams, Jelly Roll Morton, Fats Waller, os trompetistas Bubber Miley, Louis Metcalf e King Oliver dentre outros...
Retorna a New Orleans e deixa a carreira até o final dos anos 50 quando retorna trabalhando e gravando com a Bob Scobey Band e ainda se apresenta no Monterey Jazz Festival nos anos de 1958 e 59 até sua aposentadoria ainda em 1959. Passou, então a trabalhar em atividades sociais religiosas apenas interpretando canções Gospel, até falecer em New Orleans a 17/março/1963. Muitos discos foram publicados com os pseudônimos de Mandy Smith e Jane Howard, mas deixando um legado de 49 registros.
Apesar de cantar muito bem os Blues seu repertório era vasto com inúmeras canções típicas do vaudeville e baladas populares em inglês e francês, além de empregar por vezes o dialeto french cajun em algumas interpretações como por exemplo na gravação de julho/1954 de All Of Me (Cook CLP1181).
Lizzie usou sua bela e profunda voz aliada à destreza vocal para criar um sofisticado estilo de Blues urbano mais conveniente no Harlem do que nas paragens do sul como pode-se atestar em Haitian Blues tendo ainda a curiosidade de sua atuação ao kazoo. A outra canção selecionada foi um de seus maiores sucessos em parceria com o grande Morton.
HAITIAN BLUES (Lizzie Miles / Spencer Williams) - Lizzie Miles (vocal e kazoo) acompanhada pelo pianista Clarence Johnson.
Gravação original: março/1923 – New York – Emerson 10613 (mx 42365-2)
Fonte: CD - Lizzie Miles Vol 1 1922 – 1923 – selo Document DOCD-5458- 2007 –USA.
DON'T TELL ME NOTHIN' 'BOUT MY MAN (Jelly Roll Morton) – Lizzie Miles (vocal) acompanhada por Jelly Roll Morton ao piano.
Gravação original: 11/dez/1929 – New York – Victor V-38571-B (mx 57762-2)
Fonte: CD - Complete Recorded Works, Vol. 3 (1928-29) – selo Document DOCD-5460 -1996 –USA.
TONY BENNETT ESTÁ DE VOLTA
14 agosto 2009
Saiu a programação do JAZZ FESTIVAL BRASIL - 2009
FALECEU LES PAUL
ALGUMAS NOTAS SOBRE WYNTON MARSALIS
13 agosto 2009
Ja tinha lido sobre o trabalho que Wynton exerce a frente do Jazz at the Lincoln Center, e pude confirmar a importancia dele como um verdadeiro EDUCADOR.
Que a familia Marsalis tenha longa vida e que Wynton possa continuar levando conhecimento e cultura as geracoes que vem por ai.
Infelizmente nao encontrei o programa na internet, mas irei continuar insistindo.
De qualquer forma, segue um site com alguns comentarios de Wynton sobre diversos aspectos do JAZZ.
http://joy2learn.org/jazz/
Abracos,
Beto Kessel
Obs. 1)Duke Ellington era natural de Washington e me parece que Monk tambem era natural da capital.
2) Ao entrar num taxi na manha de domingo, tive o prazer de motorista estar com o radio sintonizado numa radio que somente toca JAZZ...Maravilha....
A Velha Guarda do Jazz
05 agosto 2009
Nesse video ele está com 57, junto com seu amigo de longo tempo Jack Teagarden (trombone) e o cornetista Ruby Braff.
Aí está "Jeepers Creepers".
BIA SION LANÇA CD A LEVADA DO JAZZ
03 agosto 2009
A cantora Bia Sion nos presenteia com uma boa surpresa ao lançar o seu CD intitulado A Levada do Jazz pelo selo Discobertas.
O show, homônimo, que será apresentado na próxima segunda-feira na Modern Sound, RJ, traz Bia Sion acompanhada por um trio do nosso primeito time – o carismático Dôdo Ferreira no contrabaixo, que também é o arranjador e produtor musical; Adriano Souza piano; João Cortez bateria e a participação especial do saxofonista David Ganc.
A turma é da pesada e o show promete.
O repertório do show –
The Man I Love (George & Ira Gershwin)
But Not For Me (George & Ira Gershwin)
Embraceable You (George & Ira Gershwin)
Blue Moon (Richard Rodgers & Lorenz Hart)
Moonglow (Will Hudson, Eddie De Lange & Irving Miller)
Cheek To Cheek (Irving Berlin)
Moon River (Johnny Mercer & Henry Mancini)
Ain't Misbehavin' (Fats Waller & Harry Brooks)
Fever (John Davenport & Eddie Cole)
Someone To Watch Over Me (George & Ira Gershwin)
Sway (Pablo Beltran Ruiz & Norman Gimbel)
Love for Sale (Cole Porter)
All Of Me (Seymour Simons & Gerald Marks)
Diz Bia Sion no encarte do CD -
"Um importante trabalho em minha trajetória profissional de atriz cantora ou cantora atriz. Em mim habitam todas as cantoras de jazz que desde sempre escutei. Adoro a sonoridade artistica deste trabalho. Reconheço minha ousadia ao cantar em inglês clássicos antologicos do jazz. Dodo Ferreira me ofereceu uma canja que acabou virando show e agora CD. Sob sua batuta esses musicos sensacionais responsaveis por este trabalho : Marco Tommaso, Adriano Souza e João Cortez. E ainda as participações especiais de meu super primo Roberto Sion no sax e David Ganc na flauta."
http://www.myspace.com/biasion
Então anota aí na agenda –
10 de agosto, segunda-feira
O horário: 19h
O local : Modern Sound, R. Barata Ribeiro 502, Copacabana, RJ
Entrada franca (reservas pelo telefone 2548-5005)
Som na caixa !
Bia Sion, But Not For Me
SLOW MUSIC
01 agosto 2009
Também posso dizer que desde que li o "Slow Food Manifesto", divulgado pelo italiano Carlo Petrini, ainda em 2000, me apaixonei pelo conceito e comecei a refletir sobre a similaridade entre música e comida. O mundo despeja junk music nos nossos ouvidos o tempo todo, há anos. Música é alimento para a alma. O maior condutor de emoções que se conhece. Vejam o que diz, entre outras coisas, o "Slow Food Manifesto:"Somos escravos da velocidade e sucumbimos ao mesmo insidioso vírus: a Vida Rápida, que rompe os nossos hábitos, invade a privacidade de nossos lares e nos força a ingerir Fast Food."(alguma semelhança com a música que somos obrigados a ouvir todos os dias?)
Isto posto, vamos ao próximo ítem - as canções e eu. De minha parte, eu queria fazer uma longa reflexão sobre o amor. Não queria simplesmente cantar canções de amor desesperado, daquelas de cortar os pulsos, pelo contrário: queria canções que tivessem o agridoce, o claro-escuro, a dúvida, a ironia, o questionamento. Então a escolha se deu, antes de tudo, pela beleza das músicas, mas também levando em conta o quanto as letras teriam de leveza e reflexão sobre o sentimento mais antigo do mundo. Cantadas com muita calma.
Para isso era preciso deixar passar algum tempo. Não dá para se cantar canções assim quando se é mais jovem. Era preciso ter o distanciamento crítico do sentimento, a possibilidade de olhar para trás com compaixão e alguma sabedoria. A voz também precisava envelhecer um pouquinho, perder o polimento, ficar "crestada pela pátina do tempo", como Vinícius diria. Um pouco de areia na garganta e a compreensão das palavras. Essa era a idéia. Foi bom ter esperado esses 10 anos. Também era preciso encontrar as parcerias certas. Durante todos os anos em que sonhei com este projeto, ele já teve vários formatos, do mínimo ao máximo. Muitos parceiros chegaram e partiram, grandes músicos que em algum momento quiseram ser parte desta idéia, mas a vida não deixou, por alguma razão. E chegamos ao formato de hoje. Essencial.
Tutty Moreno esteve comigo desde o primeiro minuto e acompanhou cada volta que o meu mundo deu, em busca desse sonho. Esse disco é dele também. Ninguém mais teria tocado com tanta precisão, sensibilidade e delicadeza. Com ele, a bateria é um instrumento harmônico. Hélio Alves foi fundamental. Um caso raro de pianista brasileiro e jazzista ao mesmo tempo, conhecedor de ambas as linguagens. Um solista brilhante. Jorge Helder, no baixo, trouxe a segurança e a firmeza necessárias para que juntos pudéssemos voar. É nosso quarteto fantástico. Foi tudo lindo.
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PS. Obrigada aos amigos de várias partes do planeta que em algum momento sonharam juntos comigo este projeto: Johnny Mandel, Kenny Werner, Robin & John Goldsby, Frank Chastenier, Rodolfo Stroeter, Dori Caymmi, Kazuo Yoshida e tantos mais.
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by Joyce Moreno
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01. Slow Music (Joyce Moreno & Robin Meloy Goldsby)
02. Amor, Amor (Sueli Costa & Cacaso)
03. Medo de Amar (Vinícius de Moraes)
04. Esta Tarde Vi Llover (Armando Manzanero)
05. Convince Me (Joyce Moreno & Robin Meloy Goldsby)
06. Nova Ilusão (Zé Menezes & Luiz Bittencourt)
07. Samba do Grande Amor (Chico Buarque)
08. O Amor É Chama ( Marcos & Paulo Sergio Valle)
09. But Beautiful (Burke & Van Heusen)
10. Olhos Negros (Johnny Alf & Ronaldo Bastos)
11. Sobras da Partilha ( Joyce & Paulo César Pinheiro)
12. Valsa do Pequeno Amor (Joyce Moreno)
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Joyce Moreno - voz, violão, arranjos
Tutty Moreno - bateria
Hélio Alves - piano
Jorge Helder - contrabaixo
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Biscoito Fino - gravado de 25 a 29 de março de 2009.
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Som na Caixa: Slow Music