Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

MEHMARI & MIRABASSI

03 julho 2009


Londrina às vezes sofre recaídas musicais, no bom sentido. Em meio à mesmice das tais duplas sertanejas de araque, verdadeira pandemia local, ou de grupos de rock pasteurizados, alguém se levanta das cinzas e resolve fugir à regra. E foi assim, através da Casa de Cultura da UEL (Universidade Estadual de Londrina), que o pianista, arranjador e compositor André Mehmari (32) - http://www.andremehmari.com.br/ - e o clarinetista italiano Gabriele Mirabassi (42) aqui estiveram para o lançamento nacional de um CD em duo, Miramari. Mais de 500 pessoas foram conferir, aliás uma grata surpresa pela pouca tradição da cidade no quesito boa música instrumental. Em tempo, Mônica Salmaso, acompanhada por Nelson Ayres e Teco Cardoso, proporcionou na mesma semana outro show igualmente inesperado. Como se vê, uma semana musical rara em se tratando de Londrina. E tipicamente paulistana.

Tomei conhecimento de André Mehmari por acaso. E foi através de um lindo CD do baterista Tutty Moreno chamado Forças D'Alma. Mehmari estava ali não só como pianista, mas como arranjador, surpresa maior. Já com um estilo muito próprio, mostrava um piano de alto nível, não só pela agressividade criativa, com uma concepção harmônica moderna, mas pela interatividade com a proposta rítmica do álbum. Mehmari nasceu em Niterói e foi garoto com a familia para Ribeirão Preto (SP). Lá se tornou o tal menino prodígio. É também um estupendo compositor. Até aqui, nenhum exagero.

Gabriele Mirabassi nasceu em Perugia, Itália. E não seria também nenhum exagero colocá-lo, com folga, entre os melhores clarinetistas da Europa. De formação clássica, sua carreira esteve ligada no inicio a compositores mais sofisticados, como Gunther Schuller. A partir de 1992, em parceria com Richard Galliano (acordeon), seu trabalho ganhou mais adeptos. Tocou então com os melhores jazzistas italianos da época, como Stefano Battagglia, Enrico Pieranunzi e Enrico Rava. Depois de outra parceria, dessa vez com Sergio Assad, Mirabassi descobriu a música brasileira. Foi através do violonista e compositor Guinga que se aproximou de Mehmari, culminando com a gravação do CD Miramari, oficialmente lançado em Londrina (Estúdio Monteverdi, Tratore, 2009).

Miramari é um CD de jazz com condimentos rítmicos e harmônicos brasileiros. Mehmari e Mirabassi são músicos de extrema competência, profissionais no aspecto mais saudável do termo. O que foi mostrado em Londrina poderia ter como palco qualquer templo mais sagrado do jazz mundo afora. Os dois se alternam como compositores no disco, com exceção para 2 temas de Guinga. Ricardo Mosca (bateria) e Zé Alexandre Carvalho (contrabaixo) aparecem apenas em 2 faixas.

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PS: Valsa Em Forma de Árvore (Mehmari) - Som na Caixa


6 comentários:

Mau Nah disse...

Duas belas surpresas nesta manhã. Uma a reaparição do recordista de comentarios em posts do CJUB, que com este volta a atividade depois de algum tempo em hibernação, (ou seria maturação em barris de carvalho frances?). A outra, de causar inveja, a capacidade da Londrina arregimentar e apresentar figuras do mundo instrumental ou canoro do quilate das aqui reportadas. B

Mau Nah disse...

Bela materia, JoFla. Mantenha o pique, Embaixador! Abraço.

Tenencio disse...

Caro Colega,
bom ve-lo novamente. Londrina ,sob certos aspectos,esta melhor que o Rio.
Melhor ainda seria ver mais postagens suas aqui no CJUB.
Não nos abandone por tanto tempo,colega.
Abraço

Gustavo Cunha disse...

beleza JoFlavio
a música de André Mehmari é obrigatória, um pianista e arranjador de mão cheia !
uma pena ele não se apresentar aqui pelo RJ, o assisti no TIM há uns 3 anos

não deixe de escutar seu disco Lachrimae

abs,

JoFlavio disse...

Grande Guzz!
Sim, o Lachrimae é um CD espetacular. Aliás, a primeira faixa, Eternamente (Mehmari), de rara beleza, é sempre escalada na programação normal da UEL FM, quando sou eu o programador, claro (rsrsrsrsrs).

edú disse...

André Mehmari foi vencedor do primeiro concurso Eldorado de música instrumental.Co-vencedor, aliás.Durante esse q é o mais importante certame do gênero no país dividiu o premio de vencedor com o contrabaixista Célio Barros.O premio – q incluía a gravação de um disco – foi divido igualmente entre os dois – como o cd.Assim conheci Mehmari, na época um jovem franzino q inspirava guiar o piano jazzístico brasileiro por onde determinasse suas vontades – após Luiz Eça.No entanto, Mehmari não se restringiu ao jazz e ao piano.È um musico q arranja,compõe pra grandes grupos alem de tocar instrumentos de sopro.Seu escopo de estilos é amplo -deixando o jazz não mais como referencia.Para um músico como Mehmari,a música é ,sobretudo, magnânima .A audição de seu cd Lachrimae me emprestou sensação de ouvir um disco do catalogo da ECM numa encosta do Alasca – sem gorro,bota e camisa de mangas longas e nem o beneficio da companhia de Sarah Palin.Londrina sempre foi elencada como uma das cidades de melhor qualidade de vida do pais, apesar dos desatinos de seu eleitorado e antecipação das férias escolares em virtude da gripe suína.A presença de mais quinhentos pagantes num evento de música instrumental recoloca esse viés naquele rico e progressista, até certo ponto, município paranaense.Não deixa de ser um alivio, já q havia sido informado q o melhor caminho à se seguir “naquelas bandas” era atravessar o rio para comprar vinhos com uma senhora simpática no Paraguai.