Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

ENCONTRO ÀS QUINTAS

29 março 2009

Sala multimídida da Modern Sound - sempre às 20h
Rua Barata Ribeiro, 502 – estacionamento no local
PROGRAMAÇÃO DE ABRIL

DIA 2
O JAZZ NA EUROPA
expositor : Roberto Murilo
- a contribuição do Velho Mundo à evolução da Nova Música da América
DIA 16
A GRANDE MÚSICA EM TELA GRANDE
expositor : Sergio Batista
- como o cinema viu a vida e a obra dos grandes mestres da musica clássica
DIA 23
PIXINGUINHA – SUA TRAJETÓRIA NO CHORO
expositora : Anna Paes
- uma visão geral da história do Choro e do percurso do grande Pixinguinha em seu universo
DIA 30
A MAGIA DO ENSAIO
expositor : Estevão Hermann
- a fantástica diversidade musical e conceitual dos grandes maestros em grande música

Histórias do Jazz nº 66

26 março 2009

“O Assunto é Jazz” – Mais um herdeiro.
Já contamos em uma de nossas histórias, a alegria que nos proporcionou um email do filho de Leonardo Lenine de Aquino ao descobrir pelo nosso site o relacionamento existente entre nós como admiradores do Jazz, produtores de programas de rádio e integrantes da tropa de elite que freqüentava as Lojas Murray. Agora uma nova surpresa, um novo email que poderemos chamar de mais um “herdeiro do Jazz”, é por nós recebido e evidentemente nos emocionou pela surporesa. Eis o texto :
Oi Lula !
Sou o Guilherme – neto de Mr. Jones !! Tudo bem ???
Te achei aqui na net, colocando a busca no Google em “mr.Jones”, e claro algumas daquelas histórias maravilhosas que estão no blog muito me emocionou, pois não quero deixar acabar todas essas histórias e muitas outras mais... estou montando um blog tb – saúvas jazz club- mas está bem no comecinho e estou sozinho ainda tentando descobrir como funciona....rsrsrs
Bem, é o seguinte, gostaria muito de poder conversar pesoalmentje com vc. Estou com um projeto na cabeça, para que possa disponibilizar para as pessoas todo o acervo do meu avô, e não só discos não – como vc bem sabe; mais catálogos, livros, revistas, fitas de jam’s e claro – muitos discos !
Se vc quizer saber um pouco mais sobre isso, me liga ......... .......
Um grande abraço
Guilherme Flores da Cunha.
Claro que ficamos satisfeitíssimos com o fato de neto seguir os passo do avô. Lembro-me bem quando ele, ainda criança, ficava prestando a atenção em nossas reuniões no tempo dos “Saúvas”, lá na velha casa da Rua Nóbrega. É claro , vamos entrar em contacto para conhecer mais detalhes. O Jazz é isso aí.
llulla

BIENVENIDO

20 março 2009


Quando se projeta um progresso constante do jazz na Europa, isso não significa uma suposta estagnação do gênero nos Estados Unidos – a crise teria alcançado até o jazz? Mas o crescente surgimento de jazzistas de talento no continente europeu não se discute mais. Mesmo entre os nossos irmãos lusitanos, hoje bem representados por Bernardo Sassetti (piano), Laurent Filipe (trumpet), Bernardo Moreira (bass) e Paula Oliveira (vocal), entre outros. E a Espanha ensaia seus passos também. Pelo menos é o que se prevê ouvindo o recente CD do pianista catalão Joan Monné (40), um desfile de standards muito bem reconstruídos. Na formação clássica de trio, Monné aparece ao lado de dois compatriotas igualmente competentes, Bori Albero (bass) e David Xirgu (drums). Monné não prioriza a técnica como seu principal atrativo como pianista. Se há alguma influência embutida, entenda-se Keith Jarrett. Ou seja, é um músico no mínimo moderno, atualizado. Harmonia, frases limpas e improvisos sempre estruturados. Esses são os ingredientes de Monné, que veio da escola clássica e posteriormente participou de vários seminários de jazz, comandados por Brad Mehldau, Mulgrew Miller, John Abercombrie, etc. Hoje professor, Monné se orgulha de ter tocado com James Moody, Scott Hamilton e Harry Allen. Está presente em todos os festivais de jazz de seu país. Mas a carreira de pianista de jazz deve agora tomar novo rumo com esse CD, altamente recomendável.
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JOAN MONNE TRIO / STANDARDS (2008)
REFERENCE: FSNT-331

01.My One And Only Love
02.Yesterdays
03.All Of Me
04.I'll Be Seeing You
05.Solar
06.Turn Out The Stars
07.All The Things You Are
08.Whisper Not
09.I Love You
10.If I Should Lose You

Joan Monne(p)
Bori Albero(contrabass)
David Xirgu(ds)

Recorded in April 8th,2008
Estudis Laietana,Barcelona
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Som na caixa: My One And Only Love


ALGUNS TEMAS INESQUECIVEIS

13 março 2009

Fazendo a tradicional pescaria nos infinitos videos disponiveis no you tube, me propus a um desafio de tentar escolher alguns temas de jazz que me transportam para uma sensacao de bem estar...

Na verdade, imaginei tratar-se de tarefa impossivel, tal a grande quantidade de temas que ouvimos nas inumeras jam sessions, mas mesmo assim, decidi arriscar e seguem alguns sem que haja qualquer grau de importancia:

Cherokee
Giant Steps
Autumn Leaves
Bluesette
The day of wines and roses
Joy Spring
Ko Ko (e as lembrancas de Bird, um dos melhores e mais emocionantes filmes que ja assisti)
Midnight Sun (com Miss Nancy Wilson, pura sofisticacao)

Por acaso comecei com Cherokee, e desta forma, segue uma lembranca agradabilissima de uma das noites inesqueciveis dos concertos produzidos pelo CJUB com Idriss, Santa Rosa, Glauton Campelo, Guilherme Gocalves e Michael Carney


Beto Kessel

MUSEU DE CERA # 55 - CANTORAS DE BLUES 3 - LUCILLE HEGAMIN

09 março 2009





FOTO: Lucille & Blue Flame Syncopaters 1921 – da esquerda George Barbour baterista, tuba desconhecido, Charlie Irvis ao trombone, Harvey Boone ao trompete, Lucille Hegamin, o violinista talvez Maud Jones, Bill Hegamin ao piano e um saxofonista desconhecido.
Lucille Hegamin foi a segunda cantora negra a gravar um disco poucos meses após o sucesso de Crazy Blues de Mamie Smith. Seu primeiro disco contou com The Jazz Me Blues e Everybody's Blues para a Arto Records em novembro de 1920, entretanto havia feito um teste na Victor em 11 de outubro do mesmo ano com Dallas Blues acompanhada por Fletcher Henderson ao piano e que por motivo desconhecido nunca foi editado. Vendeu tão bem que logo depois no início de 1921 gravou Arkansas Blues e I'll Be Good But I'll Be Lonesome.
Lucille nasceu em Macon, Georgia em 19/novembro/1897 e seu nome de batismo era Lucille Nelson. Começou cantando no coro da igreja local e aos 15 anos viajou com o grupo Laurel Harper Minstrel Stock Company em apresentações pelo sul. Em 1914 já em Chicago casou-se com o pianista William "Bill" Hegamin do qual adquiriu o sobrenome. Trabalhou com ele por vários clubes e cabarés e muitas vezes teve a oportunidade de ser acompanhada pelos pianistas Jelly Roll Morton e Tony Jackson. Ela e o marido foram para Los Angeles mas em 1919 estavam em New York atuando em cabarés e revistas musicais. Bill Hegamin formou o grupo Blue Flame Syncopators em 1920 quando a Arto Records além de fazer seu primeiro disco patrocinou uma excursão pela Pennsylvania, West Virginia e Ohio.
Em 1922, Lucille tornou-se membro do elenco da companhia Sissle and Blake's na comédia musical Shuffle Along da Broadway. Em 1923 foi contratada pela Cameo Records passando a ser conhecida como a Cameo Girl e ter como sua pianista Cyril J. Fullerton. Obteve grande sucesso dentre as Classic Blues Singers e Jazz bands da década de 1920.
Ao final dos anos 20 e início dos 30 Lucille continuou a atuar em revistas musicais e em 1938 largou a música e tornou-se enfermeira, contudo vez por outra cantava principalmente em shows beneficentes. Ao início dos anos 60 retornou ao showbiz e às gravações com o pianista Willie "The Lion" Smith e a cantora Victoria Spivey acompanhando-a ao piano e sua última gravação se deu a 16/agosto/1962.
Em 1 de março de 1970 faleceu em New York City.
Podemos ouvir 2 clássicos do repertório Blues onde Lucille apresenta um estilo talvez de transição entre o minstrel show e o blues. Mostra que apesar da característica melancólica dos Blues os interpretava com índole mais inovadora, progressista mais afeita ao próprio Jazz. Note-se que a esta época não existiam cantores de Jazz propriamente.

JAZZ ME BLUES (Tom Delaney) - Lucille Hegamin e Harris's Blues And Jazz Seven: Lucille Hegamin (vcl), Wesley Johnson (tp), James Reevy (tb), Clarence Harris (sa), Bill Hegamin (pi), Ralph Escudero (tu) e Kaiser Marshall (bat).
Gravação original: New York, selo Arto 9045, novembro de 1920.
Fonte: CD - Lucille Hegamin Complete Recorded Works Vol. 1 (1920-1922) – selo Document DOCD 5419 – 1996 – USA.
RAMPART STREET BLUES (Lovie Austin)Lucille Hegamin e The Dixie Daisies – piano, trompete, trombone, clarinete, tuba, piano, sax alto e banjo desconhecidos.
Gravação original: New York selo Cameo 494, outubro de 1923
Fonte: CD - Lucille Hegamin Complete Recorded Works Vol. 3 (1923-1932) selo Document DOCD 5421 – 2002 – USA
NOTA: O título Dixie Daisies foi um pseudônimo empregado várias vezes pela Cameo Record Corporation, encobrindo músicos contratados por outras companhias fonográficas. No entanto, sabe-se que alguns foram grandes frequentadores do título como os trompetistas Hymie Faberman, Jules Levy e o trombonista Jr.Ephraim Hannaford.


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A CAIXA DOS 50 ANOS DO KIND OF BLUE

08 março 2009

Uma maravilha, editada de modo primoroso por Michael Cuscuña para a Legacy (leia-se Columbia), a caixa "para colecionadores" (termo que o Depto. de Marketing usa para dizer que o item sai dos padroes de preço habituais), vale tudo o que custa, lá fora. Nao tenho referencia do preco por aqui como será, ainda...

Completíssima, traz as gravações originais mais alguns takes alternativos, curtos trechos onde se ouvem os dialogos entre Miles e o produtor Irwing Townsend, e as inevitaveis e habituais gozações entre os musicos. Isso, no CD 1, cuja lista de músicas é a seguinte:

So What (9:25)
Freddie Freeloader (9:49)
Blue in Green (5:37)
All Blues (11:35)
Flamenco Sketches (9:26)
Flamenco Sketches [Alternate Take] (9:33)
Freddie Freeloader [Studio Sequence] (0:53)
Freddie Freeloader [False Start] (1:27)
Freddie Freeloader [Studio Sequence 2] (1:30)
So What [Studio Sequence] (1:55)
So What [Studio Sequence 2] (0:13)
Blue in Green [Studio Sequence] (1:58)
Flamenco Sketches [Studio Sketches] (0:45)
Flamenco Sketches [Studio Sketches 2] (1:12)
All Blues [Studio Sketches](0:18)


O segundo CD é dedicado a outras gravações do sexteto, à exceção da longa versão de So What, cuja duração é quase o dobro da aproveitada na edição original, sendo a última da lista abaixo:

On Green Dolphin Street (9:50)
Fran-Dance (5:49)
Stella by Starlight (4:46)
Love for Sale (11:49)
Fran-Dance [Alternate Take](5:53)
So What (17:29)


Há ainda um vinil AZUL, identico ao original, porém remasterizado, aperfeicoado, limpo, "papa-fina" para quem manteve suas turntables em funcionamento. E ainda, talvez a peça mais importante como documento, para os tempos de agora, um DVD muito bem montado sobre a importancia, a inserção da musica de Miles naquele momento, as perspectivas históricas e musicais do fenômeno, analisadas por gente importante no cenario jazzístico americano atual, de Jimmy Cobb a Herbie Hancock.

Em complemento, há ainda muitas reproducoes de fotos das sessões, um poster de Miles, encartes de diversos tipos, sem falar da capa original do LP, com as célebres liner notes escritas, quase que "de primeira", por Bill Evans. Porém, não integralmente aproveitadas. Como eu sei disso?

Pela reprodução, em tamanho real, do seu manuscrito (na foto acima, são as folhas de cor beige à esquerda) no qual, de modo fluente - há mínimas correções dele mesmo no texto - compara o trabalho "determinado" por Miles e empreendido pelos musicos, à técnica de pintura japonesa que exige espontaneidade absoluta do pintor.
Nestas folhas, há uma frase que fecha o texto no manuscrito, que não consta da contracapa original, e que é o motivo gerador deste post vez que achei-a interessante. Diz Bill, no original em ingles (e na traducao minha logo após) embaixo do seu comentario/descrição sobre F.Freeloader:

"Perhaps those who hear ...(ileg.) will find something captured wich escapes contemplation", o que seria algo como "Talvez aqueles que ouvirem descubram algo capturado que escape à contemplação".

A peça toda é, diria, fundamental para os amantes de Miles e da sua mais elevada obra.

Abraços.

UM ÓTIMO SHOW NO VELHO ARMAZEM

06 março 2009

UM ÓTIMO SHOW NO VELHO ARMAZÉM
Márvio Ciribelli continua promovendo ótimos espetáculos
no Velho Armazém. Ontem, foi a vez da cantora francesa Manu
Le Prince, fazendo uma homenagem a Cole Porter (Night and Day-
I get a kick out of you – Get out of town etc . ) e ingressando
depois no repertório internacional, com músicas brasileiras e a
italiana “Estate”, na opinião de muitos o ponto alto de sua apresentação.
O trio de acompanhamento com Márvio, Alex Rocha e Paulo Diniz, que
abriu a noite com bela versão de “Beautiful Love” teve destacada atuação
dando um excelente suporte a Manu.
Depois do intervalo a grande surpresa da noite. A cantora apresenta o
seu filho Julien, de 14 para 15 anos e este em poucos momentos convence
a todos que conhece os segredos do piano de Jazz. Improvisos bem
construídos e uma fraseologia eficiente, dentro da linguagem moderna do
instrumento. E para que não ficassem dúvidas, o garoto informa que era
o dia da música clássica e interpreta na íntegra a “Rhapsody in blue” de
George Gershwin.
Em seguida a competente Thaís Motta é chamada ao palco e nos brinda com
três excelentes números , mostrando mais uma vez toda a sua categoria.
Foi uma bela noite.
ATENÇÃO – Na próxima quinta feira (12-03) Márvio recebe o cantor francês
Bernard Fines com a participação do saxofonista, flautista e
também cantor. Guilherme Vianna. E em 19-02 mais uma visita
de Michael Carney.

MORRE O TROMPETISTA BARROSINHO

05 março 2009

Aos 65 anos, morreu o trompetista Barrosinho, um dos fundadores da Banda Black Rio.



MAIS MÚSICA NO VELHO ARMAZÉM

04 março 2009


Márvio Ciribelli promove amanhã (05-03) no Velho Armazém em Niterói mais uma noite musical, trazendo a cantora francesa MANU LE PRINCE que fará uma homenagem a Cole Porter. No repertório estão também músicas brasileiras como" Casa Forte", "Estamos aí" e"É preciso perdoar". Nos acompanhamentos Márvio (p)- André Rocha(b) e Paulo Diniz(dm).
O Velho Armazém fica na Praia de São Francisco n º 6 - Niterói.

AS FOTOS DO VELHO ARMAZÉM

03 março 2009
















Finalmente chegaram as fotos tiradas no Velho Armazém em 29 de janeiro, quando se apresentava mais uma vez o percussionista Michael Carney e comemorava-se o aniversário da excelente cantora Thais Motta.
1) Amanda, aluna de Michael Carney brilhou no vibrafone ao interpretar"Epistyrophy" de Thelonious Monk
2) Um abraço em Thais Motta a aniversariante do dia.
3) Confraternizando com os amigos Alex Rocha, Michael Carney, Thais, Márvio e o casal Mauro Motta.
4) A seção rítmica com Márvio (p)- Alex(b) e Guilherme Gonçalves (dm).







A morte de Louis Bellson


Um dos grandes bateristas da chamada idade média do Jazz, LOUIS BELLSON, veio a falecer em 14 de fevereiro, vitimado por complicações do mal de Alzheimer. Tinha 84 anos e foi dono de uma carreira impecável. Nos anos 50 ele ganhou fama ao adotar dois bumbos integrando a sua bateria. Na adolescência venceu o "Gene Krupa talent contest" e logo entrava para a banda de Benny Goodman (1943-46), Tommy Dorsey (1947-49) e Harry James (1950-51) antes de substituir Sonny Greer na banda de Duke Ellington onde foi grande destaque co a gravação do tema de sua autoria "Skin Deep". Após passar por outras orquestras entre as quais a "Dorsey Brothers" (1955-56), Count Basie(1962) novamente Duke Ellington (1965-66) e Harry James (1966) , Bellson pasou a gravar sob seu próprio nome nos selos Roullete, Pablo, Concord, e Music Master, além de organizar e dirigir clínicas para jovens bateristas. Gravou também para a Verve quando integrou a troupe J.A.T.P. nos anos 50. Esteve no Rio atuando num Jazz Festival, dirigindo uma banda de veteranos homenageando Duke Ellington. RIP

EM FASE TROMPÉTICA

Ligado nos trompetes em geral depois do advento na minha vida da caixa do Kind of Blue, estava dando uma olhada ao redor e topei com essa gravação de fevereiro de 2007 no Auditorium di Roma, do craque Fabrizio Bosso, mais um componente da superlativa "squadra" de trompetistas da Italia, que os vem produzindo, todos excelentes, mais ou menos como a Espanha produz tenistas de primeiro escalão.

O vídeo é uma boa montagem de dois temas, o primeiro Estate, no qual Bosso, sempre ao flugelhorn, mostra-se lírico, com uma emissão equilibrada e sutil; e o segundo, que não pude identificar, onde demonstra domínio no fraseado em uptempo e na capacidade de improvisação, a ponto de fazer rir a seus colegas de palco. Um craque.

COLUNA DO LOC

01 março 2009

JB, Caderno B, 1 de março
Luiz Orlando Carneiro
Alquimia de guitarras

A química ensina que, para a precipitação de um sal, são necessários um ácido e uma base. E para que o sal seja palatável é preciso que os dois elementos sejam cuidadosamente dosados e manipulados. É o que ocorre, em matéria de jazz, no CD duplo Hemispheres (disponível no site do selo cooperativo Artistshare, que tem como estrela e sócia-fundadora a compositora-chefe de orquestra Maria Schneider), no qual os celebrados guitarristas Jim Hall, 78 anos, e Bill Frisell, 21 anos mais moço, são, respectivamente, a base e o ácido de uma rara química musical.

Primoroso mestre das seis cordas, Hall rejeita demonstrações gratuitas de técnica, mas é pródigo em harmonias sutis e inspiradas linhas melódicas. Revelou-se na década de 50, nos então "experimentais" quinteto de Chico Hamilton e trio de Jimmy Giuffre; foi o partner perfeito de Sonny Rollins, em 1962, no icônico LP The bridge (RCA); e, no mesmo ano, em dueto com o pianista Bill Evans, gravou o precioso Undercurrent (Blue Note). Nas décadas seguintes, erigiu rica discografia em duos e trios (Power of three, um concerto no Festival de Montreux, de 1986, com o sax de Wayne Shorter e o piano de Michel Petrucciani, é um momento memorável).

Bill Frisell – discípulo de Hall – tornou-se um escultor de sons cujos cinzéis são guitarras de vários tipos, incrementadas com parafernália eletrônica que ele usa para loops e reverberações de precisão cirúrgica, jamais exibicionistas, num estilo em geral pontilhístico e econômico, como se pode ouvir nos seus discos com o baterista Paul Motian (Monk in Motian, selo JMT, 1988, por exemplo). E agora, mais uma vez, neste novo produto lançado pouco depois do vitorioso History, mistery (Nonesuch), um dos cinco indicados para o recente Grammy jazzístico (pequenos conjuntos), afinal concedido ao CD também duplo The new crystal silence (Concord), obra-prima da parceria Chick Corea (piano) – Gary Burton (vibrafone).

O primeiro volume de Hemispheres (em duo) contém 10 faixas, e foi gravado entre julho e dezembro de 2007, no apartamento-estúdio do baixista-guitarrista Tony Scher, sem overdubs. Sua tônica é dada logo na primeira peça, Throughout (4m30), de Frisell, cujos efeitos sônicos em ostinato criam a paisagem excêntrica para o delicado "passeio" melódico-harmônico de Hall. As invenções eletro-acústicas dos dois são bem mais complexas e totalmente livres em Migration (15m13). Os jazzófilos mais "canônicos" vão preferir as versões de Bags’ groove (3m52), de Milt Jackson, bem percussiva; de Masters of war (4m21), de Bob Dylan, contemplativa; e de Bimini (4m40), de Hall, camerística.

No segundo disco do álbum (também com 10 faixas), aderem ao duo os excelentes Joey Baron (bateria) e Scott Colley (baixo). A sessão, gravada no afamado estúdio Sear Sound, Nova York, de uma só vez, em setembro do ano passado, é mais in do que out, com exceção da interação free de Barbaro (2m28) e de Cards tricks (de Baron). Além de refinados, melancólicos e etéreos remakes de Chelsea Bridge (Billy Strayhorn) e In a sentimental mood (Ellington), o quarteto reluz em movimentadas interpretações de I'll remember April, My funny valentine, Owed to Freddie Green (homenagem de Hall ao guitarrista-âncora da orquestra de Count Basie) e Sonnymoon for two (Sonny Rollins). E a melodia de Beija flor, de Nelson Cavaquinho – que foi tema de Hall, na série Ballad essentials, Concord Jazz, 2000 – é revisitada numa nova versão (6m40) em tempo lento-médio, com batida de bossa nova.