Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

COLUNA DO LOC

14 dezembro 2008

por Luiz Orlando Carneiro
JB, Caderno B, 14 de dezembro
luizoc@jb.com.br

­Selo de qualidade
Etiqueta Nonesuch emplacou três dos cinco álbuns indicados para o 51º Grammy

A Etiqueta NONESUCH, cultuada por jazzófilos e audiófilos pelo seu refinamento, ­ emplacou três dos cinco álbuns indicados para concorrer, em fevereiro, ao 51º Grammy, na categoria destinada às performances de solistas ou grupos de jazz pequenos e médios: History, mistery, do guitarrista Bill Frisell; Brad Mehldau Trio: Live (at the Village Vanguard); e Day trip, com o trio do guitarrista Pat Metheny. Os dois outros CDs selecionados são The new crystal silence (Concord), uma esplêndida ressurreição do duo que o pianista Chick Corea, 67 anos, e o vibrafonista Gary Burton, 65, formaram em 1972; o inesperado ­ mas bem-vindo ­ Standards (Fuzzy Music), do trio do underrated pianista Alan Pasqua, 56 anos, com Peter Erskine (bateria) e Dave Carpenter (baixo). Os dois primeiros álbuns acima citados são duplos. O de Frisell contém 30 faixas, em sua maioria gravadas ao vivo, em 2006. O trio básico (Kenny Wollensen, bateria; Tony Scherr, baixo) do guitarrista eletro-acústico ­ capaz de ser tão melódico como Jim Hall ou de gerar explosões hendrixianas ­ torna-se um octeto (com o violino de Jenny Scheinman, violoncelo, viola, o sax de Greg Tardy e a corneta de Ron Miles) para projetar mais o compositor-arranjador Bill Frisell do que o instrumentista. Como comentei neste espaço (5/10), é uma espécie de patchwork, no melhor sentido artístico da palavra, com miniaturas de menos de um minuto e faixas bem mais longas, como Waltz for Baltimore (8m47) e três reinvenções sensacionais de temas alheios: Sub-conscious Lee (Konitz), Jackie-ing (Monk) e A change is gonna come (Sam Cooke).

O duplo de Mehldau ­ que disputa com Keith Jarrett e Herbie Hancock, já há alguns anos, o título de pianista mais reverenciado da cena jazzística ­ foi gravado também em fins de 2006. São mais de duas horas de música de altíssimo nível do grupo com Larry Grenadier (baixo) e Jeff Ballard, que substituiu Jorge Rossy em 2004. O crítico Thomas Conrad, amigo recente, mas velho guru em matéria de pianismo, escreveu na Jazz Times que esse terceiro registro de Mehldau no Village Vanguard não demonstra apenas que o novo trio superou seu predecessor, mas também que atingiu um nível de criatividade "somente alcançado por trios muito especiais, como os de Bill Evans e Keith Jarrett".
Day Trip, gravado em 2005, foi lançado no início deste ano, lá fora e aqui (Warner). É prato fino para os jazzófilos que sabem distinguir o Pat Metheny dos preciosos duos com Charlie Haden (1996), Jim Hall (1988) e Brad Mehldau (2005) do guitarrista superplugado e intolerável de Zero tolerance for silence (1994), como anotei também nesta coluna (30/3). O CD é um notável registro de Metheny, que assina 10 originais, à frente de um trio com o grande Christian McBride (baixo) e Antonio Sanchez (bateria). Mas o volume 2 de The new crystal silence ­ que documenta o duo Corea-Burton na excursão européia do ano passado, comemorativa do 35º aniversário do primeiro encontro dessa dupla que se transforma em uma entidade criativa única ­ parece ser o candidato mais forte ao gramofone de ouro para os jazz combos. O pianista e o vibrafonista estão, como costumam dizer os americanos, no top of their game. Em estado de graça, em matéria de criatividade, técnica e emoção. Como estavam Bill Evans e Jim Hall, nos idos de 1962, quando gravaram o imortal Undercurrent (Blue Note).

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