Aqui você vai encontrar as novidades sobre o panorama nacional e internacional do Jazz e da Bossa Nova, além de recomendações e críticas sobre o que anda acontecendo, escritas por um time de aficionados por esses estilos musicais. E você também ouve um notável programa de música de jazz e blues através dos PODCASTS.
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TEM JAZZ NO KATMANDU
18 setembro 2008
Se ainda não está preparada para sem um templo para o estilo - e talvez isso nem interesse ao proprietário -, pelo menos nota-se um grande esforço da produtora para que o ambiente se transforme em algo mais próximo de um. A acústica pode ser melhorada mas isso só vai ocorrer se houver gente indo prestigiar e conhecer o que se faz lá. Por isso é que lá estivemos, sem poder disfarçar alguma nostalgia pelo antigo projeto do CJUB.
E, constatamos, ali tem jazz.
Apresentaram-se (em ótima forma, diga-se) o pianista e tecladista Marco Tommaso, brilhante e criativo nas intervenções em solo e seguríssimo como sempre nas bases. Uma pena não estar pilotando um piano de verdade (o espaço é restrito) mas um teclado Kurzweil que, exigido em volume pleno, infelizmente mostrou sinais de cansaço tendo distorcido alguma coisa. Nada grave, apenas uma decorrência do a meu ver excessivo nível do som geral, para o recinto.
A seu lado o conhecido e competente saxofonista-tenor Widor Santiago, que pode demonstrar seu total domínio do instrumento, com sua sonoridade limpa e seus solos muito bem concatenados.
No contrabaixo amplificado, o bem postado Tony Botelho atuou com solidez, mantendo o pulso adequado e firme, saindo-se muito bem nos uptempos dos temas mais exigentes.
Dono de uma bateria suficiente (só um prato, o contratempo e um cow-bell, além das peles) mas de timbres muito elegantes, Renato "Massa" Calmon, ótimo profissional, empurrou esse time com firmeza e muita criatividade nos solos. Só achei que ele, um baterista reconhecidamente vigoroso, poderia tentar adequar seu estilo para uma sala como aquela, de modo a que seu instrumento não se mantivesse superposto aos demais por todo o tempo. Uma mera questão de volume que poderia ser melhor trabalhada, segundo meu entendimento, de forma a tornar a audição mais prazerosa para todos, mantendo-se intocada a percepção de sua arte.
Depois da quarto tema, juntou-se ao grupo o bom guitarrista Dino Rangel, que passou ao centro das atenções como solista, e o fez com desenvoltura e domínio do instrumento. Coube a ele garimpar um dos melhores temas da noite (de Aldo Romano), que permitiu atuação em contraponto direto a Widor com criatividade entre diversas sonoridades da guitarra e pedais.
Foram tocados standards (menos comuns do que os de hábito) como Bolivia e Gibraltar, e ao final do set, um vigoroso tema de Vítor Assis Brasil cujo nome não peguei, mas que serviu para avaliar o bom desempenho do grupo, que estava tocando com vontade e com prazer.
Resumindo, há jazz no Katmandu sim, e bom. Alguns pequenos detalhes a ajustar aqui e ali e as quartas-feiras oferecerão mais um programa aos aficionados por essa arte.
KATMANDU - Av. Epitácio Pessoa, 1484 - Lagoa; Fone: 2522.0645
A casa não cobra couvert artístico.
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