Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

TEM JAZZ NO KATMANDU

18 setembro 2008

Ontem fomos conferir, Bené-X e eu (o Sazz, que também tinha confirmado que iria ao "programa" resolvido naquela tarde, ficou com medo da chuva e furou...), as produções da Carolina Paris para a série Prosper Jam, agora na casa na Lagoa cujo nome dá título ao post.

Se ainda não está preparada para sem um templo para o estilo - e talvez isso nem interesse ao proprietário -, pelo menos nota-se um grande esforço da produtora para que o ambiente se transforme em algo mais próximo de um. A acústica pode ser melhorada mas isso só vai ocorrer se houver gente indo prestigiar e conhecer o que se faz lá. Por isso é que lá estivemos, sem poder disfarçar alguma nostalgia pelo antigo projeto do CJUB.

E, constatamos, ali tem jazz.

Apresentaram-se (em ótima forma, diga-se) o pianista e tecladista Marco Tommaso, brilhante e criativo nas intervenções em solo e seguríssimo como sempre nas bases. Uma pena não estar pilotando um piano de verdade (o espaço é restrito) mas um teclado Kurzweil que, exigido em volume pleno, infelizmente mostrou sinais de cansaço tendo distorcido alguma coisa. Nada grave, apenas uma decorrência do a meu ver excessivo nível do som geral, para o recinto.

A seu lado o conhecido e competente saxofonista-tenor Widor Santiago, que pode demonstrar seu total domínio do instrumento, com sua sonoridade limpa e seus solos muito bem concatenados.

No contrabaixo amplificado, o bem postado Tony Botelho atuou com solidez, mantendo o pulso adequado e firme, saindo-se muito bem nos uptempos dos temas mais exigentes.

Dono de uma bateria suficiente (só um prato, o contratempo e um cow-bell, além das peles) mas de timbres muito elegantes, Renato "Massa" Calmon, ótimo profissional, empurrou esse time com firmeza e muita criatividade nos solos. Só achei que ele, um baterista reconhecidamente vigoroso, poderia tentar adequar seu estilo para uma sala como aquela, de modo a que seu instrumento não se mantivesse superposto aos demais por todo o tempo. Uma mera questão de volume que poderia ser melhor trabalhada, segundo meu entendimento, de forma a tornar a audição mais prazerosa para todos, mantendo-se intocada a percepção de sua arte.

Depois da quarto tema, juntou-se ao grupo o bom guitarrista Dino Rangel, que passou ao centro das atenções como solista, e o fez com desenvoltura e domínio do instrumento. Coube a ele garimpar um dos melhores temas da noite (de Aldo Romano), que permitiu atuação em contraponto direto a Widor com criatividade entre diversas sonoridades da guitarra e pedais.

Foram tocados standards (menos comuns do que os de hábito) como Bolivia e Gibraltar, e ao final do set, um vigoroso tema de Vítor Assis Brasil cujo nome não peguei, mas que serviu para avaliar o bom desempenho do grupo, que estava tocando com vontade e com prazer.

Resumindo, há jazz no Katmandu sim, e bom. Alguns pequenos detalhes a ajustar aqui e ali e as quartas-feiras oferecerão mais um programa aos aficionados por essa arte.

KATMANDU - Av. Epitácio Pessoa, 1484 - Lagoa; Fone: 2522.0645
A casa não cobra couvert artístico.

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