Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

COLUNA DO LOC, TRIO DA PAZ

01 junho 2008

Luiz Orlando Carneiro
Jornal do Brasil, Caderno B, 1 de junho


Trio da Paz
Duduka, Lubambo e Matta, `jazzmen' brasileiros respeitados nos Estados Unidos

O TRIO DA PAZ foi formado em 1990 por Duduka da Fonseca (bateria), Romero Lubambo (violão, guitarra elétrica) e Nilson Matta (baixo) ­ três grandes jazzmen brasileiros, radicados há muitos anos nos Estados Unidos, onde são respeitados por seus pares e admirados pelos fãs como integrantes da Primeira Liga dos músicos de Nova York. Não apenas na condição de especialistas no chamado samba-jazz, mas também na qualidade de jazzmen completos.
O feérico Duduka já provou sua intimidade (pessoal e musical) com grandes figuras do jazz no CD Samba Jazz Fantasia (Art Music/Sony), por ele produzido e gravado em 2000, no qual desfilam, em faixas e formações diversas, Joe Lovano, Tom Harrell, John Scofield, David Sanchez e Kenny Werner, além de outros poucos instrumentistas brasileiros de renome internacional, do quilate do trompetista Claudio Roditi e do pianista Hélio Alves.
Em 1º de julho do ano passado, o Trio da Paz foi um dos conjuntos mais aplaudidos no festival JazzBaltica, em Salzau, na Alemanha, num set em que virou quarteto, na maioria dos temas interpretados, com um convidado muito especial ­ o versátil e tecnicamente impecável vibrafonista Joe Locke. Aos 48 anos, Locke está no auge de sua carreira. No último ranking dos críticos da revista Downbeat, foi o quarto mais votado na categoria vibes, depois de Bobby Hutcherson, Stefon Harris e Gary Burton.
Essa apresentação no importante festival europeu do consagrado trio brasileiro foi gravada e lançada pelo selo MaxJazz, no CD Trio da Paz & Joe Locke Live at JazzBaltica. É o primeiro álbum da Band series da etiqueta de St. Louis (Missouri), cujo catálogo de muito bom gosto tem pri- vilegiado pianistas da classe de Mulgrew Miller, Denny Zeitlin e Geoffrey Keezer, entre outros.
O novo disco do Trio da Paz contém oito faixas, em cinco das quais brilha o vibrafone de Locke, em solos ou em expressivas combinações melódico-harmônicas com Lubambo. São elas: Dona Maria (7m55), marca registrada de Duduka, com baticum brasileiro e intenso swing; Copacabana (4m44), tema bem bossa nova do notável Nilson Matta; Sword of whispers (6m48), romântica composição do vibrafonista; Bachião (9m23), a irresistível peça de Lubambo em que a arte do
contraponto e o groove do baião coexistem tão bem como o guitarrista e Locke, sob os splashes dos címbalos de Duduka; um All the things you are (8m31) em tempo muito rápido, com destaque para o intrincado fraseado do vibrafonista. O trio (sem Locke) interpreta Pro Flávio (8m39), de Lubambo, obra de viés nordestino devidamente sofisticada pelo virtuosismo do violonista; Wave (6m) e Look to the sky (5m49), ou seja, Vou te contar e Olha pro céu, de Tom Jobim.

Trio da Paz & Joe Locke live at JazzBaltica foi recebido calorosamente pela crítica especializada americana. Para Owen McNally, "misturando música brasileira e jazz americano, o Trio da Paz e Locke falam juntos uma linguagem bela e fluente, seja espreguiçando-se ao sabor dos sons sensuais do samba, seja voando em tempos supersônicos, numa interação brilhante, ágil e espirituosa". Michael J. West (Jazz Times) comenta que o álbum "é o som de quatro virtuoses que se divertem intensamente, ainda que tentem roubar a cena uns dos outros".

Divulgação
TRIO ­ Nilson Matta, Romero Lubambo e Duduka da Fonseca

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