Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

HISTÓRIAS DO JAZZ n° 61

27 maio 2008

A “Banana” de Jimmy Rowles

Essa aconteceu em setembro de 1978 durante a realização do “1° Festival Internacional de Jazz São Paulo /Montreux realizado no Anhembi. Aqueles que lá estiveram por certo lembrarão do fato inusitado, que provocou muitas gargalhadas da numerosa platéia. A grande expectativa dos Jazzófilos era a apresentação do famoso grupo “Jazz at the Philarmonic” que contava com Roy Eldridge e Harry Edison (tps)- Zoot Sims(st)- Milt Jackson(vb) , Jimmy Rowles (p)- Ray Brown (b) e Mickey Rocker (dm).
Fazendo parte de um elenco mesclado com pouco Jazz e muita “mistura”, o J.A.T.P. era sem dúvida a grande atração, principalmente para os chamados “iniciados” que aguardavam as improvisações sempre bem construídas pelos “meninos” de Norman Granz. Alguns comentavam sobre a coleção de Lp’s, se não me engano em número de quatorze em formato de dez polegadas e das diversas formações que passaram pelo grupo, incluindo entre outros, Charlie Parker, Dizzy Gillespie, Howard McGhee, Hank Jones, Nat King Cole, Flip Phillips, Illinois Jacquet (esses dois aparecendo com destaque no volume IX na interpretação de “Perdido” ), que dividia as opiniões. Uns achavam a “batalha” entre os dois saxofonistas genial,enquanto outros argumentavam que havia muita apelação, principalmente de Illinois Jacquet que exagerava nas notas agudas. Comentava-se também do dueto propiciado pelo guitarrista Les Paul com o piano de Nat King Cole, quando interpretando uma brilhante versão de “Body and Soul”. Parece ter sido essa a única unanimidade entre aqueles que integravam o “bate papo”.
O grupo do qual participei com colegas da imprensa, costumava ir aos outros auditórios, preferindo assistir brasileiros tocando Jazz do que estrangeiros tocando rock e seus derivados. Assim curtimos o Jazz tradicional da São Paulo Dixieland Band, e o moderno com o piano de Moacyr Peixoto.
Finalmente chegou a ocasião do J.A.T.P. Os músicos foram anunciados uma a um e sob aplausos iam se colocando em seus lugares para a tão esperada apresentação. Após os três primeiros números, o pianista Jimmy Rowles inicia a introdução de seu tema “The Peacocks”, quando inopinadamente chega ao microfone o apresentador Fausto Canova e começa a anunciar a programação do dia seguinte. Claro,surgiram os primeiros apupos logo seguidos de veementes protestos dos mais exaltados. Coroando o protesto, Jimmy Rowles vira-se de costas e envia uma eloqüente banana, de braço inteiro, ao desastrado Canova que rapidamente deixa o palco enquanto a numerosa platéia, em delírio aplaudia a atitude de Rowles.
Dia seguinte comentei com o pianista sobre o acontecido e ele explicou que estava concentrado no seu “The Peacocks”, satisfeito com o silencia da platéia, quando a voz do apresentador lhe chegou aos ouvidos.
Surpreso virou-se para ver o que estava acontecendo e coroou os protestos do público com aquela “banana”, realmente inesquecível.

Nenhum comentário: