Stefano Battaglia nunca se esquivou da influência de Bill Evans. Tanto que gravou dois álbuns a ele dedicados (Bill Evans Compositions Vol. 1 & 2), aliás obrigatórios para os admiradores do chamado jazz italiano. Battaglia começou a gravar como líder em 1987. De lá para cá foram mais de 20 CDs lançados, alguns em solo. Nesse período foi visto ao lado de Lee Konitz, Kenny Wheeler, além do próprio Pieranunzi e outros músicos italianos de prestígio. Re-Pasolini tenta refletir a obra do cineasta, cuja vida foi recheada de histórias conturbadas, culminando com sua morte até hoje não explicada em detalhes. São 24 temas. Apenas Casa Sono Le Nuvole traz a assinatura de Modugno e do próprio Pasolini. Os outros são de Battaglia. O primeiro CD tem uma intenção bem mais jazzística, trazendo Michael Grassman (trumpet), Mirco Mariottini (clarinet), Aya Shimura (cello), Salvatore Maiore (bass) e Roberto Dani (bateria). O segundo, com um tempero acentuado da música clássica, conta com Dominique Pirafèrly (violin), Vincent Courtois (cello), Bruno Chevillon (bass) e Michelle Rabia (percussion). O álbum chega a emocionar. Há jazz de primeira cepa. Grande parte dos temas é de rara beleza melódica e harmônica. Re:Pasolini é indispensável na discografia dos que, como eu, acompanham o jazz contemporâneo europeu.
.....................................................................
PS. No som na caixa, Canzone di Laura Betti, composta por Battaglia em tributo à mulher que mais intimamente conheceu Pasolini.
Nenhum comentário:
Postar um comentário