Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

HISTÓRIAS DO JAZZ N° 55

29 janeiro 2008

“Cafajestada no Key Bar”

Essa é curta e grossa e aconteceu por volta de 1966, quando alguns amigos conseguiram o horário da tarde dos sábados no Key Bar, também conhecido como a boite do Fafá (Lemos), para fazerem as suas “Jam Sessions”.

A animação era grande não só dos amadores como também com alguns profissionais que nos visitavam esporadicamente como Norato (tb), Meirelles e Juarez (st), Wagner Naegle (tp)- Anestaldo (dm) – Luiz Eça, Luiz Carlos Vinhas e Tenório Jr.(p) e muito raramente, Sérgio Mendes. O pessoal amador consistia em Léo, Oswaldo Rosa e Bill Horn (tps)- Osvaldo Oliveira Castro, Maurício Maconha e Eloir(dm)- Gilberto (b) e algumas vezes esse escriba na bateria.

Aconteceram alguns casos que merecem ser lembrados. Uma visita de Wilson Simonal que nos brindou com um “Blue Skies” de alto nível, tendo se destacado também os trumpetistas “da casa”, Bill Horne, Léo e Oswaldo Rosa.

Um “causo” pitoresco ocorreu durante a visita de Meirelles e Wagner. Estavam para iniciar o tema quando Maurício Maconha desandou a “rufar os tambores”. Wagner, a calma em pessoa, disparou: “Eloir, senta na bateria porque esse rapaz é muito nervoso”. E Mauricio nunca mais voltou ao local.

Mas, coisas desagradáveis também aconteceram, como a que relato agora. Freqüentava o Key Bar uma cantora chamada Lydia, que conhecemos pessoalmente e que pelas conversas que tivemos concluí que conhecia Jazz. Falava muito em Billie Holiday e Peggy Lee. Nunca soube se ela cantava bem porque nunca se apresentou em nossas “jams”. Infelizmente, através dela, surgiu a primeira e última confusão no Key Bar que acabou com as nossas reuniões
.
Certa tarde, com a casa ainda vazia, ela chegou, sentou-se em mesa do fundo e logo depois chegou o seu acompanhante. A música começava a esquentar quando o rapaz deu um grito: “Pára a musica!" Todos pensaram que fosse uma brincadeira mas o grito se repetiu mais alto. Música parada, o rapaz aos berros dizia que Lydia tinha sido roubada, que sumira dinheiro da sua bolsa e que todos deviam indenizá-la. Apesar da própria Lydia pedir que ele parasse, o tumulto continuou até que Gilberto resolveu enfrentar a fera. Falou-se até em pistola 7.65! A turma do deixa disso entrou em cena mas o “aloprado” ainda ameaçando os presentes, tomou dez cruzeiros de cada um e foi-se embora, sorrindo com o êxito da cafajestada.

A bem da verdade devo dizer que não houve tal roubo. Quando a figura chegou, só Lydia ocupava uma mesa dos fundos e dois casais ocupavam outra bem na entrada. Ninguém se aproximou dela, já que todos prestavam atenção à música. Então, graças a um cafajeste, vigarista e trambiqueiro, que mais tarde disseram ser da “puliça”, o Jazz perdeu um ótimo local frustrando os músicos que ali se apresentavam. Foi só.

Não se assustem ! Sou eu “tocando” no Key Bar” em uma das “Jam Sessions”. Tempo bom !


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