Mauro Nahoum (Mau Nah), José Sá Filho (Sazz), Arlindo Coutinho (Mestre Goltinho); David Benechis (Mestre Bené-X), José Domingos Raffaelli (Mestre Raf) *in memoriam*, Marcelo Carvalho (Marcelón), Marcelo Siqueira (Marcelink), Luciana Pegorer (PegLu), Mario Vieira (Manim), Luiz Carlos Antunes (Mestre Llulla) *in memoriam*, Ivan Monteiro (Mestre I-Vans), Mario Jorge Jacques (Mestre MaJor), Gustavo Cunha (Guzz), José Flavio Garcia (JoFla), Alberto Kessel (BKessel), Gilberto Brasil (BraGil), Reinaldo Figueiredo (Raynaldo), Claudia Fialho (LaClaudia), Pedro Wahmann (PWham), Nelson Reis (Nels), Pedro Cardoso (o Apóstolo), Carlos Augusto Tibau (Tibau), Flavio Raffaelli (Flavim), Luiz Fernando Senna (Senna) *in memoriam*, Cris Senna (Cris), Jorge Noronha (JN), Sérgio Tavares de Castro (Blue Serge) e Geraldo Guimarães (Gerry).

28 dezembro 2007

RETRATOS
08. DEXTER GORDON (B)
FILMOGRAFIA E BIBLIOGRAFIA
FILMOGRAFIA
É bastante satisfatória a filmografia de Dexter Gordon, ainda que com breves momentos de execução musical completa; as exceções, com números inteiros e que nos permitem apreciar a sonoridade, a musicalidade, o fraseado, a interação com os demais músicos e a lógica da improvisação de Dexter Gordon estão nas indicações 05, 06 e 08 seguintes.

01. Atlantic City Honeymoon (no Brasil “Lua de Mel Em Atlantic City”)
1944 (estréia americana em 15/09/1944), U.S.A., 90 minutos, direção de Ray McCarey.
Longa metragem musical estrelado por Constance Moore e Stanley Brown, com Dorothy Dandridge (remember “Carmen Jones”) como vocalista da banda de Louis Armstrong que toca e canta o clássico de Fats Waller “Ain’t Misbehavin”, acompanhada pela orquestra de “Satchmo”. Lembramos que à época (1944) Dexter Gordon integrou a orquestra de Armstrong, que tinha como um de seus “carros.chefes” exatamente “Ain’t Misbehavin” gravada em 03 ocasiões: 19/maio, 07/junho e 12/setembro/1944. No naipe de palhetas e ao lado de Dexter, atuava o tenorista Teddy McRae. Nesse filme musical atuou também a banda de Paul Whiteman

02. Pillow To Post
1945 (estréia americana em 09/06/1945), U.S.A., 95 minutos, direção de Vincent Sherman
Comédia americana estrelada por Ida Lupino e Sidney Greenstreet (lembrar do “robusto” Sidney em “Relíquia Macabra” = “O Falcão Maltês” clássico cinematográfico de John Huston com Humphrey Bogart), participação da orquestra de Louis Armstrong em cena num clube (“The Tavern”), com Dexter Gordon no tenor.

03. Unchained
1955 (estréia americana em 19/01/1955), U.S.A., 74 minutos, direção de Hall Bartlett
Longa metragem estrelado por Bárbara Hale e Elroy Hirsch com a participação de Dexter Gordon em ponta como ator, mas cujo nome não aparece nos créditos.

04. Stopforbud
1963, Dinanmarca, 12 minutos, direção de A.J.Leth / O.J.Poulsen / J.J.Thorsen
Documentário sobre Bud Powell com comentários de Dexter Gordon.

05. Dexter Gordon
1970, U.S.A., 59 minutos, direção de John Beyer
Vídeo da série “Maintenance Shop”, no Brasil série “O Melhor do Jazz”, com Dexter Gordon em quarteto (George Cables/piano, Rufus Reid/baixo e Eddie Gladden/bateria).

06. Dexter Gordon
1971, Dinamarca, 26 minutos, produção da “Flip Film Productions”
Documentário com Dexter no “The Montmartre Copenhagen” ao lado de Kenny Drew/piano, Niels Henning Orsted Pedersen/baixo e McKaya Ntshoko/bateria, executando os temas “Those Were The Days” e “Fried Bananas” (tema que foi gravado em diversas ocasiões por Dexter). Não há gravação de áudio relativa a este documentário, permanecendo somente o filme.

07. Jazz In Exile
1978, U.S.A., 32 minutos, direção de Chuck France
Documentário sobre músicos americanos no exterior, exilados ou de passagem, com entrevistas e atuações de diversos dos mesmos entre os quais Dexter Gordon, Phil Woods, McCoy Tyner, Freddie Hubbard, Gary Burton e outros. Destaque no documentário para o solo de Phil Woods em “Last Night When We Were Young”. Take desse documentário e para ilustrar Phil Woods foi aproveitado, também, na série “Naipes do Jazz” / “Reed Royalty”, 1992, U.S.A., 58 minutos, direção de Burrill Crohn, no Brasil sob o título “Mestres da Palheta”, apresentação de Branford Marsalis, mas que não inclui Dexter Gordon.

08. Round Midnight (no Brasil “Por Volta da Meia Noite”)
1986, U.S.A., 133 minutos, direção de Bertrand Tavernier
Longa metragem ambientado na Paris de 1959 e absolutamente perfeito, homenageando por um lado a Bud Powell enquanto exilado na França e, por outra parte, a Lester Young enquanto tenorista símbolo. Uma grata revelação de Dexter Gordon em sua atuação como ator de longo metragem (já havia atuado em “Unchained” indicado anteriormente mas em papel discreto) e indicado ao Oscar, mas amealhado por Herbie Hancock com a trilha sonora. Ao lado de “Bird” de Clint Eastwood um dos poucos filmes essencialmente sobre o Jazz e seus músicos. O roteiro do filme foi urdido a partir do excelente e luxuoso livro (P&B) sobre Bud Powell, “La Danse Des Infidéles” de Francis Paudras, admirador e hospedeiro de Bud Powell enquanto no exílio (410 páginas, 1986, Editora L’Instant, Paris, França, prefácio de Bill Evans, com diversas opiniões em colagem nas 02 páginas finais, incluindo: “Bud est um authentique génie” de Duke Ellington). Esse filme sempre traz à lembrança um querido amigo do Jazz, Maxwell Johnstone, que juntamente com Mestre LULA, Coutinho, Domingos Carvalho, eu e outros aficcionados pelo Jazz, mediante convite do Serviço de Divulgação e Relações Culturais dos U.S.A. e da Warner Brothers assistimos à exibição do filme, imediatamente após a legendagem, no auditório do Consulado Americano (Av. Presidente Wilson, Rio de Janeiro, dia 20/agosto/1987); após o filme, que a todos nos emocionou, foi servido coquetel do qual guardo fotografias para lembrar do Maxwell, que nos deixou muitas saudades e a alegria de tê-lo conhecido.

09. Cem Anos de Jazz
1987, França, 186 minutos, direção de Claude Fleouter
Documentário em 04 partes com depoimento de Dexter Gordon na 3ª parte, “Revolução do Bebop”, comentando a transição das “Big Bands” pós.guerra para os pequenos conjuntos (“combos”) e o “Bebop”. Participam também em entrevistas Leonard Feather, Miles Davis, Nat Hentoff e outros.

10. JAZZ
2000, U.S.A., 724 minutos, direção de Ken Burns
Extenso documentário do historiador Ken Burns. Em episódio no DVD nº 4 temos Dexter Gordon saindo do camarim e dirigindo-se ao palco de clube em Copenhaguem (1971) para sua apresentação. O fundo musical revela a sonoridade de Dexter, simultaneamente lírica, cool (Lester Young) e robusta (Coleman Hawkins).

11. JAZZ ICONS - DEXTER GORDON LIVE IN ’63 & ‘64
2007, Alemanha, 69 minutos
Na Suiça em 1963 com os temas “Second Balcony Jump” e “You’ve Changed”, ao lado de Kenny Drew, “Bibi” Rovére e Art Taylor; na Holanda e na Bélgica em 1964 com os temas “A Night In Tunísia”, “What’s New”, “Blues Walk”, “Lady Bird” e “Body And Soul”, com a sessão rítmica composta por George Gruntz, Guy Pederson e Daniel Humair. Vale a pena apreciar Dexter Gordon, então com 40/41 anos, em seu “exílio” europeu solando com autoridade e lógica, sempre com sua característica de “caminhar lentamente atrás do tempo” mas com um swing dominante. Absolutamente perfeita sua atuação como baladista no clássico "What's New". Excelente encarte de 24 páginas com notas de Michel Cuscuna e de Maxine Gordon (viúva de Dexter), fotos de Francis Wolff e formações que atuaram.

BIBLIOGRAFIA
Extensas são as referências bibliográficas a Dexter Gordon, como conseqüência lógica de seu “pioneirismo” no bebop, enquanto tenorista. As indicações seguintes são as que se nos afiguram como mais precisas e corretas.

01. THE ENCYCLOPEDIA OF JAZZ
Leonard Feather - U.S.A. - Edições original, das décadas 60, 70 e “Yearbooks”
Todos com generosos verbetes dedicados a Dexter Gordon.

02. GRAN ENCICLOPEDIA DEL JAZZ
Editora SARPE - 1ª edição – Espanha - 1980
Extenso verbete dedicado a Dexter Gordon, correto e com seqüência histórica precisa.

03. ENCICLOPEDIA ILUSTRADA DEL JAZZ
Brian Case / Stan Britt - 1ª Edição - Inglaterra - 1982 (edição espanhola)
Bom e conciso verbete, com indicação de discografia. Foto de Dexter com a seguinte legenda: “Dexter Gordon, el más grande sonido al saxo tenor”.

04. WEST COAST JAZZ
Alain Tercinet - 1ª edição – França - 1986
Permite-nos acompanhar diversas passagens de Dexter Gordon pela “costa”, seja em virtude de sua participação em gravações, seja em função de temporadas e apresentações.

05. OBRAS PRIMAS DO JAZZ
Luiz Orlando Carneiro - 1ª edição - Brasil - 1986
Nas páginas de 135 até 140 Luiz Orlando tece um panorama simultâneo de Stan Getz e Dexter Gordon e, ao final e referindo-se ao retorno deste aos U.S.A. em 1976 com apresentação no “Village Vanguard”, define “Fenja”, “Gingerbread Boy” e “Round Midnight” como “....obras-primas do extilo Dexter por excelência, faixas que refletem, como poucas, seu som suculento, seu fraseado cantante, seu humor mordente, seu lirismo sem frivolidade.”

06. DICCIONARIO DEL JAZZ
Philippe Carles, André Clergeat e Jean-Louis Comolli - 1ª edição - França - 1988
Verbete em 02 colunas e bem consistente sobre Dexter Gordon, com final indicando algumas gravações de 1945 a 1982.

07. THE PENGUIN ENCYCLOPEDIA OF POPULAR MUSIC
Donald Clarke - 1ª edição – Inglaterra - 1989
Compacto mas excelente verbete dedicado a Dexter Gordon, com seqüência histórica correta e boas indicações discográficas.

08. BEBOP
Jacques B. Hess - 1ª edição - França - 1989
Livro da coleção “Jazz Hot / L’Instant”, abre a seção dedicada aos tenoristas com foto de Dexter Gordon e cita “...le plus purement Bop de tous les bons ténors qu’on peut rattacher à ce mouvement fut incontestablement – est toujors – Dexter Gordon. De 1944 à 1949, son palmares est impressionnant.....”

09. LÊS SONS DU JAZZ
John Fordham - 1ª edição (versão para o francês do original inglês de 1989) – França - 1990
O capítulo “Saxophones À Foison” é iniciado com foto de página inteira de Dexter Gordon, história resumida do saxofone desde Adolphe Sax e percorre sinteticamente os executantes símbolo do instrumento detendo-se, claro, em Dexter Gordon dentro da seqüência cronológica e de estilos.

10. OS GRANDES CRIADORES DO JAZZ
Gérald Arnaud & Jacques Chesnel - 1ª edição - Portugal - 1991
Assim descreve Dexter Gordon: “...é também ele, física e musicalmente, um gigante do tenor e um discípulo tanto de Hawins como de Young......desenvolveu estilo melódico directo, límpido e galvanizante e o seu timbre cáustico, carregado de harmônicos, é cuidadosamente estudado por Coltrane e por Rollins. Improvisa sabiamente sobre temas por vezes próximos do rhythm’n’blues e explora-os com uma noção muito segura do crescendo....”

11. THE STORY OF JAZZ - BOP AND BEYOND
Frank Bergerot e Arnaud Merlin - 1ª edição - U.S.A. - 1991
Capa e referências a Dexter Gordon em todo o livro. Boa seqüência sobre o título (“Bop And Beyound”).

12. JAZZ
John Fordham - 1ª edição - U.S.A. e Inglaterra - 1993
Entre as diversas citações e referências a Dexter Gordon destaca-se a que o nomina como “…and Califórnia also boasted Dexter Gordon, one of the hottesd, bluesiest players in jazz… Dexter ainda é incluído na cronologia “1970-1990”, assim como no capítulo “Jazz Today” e nos “Stars And Styles”.

13. OS GRANDES DO JAZZ
Ediciones DelPrado - 1ª Edição - Brasil (versão do original espanhol) - 1996
Coleção contendo fascículo de 12 páginas dedicadas a Dexter Gordon, com CD acoplado (“Dexter Gordon – Body And Soul”, 06 faixas gravadas em Copenhaguem em 20/07/1967, acompanhado por Kenny Drew/paino, Niels.Henning/baixo e Albert Heath/bateria). Mínimas imprecisões biográficas e excelente trabalho como um todo. À mesma época foi editado e distribuído no Brasil a coleção traduzida do espanhol “The Jazz Masters – 100 Anos de Swing”, também com CD dedicado a Dexter Gordon (06 faixas - Dexter Gordon / tenor e soprano, Lionel Hampton / vibrafone, Hank Jones / piano, Bucky Pizzarelli / guitarra, George Duvivier / baixo, Oliver Jackson / bateria e Candido / conga, New York, 11/11/1977). Agregado ao fascículo que trata de Dexter Gordon um CD com 06 faixas (total de 67’49”, “Doxy”, “For All We Know”, “But Not For Me”, “There Will Never Be Another You”, “Body And Soul” e “ “Sonnymoon For Two”, com Kenny Drew, Niels-Henning Orsted Pedersen e Albert Heath, todas gravadas em 20/07/1967 no “Montmartre Jazzhus” de Copenhague), boa qualidade de som e excelentes registros tomados ao vivo. Também e aproximadamente na mesma época foi lançada no Brasil a coleção “The Jazz Masters - 100 Anos de Swing” trazendo um CD de Dexter Gordon com 06 faixas (total de 37’34”, “Cute”, “The Say That Falling In Love Is Wonderful”, “Lullabye Of Birdland”, “I Should Care”, “Seven Come Eleven” e “Blues For Gates”, com Lionel Hampton, Hank Jones, Bucky Pizzarelli, George Duvivier, Oliver Jackson e Candido, todas gravadas em 11/11/1977 em New York).

14. A CENTURY OF JAZZ - A HUNDRED YEARS OF THE GREATEST MUSIC EVER MADE
Roy Carr - 1ª Edição – Inglaterra - 1997
Inclui referências a Dexter Gordon no capítulo “1944-1950, The Be Bop Revolution”, com foto de página inteira de Dexter e recomendação discográfica: “The Complete Dial Recordings – Spotlite”. É obra de luxo e de fôlego sempre recomendável e capítulo com resumo sobre os “V.Discs”.

15. EL JAZZ - DE NUEVA ORLEANS A LOS AÑOS OCHENTA
Joachim E. Berendet - 4ª edição / 2ª reimpressão – Espanha - 2002
Mais que as referências a Dexter Gordon ao longo da obra, Berendt o define nas páginas 432-433 como “...también Sony Stitt y, ante todo, Dexter Gordon son músicos que pertenecen a esta dirección, que em vários aspectos está emparentada com el grupo Lester + bop – digamos, James Moody – antes mencionado. Dexter Gordon era el tenorista a secas del bop, com toda la enervante vitalidade de este estilo jazzístico”.

Segue em (C), (D) e (E) - DISCOGRAFIA RESUMIDA

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