inspiração.
Ainda não tinha achado um lugar cativo para assistir aos shows, mas nos bastidores Stefon Harris esbanjou simpatia, conversou, distribuiu autógrafos e tirou muita foto, inclusive aproveitei e garanti a minha !
A noite seguiu com o guitarrista Roy Rogers e seu blues rural, estilão meio country, empunhando um violão folk bem eletrificado que agradou aos amantes do gênero presentes.
Fechando a noite e saindo da seara do jazz, a banda Soulive mostrou muito balanço e muita empolgação. Acid Jazz rotulado, Soul Music incorporada, e o que é bom, muito groove! Apesar da ausência do baixo, o trio, agora um quarteto com vocal , traz um destaque especial para o organista Neal Evans, cuja mão esquerda faz um baixo com muito groove de deixar muito baixista por aí com inveja.
Já no sábado, o Soulive se apresentou no final da tarde na Praia da Tartaruga onde os shows são produzidos, literalmente, em cima da pedra, na encosta, promovendo um belo visual ao entardecer. A banda parecia mais solta e fez um show bem melhor que na noite anterior. O trio é muito bom, muito improviso com o guitarrista Erik Krasno e energia de sobra com o baterista Alan Evans e agora com vocalista Toussaint, que chamava a atenção mais pelo seu visual afro.
Mas chegou a noite e os shows prometiam. Na abertura, Romero Lubambo e Luciana Souza fizeram, particularmente, uma apresentação impecável, com repertório que passeou por Jobim e Dominguinhos com roupagem muito original pelo duo e um set de 2 standards abrindo com Beautiful Love, quando Romero deixou o violão de lado e abraçou sua guitarra acústica e se deleitou em muito walking bass. Gostei muito da Luciana Souza, ainda não a tinha assistido ao vivo e gostei do timbre de sua voz, em tom médio, mas suave. No show, Luciana também desenhou a percussão em alguns momentos, ora no pandeiro ora no triangulo, e casou perfeitamente na condução de Romero Lubambo, que realmente está sobrando no violão, está tocando muito !
No intervalo, quem fez a festa foi a paulista Dixie Square Jazz Band, que subiu ao palco para uma apresentação bem rapidinha e contagiou com arranjos bem alegres para Cantaloupe Island e, claro, When the Saints Go Marching In.
Enquanto a Dixie Square tomava a atenção do público, quem esbanjava simpatia nos bastidores e se preparava para subir ao palco era Ravi Coltrane, que se apresentou ao lado do seu quarteto abrindo o show com dois temas bem ao estilo do Coltrane pai, aquela atmosfera meio mística marcada pela percussão nos pratos e marcação constante do contrabaixo e piano enquanto Ravi desenhava formas um tanto psicodélicas. Mas o show continuou e Ravi mostrou muita originalidade, um bom pianista, Luis Perdomo, e um bom baterista, E.J.Strickland.
Fechou a show com Giant Steps, bem ao seu estilo. Gostei muito !
E a noite de sábado terminou com o blues do guitarrista Robben Ford, mas com muito tempero de rock. Técnica impecável, em formato de power trio e um pleno domínio do instrumento. Para quem não sabe, Robben Ford também é saxofonista, inclusive já gravou com o instrumento em seus primeiros discos. Confesso que esperava a interpretação de seus temas antigos, com uma pegada mais blues, mas o show foi muito bom e ele mostrou porquê é um dos grandes guitarristas no cenário atual.
Bom, é isso ! E já estavam circulando por lá Duduka da Fonseca, Sergio Barrozo e Dom Salvador que se apresentaram na quinta-feira e iam novamente se apresentar na tarde de domingo, mas voltei pra casa com uma excelente impressão do festival, muito bem organizado e um público bastante interessado.
Parabéns para toda a produção ! E ano que vem tem mais ...
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